domingo, 30 de dezembro de 2012

Clássicos do Cancioneiro Popular (O Boi Surubim)

Estátua do Boi Surubim na cidade de Surubim
O boi Surubim
Nasceu um bezerro macho
No curral da Independência,
Filho de uma vaca mansa
Por nome de Paciência.
Quando Surubim nasceu
Daí a um mês se ferrou
Na porteira do curral
Cinco touros enxotou.

Na porteira do curral
Onde Surubim cavou
Ficou um barreiro tal
Que nunca mais se aterrou.

Na praça da cacimba
Onde o Surubim pisou
Ficou a terra acanhada,
Nunca mais capim criou.

Um relho de duas braças,
Que o Surubim amarrou,
Botou-se numa balança,
Duas arrobas pesou.

Fui passando num sobrado,
Uma moça me chamou:
— Quer vender o Surubim?
Um conto de réis eu dou.

"Guarde seu dinheiro, dona,
O Surubim não vendo não.
— Dou um barco de fazenda,
De chita e madapolão.

"Este é o meu boi Surubim
É um corredor de fama,
Tanto ele corre no duro,
Como nas vargens da lama.

Corre dentro, corre fora,
Corre dentro da caatinga;
Corre quatro, cincos léguas
Com o suor nunca pinga.

Quando Surubim morreu,
Silveira pôs-se a chorar:
Boi bonito como este
No sertão não nascerá:
Eu chamava ele vinha:
— O-lé, o-lô, olá...

Fonte:
Jangada Brasil
Setembro 2010 - Ano XII - nº 140
Edição Especial de Aniversário

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