segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Mitos e Lendas (A Preguiça, o Quati e a Juriti)


Contam que a preguiça é muito preguiçosa, não quer fazer nada, não quer trabalhar e trabalha só de comer. Os outros animais não gostam disso e é por esse motivo que se zangam com a preguiça sempre que a encontram.

Um dia, o quati mandou a preguiça fazer um serviço, mas a preguiça não quis saber de trabalhar, só quis comer. O quati insistiu, insistiu, depois ficou zangado e começou a bater na preguiça, que não pôde fugir e se pôs a chorar. 

Estava a preguiça chorando quando chegou a juriti e perguntou: 

— Por que está chorando desse jeito, preguiça? 

— É que o quati me mandou fazer um serviço e como eu estava com preguiça, ele deu muito em mim.

A juriti ficou com muita pena da preguiça e começou a chorar com ela.

Pouco depois, o quati voltou e tornou a surrar a preguiça, dizendo:

— Preguiça mais preguiçosa! E pare de chorar, senão vai apanhar mais. 

A juriti, que se tinha escondido, ouviu aquilo e ficou muito zangada. Começou a pensar num meio de castigar o quati e resolveu fazer uma armadilha. Arrumou uma porção de pedaços de pau e fez um mundéu no caminho que o quati costumava percorrer. Pouco depois, o quati veio vindo, não viu a armadilha, caiu nela e ficou preso. Fez tudo o que pode para escapar mas, depois de muito tempo, nada tendo conseguido, começou a chorar e a gritar.

A juriti ouviu os seus gritos e se aproximou: 

— Olá, seu quati, porque está chorando tanto?

— Estou chorando porque a preguiça fez uma armadilha no meio do caminho, eu caí nela e quase morri. E agora não posso escapar.

— A preguiça fez isso porque você deu nela.

— Quem lhe disse isso? — Perguntou o quati, espantado. 

— Eu mesma vi. Você gostou de bancar o valente. Agora, está pagando por isso. 

E a juriti foi embora, deixando o quati a chorar e a debater-se na armadilha. Chegou ao lugar da preguiça e contou-lhe o que acontecera. 

A preguiça gostou. Riu muito e disse: 

— Muito bem feito. Se ele conseguir escapar da armadilha e vier para cá, nós bateremos nele de novo! 

Fonte:
Colhido por Jerônimo B. Monteiro e publicado em sua coluna Lendas, mitos e crendices
Jangada Brasil. Setembro 2010 - Ano XII - nº 140. Edição Especial de Aniversário. 

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