sábado, 11 de setembro de 2010

I Concurso de Poemas Cultura Revista, tema Primavera (Classificação Final)



Nesta edição, estamos divulgando a relação dos vinte primeiros classificados do “I Concurso de Poemas Cultura Revista, tema Primavera”, conforme previsto no regulamento.

A entrega dos prêmios está prevista para 24 de setembro de 2010, em razão de estarmos no início da Primavera. Local e horário serão divulgados, até trinta dias antes da data prevista para entrega, aqui na Cultura Revista.

Mais informações podem ser obtidas solicitando via e-mail
redacao@culturarevista.jor.br ou via telefone 0..27 8155-3446.
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CLASSIFICADOS ATÉ O 20º COLOCADO

1º –
Luiz Antonio Cardoso (Taubaté/SP)
CHEGASTE...

Chegaste em meu destino, de repente,
com poucas palavrinhas, a sorrir.
Chegaste no meu mundo e docemente,
fizeste a minha vida refulgir.

Chegaste, completando o meu presente...
traçando com detalhes meu porvir.
fazendo renascer, efervescente,
a vida - que queria inexistir !

Chegaste, numa noite irretocável,
alimentando sonhos magistrais
de um tempo de carícia incomparável.

Chegaste... e amanheceu neste jardim...
e aquele que era triste? Não é mais...
fizeste florescer dentro de mim !

2º –
Rosana Banharoli (Santo André/SP)
ESPERA

Pendurada no tempo,
Balanço entre outonos
À sua espera

Você, verão
Desperta em sóis
Apresenta-me à vida

Fechada em passados
Eu, gris
Em invernos

Você, primavera
Planta futuros
Em Viagens

No recorte das estações
Nos encontramos
Na zona de confluências
Embebidas em fotografias


António José Barradas Barroso (Parede/Portugal)
PRIMAVERA EM FLOR

Mostrando, muito leve, um tom de rosas,
Todas brancas, algumas mais lilases,
Ondulam, com a brisa, tão formosas,
Que os olhos, de as deixar não são capazes.

Essas flores que brotam, tão vivazes,
Tão belas, tão puras, tão vistosas,
Em momentos de vida tão fugazes,
São só belezas de alma, milagrosas!

E enquanto tronco e ramo sem mais nada,
A amendoeira só vive esperançada
Na rima das flores que não se queixam;

Que nascem por amor, com alegria,
E que, ao morrer, dão lições de poesia
Nos frutos que, afinal, elas nos deixam!


Eduardo de Paula Nascimento (São Paulo/SP)
AS QUATRO ESTAÇÕES

“Desejo-te o amor no universo
Disperso em cada etéreo sonho humano
E por mais que pareça controverso
Desejo gritar bem alto que eu te amo

Desejo uma paixão tão elevada
Que a estrela mais distante alcançaria
Mesmo a deusa mais linda e desejada
Ser você, ao deus do amor, imploraria

Desejo que nosso amor seja eterno
Em todo ano, em todas as estações
No outono mágico, quente no inverno

Na primavera forte em emoções
E no verão, no calor dos seus beijos
Desejo que me guardes seu desejo”


Denise Moraes (Vitória/ES)
PRIMAVERA

É primavera
teço uma tela.
Pinto os frondosos ipês,
que já estavam a minha espera.
Os pincéis, as tintas...
Aguardavam a inspiração na quimera.

Os ipês amarelos
iluminam,
ofuscam
e roubam a cena

A cor amarela
sente - se a mais bela.
Envaidecida
causa fuzuês,
ansiosa,
para ter vida na tela.

ganham vida os ipês amarelos,
reluzentes como ouro.

Ao desabrochar,
seus cachos despontam
confundindo - se com o raiar do sol.
Iluminando a madrugada que adentra
umedecida pelo orvalho,
o seu perfume vem exalar.

Silenciosa chega a aurora!


Nilton Silveira (Porto Alegre/RS)
SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA

Em carruagem de estrelas,
Num tilintar de magia,
Desabrocha a Primavera
Ante o castelo da Vida
Que com festejo celebra
A sua digna chegada.
Para a entrada triunfal,
O tapete que a enobrece
Não é de carmim veludo,
Mas a terra que se doa
E dadivosa a abençoa
Em sua divinal missão
De, por onde quer que passe,
Deixar rastros de empatia,
Respeito e aceitação,
Todos ornados de flores
Que deem ensejo ao milagre
Da olorada beleza
Que estabelece a nobreza
Na evolução do humano
E atrai os seres alados,
Das borboletas aos anjos.
Ao toar de clarinadas
Escancara-se o portal
E adentra a Primavera,
Que luzente ascende ao trono
Onde Ígor Stravinski,
Com fato de Sinfonia,
Cinge-lhe a fronte com poesia
E a consagra rainha.


Ivan Frederico Lupiano Dias (Londrina/ PR)
PRIMAVERA E UM QUERER

Primavera
Que aos olhos dela
Me conduz
Em uma caravela
Para dentro dos olhos dela
Onde outra primavera
Se reduz
A um verde tanto verde
De um verde que não me lembro
A não ser o de setembro
De um certo dia
Que traduz
O seu ver de fantasia
Um verde que eu sabia
Ser o ver de do olhar dela
Um verde de aquarela
Que reluz
Como uma estrela que revela
O caminho da primavera
Para o verde do olhar dela
E me seduz!


Solange Firmino de Souza (Rio de Janeiro/RJ)
SETEMBRO

Um poema-deserto
Vê um oásis
Na primavera florida

Descobre cores
Olores
E o silêncio
Da semente
Rasgando o ventre
Da estação repetida

Um poema-fruto
Brota na ruga
Do tempo
Cíclico


Tatiana Alves Soares Caldas (Rio de Janeiro/RJ)
SAZONAL

Mirava os bosques, de todo sem vida
Em sua existência, um ar sepulcral
Era como um cais, já em despedida,
O vento na face batia, glacial.

Saudoso do estio dos braços de outrora
Dos tempos do vinho, hoje já vinagre,
Contava as perdas, do tempo que chora
Clamava aos céus por santo milagre.

Lembrando o Outono, de folhas caídas,
Chorou pela vida deixada pra trás
Agarra-se às dores, mesmo as sofridas,
Mostrando-lhe tudo de que era capaz.

Percebe, enfim, que, nesse umbral,
Há ritmo, hora, e tempo de espera
Se as sombras trouxeram-lhe a dor hibernal,
Aguarda, risonho, pela Primavera!

10º
Nilson Vieira Moreno (São Carlos/SP)
PRIMAVERA

Eu sinto como fosse um reinício
Que o mundo convidasse o olhar e o ócio
Em setembro, passado do equinócio
Tudo ao fundo das almas mais propício

Beleza se fazendo mais que indício
Desfilando mais leve, doce e dócil
Primavera zelosa, um sacerdócio
Que só finda em dezembro, no solstício

Celebrando estação de mais amores
Assaltam nossas ruas vivas cores
Céu azul, tempo ameno, belos dias

Tantos ninhos, abelhas, girassóis
Sensação que eu e um outro somos nós
Natureza declama poesias.

11º
Regina dos Anjos Sousa Gouveia (Porto - Portugal)
PRIMAVERA

Floriu a magnólia e nem me apercebi.
Por certo nem para ela olhei
eu que, ansiosamente, sempre aguardo que dê flor
e em frente a ela me sento, comovida ao vê-la tão florida.
Floriu a magnólia e nem me apercebi.
Por certo andava distraída com a vida
quem sabe a pensar em ti, que nem conheço
e que, por certo, não mereço,
tão perfeito esse “ti” que imaginei.
Um ser dotado de tão grande perfeição
quiçá nunca existiu em toda a criação.
Estou a pensar na lua e em Galileu
que nela viu crateras e montanhas,
e foi julgado por dizer heresias tão tamanhas
pois no pensar dos homens que o julgaram a lua,
porque celestial, não poderia ter qualquer imperfeição.
E afinal Galileu tinha razão.
Floriu a magnólia e nem me apercebi
mas as flores da magnólia, que eu não vi,
de tão simples e belas, provocam em mim tal sensação
que fico extasiada só de vê-las.
Floriu a magnólia e nem me apercebi.
Não havia mais flores quando para ela olhei.
Também elas não cumprem o ideal da perfeição.
As que ainda restavam, tombadas no chão,
já não eram as flores da minha magnólia
apenas seres em decomposição.
Floriu a magnólia e eu não vi.
Fico à espera do pré- dealbar da nova primavera.

12º
Reginaldo Costa de Albuquerque (Campo Grande/MS )
O IPÊ

Sob a esfolhada pele dos teus ramos
fomos os mais ditosos dos mortais:
havia em nós, ipê, risos demais,
havia em ti, pesar que lamentamos.

Sobre outonais corolas nos amamos,
e tu que assim nos viste tão sensuais,
do amor às mil volúpias divinais,
invejaste os momentos que gozamos...

Veio a separação que nos surpreende
e assomou-te em regalo a primavera,
que em dourado matiz e aroma, esplende.

E agora, ante os teus pés quanta mudança:
há em ti as flores e o frescor de outra era,
há em nós um pranto, um luto, uma lembrança...

13º
Paulo Tórtora (Rio de Janeiro/RJ)
MAIS UMA VEZ, PRIMAVERA...


Primavera! Eclode a natureza
Numa profusão de ninhos e flores,
Numa pujança de gozo e de amores,
Num frêmito de júbilo e beleza!

Há em cada canto festas e risos.
Há em cada coração, esperança,
E, até onde a vista alcança,
Descortina-se o sol do paraíso.

Sinfonia de casais enamorados,
Amando-se sem pudor ou pecado,
Pelos parques e alamedas dispersos.

E o poeta só, sorrindo, indulgente,
E fingindo não sentir o que sente,
Ilude a solidão, tecendo versos...

14º –
Jayme Cardozo dos Santos Junior (Mogiguaçu/SP)
O JARDIM

Eu quero um jardim na primavera
Com toda sua luz, suas cores
Seu cheiro - cheiros que inebriam
Seu envolver em minh'alma, sua calma.

O jardim, os jardins na primavera
São a prova mais nítida de que há paz
Paz na turbulência, nos espaços sós
Paz que se vê, que quem quer faz.

Qual é a mais linda flor do jardim?
Será enfim que já sabemos ser todas?
Irmãos são o amor e a fraternidade
São um só a humanidade e flores.

Tem que ter chegado a esperada Era
E como a primavera têm seu tempo
O ser racional também tem um vento
Que sopra levando as cinzas; refazendo.

A vida tem que ser mais importante
Do que a morte no centro, no morro
Do que os tanques lá na faixa de Gaza.
A vida é primavera em rebento.

Que seja a Terra então um Jardim
De belas flores e odores suaves
Onde se possa reconhecer não só uns
Mas todos os comuns que nela viajam.

15º
Marisa Helena Carneiro Ribas (Curitiba/PR)
ESTAÇÃO

Suave canto invade a madrugada,
Não é a cotovia de Romeu.
O regional canto ora transformado
em alegre trinado do sabiá
Anúncio que o dia já vem
Colorindo todo o céu
com todas as cores do arco-íris.
O pintor que ora amanheceu
a brincar com as cores,
no céu e na terra
repletos de muitas flores.
Assim como o paraíso,
falado e descrito
nos sonhos dos homens.
É hora de novas vidas
Surgirem na Terra
Na estação do amor.

16º
Tânia Diniz (Belo Horizonte/MG)
FEITO FLOR

Trepadeira
dama-da-noite
em cantos e muros
varanda e escuro
a vida enfeita
e perfuma

germina e apruma
floresce desejos
corpos-deleite
buquês de beijos
mordentes-de-leão

Verdegestação

Em lençóis d'água
alastra, propaga
carícia-folhagem
larga ramagem
cobrindo o leito
em arranjos
de amor-perfeito
Indecorosa
Delírio
Jas em in.
Eu, jardim.

17º
Fernando Catelan (Mogi das Cruzes/SP)
VEM, PRIMAVERA

Vem, primavera, que tanto te anseio,
'inda hoje a esfolar a carne o inverno
Se de minha investidura, vê, eu apeio
é por te adiares em desenlace eterno!

Vem, primavera, que tanto te anelo,
se, ajardinada, vens num riso florido,
'inda cá mui se dê as costas ao Belo,
'inda cá o versejar há tanto, crê, ido!

Vem, primavera, cessa de vez vento,
vento que, impiedoso, rói as vísceras
Traz-nos tua brisa por dádiva, alento,
acende sóis, ora da palidez de ceras!

Tu, ausente, 'inda cá o peito te ama,
o facho de luz que irradias tudo para
Vem, primavera, flor na verde rama,
se verdes são teus olhos, coisa rara!

Vem, primavera, noite ébria de perfume,
'inda lancem garras sobre botão em flor
Se desejo campos cheios de teu lume,
mais ainda és, ó primavera, meu amor!

Vem, primavera, vem em doce vestal,
traja lírios, e nada mais, pois, te cubra
Desce de vez desse teu régio pedestal,
ou deusa caída cá verve, sei, elocubra!

Vem primavera, verdes olhos em diva,
espargindo da Terra vez mais a flora
Se minh'alma da tua, ora sei, se priva,
teu prisco amante vinda tua implora!

18º
Edinan de Almeida Preisigke (Aracruz/Espírito Santo)
PRIMAVERA

Flores de todas as cores e tons
Rosas, tulipas e alecrins.
Flores da primavera
Que enfeitam o jardim

O Beija Flor
Encanta-se com tanta beleza
E agradece ao pai da natureza
Por todas as cores das flores

Os passarinhos
Nos galhos verdes e pequeninos
Constroem seus ninhos.

As borboletas, quase que se perdem
No meio de tantas cores.
Misturam-se na paisagem
Deixando mas linda a sua imagem.

E todos os animais da floresta
Em um só tom, numa só orquestra
Cantam alegres pelo verde que os cerca

19º
Ruth Hellmann Claudino (Dourados/MS)
É SETEMBRO

Abra a janela e veja
Como o panorama se transforma,
O que estava seco e sem forma
Com mito vigor verdeja.

É setembro, é vida, tudo cresce.
É primavera de alegria e paz.
E em cada criatura capaz
É tempo em que o amor floresce.

Natureza, enorme palco especial
Onde impera o verde encanto
Dos pássaros a arte do canto,
Dos insetos a dança espacial.

É hora de conscientização e ação;
Sem plantas tudo fica imundo.
Semeia, para colher neste mundo
Bons frutos e paz no coração.

20º
Lia Abreu Falcão (Pernambuco)
SOL DE PRIMAVERA

Da solitude da sua vida
pressentiu o que era nunca

E pendurou cascas de ovos
no pé seco da umburana

Fez cortinas para a sala
com flor de chitão guardado

No sagrado de sua casa
fincou o sempre de uma rosa

E colheu flores campestres
para alguém vindo dos longes

Trajou-se de branco-lírio
para a ceia derradeira

E viu o mar reluzente
pela luz do Sete Estrelo

E chorou todo o seu pranto
vendo o Sol da Primavera

Que semeia a Vida sempre
com Verdade e Esperança.

COMISSÃO JULGADORA

Rose Vieira Tunala - Poetisa, cronista, delegada da UBT em Cachoeiro de Itapemirim-ES, colunista da Cultura Revista-ES.

Maria Catherine Rabello - poetisa, colunista do Jornal da Cidade On Line www.jornaldacidadeonline.com.br

Andrade Sucupira Filho - jornalista, poeta, cronista, delegado da UBT em Vila Velha-ES, editor da Cultura Revista- ES

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