sábado, 25 de junho de 2011

Ialmar Pio Schneider (Verso Xucro II)


E no próprio mate amigo
és consolo na saudade,
lembrança doce que invade
este peito de índio macho,
os recuerdos de muchacho
que não voltam nunca mais,
o convívio com meus pais,
com minhas manas e manos
e os meus tristes desenganos
que já ficaram pra trás.

Da boiada o berro xucro,
dos passarinhos o canto,
da china o suave encanto,
do pago inteiro a beleza,
o esplendor da natureza
de tudo que nos pertence,
velha trova riograndense
és um motivo de glória
já remarcado na história
de um povo que luta e vence !

Nasces livre na Campanha,
lá na Serra ou nas Missões,
nem conservas os grilhões
de trovador erudito,
hás de ser sempre bendito
no estilo de quem te faz,
um peão ou capataz
pouco importa quem te faça,
espelho limpo da raça,
legado dos ancestrais !

Quem te escuta nas tertúlias
e nos saraus de galpão,
percebe com emoção
que trazes em tua essência
tal devoção à querência,
sentimento imenso e forte
capaz de vencer a morte
porque no pago do Além
sempre teremos Alguém
pra dirigir nossa sorte !

Fontes:
Texto enviado pelo autor, de
PÁG. 16 - O TIMONEIRO - CANOAS, 23.9.83 - TRADICIONALISMO
Imagem = Pura Barbaridade

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