sábado, 7 de fevereiro de 2009

Antonio Roberto de Paula (Amores de todos os matizes)


Tento escrever. Está difícil. Procuro inspiração nos escândalos envolvendo gente graúda da cidade. Deixo de lado. Já disse e já disseram quase tudo. Se for colocar mais algumas linhas sobre isso, tenho quase a certeza de que vou ser repetitivo.

Procuro pôr no papel algo sobre o amor. Penso num amor específico. O de mãe, por exemplo. Não, não... É matéria vencida. Seria cair no lugar comum falar da mãe. Afinal, não conheço um único ser humano que não ame a mãe com todas as forças. Mãe, me desculpe, mas falar do meu amor pela senhora não dá ibope.

Busco então o amor pela mulher. Aquele amor que movimenta o espírito e o físico. Não posso fazer isso. Não tenho a coragem e nem a pretensão de fazer confidências. Além do mais, minha vida sentimental pouco difere da maioria das pessoas.

Vem o amor pelos familiares. Outro amor comum. Apesar dos arranca-rabos com a turma consangüínea, prevalece o amor. Briga-se internamente e dá-se a vida na defesa de um irmão. Quem não tiver uma família com este perfil não é normal. Portanto, falar de amor familiar também não chama a atenção.

Quem sabe falar sobre o amor pelos amigos? Dou uma geral no número de amigos. Começo a peneirar as pessoas com as quais me relaciono e procuro os verdadeiros amigos. Parece que tenho vários. Só parece.

Lembro de algumas decepções que trago comigo e de muitas outras que infringi às pessoas. Percebo que mais sou perdoado do que perdôo. Lembro dos amigos de longa data que se perderam no tempo, dos circunstanciais, dos que chegaram muito tempo atrás e que estão comigo até hoje e dos que chegaram agora e que luto para preservá-los.

Não conseguiria falar dos meus amigos. Além de ferir suscetibilidades ao omitir algum nome que imagina ter a recíproca neste amor, que chamamos de amizade, seria básico porque todas as pessoas são iguais. Os relacionamentos diferem, mas mantêm a essência: são complicados. Se forem simples, os relacionamentos não são importantes.

Desisto de falar de amor. Sei que tenho uma fonte inesgotável de amor e não sei se faço a distribuição correta. Vou falar do amor de Deus. Quero começar agora, mas hoje está difícil escrever. O importante então é sentir o amor de Deus. Nenhuma frase vai poder traduzir este sentimento. Paro de escrever, prefiro sentir.

Fontes:
http://www.tvcm.com.br/da_minha_janela.htm
Pintura = http://pinturadeamor.blogs.sapo.pt/

Nenhum comentário: