quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Roza de Oliveira (Poemas Avulsos)


PRIMAVERA

Todo ser tem seu tempo de expressão.
Baila a ave se a vida é movimento,
E canta quando a vida é uma canção,
Seja na alegria ou no tormento.

A primavera é um festival de vida.
Da planta sai poesia colorida:
Poesia-flor que transborda docemente
O prazer de ser fruto e ser semente.

Cada flor tem seu verso e sua rima
Nas florestas, nas praças e nas casas,
Do amor é poesia cristalina!

E na expressão que vitaliza esse planeta
Se, de repente as flores criam asas…
Não é verso-fantasma! – é borboleta!

VERSOS LIVRES

INSTANTÂNEO

Sempre que me inauguro
em teu sorriso
sinto tocar de leve
o Paraíso

METAMORFOSE

Dentre as setas
com que me feres
eu forjarei a Agulha
com que bordarei a tela
da minha noite escura.
Nela tecerei
a Estrela que nos guia
com mãos de ternura

RELÓGIO DE SOL

Relógio de sol
Eu sou.
Nuvens e trevas
Rejeitando vou…
Só registro as horas
Em que o sol brilhou

CASA ONÍRICA

Bem no pico dos meus sonhos
construí minha morada,
sem paredes, sem telhados,
sem limites nos seus lados.

Bem que o telhado varia.
Varia conforme o dia:
há telhado de gaivotas,
de estrelas, de andorinhas!

Minha cama é uma nuvem,
minha mesa - a lua cheia.
O vento - é o meu cavalo!
Sou turista do infinito!

RELÂMPAGOS DIVINOS

Relâmpagos luzindo em noite escura
em seus corcéis de luz aurifulgente,
anunciais de forma rica e pura
um mágico saber - clarividente!

Telegramas de luz cuja linguagem
computador nenhum pode gravar
e, presciente dessa luz-imagem,
só o poeta a sabe decifrar.

Bendito seja tal conhecimento
que em seus raios de luz, força e verdade
emerge dos arcanos de uma alma.

E, assim sendo, relâmpagos divinos
trazeis da criação a tempestade
que me compensará com paz e calma.

Nenhum comentário: