quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

José Verdasca (A Vida, o Homem e o Universo: ensaios crítico-analíticos)



O Autor procedeu a uma pesquisa cuidadosa, servindo ao leitor as opiniões das várias tendências filosóficas e científicas que pontuaram de luz a sabedoria humana ao longo dos tempos. Uma obra de boa e reta intenção, sem precipitações e principalmente sem conclusões, obviamente impossíveis e indesejáveis num campo de tão delicados conteúdo e contorno.

Ao escolher uma temática desta natureza, ao fazer-nos navegar entre a essência e a existência, das incertezas epistemológicas para as que a escatologia suscita, o autor conseguiu promover o pensamento introspectivo de quem lê, tornando a leitura deste livro num sadio exercício da busca de si próprio e de novas descobertas ou alegrias intelectuais, alargando os horizontes desde o psicológico/individual ao coletivo/sociológico/humanidade. Ao interrogar-se sobre o seu próprio momento entre a origem e o fim, com os escassos instrumentos de complexidade cerebral de que ainda dispõe, o ser humano não deixará certamente de desejar a passagem dum tempo geológico que lhe permita abarcar tudo quanto lhe escapa... Se não vier a destruir a sua própria humanidade.

Pois se é verdade que o Homem aprendeu a dominar a Ciência e a Técnica antes de ter atingido a verdadeira dignidade humana; se é o único ser vivo sobre a Terra capaz de contrariar o terceiro princípio da termodinâmica; se não se capacitar da necessidade fundamental de uma convivência sadia consigo próprio, com os outros e com o ecossistema de que também faz parte - aquilo a que Carl Roger chamou nos anos 60's fenômeno organísmico - nunca a espécie humana viverá o tempo geológico suficiente para compreender as origens e o destino da humanidade que irá destruir, em conjunto com a sua aldeia global, num tempo meramente histórico.

Na contracapa:

Conhece-te a ti mesmo, e conhecerás o Universo e os deuses"
(Inscrição no Templo de Delfos)
Fruto de séria e profunda investigação, serena e intuitiva meditação e objetiva e honesta reflexão, através das quais o autor tentou dissecar os segredos da alma humana, descortinar os domínios secretos da Vida e do Homem e penetrar os mistérios do Universo, esta obra aborda os problemas do Espírito à luz do misticismo de Profetas, Filósofos, Sábios e os até agora ignorados elétrons espirituais, revelados pêlos maiores físicos subatômicos da atualidade, muitos dos quais se vêm identificando com os místicos de antanho, como que a provar o ciclo vicioso que a tudo e a todos acompanha, talvez porque de forma esférica sejam o cérebro humano e o Globo Terrestre, os astros e as estrelas, o átomo e as partículas subatômicas, e, quiçá, o próprio Universo.
Não sendo obra de natureza religiosa e muito menos de opinião, trata-se, isso sim, de um livro de índole reflexiva e expositiva, cujos objetivos primordiais visam informar o(a) leitor(a), e, sobretudo, levá-lo(a) a refletir profundamente sobre os mistérios que ensombram a existência humana, os segredos que rodeiam a Essência ou origem dos Espíritos e os enigmas que à Vida concernem e que aguçam a curiosidade intelectual dos homens superiores, desafiam a intuição humana e agridem as mais lúcidas inteligências, tornando-se fonte de constantes preocupações e indagações ao longo da nossa experiência, enquanto seres espirituais que realmente somos.
Nilton Barbosa Lima (do Parlamento Mundial para Segurança e Paz)

Alguns trechos do prólogo do livro:

com o prólogo (do gr. pro=a favor+logos=exposição, discurso, verbo, texto), temos a intenção de apresentar, esclarecer e explicar o texto, desejando torná-lo mais acessível, claro e compreensível, em especial no que concerne aos assuntos, idéias e conceitos habitualmente considerados complexos e ou de difícil entendimento, pelo que podem bloquear a nossa limitada capacidade de discernir e ou escapar ao campo da nossa inteligência; aos temas metafísicos, que estão acima ou para além da física (Natureza); e, ainda, dos considerados místicos (do gr. Mystikos=misterioso), de natureza especificamente intuitiva, contemplativa e ou meditativa, e que abordam o possível e ou hipotético contato dos humanos com o divino e com os seus mistérios, dogmas e ou enigmas, valendo-se da contemplação e da meditação, através da intuição mística, quando esta busca explicar as "visões" e ou experiências extra-sensoriais e ou da Vida do Espírito.

Ao longo da nossa exposição vamos tentar analisar, clarificar, relatar e definir, primordialmente, os conceitos expressos nos vocábulos título - Vida, Homem, Universo - perfeita trilogia cósmica que guarda semelhança com a Trindade formada pela essência (origem, constituição primeira, atributo fundamental), pela existência (viver de entes e seres), e pela Natureza (physis=conjunto dos seres e do mundo físico), aqui englobadas a natureza do Homem e a natureza da Natureza, bem como os fenômenos físicos e suas causas; acreditamos que os conceitos dos citados vocábulos título apresentam grande analogia com a idéia que a cristandade faz de Santíssima Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - ou ainda com os seus equivalentes dos antiqüíssimos deuses bramânicos - Brama (o Pai), Maya (a Mãe), e Visnu (o Filho) - que são essência, substância e Vida segundo os Upanishad da doutrina bramânica.

Temos plena consciência de que os assuntos aqui abordados são naturalmente polêmicos, mas gostaríamos de encarecer que não nos move qualquer intenção de polemizar, mas tão somente o desejo de debater para esclarecer, de expor para aprofundar e de comparar para optar, pois os temas são apresentados com o objetivo de despertar a curiosidade e o interesse do leitor, no sentido de tentar desmistificar tabus, de estudar crenças e religiões e de - conhecendo-as melhor - podermos alicerçar nossas convicções em bases e dados mais sólidos, onde a intuição mística seja complementada pelo raciocínio dedutivo, para que, através dele e por meio do silogismo, possamos tentar chegar a conclusões lógicas, portanto inteligentes.

O tema - ou temas - da presente obra é, ou são, talvez, os mais profundos de que poderíamos ocupar-nos, porquanto, desde sempre, a preocupação maior de nossos antepassados foi com as nossas origens, com o significado e interpretação daquilo que chamamos nascimento e morte e com o nosso destino após esta, e em especial com o sofrimento humano, mormente com a ansiedade e ou a angústia que, sem aviso prévio, muitas vezes de nós se apodera: a estas o Papa João Paulo II chamou "sofrimento da alma", exclusivo da nossa espécie ao longo do percurso dos homens na Terra; tal sofrimento tem muito a ver com a especulação dos crentes acerca da chamada vida extra-terrena ou eterna, e muito especialmente com a intranqüilidade ou insegurança provocada pelos primitivos mitos de céu ou paraíso, inferno e purgatório.
(...)
Acerca do título da obra - A Vida, o Homem e o Universo - urge explicar que se trata de três vocábulos de conceitos convergentes, porquanto a Vida inclui todas as vidas (em todo o Universo), quando o Homem engloba todos os homens (passados, presentes e futuros), ou seja a Humanidade, com o Universo abarcando o todo material e espiritual que são as vidas da Vida, que dele procedem para encarnar nos homens, e à Natureza retornam após a desencarnação; deste modo, estamos em presença de uma Trilogia interdependente e ou complementar, quando as três partes compõem o todo, quando o Microcosmos se aglomera e ou aglutina para formar o Macrocosmos, ou seja, quando as partículas elementares se vão juntando para a incorporação, perfeita, contínua e permanente evolução renovadora dos seres, cuja aparente matéria será fruto da atuação conjunta das quatro forças universais conhecidas: forças nuclear forte, nuclear fraca, eletromagnética, e gravítica.

Relativamente ao Universo, impõe-se-nos que o tentemos enxergar como incomensurável - como supomos que realmente é - composto de sistemas "provavelmente formados ou criados à imagem e semelhança do Sistema Solar", gigante sideral por sua vez também "desenhado" segundo o modelo do átomo, cujo núcleo equivaleria ao Sol, e cujos elétrons corresponderiam aos satélites, pois, como estes, giram em torno do núcleo, quando tudo e todos seriam compostos por matéria altamente concentrada, quem sabe talvez apenas energia que ainda confundimos com matéria. Neste nosso Universo - que continua praticamente desconhecido, "comandado" pelas citadas "grandes forças'' a que pensamos dever a sua harmonia, o seu equilíbrio, o seu funcionamento, talvez mesmo a sua existência - nada acontece por acaso, pois todos os fenômenos ditos naturais têm suas causas específicas, mesmo que por nós ignoradas; e se avançarmos em hipóteses e elucubrações, raciocínios e explicações, teses e conclusões, decerto acabaremos valendo-nos da nossa intuição mística que nos guiará no caminho já seguido pelos grandes místicos, fundadores de velhas religiões e ou de sérias teorias filosófico-morais.

É, pois, de tais seres e temas, conceitos e problemas, idéias e sistemas que vamos tratar, com seriedade mas com muita humildade; com determinação mas com profundo respeito; com objetividade mas sem qualquer tipo de preconceito; e, finalmente, com a melhor das intenções e com a mais rigorosa honestidade intelectual, apesar de sabermos - como muito bem sabemos - que a inteligência humana tem seus limites, que o domínio da língua é precário e que a linguagem escrita se presta a mal entendidos, incompreensões, distorções, erros e mesmo a contradições, falhas que aqui decerto existem, já agora assumimos e pelas quais definitiva e pessoalmente nos responsabilizamos; no que respeita às nossas limitações - por demais evidentes a quem tiver a bondade de ler o presente trabalho - delas temos uma rigorosa noção e para elas solicitamos generosa compreensão. É pois com sincera humildade, mas com muita esperança, que passamos a desenvolver os temas que nos propusemos, certos de que - em maior ou menor grau, e em circunstâncias favoráveis - alguma utilidade, proveito ou benefício poderão os nossos leitores obter deste trabalho.
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Fontes:
- VERDASCA, José. A vida, o homem e o universo: ensaios crítico-analíticos. São Paulo: Scortecci, 2006. (contracapa e pp.25-27, 33,34).

Um comentário:

Antonio Justo disse...

Parabéns pelo seu empreendimento!
Alegrou-me a sua refer^encia às trilogias miticas. Estou a preparar um livro sobre a trindade, como nova forma de percepcionar o mundo.
Atenciosamente,
António Justo
Um abraço justo
António Justo