domingo, 31 de janeiro de 2010

Constelação de Trovas

Constelação de Trovas

É primavera, querida!
Deixemos para depois
as nossas rusgas da vida…
que a vida somos nós dois…
(Alfredo Brasílio de Araújo – Baependi/MG)

Não sei de outro documento
que contenha, em seu teor,
mais vida e mais sentimento
do que uma carta de amor!
(A. A. de Assis – Maringá/PR)

Num enterro de segunda,
houve tanta confusão
que um pedaço da Raimunda
foi por fora do caixão!
(Antonio Carlos Teixeira Pinto – DF)

É verdade, neste inverno,
vou dar tudo a quem não tem,
porque sei que para o inferno
nunca vai quem faz o bem.
(Cecim Calixto – Tomazina/PR)

“Não há bem que sempre dure,
nem mal que nunca se acabe…”
- Por mais que um ser nos perfure,
que nossa alma não desabe!
(Cidinha Frigeri – Londrina/PR)

Todo livro, quando aberto,
é pólen, é flor, é fruto…
fechado: é sombra, é deserto,
é silêncio, é campa, é luto.
(Cyro Armando Catta Preta - Orlândia/SP)

Toda união é perfeita
se, congregando emoções,
além das mãos que ela estreita,
unir também corações…
(Ercy Maria Marques de Faria – Bauru/SP)

Vendo a perua chegar,
pergunta logo a vizinha:
- Querida, que vai tomar?
- Seu marido, queridinha…
(Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes/PR)

Toda vez que a sogra inventa
de minha bóia filar,
eu capricho na pimenta
pra ver a velha chorar.
(João Costa – Saquarema/RJ)

O piolho, por capricho,
por incrível que pareça,
não há no jogo do bicho,
mas sempre dá na cabeça.
(José Antônio de Freitas – Pitangui/MG)

Coração desconsolado,
não podeis esmorecer,
se viver é complicado,
muito mais é não viver.
(Luiz Antonio Cardoso – Tremembé/SP)

Entre os véus da noite, imerso,
insone, em meu travesseiro,
escrevo apenas um verso
e a saudade…um livro inteiro!
(Maria Lucia Daloce Castanho – Bandeirantes/PR)

Quando a foto iam bater,
meu patrício se escondia,
pois…queria aparecer…
…”de surpresa” … pra Maria!!!
(Maria Madalena Ferreira – Magé/RJ)

No momento em que partiste
pranteei minha viuvez…
Foi o trajeto mais triste
que uma lágrima já fez!…
(Maria Nascimento Santos Carvalho – Rio de Janeiro/RJ)

Diz o cinquentão vaidoso:
“Eu sou madeira de lei!”
E a mulher, em tom jocoso:
“Então deu cupim…que eu sei!”
(Martha Maria O. Paes de Barros – São Paulo/SP)

Na trova e no Trovador,
é que se encontram, suponho,
Criatura e Criador
unidos no mesmo sonho!
(Nádia Huguenin – Nova Friburgo/RJ)

Ao chegar em Portugal,
depois da grande conquista,
vendo a sogra em seu quintal,
diz Cabral: “Encrenca à vista!”
(Renata Paccola – São Paulo/SP)
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Fontes:
Boletim Nacional da União Brasileira de Trovadores
2007 – setembro; outubro
2008 – maio; julho
2009 – maio, junho; julho; agosto; novembro
2010 - janeiro

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