terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 672)

Uma Trova de Ademar  

Eu sou qual um jangadeiro
que a fé no peito tatua...
Num barco sem paradeiro,
sua esperança flutua.

–Ademar Macedo/RN–

Uma Trova Nacional


Pensamento irresolvido
remoendo a mesma história:
- um amor não esquecido
reticente na memória.

–Eliana Jimenez/SC–

Uma Trova Potiguar


Conduzo a minha jangada
remando-a (já na descida)
sem temer onda quebrada
no mar revolto da vida.

–Tarcísio Fernandes/RN–

Uma Trova Premiada

2011 - Nova Friburgo/RJ
Tema - PRESSA - M/E


O que eu vibrei em teus braços
a minha alma vibra agora...
ouvindo o som dos teus passos,
mais que depressa, indo embora!

–Clenir Neves Ribeiro/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram


Na quietude costumeira
de muita vida vazia,
solidão é companheira
dos que não têm companhia...

–Luiz Otávio/RJ–

U m a P o e s i a


O tempo faz e desfaz
não começa como finda,
estou velho e penso ainda
nos tempos que não vem mais,
vejo no corpo os sinais
das chagas dos desenganos,
são os fantasmas tiranos
carrascos dos meus segredos
olhando para os rochedos
das serranias dos anos.

–Cazuza Nunes/PB–

Soneto do Dia

PRIMAVERA.
–José Ouverney/SP–


Quando a esperança já não faz efeito,
Quando a alegria já não tem lugar,
Faz-se mister mexer no “script”, ousar,
Substituindo o “por fazer” por “feito”.

Às vezes por cautela, preconceito
Ou razões que não cabe revelar,
O homem opta até por não lutar,
Achando que o destino “dá um jeito”.

E nessa alternativa derradeira
tem gente que percorre a estrada inteira
colhendo o amargo fruto de uma espera;

submete-se ao inverno e seus rigores,
sonhando com um mundo só de flores
e morre... sem que alcance a primavera...

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