quinta-feira, 17 de março de 2011

Carnaval em Versos (Organização de Heloísa Crespo) Parte III


Organização: Heloisa Crespo
Campos dos Goytacazes/RJ.
heloisacrespo@gmail.com
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Sonia Vasconcelos

A vida, palco ilusório,
cada qual se faz artista...
E Momo em seu repertório,
agrada a perder de vista.

Carnaval: corso, confete,
serpentinas no ar, no chão...
Colombinas bem coquetes,
Arlequins em profusão!
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José Lucas de Barros

No desfile da avenida
já perdi a fantasia,
mas no carnaval da vida
sou folião da poesia.

Maria Virgínia Claudino

Nesses dias de folia
Todos podem se alegrar:
Quem brinca, quem fantasia,
Quem fica pra descansar...

Cidinha Frigeri.

Sim, abraços coloridos
de serpentinas envoltos,
nos salões bem construídos
com confetes bons e soltos...

Olympio Coutinho

No Carnaval, meus amores,
eu busco outros carinhos:
o remelexo das flores,
o canto dos passarinhos.

Carlos Augusto Souto de Alencar

Carnaval, festa bonita,
mas não custa sugerir:
não abuse da "birita"
se você vai dirigir.

José Fabiano

Em nossa vida normal,
não há muita hipocrisia?
É durante o carnaval
que se tira a fantasia...

Laérson Quaresma

Dos folclores da Nação,
este aqui não tem rival,
causando espanto, emoção:
"festança do Carnaval!"
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Amilton Maciel Monteiro
MINHA FANTASIA


Eu brinco o Carnaval só com você,
Vestida de cigana ou colombina;
Seu eu for com outro alguém, não sei por que,
O meu entusiasmo desafina!

A minha fantasia “démodé”,
De traje de capiau e até botina,
Espero não causar nenhum auê
Em meio dessa gente tão grã-fina!

Não consegui comprar meu abadá,
O uniforme caro dos baianos,
Se eu não for de caipira então não dá...

Com essa vestimenta já faz anos
Que eu brinco em quase todo Carnaval.
Tomara que você não leve a mal!
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Armonia Gimenes de Salvo Domingues
“QUANTO RISO, OH, QUANTA ALEGRIA”

Carnaval no interior. Quanta saudade!
Ainda menininha ganhava meu lança-perfume.
Só os amigos seriam batizados por ele,
Para os demais um lança água de cheiro
Desempenhava a função e era
Inofensivo para o bolso dos pais.

Hoje o instinto maléfico se soltou e desandou
A receita da inocência carnavalesca.
Agora lança-perfume adulterado
Faz ver o sol nascer quadrado.
Os palhaços pintavam o rosto e seu lado lúdico fazia rir.
Hoje são lobos travestidos de palhaços para tumultuar.

O tempo era mais honesto e paciente até com o pierrô
Entre “riso e alegria” ele relembra à sua colombina
“Foi bom te ver outra vez, está fazendo um ano,
Foi no carnaval que passou, eu sou aquele pierrô
Que te abraçou e te beijou, meu amor...
Vou beijar- te agora, não me leve a mal, pois é carnaval”.

A delicadeza entre seres tão diferenciados
Só faz aumentar o respeito mútuo, o que se via
Até nos dias de Rei Momo de outrora,
Hoje os carnavais se prostituíram em bacanais.
Se fosse só saudosismo seria uma dor só do poeta,
Pena é que se tornou fatalidade.
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Nilton Manoel

O coroa num salão
faz o carnaval da vida;
e o jovem com emoção
quer a farra da avenida..

Meio-dia...quarta feira,
com os meus passos ranzinzas,
no trabalho, que canseira...
estou coberto de cinzas...
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Paulo Walbach Prestes

Meu cordão da poesia
vai unido com o seu,
pelas trilhas da magia...
e no sonho de Orfeu.

Que saudade dos confetes,
serpentinas e pierrôs,
colombinas, marionetes,
das vovós e dos vovôs.

Fonte:
Heloisa Crespo

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