terça-feira, 9 de março de 2010

Edson Scabora (Um Mal chamado Analfabetismo)


Eu gostaria de começar com uma pergunta. Uma pergunta muito importante. Qual é o maior patrimônio de um homem? O maior bem, o maior patrimônio que um homem pode ter, é a liberdade.

"Liberdade, essa palavra
Que o sonho humano alimenta.
Que não há ninguém que explique
E ninguém que não entenda".
Cecília Meireles

A liberdade é o nosso maior patrimônio. Mas quanta gente é como o cão que procura um dono.

A liberdade duplica as forças e o valor de um homem, dizia o general francês Dumouriez.

Mas o homem parece não perceber o valor da liberdade, aliás, a liberdade e a saúde se parecem; não lhes conhecemos bem o valor senão quando nos faltam.

A liberdade é tão importante que os romanos podiam tirar a vida de seus filhos, mas não tiravam a sua liberdade.

Companheiros e companheiras, o amor à liberdade deve ser invencível como é a morte; deve ter a sede do infinito; deve ser grande , como grande é o universo.

Gonçalves de Magalhães, o poeta que iniciou o romantismo no Brasil, médico e também diplomata, com uma frase resumiu a importância da liberdade: “que me importa morrer! A vida é nada, a liberdade é tudo!

E ouçam o que José Bonifácio falou sobre a liberdade: “sem liberdade individual não pode haver civilização nem sólida riqueza; não pode haver moralidade e justiça; e sem moralidade e justiça, estas filhas do céu, não há nem pode haver brio, força e poder entre as nações.

E Godwin, um filósofo inglês corretamente escreveu: “a liberdade é a escola da inteligência”.

Mas o que é um homem livre? Quais são as características de um homem livre? O que faz de um homem um ser livre?

"Não me apontes o caminho,
o rumo certo pra chegar ao cimo.
Deixa-me encontrá-lo para que seja
meu...
Não me reveles a mais brilhante estrela,
Aquela que te guia.
Eu buscarei a minha...

Não me estendas a mão quando eu cair.
Em tempo certo, em hora exata,
Eu ficarei de pé...

Não te apiedes de mim.
É minha estrada, é minha estrela,
É meu destino.

Deixa apenas que eu seja.
Sem ti..."
Eliette Ferreira

Livre é aquele que encontra sozinho o seu caminho. E feliz e rica é a nação cujos governantes investem na liberdade dos seus cidadãos, ensinando-os a pescar como disse à 2000 anos o mestre Jesus. E no Brasil inventam o bolsa família, vale gás, salário desemprego...e aos poucos, a nação vai se acostumando a viver de esmolas, e se tornando cada vez mais pobre e o seu povo cada vez mais dependentes e acomodados.

17 bilhões de reais são gastos com o bolsa família eu um ano. Será que este dinheiro todo, aplicado em educação, não traria maiores benefícios para o Brasil.

O que eu sei e posso lhes afirmar, é que em toda a história da humanidade, os países que optaram por dar o peixe, não conseguiram se firmar como nação forte, rica e livre.

O homem sempre se fez prisioneiro de angústias, medos, e culpas. O homem sempre se fez prisioneiro da solidão, da impossibilidade de agir, de padrões pré-determinados. O homem sempre se fez prisioneiro das doutrinas, de normas, de dogmas e das religiões.

Ser livre é essencialmente ter a capacidade de escolha. Onde não existe escolha, não há liberdade. O homem faz escolhas da manhã à noite e se responsabiliza por elas assumindo seus riscos (vitórias ou derrotas). Escolhe roupas, amigos, amores, filmes, músicas, profissões...
A escolha sempre supõe duas ou mais alternativas; com uma só opção não existe escolha nem liberdade. As escolhas nem sempre são fáceis e simples.

Escolher é optar por uma alternativa e renunciar às outras.

E é aqui que nós chegamos ao tema desta palestra.

Livre é aquele que encontra sozinho o seu caminho. Como encontrar o caminho sem o poder que nos dá o conhecimento, a educação.

Como impedir que o meio e os poderosos que nele vivem, lhe roube a liberdade sem o poder do conhecimento, da educação.

Como não ser prisioneiro de angústias, medos, culpas, solidão, impossibilidade de agir, padrões pré-determinados, doutrinas, normas, dogmas, religiões, etc., sem o poder do conhecimento, da educação. Como fazer as escolhas corretas sem o poder do conhecimento, da educação. A educação nos dá o discernimento para fazermos as escolhas corretas. E aí a gente entende o porque dos nossos governantes gastar 17 bilhões em vale disso e vale daquilo.

Como ser uma nação livre sem o poder do conhecimento, da educação. É impossível se construir uma nação forte e livre sem o poder da educação.

De Amicis, um escritor italiano dizia: “uma casa sem livros é uma casa sem dignidade.” E Channing, um pastor protestante corretamente dizia: “agradecido seja Deus pelos livros. Eles são a voz dos longínquos e dos mortos, e nos tornam herdeiros da vida espiritual dos séculos passados.”

O historiador escocês, Hume, certa vez falou: É raro, é muitíssimo raro, que o verdadeiro homem de letras não seja pelo menos um homem de bem”. As letras, diz um provérbio, não despontam as lanças. E Teofrasto, um filósofo grego que viveu por volta de 300 antes de Cristo, escreveu: “o único homem que tem a prerrogativa de não ser estranho entre os estrangeiros, é o homem de letras”.

E também disse De Amicis, que o destino de muitos homens dependeu de ter havido ou não ter havido uma biblioteca na sua casa paterna.

E daí nós podemos concluir, que o destino de muitas nações dependeu da importância que seus governos deram ou não deram à educação.

E hoje o mundo se divide em dois mundos: de um lado o mundo dos países que acreditaram e acreditam na educação e de outro lado o mundo dos países que não acreditaram e continuam não acreditando na educação.

E a que mundo pertence o Brasil?

Porque será que conteiners e mais conteiners de soja, milho, trigo, são trocados por algumas unidades de celulares, carros importados, máquinas para indústrias. E então a cada ligação que fazemos de um celular, estamos enriquecendo ainda mais aqueles que acreditaram no conhecimento. E então, estes países, cada vez mais ricos, compram os nossos supermercados, os nossos shopings, a nossa energia elétrica, a nossa água, e toda a nossa riqueza.

E assim, cada vez, mais e mais conteiners de soja, milho, trigo, são trocados por algumas unidades de produtos de alta tecnologia, fruto do poder do conhecimento e da educação. E assim, nós, os pobres países pobres, e pobres por nossa própria culpa, pois somos nós que escolhemos os nossos governantes, vamos ficando cada vez mais pobres e principalmente, cada vez mais perdendo a nossa liberdade.

E nossos filhos?

E eu então lhes perguntaria: e nossos filhos? como se encontram as habilidades de nossos filhos? Como está a sua escrita, a sua leitura? Será que eles sabem interpretar corretamente um texto qualquer? Será que eles sabem redigir um bom texto? Como eles se sairiam em uma entrevista para um emprego? 75% dos brasileiros são analfabetos funcionais. E os nossos filhos?


Aí então eu lhes faço uma advertência:

Quantas horas seus filhos passam em frente ao computador? Quantas horas seus filhos passam assistindo tv? Quantas horas seus filhos passam jogando vídeo games?

Quantos livros seus filhos já leram durante toda a vida deles?

Constantemente vejo os pais de meus alunos comprarem tênis de marca que custam 600, 700 reais. Constantemente vejo os pais de meus alunos comprarem roupas de grifes, caríssimas.

Dificilmente vejo pais comprando livros para seus filhos lerem. Com o dinheiro de um tênis de marca, daria para os pais comprarem livros para seus filhos lerem, nos 3 anos do ensino médio. Mas quando pedimos para comprarem 1 ou 2 livros, as reclamações que ouço, me fazem crer que o Brasil parece não ter futuro.

Talvez isto explique o nosso país. As suas desigualdades sociais, a sua pobreza. E principalmente os nossos governantes.

E eu quero deixar aqui uma sugestão para melhorar a educação em nossa cidade: valorizem mais o professor. Apóiem mais os professores de seus filhos. Acreditem mais na escola. Entre a palavra do professor e a de seu filho, fique com a palavra do professor. Os professores hoje estão acuados diante de tanta violência por parte de seus alunos. Não há mais respeito.

E como ensinar se a quem eu tento ensinar não me respeita. Ajudem a cuidar da escola, ensinando seus filhos a respeitarem a figura do professor.

Ensinando seus filhos a conservar o jardim, a não rabiscar as carteiras, a não quebrar as vidraças. Ensinem seus filhos a não colocar apelidos em seus amigos. Não incentivem a violência, as brigas na escola. Façam do ambiente da escola um lugar agradável de se estar.

Fonte:
Instituto Progredir. Academia de Crescimento Pessoal e Empresarial.

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