sábado, 29 de novembro de 2008

Falecimento de Nádia Huguenin


Professora formada em Português, Francês e Literatura Francesa, era também radialista. Durante muito tempo comandou diariamente, pela Rádio Friburgo AM, o "Cantinho da Nadinha", um programa de variedades. Casada com o também radialista Ernani Huguenin, deixa três filhos: Adenauer, Emerson e Alessander.

A presidente da UBT – seção Nova Friburgo, Nádia Huguenin coleciona troféus das trovas que escreve há mais de 25 anos, desde que foi convidada a criar um poema em homenagem ao jornalista Nelson Kemp. “Sempre gostei de ler e escrever poesias, desde a época da escola. Daí, não parei mais. Fazer trovas é um encanto”, define a trovadora, premiada nos primeiros Jogos Florais de Buenos Aires, Argentina, com o tema Tango.
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Saudação dos XLI Jogos Florais de Nova Friburgo - 2000
por Nádia Huguenin - presidente dos Jogos Florais
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Queridos Irmãos Trovadores
Preparar não é MOLEZA,
A nossa festa da trova,
Tarefa em que, com certeza,
Nosso prazer se renova.
Há tanto CALOR humano
Em nossos Jogos Florais,
Que esse encontro, ano após ano,
Nos envolve mais e mais.
No INSTANTE em que, lá na praça,
Recebernos nosso irmão,
E cada um nos abraça,
É imensa a nossa emoção
Se for PECADO, perdão,
Mas eu posso assegurar,
Que é nossa vontade, irmão,
Não deixá-lo regressar.
Mas esse IMPULSO contei-nos,
Pois o ano passa ligeiro,
No próximo voltaremos
A saudá-lo, companheiro!
Sejam bem-vindos
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Trovas Diversas
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Perdão" propões ao voltar­,
por mais que isto me doa,
meu corpo quer perdoar,
mas minha alma não perdoa.
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Em busca da liberdade
propus fugir dos teus braços,
e, por castigo, a saudade
aprisionou-me em teus laços.
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"- Quero a pensão do menino!"
- berrava- e, na hora H,
teve que piar bem fino:
deu zebra no DNA!
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Na pensão do Deodato
é variado o menu:.
Vai do churrasco de gato
a coxinha... de urubu !
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É feliz quem faz na vida,
sem, em troca, pedir nada,
da Fé – ponto de partida,
do Amor – reta de chegada!
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Na trova e no trovador
é que se encontram, suponho,
criatura e criador
unidos no mesmo sonho!
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Não tem jeito esta loucura...
nosso amor inconseqüente
faz de mim, mulher madura,
uma eterna adolescente...
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Uma gotinha de orvalho
numa pétala de flor
lembra-me o suor do trabalho
no rosto de um lavrador.
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Foi nos passos e compassos
de um tango dançado a dois,
que eu me encontrei em teus braços,
para perder-me depois...
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Foi por falta de carinho
que errei e perdi meus passos,
mas bendigo o “mau caminho”
que me levou aos teus braços...
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Ante o olhar austero e frio
daqueles que te criticam,
sê feito as pedras do rio:
vão-se as águas... elas ficam!
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Feiticeira de alma nua,
eu danço liberta, ao léu.
Sob o feitiço da Lua,
não tem limite o meu céu!
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Pelo amor enfeitiçada,
entreguei-me sem pudor...
Não me arrependo de nada,
pois foi feitiço de amor!
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Careca, mas tem cabelo
em tudo quanto é lugar.
Diz a noiva, com “desvelo”:
- Já pensou em transplantar?!
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Este vazio em meu peito,
esta falta de carinhos,
são drogas de longo efeito:
vão me matando aos... pouquinhos.
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Aquele olhar envolvente,
que com meus olhos cruzou,
fez qual a estrela cadente:
mostrou-me a luz... e passou.

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