domingo, 24 de outubro de 2010

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.28)


Trova do Dia

Quis dar-te amor... Sofri tanto
e tantas mágoas carrego
que, hoje, desfeito o quebranto
até o desprezo eu te nego!
THEREZINHA DIEGUES BRISOLLA/SP

Trova Potiguar

Era espinho o seu amor,
mas tinha a flor da ternura;
há tempos morreu a flor
mas o espinho ainda fura.
JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN

Uma Trova Premiada
2010 > Rio de Janeiro/RJ
Tema > CONVITE > Vencedora

Um desencontro, acredite,
o meu passado marcou:
O nosso amor foi Convite
que o destino extraviou!...
HERMOCLYDES S. FRANCO/RJ

Uma Poesia livre

J. G. de Araújo Jorge/AC
NADA MAIS...

Nada mais que isto: sentir em meu corpo
teus braços, como longas amarras
me prendendo...

Chegar... E na boca salgada e vazia
a doçura da terra em teus lábios
a frescura das águas em teus beijos...

Nada mais que isto: depois dos dias inclementes
recolher-me à sombra dos teus cabelos,
e embalar _ como em macia rede - o infinito cansaço
para dormir em teu corpo, como uma criança
em paz...

Nada mais que isto, nada mais...

Uma Trova de Ademar

De tanto não ver chover,
vertendo prantos aos molhos,
fiz uma seca nascer
na cacimba dos meus olhos.
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Meu mundo de fantasias
me faz viver mais feliz!
Finjo ouvir todos os dias,
o que você não me diz!
VERA MARIA BASTOS/MG

Estrofe do Dia

Pelo destino grosseiro
a vida jamais lhe agrada,
se sente a alma picada
tem que ir ao picadeiro,
não pode ser altaneiro
nem tem repouso uma hora,
chagas dentro, rosas fora,
guarda espinhos mostra flor;
misto de alegria e dor,
palhaço que ri e chora.
LOURIVAL BATISTA/PE

Soneto do Dia

Palmira Wanderley/RN
BEM-TE-VI

Todas as tardes, sempre à mesma hora,
vem visitar-me um passarinho amigo...
Canta cantigas que eu cantava outrora,
canta coisas que eu sinto, mas não digo.

De onde ele vem, não sei; nem onde mora;
se lembranças me traz, guarda-as consigo.
Sinto, no entanto, quando vai-se embora,
que a minha alma não quer ficar comigo.

Hoje tardou... Há chuva nos caminhos,
mas chuva não faz mal aos passarinhos
e ele há de vir, a tarde festejando...

Lá vem ele, ligeiro como um sonho...
Canta coisas tão minhas, que eu suponho
ser o meu coração que vem cantando.

Fonte:
O Autor

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