domingo, 17 de outubro de 2010

Alfredo Brasílio De Araújo (Livro de Trovas)


Do galho mirando a água
do riacho que desliza
um sabiá canta em mágoa
vendo um rio que agoniza...

O mar tem lá suas manhas,
faz saltos ornamentais
tenta galgar as montanhas
e beijar Minas Gerais...

Eu descobri contrafeito,
felicidade tardia...
eras o sol do meu peito
que se apagava...eu não via...

Amor é suave presença
que uma ausência não desfaz
quanto mais nele se pensa,
mais presente ele se faz...

Deixo a chave na cancela,
iludo meu coração...
sonhador à espera que ela
retornando a encontre à mão...

Uma boquinha sugando
o seio da mãe querida,
é uma vida festejando
com vinho branco outra vida...

Ela surgiu de repente
na minha vida vazia...
como estrela, lentamente,
fugiu à luz do meu dia...

Num dilúvio de paixão,
despreparados os dois,
vimos nossa embarcação
naufragar logo depois...

Para sempre tu serás
meu trigo, minha videira,
meu alimento de paz,
que colhi a vida inteira...

Tanta graça, santo Deus,
essa menina me passa,
que ao olhar nos olhos seus
os meus se cobrem de graça...

Fonte:
UBT Nacional

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