domingo, 27 de novembro de 2011

Estante de Livros (Letras e Ponto!)

ANTOLOGIA DOS OFICINEIROS DO LETRAS E PONTO

Organização: Dagmar Braga

Local: Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, em Belo Horizonte

Longe de uma ideia da escrita como exercício solitário, “Oficina da Palavra” é resultado do trabalho de mais de 34 mãos. A antologia de crônicas, contos e poesias, da editora Asa de Papel, traz produções feitas por um grupo muito diverso de autores. Médicos, professores, arquitetos, estudantes e outros curiosos se reúnem em noites de oficinas literárias para abrir as portas da imaginação. O livro – fruto desses encontros – vai ser lançado na Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, no dia 5 de dezembro, a partir das 19 horas.

A escritora Dagmar Braga – finalista do Prêmio Jabuti em 2009 – é responsável por costurar as 62 criações presentes na obra. Ela mantém o espaço cultural Letras e Ponto e coordena oficinas de criação literária há XX anos. Os encontros são abertos a qualquer interessado e o objetivo é escrever a partir da memória, da imaginação, da observação e da intertextualidade. O esforço de edição também é conjunto. Um tempo fica reservado para a leitura coletiva e todos têm a oportunidade de palpitar no texto do colega. O espaço cultural ainda acolhe outras atividades: saraus, debates, palestras, mostras e apresentações.

“Oficina da palavra” é a segunda antologia publicada pelo Letras e Ponto. Para Ronaldo Simões Coelho, autor mineiro com mais de 50 títulos, o novo livro oferece ao leitor um cardápio de fazer inveja a qualquer chef. “Do riso à lágrima, da curiosidade ao alívio, do querer mais à releitura, tudo aliado à vontade de recomendar aos amigos, parentes e aos conhecidos que procurem conhecer esses pratos servidos por autores plenos de delicados sabores”, comenta o escritor.

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QUARTAS HISTÓRIAS: CONTOS BASEADOS EM NARRATIVAS DE GUIMARÃES ROSA

Organização: Rinaldo de Fernandes

Com organização do escritor e professor de literatura Rinaldo de Fernandes, chega às livrarias a coletânea Quartas histórias: contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa. Editado pela Garamond (RJ), com ilustrações de Arlindo Daibert, o livro, cujo lançamento nacional será em São Paulo dia 20 de outubro/2006, no evento “Balada Literária”, traz 40 contistas brasileiros da atualidade, que recriam narrativas de Sagarana e passagens do Grande sertão: veredas. Traz também, numa seção inicial, textos sobre Guimarães Rosa de Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Antonio Carlos Jobim, Affonso Romano de Sant’Anna, Daniel Piza, Marcus Accioly e Sônia Maria van Dijck Lima. Os contistas que integram a coletânea são: Aleilton Fonseca, Amador Ribeiro Neto, André Sant’Anna, Antonio Carlos Secchin, Antonio Carlos Viana, Ataíde Tartari, Bernardo Ajzenberg, Carlos Gildemar Pontes, Carlos Ribeiro, Cecília Prada, Deonísio da Silva, Fabrício Carpinejar, Fernando Bonassi, Geraldo Maciel, Godofredo de Oliveira Neto, João Anzanello Carrascoza, José Castello, José Rezende Jr., Leila Guenther, Luzilá Gonçalves Ferreira, Marcelino Freire, Marcelo Carneiro da Cunha, Maria Alzira Brum Lemos, Marilia Arnaud, Mário Chamie, Miguel Sanches Neto, Nelson de Oliveira, Nilto Maciel, Paulo Franchetti, Pedro Salgueiro, Raimundo Carrero, Ricardo Soares, Rinaldo de Fernandes, Ronaldo Correia de Brito, Ruy Espinheira Filho, Sérgio Fantini, Silviano Santiago, Suênio Campos de Lucena, Tércia Montenegro e W. J. Solha.

Rinaldo de Fernandes, no texto de apresentação da obra, afirma: “a presente coletânea presta homenagem, respectivamente, aos 60 e 50 anos de lançamento das duas obras-primas de Guimarães Rosa [‘Sagarana’ e ‘Grande Sertão: veredas’]. Mas o livro não se resume a isso. Atesta o grande talento de autores brasileiros contemporâneos, alguns ainda bem jovens. Atesta a vitalidade do nosso conto mais recente, cujos praticantes pipocam por todas as regiões do país, numa profusão, por assim dizer, de textos de qualidade”. Afirma ainda: “Este livro poderá ficar como um marco da literatura brasileira contemporânea – pelo desafio de recriar um autor em princípio inimitável e pela versatilidade dos contistas. Trata-se, em linhas gerais, de um livro regionalista feito por autores que, à exceção de alguns poucos, não passaram pela experiência do campo”. E conclui: “Uma coisa importante: os contos [...] podem ser lidos independentemente de o leitor conhecer ou não as histórias originais de Guimarães Rosa. Certo: o conhecimento do texto do qual o conto partiu poderá facilitar a vida do leitor, clarear mais as coisas. Mas não o impedirá, em absoluto, de entender os contos aqui publicados. A coletânea cumpre ainda, agora em outra frente, o papel de despertar a curiosidade daqueles que desconhecem a obra do autor mineiro”.
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MIL TSURUS

Autor: Yasunari Kawabata
Tradução de Drik Sada

Tradicional cerimônia do chá serve de cenário para o autor expor a complexidade das relações humanas.

Publicado originalmente em capítulos por revistas japonesas, este romance foi escrito entre os anos 1949 e 1951, período de reconstrução de um Japão devastado pela Segunda Guerra. Nesse contexto em que a sociedade japonesa se reestruturava e também se defrontava com valores culturais vindos do Ocidente, Kawabata resgata valores tradicionais de seu país, fazendo da cerimônia do chá o pano de fundo para a história de Mil tsurus.

Kikuji Mitani é um jovem que, durante uma cerimônia do chá, reencontra duas antigas amantes de seu falecido pai, Chikako Kurimoto e a viúva Ota, e de repente se vê profundamente envolvido com elas. Enquanto Chikako tenta arranjar um casamento para Kikuji, este inicia um inesperado romance com a senhora Ota, que por sua vez tem uma filha chamada Fumiko, de quem Kikuji também irá se aproximar. Mas há ainda Yukiko, a delicada jovem pretendente a se casar com Kikuji, personagem que representa a serenidade, num ambiente repleto de ressentimentos e intrigas. Não é por acaso que a moça é descrita usando um lenço de seda ilustrado com tsurus, ave que simboliza nobreza e felicidade, na tradição japonesa.

Nessa história em que o passado, através da figura do pai do protagonista, desperta sentimentos em conflito, Kawabata demonstra, mais uma vez, seu profundo conhecimento da antiga cultura de seu país e enaltece a importância da arte oriental, representada nas cerâmicas seculares do ritual do chá.

Ao mesmo tempo em que discorre sobre a permanência da arte no decorrer dos séculos, sobrevivendo a gerações, o autor nos mostra o lado efêmero da vida e das relações humanas.

Fonte:
http://www.letraseponto.com.br/dicas.php

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