quarta-feira, 25 de maio de 2016

Carlos Lúcio Gontijo (A Vida e Morte de Todos Nós)


Todos nós somos sementes de luz espiritual semeadas na Terra pelo Criador. E assim, à medida que, aos olhos do Senhor, nos apresentamos maduros, somos colhidos para auxilia-Lo na conservação e luminosidade da verdadeira "Cidade Luz": O PARAÍSO!

Sempre achei e continuo achando um grande equívoco as páginas dos jornais, aqueles poucos que ainda abrem espaço para artigos de opinião, tratarem tão-somente da análise de assuntos políticos, dentro do radicalismo tacanho do contra e a favor, sem enveredar por qualquer tentativa de levar os leitores à reflexão sobre temas capazes de introduzir no mar de tanta discórdia social e violência alguma gota de sensibilidade e noções relativas ao invisível, que rege a nossa existência e nos dá ânimo diante da perda de pessoas queridas e amadas para o inexorável destino da morte física que a todos nós espreita.

No vazio desse trabalho jornalístico de cunho espiritual, sempre visto como assunto menor ou mesmo irrelevante, assistimos ao desespero de seres humanos diante da morte, principalmente pelo fato de as pessoas terem a sua mente absorvida pela pregação materialista da cultura construída pelo consumismo desenfreado em que vivemos.

Durante o tempo em que publicamos artigos em jornal impresso de grande circulação, jamais tivemos acanhamento em misturar temática mais espiritualizada a assuntos de essência política, abrindo-os ou terminando-os com versos e pensamentos voltados ao enlevo do espírito humano, sob a crença de que, sem incensar a alma, palavras e ideias contidas em um texto não conseguem ser integralmente compreendidas pela amplitude da mente e da razão.

Em todos os momentos de nossa vida, devemos diminuir a distância entre o Céu e a Terra, porque quanto mais nos agarramos às coisas terrenas mais nos afastamos da sensibilidade e do amor ao próximo, lastreando o caminho rumo à violência e à desvalorização da vida, que é dádiva divina concebida pelo Criador, cuja misericórdia faz da morte um processo de transformação, através do qual renascemos para o resplendor da vida eterna.

Talvez não haja nada mais político que colocar à mesa da discussão gráfica nas páginas dos jornais a luz espiritual que habita cada um de nós, como se fosse um sopro de Deus, que nos abastece, fornecendo o combustível que nos conduz até determinado ponto – uns mais cedo; outros mais tarde –, até a morte, conforme os desígnios do Senhor.

Se verdadeira é a premissa que nos indica que tudo precisa de disciplina e esforço para se tornar realidade, também é de significado inarredável o conselho que nos aponta a conveniência de que a toda realização humana convém uma elevada dose de sonhos, emoção e olhos do coração voltados à satisfação dos anseios da maioria das pessoas, quebrando a visão individualista e impregnada pelo egoísmo ao qual nos encontramos subjugados.

Enfim, não importa sua condição social, a fé que professa, a cor de sua pele ou a sua ideologia política, o fato inconteste é que o imposto sobre a vida – e que, justa e democraticamente, sobre todos recai – é a morte! Já passa da hora de a sociedade introduzir o tema no dia a dia, com naturalidade e desmitificação, até mesmo como forma de livrar os incautos das mãos de tanta gente usando o santo nome de Deus em vão e incrementando o fanatismo apocalíptico do qual alimenta o seu diabólico pastoreio.

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