sábado, 19 de março de 2011

Caldeirão de Poesias


Daladier Carlos
SUPER LUA-CHEIA

Ó iluminada e atrevida Lua,
Quando nos arrepia os pelos e
Balança terna ou ferozmente
Corações sofridos ou valentes!
És o corifeu do amor, eterno amor,
Força que corre entre apogeu e perigeu.

Tens, decerto, o brilho feminino,
O olhar sereno da amada que espera,
À semelhança dos amantes nas sacadas,
Quando os sonhos se perpetram sem amarras
E o enlevo tépido de corações encantados
São a valsa na pista em louco rodopio.

Jamais terias relação com a morte,
Se te invocam, corações e mentes,
À desejada e necessária sorte.
És um astro em torno da terra,
Satélite bendito, beleza e recato
Do muito que juraram aos teus pés.

Em algum lugar do passado,
Damas e cavalheiros suspiraram,
Nas madrugadas vadias de beijos e abraços,
Antes que a manhã, sorrateira, despontasse
Para despertar os deveres dos ofícios,
Até que novamente ela surgisse!

Neusa Maria Travi Madsen
POESIA I

Desenho as palavras,
na intimidade de meu canto.
Que encanto !
Bordo as letras em telas coloridas,
confecciono flores com meus sonhos,
enfeito com minha saudade,
arremato tudo com minha esperança.
Ornamento cada verso
com minha ternura,
e com enorme carinho.
Igual a folhas caídas,
solto-as ao vento,
no infinito...
Algumas maiores,
outras menores,
algumas coloridas,
outras desbotadas...
As verdes, cheias de esperança;
as amarelas, repletas de saudade;
as cor de rosa, cheias de sonhos;
as azuis, repletas de amor;
as vermelhas, com muita paixão;
as incolores, com dor, revolta,
silêncio e desilusão...
Todas contém um pouco de mim...
Todas ficarão como marcas.
Marcas do que fui,
marcas do que sou.E do que serei ?
O amanhã será quando a primavera chegar...
É na beleza do colorido das letras
e no perfume das flores,
que acalento meus sonhos,
para continuar a desenhar palavras,
e compor versos,
que se transformam em poesia...

Neusa Maria Travi Madsen
POESIA II

P alavra que sai da alma,
O rnamentada com encanto e ternura.
E xpressa amor, saudade, paixão e amargura,
S ilêncios, emoções, calma e sonhos especais...
I nspira beleza em forma de versos.
A rte de tornar os sentimentos imortais !

Adozinda Aguiar
A ALMA DO POETA

Livre pássaro é a alma do poeta
que viaja incansável pelo tempo
e nos templos da vida se completa.
Pelas várzeas,prados,montes
e enseadas
regenera seu traço
vai à solta
pelas manhãs de sol,
rubro porvir
cálidas tardes
frias madrugadas.
Nada a contém:
a vida . a morte
a mão que fere
a que é ferida,
tem importância igual
em seus tratados.
Alma indomável
em sacrossanta fúria
Tormento doce,com que escraviza
o sonho de quem trouxe a esta vida
o dom apaixonante da POESIA !

Adilson Cordeiro
P O E T A

Você Poeta,
Renova a nova
Nos versos e prosa
Cantando dor e amor!
Poeta é um carinhoso
Vigia, é guia dadivoso
Para o solo dos amantes
Com seus gritos incessantes!
Mas Poeta também não tem paz
É coisa de outro mundo, capaz
Noite vira dia, claro, penumbra
Muda o rio, o mar, o cais, refaz!
Poeta ainda é gozador:
Folha seca vira flor
Profissional, amador
Dólar fica sem valor!
Poeta, um infeliz
É inquieto na raiz
Quer mudar o matiz
´Inda pergunta o que eu fiz?
Poetinha, seu safado
Fale sério, pegue o arado
Vá trabalhar ligeiro, oriundo
Deixa de ser vagabundo!
Este poeta está só caçoando
Eu vivo sorrindo e cantando
Na chuva, no vento e no céu
Faço banquete de pastel!
Mas, Poeta, cachorrinho
De mansinho, se você um dia morrer
O mundo vai desacontecer
Porque ele não é mundo sem você!!!

Lustato Tenterrara
"COMO FAZER UM POEMA DE AMOR VERDADEIRO"

Para fazer um poema de amor
é necessário que o cristão, ateu ou judeu
mostre o que tem dentro do seu coração.

É necessário que dentro desse peito, dilacerado
haja uma dor de amor.

Uma dor que de lá, nunca sairá. Nunca!

Mas para fazer um Poema de Amor Verdadeiro
há que esta dor, no peito dilacerado,
a cada dia, dilacere o peito um pouco mais.

Não assim um pouco, como um ou dois anos, não!
Um Poema de Amor Verdadeiro nasce quando
do peito dilacerado, sangre, e nunca estanque.

Há de ser uma dor vivida a cada hora, de cada dia,
por um tempo sem fim.

É necessário que o Eu-Lírico do poeta
arranque poemas de cada flor, beija-flor,
de um taturana ou de uma pedra ou marca no chão.

Que faça poemas para canetas perdidas;
um cachorro que alguém -- de perto -- pra longe o levou;
Até algum poema para um alguém -- de perto -- que
pra longe levou um Note-Book repleto de poemas,
apenas para quebrá-lo ao chão, ou jogá-lo no rio.

É necessário que uma criança chorando
desperte no poeta uma dor de amor;

É necessário que do peito do poeta,
a cada minuto, sinta a falta daquele amor jurado verdadeiro;

É necessário que o tempo do poeta pare
no versejar de um canário, ou no borbulhar
da água de uma cachoeira, onde, um dia, fez amor;

E para que o poema seja - de fato - um
Poema de Amor Verdadeiro
é primordial que o poeta sofra a maior das dores de amor
que é aquela dor que apenas ele percebe.
A dor de saber estar perdendo a outra sua metade;
e perdendo-a para sempre; para o nunca mais;
e que essa perda seja sentida por todos os minutos e segundos;
por todas as horas do dia;
e por todos os dias do ano;
e por todos os anos, daquele dia em diante.

Depois, para que saia o poema do verdadeiro amor
há que esses anos sejam muitos,
quem sabe uma ou duas décadas,
que muitos poemas tenha feito para flores, fadas, musas,
até que um dia, sem que perceba,
encontre -- numa nuvem por sobre o luar, e no nascer do dia, --
aquele poema de amor que se encontrava perdido:
aquele Poema de Amor Verdadeiro.

Depois de o ter escrito, o seu Poema de Amor Verdadeiro,
para o poeta não haverá mais dúvidas:
A cada segundo do dia
descobre -- para qualquer lugar que olhe, -- uma poesia.

Rozelia Scheifler Rasia
PALAVRAS DE POETA PARA POETA

Para o poeta, todos os sons são rimas de amor,
todas as palavras são pontes que interligam emoções!
A poesia é o universo do poeta.
A palavra do poeta nasce do sentimento, da emoção,
da ânsia de viver, de amar e de ser amado!
O amor do poeta é ilimitado, incondicional.
O poeta não se prende à convenções,
à expectativas, ao tempo ou ao espaço!
O poeta ama a espera, o encontro, o reencontro, a despedida,
ama a estrela, a lua, o sol, o mar, o céu.
ama a lembrança da infância, o presente, o futuro!
O poeta ama o amor!
Para o poeta, cada olhar, cada beijo,
cada toque são sinfonias da vida!
O poeta leva o infinito no olhar.
O coração, a alma, o corpo, o ser do poeta
O poeta inventa e traduz símbolos e códigos da sensibilidade e da paixão.
O dizer do poeta nasce da palavra do outro,
do olhar do outro, do desejo do outro.
O poeta é um mundo de "eus' e "tus".
A palavra do poeta é o espelho da sentimentalidade.
O poeta sabe ir e voltar de labirintos que outros jamais sonham existir.
Para o poeta, o simples e o complexo são peças do mesmo quebra-cabeça.
O dicionário do poeta tem mais palavras,
A palavra do poeta tem mais significado.
A saudade do poeta é mais intensa.
A noite do poeta é mais escura ou mais estrelada.
A solidão do poeta é maior.
A paixão do poeta é mais vibrante.
Para o poeta, inferno e paraíso são olhos-amantes.
O poeta vê além do horizonte.
O poeta sente o pulso do mundo,
beija a boca da ilusão.
O poeta escreve no invisível e
lê a mão do destino.
O poeta desenha a silhueta do amor nas linhas do tempo.
Para o poeta, o efêmero e o eterno, a vida e a morte,
são mais que antíteses.
O poeta diz, desdiz, contradiz.
Análise e síntese são fragmentos da alma do poeta.
Poeta e poesia são faces da mesma paixão.
Sou poeta, vejo o mundo com os olhos da poesia!
Deus fez a natureza em poesia.

Carlos Lúcio GontiJo
ALDEIA CAPITAL

Meço infinitos entre concreto
Num secreto desejo de abolição
Como rio que sonha cachoeira
Meus olhos voam na poeira das ruas
Senzalas nuas da injustiça social
Crucificando braços, erguendo escuridão
Paisagens e laços da construção capital

Roldão Aires
CABELOS LOIROS

Olhos azuis, claros.
Cabelos de um loiro,
brilhante.
Eras a luz que brilhava
pelos salões, radiante.
Beleza de raro encanto
a todos a atenção prendes.
Tens um jeito tão doce,
és um sonho constante
de todos que a ti,
se rendem.
Lembra que existe alguém,
que sei, não pensares muito,
alguém, que só a ti quer,
e nunca nada te disse, porém,
jamais te esqueceu.
Quando por acaso puderes,
procura poder lembrar
desse alguém, que sou eu.

Daladier da Silva Carlos
FALA, POESIA!

Poesia! Traga para fora
A voz que me sufoca
Ou antes, me impele
A correr o mundo,
Ampliando os sonhos,
Recortando as letras,
Esmiuçando o espírito,
O subterrâneo da palavra,
Pensando, talvez, encontrá-la
No fim do túnel, se não for
Algures, a estrada conhecida,
Aquela onde pisei as dores,
Finquei rancores atrevidos
Nas tormentosas horas de escárnio,
Quando os desejos travaram, juntos,
A encarniçada luta para fazer a mim
Viver o que pudesse, quem sabe aquilo
Que, enfim, sobrasse da batalha,
A louca campanha de conhecer além,
Rasgar, se possível, o teto do mundo,
Na desesperada tentativa de ver adiante
O que se esconde, ou se guarda para sempre
Como um cruel segredo da frágil existência!

Rogério Miranda
O AMOR DO POETA PELA PAZ

Poeta sua realidade é uma fantasia
e sua imaginação é real e vive
no mundo encantado dos versos,
suas lagrimas brilham
quando sua poesia encanta
o reino do amor...

Poetas têm os pensamentos
alem de onde ele pode chegar
e quando a presença do poeta
se encontra perdido
nascem poemas de paz...

O poeta escuta a canção das vozes dos anjos
e dança com a lenda das flores
que foi eleita a musa do poeta apaixonado
por sonetos perdidos no horizonte
da inspiração...

O poeta é discípulo da liberdade
de expressão, seu compromisso
é com a verdade da igualdade,
sua crença á fé, suas orações
são universal de onde nasce
o amor pela paz...

Fonte:
Poetas del Mundo

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