domingo, 27 de setembro de 2009

Franzé Matos (Poesias Escolhidas)



Eis que surge o medo da vida e da morte
Sangrando horizontes, busco um norte
Para uma realidade que evanesceu

Perdido estou no apagar da chama
Clama agora uma infinidade de perguntas
Sem resposta! Sem resposta!
Chora o meu mundo interior
Um mundo em quem ninguém mais mora

Aos loucos fui jogado
E os chamei de companheiros
as perguntas do passado?
Fortaleza de um sem sentido passageiro

Sou portador de mim mesmo enjaulado
Busco a luz na noite fria
Para escapar da fugacidade
Da mudança eterna que se anuncia
Mas recrudesce um medo
Medo que não mais queria

As certezas aparentes
Anestesiadas dormentes
Com o tele-transportar para a prisão
Liberta o eu de dentro

Ser frágil e nu na vastidão
Um fiel descrente
Racional demente
De verdades em vão
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Desligado de tudo estou
Sou um contato raro com o fundo
Desnudo de tu estou
Escrevo as loucuras do mundo

Sou a voz que se cala
Quando tu fala
Não o tu outro
Mas tu que tem fala
Que me cala, que me prende
Descrente que ainda existo
Sou teu interior
Puro torpor em revolução
Degeneração do que sempre vias
Pois tudo é aparente
Dormentes segues
Se assim não te guias

Pergunta-me e te respondo
Da-me a mão e te dou um beijo
Mas basta um lampejo
Gracejo de mentiras
E por tempos não te vejo

Mas a vida é reação
Que por me esquecer
Faz-te a cada golpe sofrer
Por buscar verdades
Nas mentiras
Talhadas a sangue, fé e fogo
Mito, religão e filosofia

Feridas viram
cicatrizes de uma guerra interior
Que saram sem nunca desaparecer
Pois basta o medo reaparecer
E sempre estarei lá
“Vem! Sou teu amigo”
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Fonte:
O Autor

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