domingo, 10 de julho de 2016

Oscar Wilde (O Príncipe Feliz)

Bem no alto da cidade, numa alta coluna, erguia-se a estátua do príncipe feliz. Era todo coberto de finas folhas de ouro puro, tinha nos olhos duas safiras brilhantes, e um grande rubi vermelho reluzia no cabo de sua espada.

Na verdade era muitíssimo admirado.

- É tão belo quanto um cata-vento - observou um dos conselheiros da cidade, que desejava ganhar reputação por ter gosto artístico - só não é muito útil - acrescentou, temendo que o povo o considerasse pouco prático, o que realmente não era.

- Por que você não pode ser como o príncipe feliz? - perguntou uma mãe ao filho que pedia a lua. - O príncipe feliz nunca chora por motivo algum.

- Fico satisfeito que haja alguém no mundo que seja realmente feliz - murmurou um homem desapontado, enquanto fitava a estátua maravilhosa.

Parece mesmo um anjo - disseram as crianças da Escola de Caridade, ao saírem da catedral em seus mantos escarlates e aventais alvos.

- Como sabem? - disse o professor de matemática- Nunca viram um anjo.

-Ah! mas nós vimos, em sonhos - responderam as crianças; e o professor de matemática franziu as sobrancelhas, com semblante muito severo, pois não aprovava que crianças sonhassem.

Uma noite, voou sobre a cidade uma pequena andorinha. Suas companheiras tinham partido para o Egito seis semanas antes, mas ela ficou pra trás porque estava apaixonada pelo mais belo junco. Ela o conheceu no principio da primavera, enquanto voava rio abaixo atrás de uma mariposa amarela, e ficou tão atraída por aquela figura esquia, que parou pra falar-lhe.

- Poderei amá-lo? - disse a andorinha, que gostava de ir direto ao assunto, e o junco fez-lhe uma reverência. Então voou ao seu redor, tocando a água com as asas, provocando ondulações prateadas. Era sua maneira de fazer a corte, que durou o verão inteiro.

É uma relação ridícula - chilchearam as outras andorinhas -, ele não tem dinheiro, e tem parentes demais - e na verdade o rio estava bem cheio de juncos. quando veio o outono, voaram para longe.

Depois que partiram, andorinha sentiu-se solitária e começou a cansar-se de seu amado. - Ele é de pouca conversa, e temo que seja galanteador, porque está sempre flertando com a brisa. E, certamente, toda vez que a brisa soprava, o junco fazia as mais graciosas mesuras. - Reconheço que seja caseiro - continuou -, mas adoro viajar, e meu marido, consequentemente, também deveria gostar de viagens.

- Virá comigo? - disse finalmente a ele. Mas o junco meneou a cabeça, tão arraigado estava a seu lar.

- Só estava gracejando comigo - disse ela. -Vou para as pirâmides. Adeus! - e se foi.

O dia todo ela voou, e de noite chegou à cidade. - Onde pernoitarei? Espero que a cidade esteja preparada para me abrigar.

Então viu a estátua sobre a alta coluna, e disse:

- Vou me acomodar ali, é um lugar muito bem localizado, com bastante ar fresco. - Assim, pousou entre os pés do príncipe feliz.

- Tenho um aposento de ouro - disse baixinho para si, olhando ao redor, e preparou-se para dormir,  mas no momento em que colocava a cabeça sob a asa, uma enorme gota de água caiu sobre ela. - Que estranho! Não há uma única nuvem no céu, as estrelas estão brilhando e, entanto chove. O clima no Norte da Europa é mesmo horrível. O junco gostava de chuva, mas isso era puro egoísmo dele. 

Outra gota caiu.

- Qual a utilidade de uma estátua, se não serve para proteger da chuva? Tenho que procurar uma boa chaminé. - disse ela, e decidiu ir embora.

Mas antes que abrisse as asas, uma terceira gota caiu, ela levantou os olhos e viu... Ah! o que ela viu?

Os olhos do príncipe feliz estava cheios de lágrimas, e lágrimas corriam em suas faces douradas. Seu rosto era tão belo sob o luar que a pequena Andorinha encheu-se de compaixão.

- Quem é você?  disse ela.

- Sou o príncipe feliz.

- Por que está chorando então? - perguntou a andorinha. - Encharcou-me completamente.

- Quando era vivo e tinha um coração humano - respondeu a estátua - eu não sabia o que eram lágrimas, pois vivia no Palácio de Sans-Souci, onde à tristeza não é permitido entrar. Durante o dia, brincava com meus companheiros no jardim, e à noite conduzia a dança no grande salão. Em volta do jardim havia um muro muito alto, mas nunca me importei em saber em saber o que existia além dele, pois tudo ao meu redor era tão lindo. Meus cortesãos chamavam-me príncipe feliz, e feliz em verdade eu era, se o prazer é felicidade. Assim vivi e assim morri. E agora que estou morto, colocaram-me aqui tão alto que posso ver a feiura e toda a miséria de minha cidade e, embora meu coração seja de chumbo, não posso fazer outra coisa senão chorar.

- O quê? Ele não é de ouro maciço? - disse a andorinha para si. Era muito educada para fazer comentários pessoais em voz alta.

- Longe - continuou  a estátua com sua voz baixa e musical -  muito longe numa rua estreita, há uma casinha pobre. Uma janela está aberta e vejo uma mulher sentada à mesa. Tem o rosto magro e abatido, e as mãos ásperas, picadas pela agulha, pois é costureira. Está bordando flores-da-paixão num vestido de cetim para a mais adorável dama de honra da rainha vestir no próximo baile da corte. Num leito, no canto do quarto, está deitado seu filho doente.Tem febre, e pede laranjas. A mãe não tem nada para dar-lhe, exceto água do rio, e por isso ele está chorando. Andorinha, andorinha, pequena andorinha, não quer levar-lhe o rubi do cabo de minha espada? Meus pés estão presos a este pedestal e não posso me mover.

- Esperam-me no Egito - disse a andorinha. - Minhas amigas estão voando sobre o Nilo, conversando com as flores de lótus. Em breve vão dormir na tumba do grande rei. O próprio rei está ali, em seu sarcófago coberto de adornos. Está enrolado em linho amarelo e embalsamado com especiarias. Em seu pescoço há um colar de jade verde-pálido, e suas mãos são como folhas secas.

- Andorinha, andorinha, pequena andorinha. - disse o príncipe - Não quer ficar comigo por uma noite, e ser minha mensageira? O menino está com tanta sede, e a mãe tão triste...

- Acho que não gosto de meninos - respondeu a Andorinha. - No verão, quando eu estava no rio, havia dois meninos rudes, os filhos do moleiro, que estavam sempre atirando pedras em mim. Nunca me acertaram, é claro. Nós andorinhas voamos bem demais para que nos acertem, e venho de uma família famosa pela agilidade, ainda assim, foi um sinal de desrespeito.

Mas o príncipe feliz parecia tão triste que a andorinha se condoeu: 

- Está muito frio aqui, mas ficarei com você por um noite, e serei sua mensageira.

- Muito obrigada, andorinha! - disse o príncipe.

Então a andorinha tirou o enorme rubi da espada do príncipe e voou, levando-o no bico por sobre os telhados da cidade.

Passou pela torre da catedral, onde anjos de mármore branco estavam esculpidos. Passou pelo palácio e ouviu o rumor da dança. Uma jovem formosa apareceu na sacada com su namorado.

- Como estão maravilhosas as estrelas - disse ele - e como é maravilhoso o poder do amor!

- Espero que meu vestido fique pronto a tempo a tempo para o baile do Estado - respondeu a jovem. - Mandei que bordassem flores-da-paixão nele, mas as costureiras são tão preguisosas!

A andorinha passou sobre o rio, e viu as lanteranas penduradas nos mastros dos navios. Passou sobre o gueto e viu velhos judeus negociando entre si, pesando dinheiro em balanças de cobre. Finalmente, chegou à casa pobre e espiou. O menino agitava-se febrilmente no leito, e a mãe caíra no sono, tão cansada estava. saltou para dentro e deixou suavemente o grande rubi sobre a mesa, ao lado do dedal. Então voou suavemente em volta do leito, abanando a fronte do menino com as asas.

- Sinto-me refrescar! - disse o menino - Acho que estou melhorando. - e mergulhou num sono delicioso.

Então a andorinha voltou ao príncipe feliz, e contou-lhe o tinha feito.

- Engraçado - observou ela - mas agora sinto calor, embora esteja tão frio.

- É porque praticou uma boa ação - disse o príncipe. E a pequena andorinha começou a pensar, adormecendo logo em seguida. Pensar sempre a fez ficar com sono.

Quando o dia raiou, ela voou ao rio e tomou um banho.

- Que fenômeno notável! - disse o professor de ornitologia ao passar pela ponte - Uma andorinha no inverno! - E  escreveu uma longa carta sobre isso no jornal local. Todos a citavam, porque estava cheia de palavras que não compreendiam.

Esta noite parto para o Egito - disse a andorinha, bastante animada com a perspectiva. Visitou todos os monumentos públicos, e ficou posada um longo tempo no topo do campanário da igreja. Onde quer que fosse, os pardais aplaudiam, dizendo uns aos outros:

- Que estrangeira distinta! - E ela se divertiu bastante com isso.

Quando a lua surgiu, voltou ao príncipe feliz e disse:

- Tem alguma encomenda para o Egito? Já estou partindo.

- Andorinha, andorinha, pequena andorinha! - disse o príncipe - Não quer ficar comigo mais um noite?

- Esperam-me no Egito! - respondeu a andorinha - Amanhã minhas amigas voarão até a segunda catarata. Os hipopótamos deitam-se ali entre os caniços, e num grande trono de granito está sentado o deus Memnon. Durante a noite inteira ele contempla as estrelas, e quando brilha a estrela da manhã, ele emite um canto de alegria e depois silencia. Ao meio dia os leões vêm à margem das águas para beber. Têm olhos que se parecem com berilos verdes, e seus rugidos são mais estrondosos do que o rugir das cataratas.

- Andorinha, andorinha, pequena andorinha! - disse o príncipe - Longe, no outro lado da cidade, vejo um jovem numa água furtada. Está debruçado sobre uma mesa coberta de papéis, e num copo ao seu lado há um maço de violetas murchas. Seu cabelo é castanho e crespo, seus lábios são vermelhos como a romã, e tem olhos grandes e sonhadores. Ele tenta terminar um peça para o diretor do teatro, mas sente muito frio para continuar escrevendo. Não há fogo no fogão, e a fome o enfraqueceu.

- Ficarei com você mais um noite! - disse a andorinha, que no fundo tinha um bom coração. - Devo levar-lhe outro rubi?

- Ai de mim! Não tenho mais rubis - disse o príncipe - meus olhos são tudo o que me resta. São feitos de safiras preciosas, trazidas da Índia há mil anos. Arranca um delas e leva ao jovem. Ele a venderá ao joalheiro, comprará comida e lenha, e terminará a peça.

- Caro príncipe! - disse a andorinha - Não posso fazer isso. - e começou a chorar.

- Andorinha, andorinha, pequena andorinha! - disse o príncipe - Faça o que lhe ordeno.

Então a andorinha arrancou o olho do príncipe e voou até a água furtada do estudante. Era muito fácil entrar já que havia um buraco no telhado. Arremessou-se através dele e entrou no quarto. O jovem tinha a cabeça enterrada nas mãos, e não viu o bater das asas. Quando levantou os olhos, encontrou a bela safira pousada sobre as violetas murchas.

- Começo a ser apreciado. Isto deve ser de algum adimirador. Agora posso terminar minha peça! - gritou, parecendo muito contente.

No dia seguinte, a andorinha foi ao porto. Pousou no mastro de uma grande embarcação e observou os marinheiros puxando caixas enormes do porão do navio. - Upa! - gritavam eles a cada caixa que levantavam.

- Vou para o Egito! - bradou a andorinha, mas ninguém lhe deu atenção, e quando a lua surgiu, voou até o príncipe feliz.

- Vim para dizer-lhe adeus.

- Andorinha, andorinha, pequena andorinha! - disse o príncipe - Não quer ficar comigo por mais um noite?

- É inverno! - respondeu - E a neve fria logo vai chegar. No Egito o sol é quente sobre as palmeiras, e os  crocodilos deitam-se na lama e olham preguisoçamente ao redor. Minhas companheiras estão construindo um ninho no templo de Baalbec, e as pombas rosadas as observam, arrulhando entre si. Caro príncipe, tenho que deixá-lo, mas nunca o esquecerei, e na próxima primavera trarei duas lindas jóias para substituir as que doou. O rubi será mais rubro que a rosa vermelha, e a safira tão azul quanto o imenso oceano.

- Na praça logo abaixo - disse o príncipe feliz - há uma pequena vendedora de fósforos. Ela os deixou cair na sarjeta, e estão todos estragados. Seu pai baterá nela se não levar dinheiro para casa, e por isso ela está chorando. Não tem sapatos nem meias, e sua cabecinha está descoberta. Arranca meu outro olho e leva-lhe, para que seu pai não a maltrate.

- Ficarei com você mais um noite! - disse a andorinha - Mas não posso arrancar outro olho. Você ficaria completamente cego.

- Andorinha, andorinha, pequena andorinha! - disse o príncipe - Faça o que lhe ordeno.

Ela arrancou então o outro olho do príncipe e alçou vôo. Precipitou-se sobre a vendedora de fósforos e deixou cair a jóia na palma de sua mão.

- Que lindo pedacinho de vidro! - disse ela, e correu para casa sorrindo.

A andorinha voltou ao príncipe e disse:

- Está cego agora. Então ficarei com você para sempre.

- Não, pequena andorinha! - disse o príncipe - Deve partir para o Egito.

- Ficarei com você para sempre. - disse a andorinha, e adormeceu aos pés do príncipe.

Durante todo o dia seguinte, ficou pousada no ombro do príncipe, e contou-lhe histórias sobre coisas que viu em terras estranhas. Falou-lhes sobre íbis vermelhos, que postavam em longas fileiras em margens do Nilo, apanhando peixes dourados com os bicos; sobre a Esfinge, que é tão antiga quanto o próprio mundo, vive no deserto e tudo sabe; sobre os mercadores, que caminham vagarosamente ao lado de seus camelos e levam contas de âmbar nas mãos; sobre o rei das montanhas da Lua, que é negro como o ébano e cultua um imenso cristal;sobre a grande serpente verde, que dorme numa palmeira e tem vinte sacerdotes para alimentá-la com bolos de mel; e sobre os pigmeus que navegam sobre um grande lago em largas folhas e que estão sempre em guerra com as borboletas.

- Querida andorinha! - disse o príncipe - Você me conta coisas espantosas, mas mais espantoso é o sofrimento de homens e mulheres. não há mistério maior que a miséria. Voe por sobre minha cidade, pequena andorinha, e conte-me o que vir por lá.

Assim, a andorinha voou sobre a grande cidade e viu ricos divertindo-se em suas residencias luxuosas, enquanto os mendigos sentavam-se em frente aos portões. Voou por becos escuros e viu os rostos pálidos das crianças esfomeadas, olhando apaticamente para as ruas sombrias. Sob o arco de um ponte estavam deitados dois meninos, abraçados um ao outro, tentando manter-se aquecidos.

- Tenho tanta fome! - diziam os meninos.

- Vocês não podem ficar aqui! - gritou o guarda noturno, e eles se retiraram, vagando sob a chuva.

Então a andorinha voltou e contou ao príncipe o que tinha visto.

- Sou coberto de ouro puro - disse o príncipe - você deve tirá-lo folha por folha, dá-lo aos meus pobres, os vivos sempre acham que ouro pode fazê-los felizes.

Folha após folha de puro ouro a andorinha arrancou, até que o príncipe feliz ficasse fosco e acinzentado. Folha após folha de puro ouro levou aos pobres, e os rostos das crianças tornaram-se mais rosados, e elas riam e brincavam na rua.

- Agora temos pão! - gritavam as crianças.

Então veio a neve, e depois da neve, a geada. As ruas pareciam feitas de prata, de tão luminosas e brilhantes, pontas de gelo, longas como adagas de cristal, pendiam dos beirais das casas, todos passavam vestindo casacos de pele, e as crianças usavam gorros escarlate, patinando sobre o gelo.

A pobre andorinha sentia cada vez mais frio, mas não queria deixar o príncipe, pois o amava muito. Apanhava as migalhas à porta do padeiro quando ele não estava olhando, e tentava se aquecer agitando as asas.

Mas por fim sentiu que iria morrer. Mal tinha forças para voar uma vez mais ao ombro do príncipe.

- Adeus, querido príncipe! - murmurou - Deixa-me beijar suas mãos?

-Fico contente que vá para o Egito afinal, pequena andorinha! - disse o príncipe - Ficou muito tempo aqui, mas deve beijar-me os lábios, pois a amo.

- Não é para o Egito que vou. - disse a andorinha - Vou para a casa da morte. A morte é irmã do sono, não é mesmo?

Então beijou o príncipe feliz nos lábios e caiu morta a seu pés.

Naquele momento, um estranho estalo soou dentro da estátua, como se algo se tivesse quebrado. A verdade é que o coração de chumbo despedaçou-se em dois. Era certamente um geada terrível.

Na manhã seguinte, bem cedo, o prefeito caminhava na praça em companhia dos conselheiros da cidade. Ao passar pela coluna, olhou para a estátua:

- Meu Deus que aspecto miserável tem o príncipe feliz! - disse ele.

- Muito miserável, realmente - disseram os conselheiros da cidade, que sempre concordavam com o prefeito. - Na verdade, é pouco mais que um mendigo!

- Pouco mais que um mendigo. - disseram os conselheiros da cidade.

E há até um passáro morto aos seus pés! - continuou o prefeito. - Devemos emitir um decreto que proíba os passáros de morrerem aqui. - E o secretário da cidade anotou a sugestão.

Então, puseram abaixo a estátua do príncipe feliz. - Como já não é belo, já não é mais útil - disse o professor de Arte na universidade.

Assim, fundiram a estátua numa fornalha e o prefeito convocou uma reunião com a corporação, para decidir o que seria feito do metal.

- Naturalmente precisamos ter outra estátua, - disse ele - e será com minha imagem.

- Com minha imagem. - disse cada um dos conselheiros da cidade, e começaram a discutir. Da última vez que soube deles, ainda estavam discutindo.

- Que coisa estranha! - disse o contramestre da fundição - Este coração de chumbo não derrete na fornalha. Vamos jogar fora. - Assim, jogaram-no em um monte de lixo onde estava também a andorinha morta.

-Traz-me as duas coisas mais preciosas da cidade - disse Deus a um de seus anjos. E o anjo trouxe-Lhe o coração de chumbo e o pássaro morto.

- Escolheste muito bem. - disse Deus - Pois no jardim do Paraíso este passarinho cantará eternamente, e em minha cidade dourada, o príncipe feliz me louvará.


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