sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Carolina Ramos (Crônica Poética à Cidade Amada: Santos – Terra da Liberdade e da Caridade)

Vem, forasteiro! Desce comigo a Serra. Olha lá para baixo. Não...não é miragem!

Há de fato, uma linda cidade escondida por detrás da neblina. A minha cidade! E com que orgulho digo que esta cidade, que é minha, é também encantamento, história e tradição!

Um dos mais importantes pedaços do nosso Brasil! Por que? A ti, que vens de fora, evito falar dos seus encantos. Hás de travar contato com eles, daqui a um nada!

Disse-te que a minha cidade é História. Sim, foi lá que muita coisa começou! Muita coisa de suma relevância para o destino da nacionalidade.  Para o meu...e para o teu destino!

Minha terra natal tem sangue índio – Enguaguaçu era chamada, antes que lhe dessem o nome protetor de Todos os Santos. Por fim, sei que adivinhaste, chamaram-na simplesmente Santos – A Princesa do Mar! Desse mar que se amansa e que lhe beija os pés de areia, cobrindo-os de rendas, enciumado do abraço do sol que lhe manda, lá de cima, o seu carinho ardente!

Santos! Berço augusto de tanta gente ilustre! Não, não citarei nomes, cujo rol transcende os limites desta folha - filhos insígnes que carregam consigo a nobreza do berço!

Ninho de poesia, minha Santos gerou poetas da mais alta inspiração! Que menos não lhe permitiria o festival de mago encantamento que a Musa lhes oferecia e, até hoje, ainda oferece.

Ah! As auroras rosadas desta linda Santos, prenúncio dos mais cálidos e luminosos dias! E os crepúsculos incomparáveis?! E as noites?! Veludosas noites refulgentes de joias! Noites feitas para os idílios, para os sonhos! Noites feitas para o amor! 

Santos! Terra excelsa dos Andradas! Que fidalgo lugar te reservam os anais da História! Basta lembrar que em teu seio germinou a semente da liberdade, cujo grito eclodiu à beira do Ipiranga e o eco estendeu-se aos quatro cantos do nosso imenso Brasil! Santos abolicionista, empenhada em quebrar algemas e a secar o pranto de uma raça valorosa e sofrida!

“Porta aberta para o mar...” Braços amplos, escancaradamente abertos a quantos adentrem seus limites, em busca de abrigo ou, simplesmente de descontração, nas horas preguiçosas que o leito morno e amplo de suas praias lhes oferece. Lá no alto, a Senhora do Monte Serrat abençoa a paisagem, emoldurada de jardins floridos! E abençoa, também, a todos que desfrutam dessas benesses e as respeitam, como merecem!

O porto de Santos? Turbulento, embora, é nada mais nada menos, o primeiro e maior porto da América Latina! Colo amigo onde os navios encostam seus cansaços, após a faina incessante de transportar sonhos que alimentam esperanças de um povo raçudo e laborioso, de alma sempre empenhada em vencer!

Nosso brasão, afirma convicto: “À Pátria ensinei Caridade e Liberdade”.

Pode haver mais nobre tema, para pautar a conduta dos filhos desta terra, agora e sempre, muito especial?!

Fecha os olhos, forasteiro... Fecha os olhos a tudo que te pareça de algum modo negativo. Perfeito mesmo, só Deus! E entre Deus e os admiráveis encantos que nos legou, impossível evitar a ação de criaturas, por Ele mesmo criadas, nem sempre corretas, nem sempre santistas e, não raro, nefastas. Esquece-as, por favor! Assim é em qualquer canto da Terra!

Creio que basta, Se abusei das exclamações admirativas, perdoa-me, também.  Hás de convir, leitor amigo, que não poderia ser diferente. E não me chames de piegas, peço-te. O excesso de amor pode, sim, conduzir a pieguismos, mas, põe-te no meu lugar. Farias certamente o mesmo! Duvidas? Então vem comigo. Desçamos a Serra juntos. Terás certeza de que não exagero.

Minha Santos pode não ser a “Cidade Maravilhosa”, contudo, que maravilhosa cidade é a minha Santos!

Vem!... Mas pisa com respeito este chão santista! E, principalmente, pisa com muito ... muito Amor!

 Vem!...

Fonte:
A Autora

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