quinta-feira, 19 de abril de 2018

Gislaine Canales (Glosando Delcy Canalles) II

MINHA ALMA CHORA...

MOTE:
Quando a lembrança me invade
a solidão, como agora,
cresce, no peito, a saudade
e a alma soluça e chora!
(Delcy Canalles)

GLOSA: 
Quando a lembrança me invade
tomando conta de mim,
eu perco a serenidade
e a tristeza não tem fim!

Quando chega, é uma agonia,
a solidão, como agora,
sinto a falta da alegria,
me angustia essa demora!

Relembro o amor e a amizade
que a nós dois um dia uniu...
Cresce, no peito, a saudade
depois que você partiu!

A minha noite é bem triste,
já não tenho mais aurora,
pois o meu eu não resiste
e a alma soluça e chora!
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Ó VELHICE!

MOTE:
Ó velhice, eu que temia
que chegasses de repente,
vivo em tua companhia,
sem notar que estás presente!
(Delcy Canalles)

GLOSA:
Ó velhice, eu que temia
que tinha medo de ti,
sem nem perder a alegria,
constatei que estás aqui!

Eu tinha um medo feroz
que chegasses, de repente,
matando tudo que em nós
nos faz bem e nos faz gente!

Parece até bruxaria,
pois chegaste, sem eu ver
vivo em tua companhia,
e é bom esse conviver!

Mas continuo a jornada
com alma de adolescente,
sigo, contigo, esta estrada
sem notar que estás presente!
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ANZÓIS DE ESPERANÇA

MOTE:
Em meus sonhos de criança,
desejei pescar a lua,
e pus anzóis de esperança
nas poças d’água da rua!
(Delcy Canalles)

GLOSA:
Em meus sonhos de criança,
nas nuvens eu caminhava...
Hoje guardo na lembrança
os sonhos, que, então, sonhava!

Nos meus sonhos, incontida
desejei pescar a lua,
porque, sem luar, a vida
fica triste, fica nua!

Dos ventos, fiz uma trança,
como linha de pescar,
e pus anzóis de esperança
quando as joguei no meu mar!

Sonhando eu faço meus versos,
relembrando a imagem tua,
eu vejo até universos
nas poças d’água da rua!

Fonte:
Gislaine Canales glosando Delcy Canalles. 
In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós.
 http://www.portalcen.org. Janeiro de 2004.

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