domingo, 30 de dezembro de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 770)


Uma Trova de Ademar

O grande desmatamento,
por ganância ou esperteza,
põe rugas de sofrimento
no rosto da natureza!
–Ademar Macedo/RN–

Uma Trova Nacional


Jamais chores o abandono
da primavera que finda...
pode haver frutos no outono
que tu não provaste ainda!
–Carolina Ramos/SP–

Uma Trova Potiguar


Velhice é só desenganos,
mas é tão limpa, tão clara,
que se a gente esconde os anos
eles refletem na cara!...
–Zé de Sousa/RN–

Uma Trova Premiada

1999 - Rio de Janeiro/RJ
Tema - TREM - 2º Lugar


Nos trilhos do itinerário
que a vida a mim destinou,
eu sou vagão solitário
de um trem que descarrilou.
–Jacy Bittencourt/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram


A saudade não permite
nem que eu sonhe um novo amor:
– tua lembrança é um limite
que eu não consigo transpor...
–João Freire Filho/RJ–

U m a P o e s i a

O famoso Patativa
poeta do pé da serra,
vive de mãos calejadas
colhendo os frutos da terra,
da enxada pra caneta
com tinta vermelha ou preta
pinta seus versos com fé;
num quadro expansivo e novo
simples poeta do povo:
Patativa do Assaré.
–Otacílio Batista/PE–

Soneto do Dia

AS MÃOS DE VITALINO.
–Rafael dos Santos Barros/PE–


Vitalino com mãos sujas e santas
modelava em barro os nordestinos
e transportava a dor e os desatinos
para os bonecos tantas vezes, tantas.

Bonecos mudos, quantas vezes quantas,
Minha alma cega por meus olhos viu?
A tua dor meu coração sentiu
no canto triste que ainda hoje cantas.

Soprou a vida num boneco mudo
que sem falar, assim, dizia tudo
dos nordestinos, dos desatinos seus,

advertência dos que nascem pobres
pelas mãos rudes que ficaram nobres,
abençoadas pelas mãos de Deus.

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