sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mariinha Mota (Caderno de Trovas)


Mesmo que a mágoa te açoite,
não te entregues ao sofrer,
pois o fim de cada noite
traz sempre um amanhecer.

Vede: o rio de ondas de ouro,
vindo de plagas amenas,
foi no próprio nascedouro
um fiozinho de água apenas...

Nunca tente amaldiçoar
todo o vozerio alheio.
De gente má a gritar
o nosso mundo está cheio.

Se guardaste com esperança
muitas riquezas humanas,
reparte tua abastança
aos que gelam nas choupanas.

Aproxima-te do bem,
procura-o com decisão,
e verás fulgir, além,
a suprema perfeição

Reparte, com amizade,
a prece, a comida, as vestes.
São juros da eternidade.
São dividendos celestes.

Os laços indestrutíveis,
que reúnem corações,
são, geralmente, invisíveis:
nascem só das emoções!

A bondade é flor que encerra,
no mundo, o maior troféu,
daqueles que, aqui na Terra,
vivem voltados pro Céu.

Nasceu na Terra a Bondade,
por ordem do Criador.
Tem por mãe a Caridade
e tem como pai o Amor.

Eu procuro, com freqüência,
desparzir o bem, a luz.
Sei que o fruto dá notícia
da árvore que o produz.

Quando vejo um passarinho
voltando para o seu ninho,
sinto uma dor muito aguda:
saudade do meu filhinho.

Vi, agora, um beija-flor
beijando uma linda rosa!
Lembrei-me, com grande dor,
do meu filhinho, tão prosa!

A diferença do olhar,
do homem que ama de verdade,
é como a brisa do mar
logo após a tempestade...

Recebe de alma serena
todo o golpe que te doa.
Opõe à voz que condena
tua paz serena e boa.

Como é bom sentir o vento,
ver árvores generosas,
ver astros no firmamento,
ouvir canções, ver as rosas.

Sempre, em tudo, o morticínio,
vê o homem bruto, em ânsia;
tendência para o extermínio
é suprema ignorância.

Há tanta gente vibrando
para que a vida me vença
que às vezes, fico pensando:
Ah! Se não fosse esta crença...

Se neste mundo mesquinho
nos tratarem com motejo,
tornar-nos-emos arminho
aproveitando este ensejo.

Toda esperança é qual lume
cheio de luz e calor,
é o mais dulcido perfume
que minora a nossa dor

Guarda no teu coração
a fé viva e a esperança
é da resignação
que nasce toda confiança.

Sempre que o véu da tristeza
ensombrar teu coração,
repara, quanta beleza
está ao alcance da mão!

Os laços indestrutíveis
que reúnem corações,
são, geralmente, invisíveis
nascem só das emoções!

És, Brasil, meu ar, meu pão,
o meu templo, a minha escola,
és Pátria do coração
que Deus me deu por esmola.

Ó minha alma insatisfeira,
na escuridão que te alcança,
ante a noite contrafeita,
ergue a tocha da esperança!

Fontes:
Jose Ouverney http://www.falandodetrova.com.br
http://mariinhamotapoeta.blogspot.com/

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