quarta-feira, 30 de julho de 2008

Luis da Câmara Cascudo (1898 - 1986)

Luís da Câmara Cascudo (Natal, 30 de dezembro de 1898 — Natal, 30 de julho de 1986) foi um historiador, folclorista, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro.

Foi Profº. de Direito Internacional Público, História da Música e Etnologia Geral na Universidade do Rio Grande do Norte e, o primeiro director do Instituto de Antropologia da mesma universidade. É autor de muitos e valiosos trabalhos indispensáveis aos estudos nos domínios da história, da etnografia e do folclore brasileiro.

Escritor e folclorista potiguar. É um dos mais importantes pesquisadores das raízes étnicas do Brasil e autor do Dicionário do Folclore Brasileiro (1954), a primeira reunião sistemática e crítica do acervo folclórico brasileiro. Começa a trabalhar no jornal do pai, A Imprensa, em Natal. Entra para a faculdade de medicina na Bahia, mas é obrigado a abandonar a escola por falta de dinheiro. Em 1928 forma-se pela Faculdade de Direito do Recife e, no mesmo ano, conclui o curso de etnografia na Faculdade de Filosofia do Rio Grande do Norte. Dedica-se a escrever a história da cidade de Natal e a estudos nas áreas de folclore, etnografia, crítica literária e história. Cruza o folclore com a literatura pesquisando a influência de Dante Alighieri, de Don Quixote, de Miguel de Cervantes, e da literatura oral francesa na tradição popular do Brasil.

Durante a década de 1930, em combate e contraponto à influência marxista que viria a desaguar na Intentona Comunista de 1935, quando Natal foi palco e sede do primeiro governo marxista da América Latina, Cascudo aderiu ao integralismo brasileiro e foi membro destacado e Chefe Regional da Ação Integralista Brasileira - AIB, o movimento cívico-político nacionalista de cunho fascista, exercendo enorme influência com a sua doutrina na elite intelectual potiguar. Fiel ao seu pensamento antimarxista, apoiou o Golpe Militar de 31 de Março de 1964. Foi monarquista durante toda a sua vida.

Produz, em 1951, um importante trabalho sobre a ocupação holandesa no Rio Grande do Norte. Em sua vasta obra destacam-se Antologia do Folclore Brasileiro (1944), Superstições e Costumes (1958) e Coisas Que o Povo Diz

Sua paixão pelo folclore nasceu quando ainda era menino, ouvindo "causos" aqui e ali de vaqueiros e cantadores dos sertões (Rio Grande do Norte e Paraíba) e histórias do pai, da mãe, de pescadores, de rendeiras e de vizinhos. Era o seu maior interesse intelectual e acabou norteando sua vida. Fazia pesquisas de campo sobre as tradições, hábitos, crendices, superstições nas áreas rurais e urbanas. Não poupava esforços: frequentava terreiros de macumba, deslocava-se até as praias e portos de jangadeiros e viajava sertão adentro. Seus inúmeros livros nasceram desse trabalho de campo e da pesquisa intensa sobre os mais diversos temas.

Uma história curiosa: quando Câmara Cascudo era professor do Colégio Ateneu, em Natal, um colega chegou a pedir sua demissão ao governador Juvenal Lamartine. Afinal, não era admissível que o professor de uma instituição de ensino tão respeitada se dedicasse a estudar lobisomens e outras esquisitices, como coisas feitas ligadas à bruxaria. Ele permaneceu no cargo

Suas principais obras:
Alma Patrícia (1921)
O Homem Americano e seus Temas (1933)
Uma Interpretação da Couvade (1936)
Peixes no Idioma Tupi (1938)
Seis Mitos Gaúchos (1942)
Lendas Brasileiras (1945)
Simultaneidade de Ciclos Temáticos Afro-Brasileiros (1948)
Geografia dos Mitos Brasileiros (1947)
Literatura Oral (1952)
Dicionário do Folclore Brasileiro (1954)
Superstições e Costumes (1958)
História da Alimentação no Brasil (1967-68)
Prelúdio da Cachaça (1968)
Civilização e Cultura (1973)

Lendas e mitos, hábitos alimentares, folguedos, modos de falar e vestir-se, jogos infantis, práticas funerárias, superstições e costumes, tudo que constitui e enriquece a cultura popular brasileira foi alvo das pacientes pesquisas de Luís da Câmara Cascudo, cujos mais de 100 livros publicados conferiram-lhe a reputação de maior folclorista do país. Colectados os dados, ora em campo, ora em arquivos, punha-se o autor a relacioná-los aos índios, à África, a Portugal e à Idade Média europeia, ou até mesmo a tradições asiáticas, para mostrar como as raízes do quotidiano do povo vêm com frequência projectadas desde estratos remotos. Sua obra etnográfica e antropológica, estando sempre em sintonia com os avanços teóricos, foi, porém, toda realizada em linguagem criativa e saborosa, o que a põe ao alcance do leitor comum, sem prejuízo de manter-se como fonte obrigatória de consulta.
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Fontes:
http://www.caestamosnos.org/Pesquisas_Carlos_Leite_Ribeiro/Luis_Camara_Cascudo.htm
http://pt.wikipedia.org

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