sábado, 6 de novembro de 2010

Luiz Hélio Friedrich (Livro de Trovas)


A cada dia que passa,
muda minha realidade,
meus sonhos viram fumaça,
amores viram saudade.

A eternidade me alcança
em quimeras descobertas
nos minutos de uma dança,
se num abraço me apertas.

Contra-senso é eu ter na vida,
Por meu sol os olhos teus,
E ao te olhar, minha querida,
Bem ceguinhos deixo os meus.

Curitibano adotivo,
eu vim cá, para estudar.
Apaixonado aqui vivo;
fiz da cidade meu lar.

Debruçada sobre o berço
do seu querido filhinho
busca a mãe, rezando o terço,
indicar-lhe um bom caminho.

Falhei nesta vida minha,
ao querer ser o teu rei
pois tu já eras rainha,
e escravo teu me tornei.

Mãe é palavra sublime,
e foi sábio o português
não criou outra que rime
com ela nem uma vez.

Meu pai, sisudo e calado,
não me deu muito conselho.
Porém, seu exemplo, honrado,
segue sendo o meu espelho.

Na mulher – delicadeza -
é fraqueza que me intriga;
sendo mãe, é fortaleza
que os filhos pra sempre abriga.

Na renúncia à própria vida
pra gerar os filhos seus,
uma mãe tem, garantida,
outra vida junto a Deus.

O poeta quando canta
a sua dor que é infinda
até a Deus ele encanta:
-Ganha mais dores , ainda!

Para mãe, não há uma rima,
no idioma português,
pois ser mãe é obra prima,
- foi assim que Deus a fez.

Por seguir a vida afora
sem haver nenhum tropeço,
agradece à mãe, agora,
o filho por seu começo.

Qual o filho mais querido
aquele que a mãe mais gosta?
Se existe algum preferido?
Nem ela sabe a resposta!

Quem não se importa onde pisa,
na escalada desta vida,
sobe muito mas desliza
e escorrega na descida.

Quem tiver filhos pequenos
por força há de cantar:
quantas vezes as mães cantam
com vontade de chorar.

Quisera que o mundo visse
meu ar de felicidade
assim que você me disse:
“Namoro” – e não: “Amizade”.

Saudade, nem sempre triste,
traz lembrança de um ausente
que de longe ainda insiste,
em se dar como presente.

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