terça-feira, 12 de julho de 2011

Lú Oliveira (Entre Cadernos e Vitrines)


Na última sexta-feira, logo pela manhã, após participar da missa na Catedral, fui até o Mc Donald's para usar o banheiro e uma cena me chamou a atenção: um grupo formado por 6 adolescentes ocupava algumas mesas na estabelecimento.

Até aí, nada anormal, concordam? Como a lanchonete também oferece o serviço de café, é perfeitamente possível que alguém a escolha para o seu desjejum.

Mas era um dia letivo e todos vestiam uniformes do Instituto de Educação, um colégio público localizado a poucas quadras dali; já passava das 8 e todos sabemos que as aulas começam às 7h30.

Eles conversavam animadamente; riam e se mostravam descontraídos, sem pressa, como se fosse um sábado à tarde.

Pois bem.

Pouco tempo depois, por volta das 9, enquanto eu caminhava pelo centro da cidade, coincidentemente vi mais um grupo de adolescentes, só que formado apenas por meninas. Elas também estavam uniformizadas, mas desta vez o emblema das camisetas era do Colégio Brasílio Itiberê, também uma instituição pública.

E então senti que, naquele momento, nascia mais uma crônica. Sabem por quê? Porque fiquei pensando nas famílias daqueles estudantes.

Sei que, nessa idade, certas "artes" são típicas e cabular aula é uma delas (embora eu nunca tenha feito isso...).

Entretanto, além de todos os prejuízos por conta de faltarem ao colégio naquele dia, fiquei pensando se seus pais - ou qualquer outro responsável que zele por eles - um dia imaginariam que seus filhos "fazem de conta" que vão à escola, mas na verdade estão saboreando um belo café no Mc Donald's - enquanto os colegas já está estudando - ou então apreciando as vitrines em busca de novidades.

Em um primeiro momento, confesso que julguei apenas a atitude dos adolescentes; julguei aquela "escolha" irresponsável, considerei a ação um desrespeito aos familiares que se preocupam com eles.

Por outro lado, também refleti sobre outro aspecto: será que esses jovens têm adultos que se preocupam - de verdade - com eles? Será que têm em suas casas pessoas que conversam sobre os "convites" que o mundo faz?

Eu sempre respeitei meus pais enquanto vivi com eles, mas não por medo ou "obrigação"; respeitava porque os amava, admirava-os e reconhecia o esforço que faziam por mim e por minhas irmãs.

Será que aqueles jovens ainda foram para a escola naquela manhã? Será que inventaram alguma desculpa para entrarem atrasados? Ou será que passaram a manhã "curtindo" e depois foram para suas casas?

Nunca vou saber...

Só sei que, naquele dia, alunos cabulando aula foram os responsáveis pelo nascimento desta crônica.

Fontes:
Portal de Cianorte
Imagem = Professor Carrasco, mau e ruim

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