domingo, 19 de dezembro de 2010

Antonio Brás Constante (Perdendo o Medo de Papai Noel)



Lucas não gostava do Natal, pois morria de medo daqueles velhinhos que ficavam nas lojas, vestidos de vermelho e com barbas brancas, que pegavam crianças no colo e lhes desejavam feliz natal.

Seus pais se esforçavam para que ele perdesse aquele medo injustificado pelo bom velhinho. Tentavam demonstrar de todas as formas que o Papai Noel era camarada, amigo das crianças e muito bondoso até com os animaizinhos do bosque encantado de Natal.

Diziam que ele sempre vinha à noite. Com um saco cheio de presentes. Entrava furtivamente nas casas quando todos estavam dormindo, e preparava belas surpresas para a família inteira, pois ele era a personificação do espírito natalino, algo maravilhoso e que não deveria ser temido e sim glorificado.

O Natal foi se aproximando, e aos poucos Lucas foi perdendo o medo. Mas ainda assim não acreditava que aquele tal de papai Noel existisse. E foi assim, todo desconfiado, que foi dormir na noite da véspera do dia 25 de dezembro.

Acordou de madrugada, com um som vindo da sala. Foi caminhando bem quietinho até lá para ver o que era aquele barulho. Para seu espanto, viu aquela figura de barba branca, roupa vermelha e com um saco cheio de coisas nas costas.

Ficou ali olhando para ele sem acreditar. Foi quando o estranho vulto, sentindo a presença do garoto, lhe deu um belo sorriso junto com algumas balas de iogurte. Dirigiu-se para a janela aberta e saiu por ela, sumindo na noite.

A partir daquela data, Lucas não teve mais medo de papai Noel. Já os seus pais que ficaram a noite inteira amarrados, amordaçados e trancados dentro do banheiro (enquanto o “bom velhinho” lhes roubava a casa), passaram a temer as noites de Natal.

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