segunda-feira, 25 de outubro de 2010

João Barbosa (Balaio das Letras)


MINHA MORADA

Encostada ao pé da serra,
Num pedacinho de terra,
Construí minha morada.
Vivo cheio de esperança,
Como vida de criança,
Não desconfio de nada.

Minha casa é amarela,
Bem na frente uma janela
E uma varanda espaçosa.
No meu pequeno jardim,
Um belo pé de alecrim
E muita flor perfumosa.

Uma coisa mui bonita,
Toda tarde nos visita,
Um casal de seriema.
São coisas da natureza,
Num recanto de beleza,
Num pedacinho de Extrema.

Tem muito amor e vida,
Nesta Terra querida,
Que me viu nascer.
É motivo de emoção,
Bate forte o coração
Que o peito faz doer.

EXTREMA

Subi no alto da serra
E não pude me conter,
As belezas desta terra
Que Deus fez pra se ver.

Vi os montes e as matas;
Também os vales e colinas;
Vi montanhas muito altas
E as verdejantes campinas.

Vi também minha cidade
Encostada ao pé da serra;
Quão grande felicidade
No meu coração encerra.

- Extrema cidade querida,
Berço de encantos reais;
Tu és a mais preferida
No Sul de Minas Gerais.

VIDA SOFRIDA

Meu amigo está velho
E muito cansado;
Quanta recordação
Do tempo passado!
Eu perguntei:
- E a sua vida?
Ele respondeu:
- Está muito sofrida!

Há tempos atrás
Eu vivia contente;
Sempre cantava
Muito sorridente;
Chegou a velhice
E a necessidade,
Deixei o sertão
E vim pra cidade.

Procurei meu direito
Na previdência;
Fiz meu pedido
Com certa urgência,
Que me concedesse
O meu benefício;
Pra conseguir
Foi um sacrifício.

Esta é a vida
De um trabalhador,
Que muito lutou,
Derramou suor,
E nunca enjeitou
Serviço pesado;
E hoje só vive
Num banco sentado.

NA SOMBRA DO BOSQUE

Na sombra do bosque
A brisa refrescante
Passa, a todo instante;
E as borboletas multicores
Ruflam as asas, com singeleza;
Saudando a natureza
Por entre as belas flores.

Na sombra do bosque
O garboso bem-te-vi
Pousando aqui e ali
Na ramagem perfumada
Solta seu belo canto,
Que se admira tanto
O caminheiro da estrada.

Na sombra do bosque
Tem pássaros canoros
De cantos sonoros
Com tanto queixume.
A relva florida
Tem beleza, tem vida,
E suave perfume.

HERÓIS DA LIBERDADE

Em terras estranhas,
Distante das montanhas
Desta Terra brasileira,
Muitos foram obrigados
A ficarem exilados
Além da nossa fronteira.

Alguém até inocente,
Longe da nossa gente,
Cabisbaixo e calado;
Enfrentou sério dilema,
Pra resolver o problema
E voltar ao nosso lado.

Os heróis da nossa Terra
Enfrentaram fortes guerras
E lutaram pra vencer;
Em busca da liberdade,
Lutaram com fidelidade
Sem jamais esmorecer.

A nossa liberdade,
Devemos na verdade,
Aos heróis altaneiros,
Que com grande glória,
Alcançaram a vitória
Neste país brasileiro.

Fonte:
http://www.balaiodasletras.com.br

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