quinta-feira, 1 de julho de 2010

Heitor Stockler (1888 – 1975)


Heitor Stockler de França nasceu no dia 5 de novembro de 1888, na cidade de Palmeira, interior do Paraná, filho de Leandrina Marcondes Ribas Stockler e Capitão João de Araújo França, industrial com engenho de erva-mate, comerciante, agricultor e pecuarista.

Aos dois anos de idade ficou órfão de pai.

Por vocação, ingressou no comércio como caixeiro da firma Guilherme Brafmann (panificação), depois com o seu sucessor Jorge Elias Chueiri (fazendas e secos e molhados) e, após, com Chede Abrahão (atacadista de fazendas e armarinhos). Trabalhou também como escrivão na Coletoria Estadual de Rendas.

Aos 17 anos, em Ponta Grossa trabalhou com fazendas, modas, armarinhos e secos e molhados.

Aos 18 anos, foi para Curitiba onde trabalhou na Casa Carioca.

Em 1914, estabeleceu-se com livraria e tipografia, sob o nome de “Livraria Mundial”, que por muitos anos foi o ponto de encontro da intelectualidade.

Radicado em Curitiba, participou ativamente de todos os momentos sociais e culturais da cidade, casando-se com Brasília Taborda Ribas.

Completou o curso ginasial em Curitiba, em 1936. Terminou o curso superior na Faculdade de Direito da Universidade do Paraná, bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em dezembro de 1941.

Desde menino sentia-se atraído para a literatura e aos 15 anos fez-se conhecer ao público, através de trabalhos diversos em prosa e verso. Tornaram-se nacionalmente reverenciados seus Poemas de Natal, Poema Exortação e o Poema Estelário do Brasil.

Sentia-se atraído por jornalismo, através da imprensa e do rádio. Escrevia diariamente sobre tudo a seu redor, tendo participação no vespertino “Diário da Tarde” com a seção “Motivos da Cidade”. Depois, no mesmo jornal, a coluna “Tudo é Motivo”, que após publicadas eram lidas por ele mesmo na Rádio PRB-2. Nesta época manteve assuas concorridas Tertúlias Literárias, com grande divulgação de autores paranaenses. No Diário da Tarde escreveu maisde 100 crônicas, chamadas Variações do Cotidiano.

Colaborou com jornais e revistas de todo o país. Em Curitiba foi redator e revisor da revista Expansão e do jornal Senhorita.

Em 1944, com um grupo de industriais, com a chancela do então interventor Manoel Ribas, fundou a Federação das Indústrias do Estado do Paraná, presidindo-a no período de 1946 a 1958, com proficiência e dedicação.

Em 1974, distribuiu uma mensagem original de final de ano: o livro com sua produção poética de 1948 a 1973, editado com o título Poemas de Natal.

Como escritor, Heitor Stockler de França destacou-se na poesia, com vários livros publicados e como membro ativo da Academia Paranaense de Letras, em que ocupou a Cadeira n.º 36.

Convivera com os principais intelectuais do Paraná: os poetas Emiliano Perneta, Emílio de Menezes, Sharffenberg de Quadros e do historiador Rocha Pombo.

Foi poeta lírico de alta sensibilidade e de grande carga emotiva que apareciam em seus poemas que surgiam de sua fértil inspiração.

Sua obra poética é bastante grande e aparece como exemplo de otimismo e de alegria de viver. Assim era o poeta que sempre estava ao lado de seus amigos.

Escreveu dezenas de letras para hinos e músicas diversas, em colaboração com professores e maestros de renome, como Bento Mossurunga (Moinhos ideais = folclore; Campeiras de nossa terra = folclore; Hino do Grupo Escoteiro São Luiz, etc.), Wolf Schaia (Bodas de Prata), José Penalva (Hino da Escola São Francisco de Assis), Rodoplho Krueger(Você = valsa), compositora Marita França (Nas asas da ilusão = valsa), etc.

Heitor Stockler de França faleceu no início de 1975, em 11 de janeiro. Assim o Paraná perdia aquele que foi considerado o maior poeta paranaense e que recebera o título de “Príncipe dos Poetas do Paraná” em pesquisa de opinião promovida pelo jornal O Estado do Paraná, em 1950.

Sempre se mostrou ser um senhor comedido e culto, grande incentivador de jovens que se iniciavam nas letras, ou que tinham vontade de algum dia vir a escrever.

Entidades a que pertenceu:
– Membro do Conselho da Cruz Vermelha, seção Paraná;
– Membro fundador do Centro de Letras do Paraná (presidente 1958/1960)
– Presidente de honra, delegado e acadêmico do Instituto de Cultura Americana, Seção do Brasil, com sede em Buenos Aires.
– Sócio-efetivo da Academia Internacional Americana (AIA), seção do Paraná;
– Membro do Conselho da Sociedade de Cultura Artística Brasílio Itiberê;
– Membro do Instituto Histórico de Palmeira/PR;
– Diretor da “Casa de Rocha Po,bo”, em Morretes/PR;
– Membro da União Brasileira de Trovadores, Seção Curitiba, tendo sido presidente;
– Membro e diretor do Elos Clube de Curitiba.

Fontes:
– Blog do Jayme Bueno.
– STOCKLER, Heitor. Poemas Escolhidos: edição comemorativa ao 1. centenário de nascimento do poeta. Coleção da Academia Paranaense de Letras. 1988.

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