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sexta-feira, 15 de março de 2024

Comemoração do Centenário de Carolina Ramos


Prestes a completar 100 anos, no dia 19 de março, a poetisa santista Carolina Ramos foi eternizada com o plantio de uma árvore no jardim da Pinacoteca Benedicto Calixto.

Com mais de 20 livros publicados e pelo menos 5 mil trovas. Carolina presidiu o Instituto Histórico e Geográfico de Santos, a União Brasileira de Trovadores e marcou a Academia Santista de Letras e outras instituições nas quais atuou.

Carolina diz ter sido surpreendida com a homenagem: "Foi uma coisa muito significativa para mim". A iniciativa partiu da presidente da Associação de Amigos da Pinacoteca, Cristina Guedes, com o apoio do presidente da Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto e diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini.

"Ficamos imaginando o que poderia ser feito até chegarmos nessa proposta de plantar uma pitangueira, que representa a conexão espiritual, a força da natureza, e atrai pássaros. Então, eu acho que o jardim da Pinacoteca vai ser sempre assim, fonte de alimento e de energia para homenagear esse patrimônio da Cidade de Santos e essa pessoa tão gentil e tão delicada que é a Carolina", diz Cristina.

Santini recitou uma trova em homenagem à Carolina: 

"Quem não sabe e quem não sente 
que, às vezes, nos custa caro, 
a saudade de ser gente, 
quando ser gente é raro."

Outra homenagem que a escritora recebeu partiu do presidente da União Brasileira dos Trovadores - Seção de Santos, Antonio Coiavite, que compôs uma trova especialmente para a ocasião:

"Por ser comum, solitária,
franzina igual a menina,
que ela seja centenária
tal qual dona Carolina."

O escritor santista Flávio Viegas Amoreira também esteve na homenagem e contou que Carolina Ramos tem grande importância na literatura nacional. "Carolina é de uma tradição de escritores brasileiros que cantam Santos."

CENTENÁRIO
Carolina Ramos reflete que os 100 anos são acompanhados de cansaço e realizações. "Eu acho que eu cumpri minha vida. Se não foi brilhante, foi uma vida trabalhosa, que teve seus altos e baixos."

Para Carolina, o grande segredo para completar 100 anos é acreditar na vida e vivê-la como deve ser: "Em uma estrada, de mãos dadas com Deus". 

E um centenário é o motivo de comemoração para toda a família. Uma das filhas. Márcia Ramos, de 66 anos, estimulou a arte da mãe, que começou a se dedicar à poesia enquanto cuidava dela. "Eu achei muito simbólico, porque a árvore é uma coisa que eterniza, e a obra da minha mãe também irá ficar", diz. 

A bisneta Ângela Ramos, de 17 anos, cresceu ouvindo poesias e histórias contadas por Carolina Ramos. "Eu acho que as outras gerações devem conhecê-la. Uma pessoa incrível.”
Fonte: Ravena Soares, para o Jornal Santista.

ALGUMAS TROVAS PREMIADAS DE CAROLINA

A brisa... o mar... as cigarras...
as aves... quanta beleza
nas sinfonias bizarras
da orquestra da natureza!
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Ante as portas do sucesso
lembra, se as queres transpor,
quatro chaves dão-te acesso:
- Paz, Trabalho...Ação e Amor!
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A pior crise que existe,
é a injustiça a céu aberto!
- Nem a verdade resiste
quando o errado vira certo!!!
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Como dói, ver tanta gente,
em dias negros, medonhos,
beber o fel do presente,
sem mais direito a ter sonhos!
= = = = = = = = = 

Com ternura, quem não sente,
nas horas quietas dos sós,
como o passado é presente,
na lembrança de uma voz?!…
= = = = = = = = = 

De esperanças carregada,
velejou por tantos portos;
hoje retorna a jangada,
trazendo meus sonhos mortos.
= = = = = = = = = 

De não saber esperar,
que ninguém jamais te culpe,
sê paciente, igual ao mar,
que aos poucos a rocha esculpe.
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Era o mar incalmo e escuro,
quando eu, sem temer fracassos,
ao buscar porto seguro,
fui ancorar nos teus braços!
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Meus netos - lindo jardim
que em primaveras me envolve!
- são pedacinhos de mim
que a natureza devolve!
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Nos dilemas desta vida,
e nos conflitos das almas,
quando a razão é vencida,
o coração bate palmas!
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O porto pulsa, fecundo,
nas chegadas e partidas,
nutrindo artérias do mundo,
dando vida a tantas vidas!
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O vencedor não evita
que atrás da sua vitória,
a inveja, sombra maldita,
se projete à luz da glória!
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Penas?! - quem as quereria?
Quisera eu uma, se fora
a que teve em mãos, um dia,
Isabel, a Redentora!
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Sempre, a cada passo à frente,
cuida bem dos teus intuitos,
que de um passo do presente,
depende o amanhã de muitos!
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Sempre acolho de mãos postas
e humilde tento aceitar
o silêncio das respostas
que a vida não sabe dar.
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Se pensas que tens razão,
calça as sandálias do réu
- talvez concedas perdão
a quem negavas o céu!…
= = = = = = = = = 

Vai, meu veleiro de sonho...
vai buscar teu porto certo,
que esta vida é um mar tristonho,
mas, o mar é imenso e aberto!…
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Veleiro... em águas incertas,
leve e branco, à luz do luar,
és cisne de asas abertas,
como tentando voar!
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BIOGRAFIA DE CAROLINA RAMOS

Carolina nasceu em Santos/SP a 19 de março de 1924. Filha única de Francisco G. Ramos e Alzira Hervelha Ramos.

Do primeiro casamento, três filhos, Mariza, Márcia e Marcos, quatro netos e cinco bisnetos. Desde cedo atraída pelas letras, seus amigos mais chegados eram os livros. Essa preferência aproximou-a das artes e literatura. Estudou no Colégio São José, de Santos, do Jardim da Infância à Escola Normal, que lhe deu o Diploma de Professora e Secretariado.. Completou seus estudos formando-se em música e enfermagem.

Fez o curso completo de Música, nove anos de piano e matérias concomitantes, Teoria Musical, Harmonia, Pedagogia, História da Música etc.

Vários cursos de Literatura, de Folclore, Línguas e um pequeno Curso de Enfermagem, para compensar a sua frustração de não ter podido seguir Medicina, por não haver faculdade de Medicina (na época) em Santos.

Aprendeu muito com os livros de Lobato. Desde respeitar a natureza, conversar com as bonecas, subir em árvores e amar a vida do campo, através do Sítio do Picapau Amarelo, assim como sobre Gramática, Aritmética, Geografia, História, Astronomia, Folclore etc. Depois de Lobato, e de toda a literatura clássica infantil universal, a partir dos Contos da Carochinha, de fadas, de príncipes e princesas etc, leu na adolescência, tudo o que lhe caia nas mãos, desde toda a obra de Machado de Assis, José de Alencar, e outros escritores nacionais, poesia de Bilac, poetas clássicos e românticos, Victor Hugo, Euclides da Cunha, quase toda obra de Cronin, Rilke, etc.

Atraída pelas artes em geral. Desde pequenina, desenhando tudo o que via, até retratos de artistas de cinema, famosos. Vivia moldando bichinhos de barro, e sempre cercada de música. No ginásio, costumava fazer algumas quadrinhas de pé quebrado. Fez seu primeiro poema quando a filha, Márcia, nasceu, “Se eu soubesse esquecer”. 

Sua primeira aparição pública, que marcou o início da carreira poética, aconteceu em 1961. A Comissão Municipal de Cultura lançara um Concurso de Poesias, tendo como tema, SANTOS. compôs o poema “Gosto de ti, minha terra”, 3º lugar no referido Concurso 

Começou a publicar versos num Suplemento de Arte, do Jornal local, A Tribuna. Ainda em 61, concorri a um Concurso de Trovas do Centro Português de Santos. Tema: A Amizade entre Brasil e Portugal, mais um terceiro lugar. Na premiação, conheceu o poeta Orlando Brito (falecido) que lhe falou do Movimento Trovadoresco que alvorecia, induzindo-a a participar. Em 1964, alcançou seu primeiro prêmio de relevância na Trova, em Petrópolis.

Possui vários prêmios, no Brasil e alguns no Exterior, de Contos, Poesias, Trovas e Crônicas. 

Por seu poema, Paz, foi agraciada com Diploma e Medalha de Mérito Internacional, em Nocera - Salerno, Itália. 

Luiz Otávio e Carolina conheceram-se em 1964 e uma viagem trovadoresca a Natal, RN, em 1969, fez com que acontecesse entre os dois um verdadeiro encontro de  almas. Em 1973, já bastante doente, Luiz Otávio transferiu-se para Santos unindo sua vida a de Carolina, já divorciada. Quatro anos de amarga felicidade arrebatada pela morte, afinal. Tinha filhos para criar e sua mãe já estava bastante idosa. 

Conheceu Cláudio de Cápua e com ele chegou o companheirismo, o apoio e o ombro amigo que, depois de muito repúdio, acabou por ser aceito pela sua carência de afeto e necessidade de proteção . E foram quarenta anos de um casamento (civil e religioso) sem uma rusga sequer, até o falecimento dele.

Trovadora, contista, poeta, santista ilustre, foi Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos por oito anos (2001 a 2007) e é a atual Presidente da União Brasileira de Trovadores – Seção de Santos.

Carolina pertence a diversas entidades culturais, como Academia Santista de Letras, Academia Feminina de Letras, Academia Cristã de Letras de São Paulo, Centro de Expansão Cultural, Confraria Brasileira de Letras. Sócia Honorária da Casa do Poeta Lampião de Gás de São Paulo, Sócia correspondente da Academia Paulista de História, da Ordem Nacional dos Bandeirantes de São Paulo e de várias outras Academias de Letras e entidades culturais do Brasil.

Foi agraciada com diversas medalhas de mérito cultural, entre as quais a de "Magnífica Trovadora", em 1973, em Nova Friburgo-RJ, e em Santos, com a “Medalha do Sesquicentenário de Santos”, outorgada pela Prefeitura Municipal; “Medalha dos Andradas”, pelo IHG de Santos e “Medalha Brás Cubas”, outorgada pela Câmara de Santos, em 2006”.

Também recebeu diversos títulos, homenagens e prêmios em Portugal e Angola. Um dos mais importantes foi o Prêmio Rui Ribeiro Couto, da União Brasileira de Escritores de São Paulo.

Em 2021 foi agraciada com o título de "Princesa da Trova" 
 
Em 2023, vencedora do Hino Oficial da Academia Cristã de Letras de São Paulo.

Livros publicados:

“Sempre” – (Poesias) – 1964
“Cantigas Feitas de Sonho” – (Trovas) 1966
“Espanha”- (Poema épico) – 1968 – 2ª ed. 1992
“Rui Ribeiro Couto” – (Biografia) 1989
“Interlúdio” – (Contos) -1993
“Paulo Setúbal – Uma Vida Uma Obra”) 1994 ( biog. parceria c/Cláudio de Cápua)
“Júlia Lopes de Almeida” – (Biografia)1997
“Evocação” (40 anos/Assoc. Ex-Alunas do C. S. José /Santos) (parc. Edith Prata Real)
“Feliz Natal!” – (Contos Natalinos) - 1998  2ª ed. 2015
“Príncipe da Trova” – (Biografia) - 1999
“Saga de uma Vida” – (Biografia) - 2002
“Um Amigo Especial” – (Aventura Infanto-Juvenil) - 2003
“Liberdade... Sonho de Todos!” – (Prosa – Poesia – Trova) - 2010
“Destino” -  (Poesias) 2011
“A Trova – Raízes e Florescimento – UBT” – (Antologia/ UBT) – 2013
”Canta...Sabiá!”  (Folclore do Brasil) - 2021
"Histórias que a Bisa conta" (livro infanto-juvenil) - 2022
”Bichos... Bichinhos... e Bichanos...” (livro infantil) – 2023
 
Nas palavras de Carolina em entrevista concedida ao blog literário de José Feldman: 
A obra do escritor não tem fronteiras. Não há limites que cerceiem a sua criação, e, muito menos, cronológicos. Mas o escritor não é imune às influências do meio e da época em que vive. Seus escritos bebem a água da inspiração, na fonte que corre perto de seus pés. A voz do escritor incorpora a voz do seu tempo e, automaticamente, através do que escreve, passa a interagir, de acordo, ou não, com a vida que rola à sua volta, e até mesmo contra suas próprias convicções, segundo as exigências da personagem criada. Note-se, que há, sempre, escritores e poetas envolvidos nas grandes causas que o cercam e que acabam por marcar suas existências. É por isso, que podemos afirmar que poetas e escritores, em qualquer tempo ou lugar, são quase sempre ativistas sociais e arautos dos grandes acontecimentos que marcam o seu tempo.”

sexta-feira, 8 de março de 2024

Décimo Aniversário da Sunshine


Hoje, 8 de março é o décimo aniversário de minha cadelinha que mora comigo, a Sunshine (Shine para os íntimos). Quando a recolhi da rua, ainda filhote junto com sua irmã de infortúnio, a Cléo (que morreu novinha de infarto fulminante), ela estava muito ruim, e por cerca de 1 semana eu estive cuidando dela, dia e noite. À noite eu dormia com as duas no meu colo. Hoje está uma moçona linda, cruzamento de Husky Siberiano com sei lá quem, ou como digo brincando, com Cruz Credo. 

Então excepcionalmente, a trova acima é para esta cadela maravilhosa, que hoje é ela quem cuida de mim 24hs por dia.







terça-feira, 19 de julho de 2022

18 de Julho – Dia do Trovador


No dia 18 de julho, em todo o território nacional, comemora-se o Dia do Trovador. A data foi escolhida para homenagear a data de nascimento de Luiz Otávio, pseudônimo de Gilson de Castro, fundador e presidente perpétuo da União Brasileira de Trovadores. Sendo uma composição poética concisa, a trova pode ser descrita como um micro-poema, devendo obedecer a características rígidas.

Luiz Otávio, cirurgião dentista, falecido em 1977, foi o responsável por dar um grande impulso à trova, divulgando-a no rádio, em revistas e em jornais. O resultado foi o lançamento do livro "Meus Irmãos, os Trovadores", em 1956. Com a colaboração de J. G. de Araújo Jorge, em 1960, Luiz Otávio lançou a primeira edição dos Jogos Florais de Nova Friburgo, sendo, ainda hoje, a principal forma de divulgação da trova no Brasil. Com isso, multiplicaram-se os trovadores e com eles a necessidade de congregá-los. Então, em 1966 foi fundada a União Brasileira de Trovadores.

Trovador" é uma palavra derivada do provençal 'trobador' (poeta), proveniente do verbo 'trobar' (compor versos).

Foi através dos portugueses que a trova chegou ao Brasil. O gênero continuou com Anchieta, Gregório de Matos, e foi intensificado com Tomaz Antonio Gonzaga, Claudio Manuel da Costa; com os românticos Gonçalves Dias, Casemiro de Abreu, Castro Alves; com os parnasianos Olavo Bilac, Vicente de Carvalho; e com os modernistas Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Hoje, a trova é o único gênero literário exclusivo da língua portuguesa. No Brasil, a trova originada da quadra popular portuguesa encontrou campo fértil. Porém, passou a ser estudada e difundida de fato somente depois de 1950.

De acordo com Jorge Amado, “não pode haver criação literária mais popular e que mais fale diretamente ao coração do povo do que a trova. É através dela que o povo toma contato com a poesia e por isto mesmo a trova e o trovador são imortais”. A trova deve ser composta de uma quadra, ou seja, deve ter quatro versos – o que equivale a uma linha no universo da poesia. Cada verso, por sua vez, deve ter sete sílabas poéticas, ou seja, ser setessilábico. A sílaba poética, diferente do que possamos pensar, é contada por seu som. O verso da quadra deve ter sentido completo e independente. Há três gêneros básicos de trovas:

Trovas líricas – falando dos sentimentos, amor, saudade;

Trovas filosóficas – possuem ensinamentos, pensamentos;

Trovas humorísticas – são as que fazem rir, engraçadas, bem-humoradas.
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A Trova, por Luiz Otávio

A sina dos trovadores,
e o meu destino também,
é sofrer as próprias dores
e as dores que os outros têm…
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Às vezes uma emoção
que na minha alma se aninha,
não cabe bem num poema...
…mas cabe numa quadrinha…
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A Trova definitiva,
ideal do Trovador,
por mais que eu padeça e viva
eu jamais hei de compor…
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A Trova, quando perfeita,
três reações pode causar:
a gente ri... ou suspira,
ou então, fica a pensar…
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A Trova tomou-me inteiro,
tão amada e repetida,
que agora traça o roteiro
das horas da minha vida!…
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Cada quadrinha que faço
em hora calma ou incalma,
é pequenino pedaço
que eu mesmo furto a minha alma.
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De santo tu me chamaste…
Eu juro, ri um pedaço…
Pois nunca vi nenhum santo
fazer as Trovas que eu faço…
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Digo tudo sem receio…
Sei amor que não aprovas.
Meu coração retalhei-o
e, de pedaços, fiz Trovas…
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Dura menos que um suspiro
ou como a folha que cai…
Mas quando penetra na alma,
a Trova fica… Não sai..
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Enfrentando tantas provas,
ao desenrolar dos anos,
vou tirando da alma Trovas,
e enchendo-a de desenganos…
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Estas Trovas foram sonhos
que um trovador já sonhou…
São uns farrapos tristonhos
de um grande amor que passou…
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Este doce e grande amor,
esta saudade indiscreta,
fizeram de um trovador
o mais tristonho poeta…
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É um prazer bem diferente
e de sabor sempre novo,
ouvir a Trova da gente
andar na boca do povo!…
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Há Trovas, ricas, sonoras,
tem brilho, cintilação...
Lembram "Foguetes de Lágrimas"
nas noites de São João…
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Longe de ti triste eu passo,
se vivo mesmo, nem sei…
E, cada Trova que faço
um beijo que não te dei…
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Louvo a Deus por me ter dado
a sorte de trovador,
pois o mal, quando encantado,
diminui o seu rigor…
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Muitas vezes me pergunto,
ao enfrentar duras provas,
se eu suportaria o mundo
sem o meu mundo de Trovas!
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Não digo não: "minha" Trova
quando faço um verso novo:
- não é minha, nem é nova
quando cai na alma do povo…
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Nem sempre nós conseguimos
traduzir as nossas dores...
Quantas trovas ficam mortas
nas almas dos trovadores…
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Nesta Trova pequenina,
quero deixar o sabor
do beijo que ainda há pouco
eu roubei do meu amor…
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Ó trovas – simples quadrinhas
que tem sempre um que de novo...
- Como podem quatro linhas
trazer toda a alma de um povo?!
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"Pequena" - dizem zangados,
muitas vezes com desdém.
Jamais saberão, coitados,
que grandeza a trova tem!
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Pelo tamanho não deves
medir valor de ninguém.
Sendo quatro versos breves,
como a Trova nos faz bem!
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Por estar em solidão
tu de mim não tenhas dó.
Com Trovas no coração,
eu nunca me sinto só!
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Quando a Trova é mesmo boa,
é sempre assim que acontece:
- o dono fica esquecido,
mas a Trova não se esquece…
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Saudade - brisa tristonha…
e o meu coração magoado
desprende Trovas… e sonha…
é um rosal despetalado…
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Sou devoto, sou um crente!
Não zombes, não rias não…
Trago um rosário de Trovas
no fundo do coração…
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Tirem-me tudo o que tenho
neguem-me todo o valor!
Numa glória só me empenho:
- a de humilde trovador!
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Toda noite ao me deitar,
por certo você reprova,
eu me esqueço de rezar
e fico fazendo Trova…
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Toma cuidado poeta
com teu sentir mais profundo;
a Trova é muito indiscreta:
- e conta tudo a todo mundo…
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Trovador, grande que seja
tem esta mágoa a esconder:
- A Trova que mais deseja,
jamais consegue escrever…
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Uma trova pequenina,
tão modesta, tão sem glória,
bem pouca gente imagina,
que também tem sua história.


sábado, 17 de julho de 2021

18 de Julho - Dia do Trovador


 


Dia do Trovador

O dia 18 de julho é o dia consagrado aos trovadores do Brasil. A data foi fixada por leis estaduais e municipais, onde que haja um cultor da Trova, em homenagem ao Trovador LUIZ OTÁVIO, o responsável pelo insuperável movimento literário brasileiro, que é o movimento trovadoresco nacional.

No dia do Trovador, todas as Seções da União Brasileira de Trovadores - UBT e Delegacias espalhadas por centenas de municípios brasileiros comemoravam a data com as chamadas chuvas de trovas, (centenas de trovas impressas) jogadas das janelas dos trovadores, para que os transeuntes se deliciem com as trovas que vão caindo ao sabor do vento. São realizadas palestras, enfim, cada seção ou delegacia comemora da melhor forma que pode a passagem do dia legalmente dedicado ao trovador.

A data foi escolhida em homenagem a LUIZ OTÁVIO, o Dr. Gilson de Castro, um dos mais conceituados Cirurgiões - Dentistas da época, formado pela Faculdade Nacional de Odontologia da Universidade do Brasil, em 1936. Sua clientela não ficava restrita apenas ao município Rio de Janeiro, se espalhava por São Paulo, Santos, Belo Horizonte e outras cidades mais próximas da sede do seu consultório, que ficava na Rua do México, 119, no 9º Andar.

Luiz Otávio nasceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de julho de 1916. Filho de Octávio de Castro e Dona Antonieta Cerqueira da M. Castro.

Foi o precursor do movimento trovadoresco brasileiro, tendo publicado em 1956, a primeira Coletânea de Trovas, intitulada “Meus irmãos, os Trovadores”, contendo mais de duas mil Trovas, mais de seiscentos autores brasileiros, notas elucidativas e bibliográficas.

O “Castanheira de Pêra”, Jornal Português de 11 de agosto de 1958 publicou sobre Meus Irmãos, os Trovadores:

Esta coletânea, a primeira do gênero, veio preencher uma lacuna que se fazia sentir. Apresenta mais de seiscentos autores brasileiros, duas mil trovas, inúmeras notas bibliográficas e elucidativas e minuciosa introdução com um estudo sobre a trova. É um valioso trabalho que se impõe. A Luiz Otávio, em quem há muito reconhecemos idoneidade literária e bom sentido poético, apresentamos os nossos parabéns e os desejos de que o seu trabalho tenha a divulgação que a todos os títulos merece”.

Referindo-se ao mesmo trabalho de Luiz Otávio, “A Ilha”, jornal da África- São Miguel dos Açores, de 16 de fevereiro de 1957, registrou:

“Esta grande coletânea de trovas honra Luiz Otávio pelo seu trabalho, seriedade, competência e cultura, contribuindo para uma melhor compreensão deste tão “simples e difícil” gênero poético.

O Correio da Manhã do Rio de Janeiro, na edição de 27 de janeiro de 1957, em coluna assinada por Sílvia Patrícia, assinalou:

Meus Irmãos, os Trovadores, o volume novo que Luiz Otávio – Papai Noel da Poesia- ofereceu-nos no Natal que passou, é quase um romance no qual cada pena desta nossa irmandade de sonho narra, em quatro linhas, uma alegria ou uma tristeza, cardos e flores encontrados pelo caminho.”

O Jornal O Positivo, de Santos Dumont/MG, em coluna assinada por Antônio J. Couri, no dia 1º de outubro de 1957, escreveu sobre Meus Irmãos, os Trovadores:

Raríssimas são as vezes em que o Brasil tem a oportunidade de conhecer coletâneas de poesias, ou , simplesmente quadras. Agora temos uma apresentada por Luiz Otávio, porém de trovas. De uma organização primorosa , o autor de “Cantigas para Esquecer” soube escolher a matéria que compõe o livro, constituindo assim um verdadeiro monumento de arte da poesia nacional.

Evidentemente, não seria necessário selecionarmos as opiniões acima para este modesto trabalho a respeito do Dia do Trovador e de Luiz Otávio, o responsável pelo reconhecido movimento trovadoresco da atualidade, que começa a se firmar a partir da publicação de “Meus Irmãos, os Trovadores”, obra que reuniu trabalho de trovadores de todos os recantos do território nacional, numa época em que os meios de comunicação ainda eram bastante precários, o que, por certo, valorizou ainda mais o livro, pelo trabalho incessante do autor, inveterado apaixonado pela trova, como escreveu.

“A trova tomou-me inteiro!
tão amada e repetida,
agora traça o roteiro
das horas de minha vida.”

“Trovador, grande que seja,
tem esta mágoa a esconder:
a trova que mais deseja
jamais consegue escrever … "

"Por estar na solidão,
tu de mim não tenhas dó.
Com trovas no coração,
eu nunca me sinto só."


No ano de 1960, em Congresso de Trovadores realizados em São Paulo, foi eleita a Família Real da Trova, ficando assim constituída :
Rainha da Trova : Lilinha Fernandes (Maria das Dores Fernandes Ribeiro da Silva);
Rei da Trova : Adelmar Tavares e
Príncipe dos Trovadores: Luiz Otávio (Gilson de Castro).

Mesmo já sendo falecidos, continuam com o título, pois outros trovadores só poderão adquirir o título se houver uma Eleição Nacional ou um Congresso realizado com esta finalidade, em que participe um número muito grande de trovadores, com a participação de representantes de todo o país, uma vez que não pode ser reconhecido qualquer título literário supostamente alcançado com a votação de sócios de uma academia, associação, centro literário etc, com exceção de sua Diretoria.

Ainda no ano de 1960, Luiz Otávio, juntamente com J. G. de Araújo Jorge, criaram os Jogos Florais de Nova Friburgo, com o apoio do Prefeito Municipal da cidade, Dr. Amâncio de Azevedo e do Trovador Rodolpho Abbud, o mais respeitado trovador da cidade, Jogos Florais que se realizam, ininterruptamente, desde 1960 e seus festejos fazem parte do calendário oficial da cidade e são realizados como parte dos festejos do aniversário de Nova Friburgo.

No dia 21 de agosto de 1966, Luiz Otávio fundou a União Brasileira de trovadores - UBT – no Rio de Janeiro e a UBT Nacional,com sede também no Rio de Janeiro, tendo a mesma se expandido em pouco tempo, contando hoje com uma infinidade de Seções e Delegacias em quase todo o território nacional, onde se realizam inúmeros concursos de Trovas por ano, na maioria com mais de um tema.

Luiz Otávio foi o primeiro Presidente da UBT, tendo se tornado pouco tempo depois Presidente Nacional e posteriormente, Presidente Perpétuo, o mais alto título concedido pela agremiação.

Recebeu o título máximo da trova, Magnífico Trovador, nos Jogos Florais, por ser vencedor três anos consecutivos com as trovas:

XIII Jogos Florais – Tema Silêncio – 1º lugar :
Nessas angústias que oprimem,
que trazem o medo e o pranto,
há gritos que nada exprimem,
silêncios que dizem tanto!…


XIV Jogos Florais - Tema Reticências – 2º lugar:
Eu… você… as confidências…
o amor que intenso cresceu
e o resto são reticências
que a própria vida escreveu…


XV Jogos Florais - Tema Fibra - 10º lugar:
Ele cai… não retrocede!…
continua até sozinho…
que a fibra também se mede
pelas quedas no caminho…


LUIZ OTÁVIO publicou os livros:

Saudade… muita saudade! / Poesia / 1946
Um Coração em ternura / Poesia / 1947
Trovas (três edições) / 1954 – 1960 – 1961
Meus Irmãos, Os Trovadores. Coletânea de Trovas / 1956
Meu Sonho Encantador / Poesias / 1959
Cantigas para Esquecer / Trovas / 1959 e 1961
Cantigas de Muito Longe / Trovas / 1961
Cantigas dos Sonhos Perdidos / Trovas / 1964
Trovas… Ao Chegar do Outono / Trovas / 1965

Registramos outras trovas de Luiz Otávio, que demonstram porque, após criar os Jogos Florais de Nova Friburgo, como outros grandes trovadores, ele sagrou-se Magnífico Trovador.

 Se a saudade fosse fonte
de lágrimas de cristal,
há muito havia uma ponte
do Brasil a Portugal.

Ao partir para a outra vida,
aquilo que mais receio,
é deixar nessa partida,
tanta coisa pelo meio …

Busquei definir a vida,
não encontrei solução,
pois cada vida vivida
tem uma definição…

Não paras quase ao meu lado … !
e em cada tua partida,
eu sinto que sou roubado
num pouco da minha vida …

Portugal - jardim de encanto
que mil saudades semeias
nunca te vi … e, no entanto,
tu corres nas minhas veias …

Contradição singular
que angustia o meu viver :
a ventura de te achar
e o medo de te perder …


Além de grande Trovador, campeão de centenas de Concursos de Trovas e Jogos Florais, realizados em várias cidades do país, Luiz Otávio era um exímio compositor, sendo dele a autoria do Hino dos Trovadores, Hino dos Jogos Florais, das Musas dos Jogos Florais e de várias outras obras musicais.

Hino dos Trovadores

Nós, os trovadores,
somos senhores
de sonhos mil !
Somos donos do Universo
através de nosso verso.
E as nossas trovas
são bem a prova
desse poder :
elas têm o dom fecundo
de agradar a todo mundo!
==============================

Hino dos Jogos Florais

Salve os Jogos Florais Brasileiros!
a Cidade se enfeita de flores!
Corações batem forte, fagueiros,
a saudar meus irmãos trovadores!
Unidos por laços fraternais,
nós somos irmãos nos ideais;
– não há vencidos, nem vencedores;
pois todos nós cantamos , somos trovadores;
e as nossas trovas sentimentais
são sempre mensageiras de amor e paz!


A Oração do Trovador é o Poema de são Francisco de Assis, Padroeiro dos Trovadores, cujo aniversário, dia 4 de outubro é muito festejado pelos cultores da Trova.

E para encerrar esta homenagem ao Dia do Trovador, focalizando a figura mais importante do mundo trovadoresco, Luiz Otávio, registramos dois sonetos, dos inúmeros que escreveu, contido em um dos seus livros de poesias, “Meu Sonho Encantador”.

O IDEAL

Esculpe com primor, em pedra rara,
o teu sonho ideal de puro artista!
Escolhe, com cuidado, de carrara
um mármore que aos séculos resista!

Trabalha com fervor, de forma avara!
Que sejas no teu sonho um grande egoísta!
Sofre e luta com fé, pois ela ampara
a tua alma, o teu corpo em tal conquista!

Mas, quando vires, tonto e deslumbrado,
que teu labor esplêndido e risonho
ficará dentro em breve terminado,

pede a deus que destrua esse teu sonho,
pois nada é tão vazio e tão medonho
como um velho ideal já conquistado!…
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

ORGULHO

Venho de longe… venho amargurado
pelas noites sem fim, nesse cansaço
de receber tão só, triste e calado,
a incompreensão do mundo passo a passo…

Eu trago a alma sem fé do revoltado
e o gesto do vencido em cada braço…
E tu me surges – Anjo imaculado –
a oferecer repouso em teu regaço…

Porém tua alma feita de inocência
serenidade e Luz, não avalia
a penumbra invulgar dessa existência…

Deixa-me, pois, seguir o meu caminho,
renunciar, viver nessa agonia,
mas tenho o orgulho de sofre sozinho!…


domingo, 19 de julho de 2020

18 de Julho (Dia do Trovador em Versos)


Carolina Ramos
(Santos/SP)


Amizade é mão amiga
à procura de outras mãos...
- E a Trova é a mão que nos liga,
na busca a um mundo de Irmãos!
- - - - - –

"Meus Irmãos, os Trovadores"
...e o Príncipe, fraternal,
agregou Trovas e autores,
num abraço Universal!
- - - - - –

A UBT, Rosa sagrada
para a Trova e seus cultores,
tem a senha abençoada:
"Meus Irmãos, os Trovadores"!
****************************************

Professor Garcia
(Caicó/RN)


Nossa trova se assemelha,
seja aqui, seja onde for...
à nossa Rosa Vermelha
símbolo eterno do amor!
****************************************

Nemésio Prata
(Fortaleza/CE)

A todos os trovadores
do universo, no seu dia,
vão os sinceros louvores
dos amantes da poesia!

"Papo" de Trovador...

Sofre n’alma o trovador
ao buscar rima escorreita
quando está em seu compor
e lhe “foge” a mais perfeita!
- - - - - -

- Cadê tu, rima? - pergunta
o trovador, desolado;
de repente ela se assunta,
num verso bem descolado!
- - - - - –

Com mestrado em poesia
e doutorado em amor
a todos sempre extasia
as “teses” do trovador!
- - - - - –

É a inspiração a chama
que incendeia o trovador;
quando por ela se inflama
faz lindas trovas de amor!
- - - - - –

Quem faz trova sem cuidado
de a provar em contraprova
vai terminar reprovado
na prova de fazer trova!
****************************************

José Feldman
(Maringá/PR)


Trovador! Braços abertos...
te acolho com muitas festas,
pois transformas os desertos,
em belíssimas florestas.
- - - - - –

Qual a Gralha Azul que voa.
cultivando o Paraná.
A trova, a terra povoa,
espalhando o seu maná.
- - - - - –

Ouve, amiga, o que te digo:
– quem cativa um trovador,
leva um coração amigo
a qualquer lugar que for…
- - - - - –

Ah, se eu fosse um construtor!...
Eu faria estradas novas,
incrustadas com amor,
pelo chão... milhões de trovas!
****************************************

Ialmar Pio Schneider
(Porto Alegre/RS)

SONETO A LUIZ OTÁVIO

In Memoriam – Dia do Trovador
Nascimento do trovador em 18 de julho de 1916 –


Luiz Otávio foi dos trovadores,
o Príncipe que divulgou a trova
e a revestiu de uma roupagem nova,
para que fosse a das mais belas flores...

Pois em cada ano sempre se renova
e vai angariando admiradores
que curtem os seus mágicos amores,
das ardentes paixões, vívida prova !

Em dezoito de julho é celebrado,
Dia do Trovador, sempre lembrado,
pois nasceu Luiz Otávio, nesse dia.

E todos aos que a trova têm paixão,
podem prestar-lhe em forma de oração,
a homenagem de sua nostalgia...

Fonte:
Trovas e Soneto enviados pelos trovadores.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Sarau On Line Dia do Trovador (18 de Julho, sábado – 16hs)

Em 2020 dada a situação de pandemia pela qual o país atravessa e as medidas de controle da disseminação do Corona Vírus, realizaremos a comemoração do Dia do Trovador de forma remota (SARAU ONLINE).

Durante o mesmo, serão realizadas homenagens, será divulgado o Resultado do II Concurso de Trovas Cidade de Curitiba com leitura das trovas premiadas pelos classificados ( Se você participou do concurso tenha em mãos as trovas inscritas, assim ficará mais fácil para que leia sua trova se premiado(a))

Segue abaixo dados necessários para acesso à reunião online, bem como a programação, caso você queria fazer sua inscrição antecipada, envie-nos e-mail solicitando-a.


Dia: 18 de julho de 2020, sábado

Hora: 16 h às 18 h


Plataforma: Zoom

Link de acesso: https://bityli.com/jrZC2

ID: 996 188 6580

Senha: 5phXuY

PROGRAMAÇÃO:

1. Abertura
        (1). Andréa
        (2). Nei Garcez

2. Arlindo Tadeu Hagen (UBT-Nacional)

3. Música (por Beth Fontes)

4. Divulgação Resultado
       (1) Andréa Motta (Apresentação do Livreto)
       (2) Lilia M. M. Souza
               • Leitura das trovas premiadas pelos classificados presentes.
       (3) Andréa Motta
              • Leitura das trovas premiadas pelos classificados presentes.

5. Música ( inscrição será feita após início de Sarau)

6. Therezinha Brisolla (Homenagem)

7. Declamações de poesia – quaisquer gêneros ( inscrições será feita após início de Sarau)

8. Música ( inscrição será feita após início de Sarau)

9. Encerramento

ATENÇÃO: Não esqueça de ter em mãos as trovas inscritas no Concurso!!!! O Livreto em PDF somente será enviado por e-mail após o Sarau.

Contamos com a sua participação!

Andréa Motta
UBT-Curitiba

domingo, 5 de julho de 2020

Dia do Trovador Virtual (18 de Julho)



Em 18 de julho (terceiro sábado do mês) às 16 horas, comemoramos o DIA DO TROVADOR! Nessa data realizaremos um grande Sarau Virtual, no qual esperamos grande adesão por parte dos trovadores e amigos simpatizantes da trova. Durante o mesmo divulgaremos o resultado do II Concurso de Trovas Cidade de Curitiba, faremos o lançamento virtual do livreto do Concurso e muitas revoadas de trovas e de poemas de outros gêneros.

Para participar da reunião basta acessar o 

link: https://bityli.com/jrZC2 - 

ID: 996 188 6580/ 

Senha: 5phXuY

Fonte:
UBT-Curitiba. Os Trovadores. n. 103. julho de 2020.

domingo, 10 de maio de 2020

Mãe em Trovas


Na varanda, um quadro lindo:
a jovem mãe e a criança:
– Era a ternura sorrindo,
amamentando a esperança!
A. A. DE ASSIS
Maringá/PR

- - - - - -
Minha Mãe, minha velhinha,
Deus te abençoe, e acompanhe,
porque uma Mãe neste mundo,
quanto mais velha, mais Mãe.
ADELMAR TAVARES
Recife/PE, 1888 – 1963, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Pelo bem que me fizeste;
sem nunca exigires nada:
pela luz que tu me deste,
minha mãe – muito obrigado!
AGMAR MURGEL DUTRA
Leopoldina/MG

- - - - - -
Minha mãe, tu que me acalmas,
e que meus males espantas,
és a mais pura das almas,
és a mais santa das santas!
ALMEIDA FARIA
Montemor-O-Novo/Portugal

- - - - - -
Mãe, por mais que eu me concentre
na importância do que faço,
não esqueço que o teu ventre
foi o meu primeiro espaço.
ALMERINDA LIPORAGE
Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Oh, minha mãe, com denodo,
numa existência sem brilho,
trocaste o futuro todo
pelo futuro do filho!
ALOÍSIO ALVES DA COSTA
Umari/CE, 1935 – 2010, Fortaleza/CE

- - - - - -
Minha mãe sempre ao meu lado,
é amiga na dor, no riso;
não reclama do seu fado,
finge sempre um paraíso…
AMARILLYS SCHLOENBACH
São Paulo/SP

- - - - - -
Mãe, retrato de ternura,
de pura abnegação,
é a mais doce criatura
a quem Deus deu coração.
AMILTON MACIEL MONTEIRO
São José dos Campos/SP

- - - - - -
Amor de mãe é semente
que germina em qualquer chão,
é feito só de ternura,
é feito só de perdão.
ANFRÍSIO LIMA
Cabrobó/PE, 1887 – 1973, Manga/MG

- - - - - -
Mãe de José, de Maria,
de Antonio, Pedro, de João …
O nome próprio varia …
Só não muda o coração.
ANÍBAL VITRAL MONTEIRO
Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Mãe que traz uma criança
nas entranhas do seu ser,
carrega a própria esperança
no filho que vai nascer.
ANIS MURAD
Rio de Janeiro/RJ, 1904 - 1962

- - - - - -
Para você, mãe, a prece
deste filho agradecido
que na terra não se esquece
de tanto amor recebido.
ANTONIO M.A. SARDENBERG
São Fidélis/RJ

- - - - - -
Ó mãe que tudo perdoas,
corrige teus pequeninos!
– Às vezes, de intenções boas
nascem ladrões e assassinos…
APARÍCIO FERNANDES
Acari/RN, 1934 – 1996, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - –
Se Deus escutasse um dia
minha prece ingênua e doce,
quem fosse mãe não morria,
por mais velhinha que fosse!
ARCHIMIMO LAPAGESSE
Florianópolis/SC, 1897 – 1966, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Que grande amor verdadeiro
o da mãe pelo seu filho.
Amar é doar-se inteiro,
e vencer todo o empecilho.
ARLENE LIMA
Maringá/PR

- - - - - -
Mãe não precisa de rima.
Nome de tal esplendor,
diz tudo, para que exprima,
sozinho, um poema de amor!
BAPTISTA NUNES
Vassouras/RJ, 1883 - 1965, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Mãe – presente do Senhor,
que a humanidade conduz
num barco cheio de amor,
singrando mares de luz!
BENEDITO CAMARGO MADEIRA
Pouso Alegre/MG

- - - - - -
Devo tudo quanto sou
e a vida me concedeu
à mãe que Deus me levou
e à mulher que Ele me deu!
CARLOS GUIMARÃES
Rio de Janeiro/RJ, 1915 – 1997

- - - - - -
Mãe é ternura infinita
e ainda que a alma lhe doa,
ante um filho não hesita,
enxuga o pranto e…perdoa!
CAROLINA RAMOS
Santos/SP

- - - - - -
A Mãe, por ser indulgente,
tudo em seu coração cabe.
A mãe é aquilo que a gente
quer definir mas não sabe.
CLARINDO B. ARAÚJO
Jardim do Piranhas/RN (1929 – 2010) Natal/RN

- - - - - -
Mãe não é só quem procria.
nos diz velho ditado.
Ser mãe é também quem cria
com amor um filho adotado.
CLAUDYRA DIAS DA ROCHA
Fortaleza/CE

- - - - - -
É minha mãe quem me inspira
as rimas do coração:
de seu Amor, sonora lira
eu tiro qualquer canção…
CLEVANE PESSOA
Belo Horizonte/MG

- - - - - -
Mãe viva, mãe que partiu…
Todas merecem louvores;
seu amor sempre floriu
na rima dos trovadores.
CONCEIÇÃO A. C. DE ASSIS
Pouso Alegre/MG

- - - - - -
Mãe! criatura querida,
santa heroina sois vós;
quando nos destes a vida,
destes o sangue por nós.
DÉCIO VALENTE
São Paulo/SP

- - - - - -
Era uma santa em verdade,
mais santa que outra qualquer,
a mulher, hoje, saudade,
que foi mais mãe que mulher!
DELCY CANALLES
Porto Alegre/RS

- - - - - -
Pela escritura que trago,
Na história dos sonhos meus,
Mãe é uma estrela formada
De uma esperança de Deus.
DELFINA BENIGNA DA CUNHA
São José do Norte/RS, 1791 – 1857, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Amor de mãe é tão grande,
tão profundo na expressão,
tão sincero, tão sublime,
que não tem definição!
DELMAR BARRÃO
Rio de Janeiro/RJ, 1916 – ????

- - - - - -
Quando a mãe beija seu filho
– tesouro herdado de Deus –
quanto fulgor! Quanto brilho
espelha nos olhos seus!
DIAMANTINO FERREIRA
Campos dos Goytacazes/RJ

- - - - - -
Tricotando o sapatinho,
a mamãe pára um momento
e acaricia o pezinho,
no seu ventre, em movimento…
DOMITILLA BORGES BELTRAME
São Paulo/SP

- - - - - -
Se “Mãe” não tem com que rime,
não desistas, trovador…
Troca a palavra sublime
pelo sinônimo “Amor”!
DOROTHY JANSSON MORETTI
Três Barras/SC (1926 – 2017) Sorocaba/SP

- - - - - -
Ouve mãe: já não contenho
esta saudade insofrida …
Deste-me a vida que tenho
e eu não posso dar-te a vida.
DURVAL MENDONÇA
Rio de Janeiro, 1906 – 2001

- - - - - -
Ó mãe, que felicidade!
Eras só luz, coração!
Deixaste-nos a bondade
Que tinhas no coração…
EIRE
Serra/ES

- - - - - -
Lampadário de bonança,
luzente, formoso e terno,
nada supera a esperança
que existe no olhar materno!
ELEN DE NOVAES FELIX
Barra do Piraí/RJ,  1946 - 2015, Niterói/RJ

- - - - - -
Toda luz na diretriz
deste meu viver austero
é um bilhetinho que diz:
– ” Mamãe, querida, eu te quero”!!
ELISABETH SOUZA CRUZ
Nova Friburgo/RJ

- - - - - -
A mãe tem tal primazia,
tanto poder, tanta luz,
que pede à Virgem Maria
quem precisa de Jesus …
ELTON CARVALHO
Rio de Janeiro/RJ, 1916 – 1994

- - - - - -
Minha mãe, foram teus braços,
refúgio dos meus segredos,
onde deitei meus cansaços
e adormeceram meus medos!
ERCY M. MARQUES FARIA
Bauru/SP

- - - - - -
O amor seria fecundo
como tal se espalharia,
se toda mãe que há no mundo
tivesse um nome: MARIA!
FRANCISCO JOSÉ PESSOA
Fortaleza/CE

- - - - - -
Deus, em toda sua glória,
com tanta grandeza e brilho,
pra completar sua história,
quis ter mãe e quis ser filho!
GISLAINE CANALES
Herval/RS, 1938 – 2018, Porto Alegre/RS

- - - - - -
Minha mãe, que orava aqui,
é nos céus que reza agora;
foi no meu sonho que a vi
aos pés de Nossa Senhora!
HARLEY CLOVIS STOCCHERO
Almirante Tamandaré/PR, 1926 – 2005
- - - - - -
Ser mãe é trabalho insano
que tal carinho irradia
e te faz, por todo o ano,
ser a mãe de cada dia!…
HERMOCLYDES S.FRANCO
Niterói/RJ, 1929 – 2012, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
O amor de mãe é o mais puro,
sincero e cheio de graça.
É luz que brilha no escuro.
É vinho em dourada taça.
HORÁCIO FERREIRA PORTELLA
Piraquara/PR

- - - - - -
Num rasgo de amor profundo,
Deus,- sublime Criador-
criando a Mãe, mostra ao mundo
toda grandeza do Amor!
IVONE PRADO
Belo Horizonte/MG

- - - - - -
Minha mãe partiu e agora
na saudade que me envolve,
eu sou criança que implora:
-Por favor, Senhor…devolve…
IZO GOLDMAN
Porto Alegre/RS, 1932 – 2013, São Paulo/SP

- - - - - -
Oh, minha mãe, em meus cantos,
num grato e eterno estribilho,
bendigo a Deus, que, entre tantos,
me escolheu para teu filho!
J. G. DE ARAÚJO JORGE
Tarauacá/AC, 1914 – 1987, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Surpreendente maravilha
a que agora me acontece:
minha mãe é minha filha
à medida que envelhece!
JESY BARBOSA
Campos/RJ, 1902 - 1987, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Minha mãe verteu mais pranto
que a mãe de Nosso Senhor.
A Virgem chorou um Santo;
minha mãe – um pecador!
JOSÉ MARIA MACHADO DE ARAÚJO
Vila Nova de Famalicão/Portugal, 1922 – 2004, Rio de Janeiro/RJ
- - - - - -
A mãe das outras crianças
com minha mãe se parece ;
oferta ao filho as bonanças
e oculta o mal que padece.
JOSÉ VALERIANO SOBRINHO
Rondonópolis/MT

- - - - - -
Minha Mãe. Minha alegria.
Meu amor. Minha santinha.
Deu-me tudo o que eu queria
mas levou tudo o que eu tinha.
JOSÉ GILBERTO GASPAR
São Paulo/SP

- - - - - -
Frases de eterna pureza
mamãe sempre me revela;
porém as de mais beleza
eu leio nos olhos dela.
JOSÉ LUCAS DE BARROS
Serra Negra do Norte/RN, 1934 – 2015, Natal/RN

- - - - - -
Amor de mãe quem tiver
Deve guardá-lo no peito:
não há amor de mulher
que seja amor tão perfeito.
JÚLIO BRANDÃO
Famalicão/Portugal, 1869 -1947, Porto/Portugal

- - - - - -
O amor, no mundo, se exprime
pelo da Mãe, forte e vivo:
mas penso que é mais sublime
quando por filho adotivo!
LACY JOSÉ RAYMUNDI
Sananduva/RS, 1938 - 2014,Garibaldi/RS

- - - - - -
Desejei fogo atear
ao mundo por onde trilho
vendo uma cega indagar
como era o rosto do filho.
LILINHA FERNANDES
Rio de Janeiro/RJ, 1891 – 1981

- - - - - -
Debruçada sobre o berço
do seu querido filhinho
busca a mãe, com o seu terço,
indicar-lhe um bom caminho.
LUIZ HÉLIO FRIEDRICH
Curitiba/PR

- - - - - -
Dizes que és pobre … E eu, coitado,
inveja tenho de ti …
– Tens tua mãe a teu lado,
e a minha – eu nem conheci!
LUIZ OTÁVIO
Rio de Janeiro/RJ, 1916 – 1977, Santos/SP
- - - - - -

Tendo ao seio o meu menino,
tudo em volta é luz, é brilho.
Nem sei mesmo onde eu termino
e onde começa o meu filho!
MAGDALENA LÉA
Rio de Janeiro/RJ, 1913 - 2001

- - - - - -
As mães são divinas plantas
que deram flores, sementes…
Para Deus são todas santas,
com milagres diferentes …
MARIA NASCIMENTO S. CARVALHO
Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Coração de mãe, canteiro
em perene floração,
onde um Santo Jardineiro
planta as rosas do perdão.
MARILITA POZZOLI
Campina Grande/PB, 1902 – 1988, São Paulo/SP

- - - - - -
Vou ser mãe…ela murmura…
e o seu ventre, com nobreza,
aos poucos, forma a figura
de um templo da natureza…
MARINA BRUNA
Franca/SP, 1935 – 2013, São Paulo/SP

- - - - - -
A mãe é esta criatura
que mil vezes dá perdão.
E tem paciência e ternura
sobrando no coração.
MILTON SEBASTIÃO SOUZA
Porto Alegre/RS (1945 – 2018) Cachoeirinha/RS

- - - - - -
Louvo as mães, o sol caindo,
vão à igreja, levam velas,
à Virgem sempre pedindo
pelos filhos…não por elas.
MOACYR FIGUEIREDO
Florianópolis/SC+

- - - - - -
No embalo suave e silente
de teu ventre já aquecido
recebi maior presente
só por ter de ti nascido.
NEI GARCEZ
Curitiba/PR

- - - - - -
Apesar de mim distante,
lembro de ti, mãe querida;
porque foste a mais brilhante
estrela da minha vida!
NEMÉSIO SIMAS
Raul Soares/MG+

- - - - - -
Guarda no olhar a doçura
com que me embalou um dia.
Mãe lembra sempre a figura
e a ternura de Maria.
NILCI GUIMARÃES
Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Das dores que o tempo aguça
a mais triste, eu desconfio,
ser a da mãe que soluça
junto de um berço vazio…
NILO APARECIDO PINTO
Caratinga/MG, 1915 – 1974, Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Título algum de nobreza,
ou nome ilustre qualquer,
tem o valor, a grandeza
do de mãe, dado à mulher!
ORLANDO BRITO
Niterói/RJ, 1927 – 2010, São Luís/MA

- - - - - -
Mãe, com divina bondade,
inteligência e com brilho,
faz tudo que ao filho agrade,
sem nada exigir do filho.
ORLANDO WOCZIKOSKY
Curitiba/PR, 1927 – 2019

- - - - - -
Em paz o mundo estaria,
se governassem a Terra
apenas mães que algum dia
perderam filhos na guerra!
OSMAR GODINHO
Cataguases/MG, 1925 – 2013, Jacarezinho/PR


Como de um eixo central,
desde a manhã à noitinha,
a vida toda de um lar
gira em torno da mãezinha.
PEDRO COLTRO
Ribeirão Preto/SP

- - - - - -
Minha Mãe – frase sagrada
da mais sublime expressão,
para ser perpetuada
no fundo do coração.
PEDRO PAULO DE LEMOS
Rio de Janeiro/RJ

- - - - - -
Mãe! quisera eu me deitar
junto à parede, aos teus pés.
adormecer e sonhar,
sentindo os teus cafunés.
PROFESSOR GARCIA
Caicó/RN

- - - - - -
Te amando, mãe, desde o berço,
eu nem te amei tanto assim,
pois não te dei nem um terço
do amor que tu deste a mim!
REGINA CÉLIA DE ANDRADE
Magé/RJ

- - - - - -
Fecunda o ventre rosado
do amor, a fértil semente
e, a mãe, abriga um legado
que é futuro em seu presente…
RELVA DO EGYPTO R. SILVEIRA
Belo Horizonte/MG

- - - - - -
Minha mãe, do amor escrava,
com seu carinho e constância,
era a fonte que irrigava
o jardim de minha infância!
RENATA PACCOLA
São Paulo/SP

- - - - - -
Mamãe foi feliz morrendo,
foi feliz porque morreu!
pois se me visse sofrendo,
sofria mais do que eu !
RENATO CALDAS
Assu/RN, 1902 – 1991

- - - - - -
Quando piso, descuidado
as trilhas do coração,
sinto, a cada passo dado,
minha mãe me dando a mão!
ROBERTO RESENDE VILELA
Pouso Alegre/MG

- - - - - -
À minha mãe que voou,
nas asas de um querubim,
pedindo hoje aqui estou
que do céu vele por mim.
SARA FURQUIM
Rio Branco do Sul/PR, 1918 – 2020

- - - - - -
Minha mãe partiu, tão linda!
Sorriu no último adeus…
E em minha tristeza infinda
eu tive inveja de Deus.
SARAH MARIANY KANTER
São Paulo/SP

- - - - - -
Carinhos de filhos, quero!
Fazem bem ao coração:
São frutos do amor sincero;
São frutos da gratidão!
SELMA PATTI SPINELLI
São Paulo/SP

- - - - - -
Quem quiser ver a Esperança
olhe uma noiva no altar,
fite os olhos de uma criança,
repare uma mãe rezar!
SEVERINO UCHOA
Camutanga/PE, 1909 – 1983, Aracajú/SE

- - - - - -
Mamãe, eras diferente
das outras Mães, para mim.
De ti sinto bem presente
esta saudade sem fim.
SINÉSIO LUSTOSA CABRAL SOBRINHO
Várzea Alegre/CE, 1915 – 2012, Fortaleza/CE

- - - - - -
Penso ouvir teu acalanto,
minha mãe, lá de onde estás,
querendo enxugar meu pranto
e ninar-me, em horas más.
THEREZA COSTA VAL
Viçosa/MG, 1933 – 2014, Belo Horizonte/MG

- - - - - -
É noite!… E, num desvario,
na dor que a sufoca e invade,
chorando – o berço vazio –
a mãe embala a saudade!
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA
São Paulo/SP

- - - - - -
Se sendo mãe, a mulher
diviniza os seus anseios,
mais nobre ainda é quem quer
ser mãe de filhos alheios.
VANDA FAGUNDES QUEIROZ
Curitiba/PR

- - - - - -
Minha mãe com maestria,
vibrou forte de emoção,
quando em tarde de magia
fez pulsar meu coração!
VÂNIA ENNES
Curitiba/PR

- - - - - -
Rosto negro, alma de neve,
ternura de risos francos,
o Brasil muito de deve,
mãe – preta dos filhos brancos.
VASCO DE CASTRO LIMA
Lavrinhas/SP, 1905 – 2004, Rio de Janeiro/RJ

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Mãe! A doçura querida,
serena amabilidade,
legou-nos a própria vida
a paz e a felicidade!
VIDAL IDONY STOCKLER
Castro/PR, 1924 – 2014, Curitiba/PR

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Ser mãe, é ser o que encerra
tudo que é nobre e bendito :
– é ter a alma na terra
e o coração no infinito …
VIRGÍLIO G. ASSUMPÇÃO
Rio de Janeiro/RJ, 1909 – 1980, Belo Horizonte/MG

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Almejo trilhas sem fim,
ornamentadas de rosas!…
Mãe, vais à frente de mim,
cultivando as mais formosas!
WAGNER MARQUES LOPES
Pedro Leopoldo/MG

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Transcendo o sonho e refaço
minhas rotas do passado,
para ter de novo o abraço
do ventre em que fui gerado.
WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ
Curitiba/PR

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Mãe é puro sentimento
que se mistura à razão.
Mãe é tudo num momento,
e… muito mais: coração.
ZENI DE BARROS LANA
Belo Horizonte/MG

Poemas às Mães

Pintura de William-Adolphe Bouguereau
CAROLINA RAMOS
Santos/SP

CONSELHOS DE MÃE


 Meu filho, a vida é dura e fere… e nos magoa…
 mas, trata-a com respeito e guarda a dignidade.
 Ainda que a alma inteira sem clemência doa,
 não permitas que o mal altere o que é verdade!

 Sonha bem alto e segue o voo do teu sonho,
 sem pressa de alcança-lo e tendo-o sempre à vista!
 Cada dia que passa é um dia mais risonho,
 quando o amanhã promete as glórias da conquista!

 “Segura a mão de Deus!” Segue o rumo sem medo.
 Os caminhos, verás, se abrirão à medida
 que teu passo provar firmeza e, sem segredo,
 revelar o sentido e o Ideal da tua vida!

 Não temas opressões nem quedas. Persevera!
 Se achares que ao final o saldo não convence,
 reage, continua… a vida tens à espera!
 Confia em teu valor! Trabalha! Luta! E vence!
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IALMAR PIO SCHNEIDER
Porto Alegre/RS

SONETO PARA A MÃE


Mãe!… Palavra sublime, amor inexprimível,
que a gente pronuncia em ritmo de oração…
É tão cálido o afeto e quase que impossível
externá-lo, pois vive em nosso coração !

Se alguma coisa existe, além do que é infalível,
e seja só no mundo e morra em solidão;
creia-me, não verá jamais tão acessível,
de quem nos deu a vida, aceitar a afeição !…

Ela é generosa e sem maldade alguma…
Seus filhos são a maior riqueza que possui,
seu aconchego tem toda a maciez da pluma…

Porém, nunca haverá poeta, cujo verso
descreva o amor de mãe, pois tudo se dilui
ao saber que ela é a dona do Universo!
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PAULO WALBACH PRESTES
Curitiba/PR

MÃE


MÃE é presente e eternidade
Que amarra a prole e a família
Por laços de verdade,
No mais nobre sentimento e magia.

MÃE é futuro da mulher…
Que DEUS faz no seu corpo crescer
A semente da mais bela flor,
Pelo filho que um dia há de nascer.

MÃE é passado de glória, agonia e ventura…
É esplendor e saudade pura
Num perene estado espiritual.

MÃE é um ser tão singular,
Da mais forte e fiel expressão
Dos verbos sofrer e amar!
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HUMBERTO RODRIGUES NETO
São Paulo/SP

MÃE!


Tu foste, mãe, na treva a claridade,
 na dor meu riso e na tormenta o norte,
 a doce companheira e a consorte
 das minhas horas de infelicidade!

 Que anjo não foste, toda vez que a sorte
 não me sorriu! E com que imensidade
 de amor, desvelo e angelical bondade
 tu me ensinaste a ser paciente e forte!

 E hoje a alegria anda a sorrir nos ares…
 é o “Dia das Mães” numa porção de lares
 e eu vou fingindo que inda o comemoro!

 Finjo, mãezinha, até que em doce jeito
 vens doer tão tristemente no meu peito,
 que eu cerro os olhos, pendo a fronte… E choro!
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MARIA NASCIMENTO SANTOS CARVALHO
Rio de Janeiro/RJ

MÃE MARINA


MAMÃE, quando retorno ao meu passado
tão rico de pobreza e de esperança,
imagino que estou ainda ao teu lado,
e volte a me sentir em segurança…

E projetando tudo na lembrança
vejo que, se houve sonho malogrado,
o amor que recebi desde criança
evitou que eu tivesse fracassado.

És milagrosa, Santa MÃE MARINA,
uma estrela radiosa, a luz divina
que enfeita meus caminhos, e me guia,

pois quando fico triste, em pensamento,
chego aonde estás e abrandas meu tormento,
minha Nossa Senhora da Alegria !
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PEDRO APARECIDO DE PAULO
Maringá/PR

MÃE, O MUNDO ENCANTADO


Sua doutrina Bendita
faz a vida mais bonita
mesmo na dificuldade.
Seu olhar tão meigo e puro
traz o seu filho seguro,
irradia felicidade.

Sua face tão serena,
de uma coisa tão pequena
faz transformação total.
A primeira frase do filho
faz-se seu nome estribilho
e o transforma em festival.

Suas mãos acariciam
seus afagos contagiam
trazendo tranquila paz.
Atrai a felicidade
amor e sinceridade
vejam, do que ela é capaz.

Seu coração envolvente
faz do seu filho inocente
um mar de sabedoria.
Ensina-o a cada passo
defendendo-o do fracasso
com prazer e alegria.

Pode ser uma rainha
ou uma mãe pobrezinha
não importa a diferença.
Se ela não tem riqueza
não sabe o que por na mesa
a Deus pede providência
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MARIA GRANZOTO
Arapongas/PR

MINHA MÃE

 
 Em teu colo
 Repouso a minha dor…
 Forte é o poema que cresce
 Por amor
 ao teu amor
 Neste solo tão agreste
 Da tua ternura…
 Daquele olhar tão cândido
 Os meus olhos a procurar
 Como em busca do alívio
 Para a dor luarizar…
 Foste para as alturas,
 Deixaste o nosso convívio para sempre!
 Eu, às penas duras,
 Confesso que o tempo não resolve,
 Pois ele também não cicatriza
 As chagas da tua ausência,
 Não enfraquece a saudade,
 Não suaviza a demência
 Que a tua falta me faz!
 Só provoca a imensa vontade
 Que eu sinto de te abraçar!
 Neste mundo, nada, ninguém,
 Há de apagar a imagem
 Do branco
 da tua tez
 E dos teus pequeninos olhos
 A olhar-me
 pela última vez…
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ANTONIO MANOEL ABREU SARDENBERG
São Fidélis/RJ

AMOR DE MÃE


Seu ventre é solo fecundo
Que gera e abriga a vida,
É paixão sem ter medida
De um sonho realizado,
É aconchego do ninho
Que acolhe com carinho
O amor tão esperado.

Com sua voz acalenta
Com um canto delicado…
No seu peito amamenta
E com amor alimenta
O filho tão desejado!

Com a mão acaricia
Em toque meigo e sublime…
Seu brilhante olhar exprime
Na mais ardente paixão
O amor que também pulsa
No pequeno coração.

A sua boca tem beijo
Mais doce do que o mel,
Em sua prece o desejo
De dar para seu rebento
Um pedacinho do céu.

Na alma toda esperança
De um futuro promissor
Para o filho que gerou
De quem tanto quer o bem:
Que em sua caminhada
Consiga vencer também.

Que os anjos digam amém
E em coro com os arcanjos,
No mais harmonioso arranjo,
Cantem com todo fervor
Um hino de puro amor
Para a santa e amada MÃE!
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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Itabira/MG, 1902 - 1987, Rio de Janeiro/RJ

PARA SEMPRE


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
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EUGÉNIO DE ANDRADE
Fundão/Portugal, 1923 – 2005, Porto/Portugal

POEMA À MÃE


No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos…

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha – queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
“Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal…”

Mas – tu sabes! – a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu…

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas…

Boa noite. Eu vou com as aves!
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JACINTA  PASSOS
Cruz das Almas, BA, 1914 – 1973, Aracaju/SE

CANTIGA DAS MÃES
(Para minha mãe)


“Fruto quando amadurece
cai. das árvores no chão,
e filho depois que cresce
não é mais da gente, não.
Eu tive cinco filhinhos
e hoje sozinha estou.
Não foi a morte, não foi,
Oi!.
foi a vida que roubou.

Tão lindos, tão pequeninos,
como cresceram depressa,
antes ficassem meninos
os filhos do sangue meu,
que meu ventre concebeu,
que meu leite alimentou,
Não foi a morte, não foi,
Oi!.
Foi a vida que roubou.

Muitas vidas a mãe vive.
Os cinco filhos que tive
multiplicaram por cinco
minha dor, minha alegria.
Viver de novo eu queria
pois já hoje mãe não sou.
Não foi a morte, não foi,
Oi!
foi a vida que roubou.

 Foram viver seus destinos,
 sempre, sempre foi assim.
 Filhos juntinho de mim,
 berço, riso, coisas puras,
 briga, estudos, travessuras,
 tudo isso já passou.

Não foi a morte, não foi,
 oi!
 foi a vida que roubou.
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ISABEL PASSOS
Lisboa/Portugal

MÃE


A mulher foi por Deus escolhida
pra na maternidade gerar vida;
Com amor trazer filhos ao mundo;
O dom mais sublime e profundo.

Pode ter dor quando um filho parir
mas logo esquece, ficando a sorrir
assim que escuta o doce vagido,
e acaricía o recém-nascido.

Em suas entranhas vida semeou,
deu à luz o filho e tudo suportou.
Com altruísmo dá aquilo que tem…

Abnegação, apanágio de mãe,
é produto da Obra do Criador
que tudo planeou com muito Amor.
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JOSÉ ERNESTO FERRARESSO
Serra Negra/SP

ÉS TU MÃE!


Determinada, irreverente e persistente,
De iniciativas constantes.
Punhos fortes, nunca errante,
Mulher linda, estonteante.

Mãe, Rainha do lar,
Mostra sua resistência e sabe lutar.
Ensina coisas boas, sabe os filhos educar,
Por isso a denominamos “Dona do Lar”.

Cumpridora, fiel aos filhos e esposo,
Em todas as horas e instantes dolorosos,
É ela a grande guerreira .

Essa mãe verdadeira,
Em cada momento presente.
Divina simplesmente.
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AMILTON MACIEL MONTEIRO
São José dos Campos/SP

EXEMPLO DE MÃE


Não me admiro de sentir saudade
De meus longínquos tempos de criança,
Vividos na escassez, é bem verdade,
Mas com imenso amor e esperança.

A gente era pobre e a cidade
Nem possuía luz ou segurança
De algum Doutor. Mas nessa qualidade
Aquilo é um sonho em minha lembrança…

Pois o importante é que então vivendo
De modo simples, “remendando o pano”,
só de carinho a gente ia crescendo…

A grande fé em Deus nos consolava,
Mudava em alegria o desengano…
Tal o exemplo que mamãe nos dava!
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DIVANILDE VITORIA CAMPOS(DIVA)
Mirassol/SP

MAMÃE MAMÃEZINHA


Ciranda cirandinha,
mamãe hoje vamos cantar
embora já tão velhinha
jamais deixou de me amar!

Como toda jovem, sonhou,
lindos sonhos não realizados
mas nunca desanimou
de ter-me tanto amado!

Seus cabelos branquinhos
como um punhado de neve
a pele enrugadinha
mãos trêmulas, passos trôpegos
corpo franzino, encurvadinha!

Dizer que te amo não é preciso
sabes que sempre te amei
nos teus braços sempre feliz
enquanto me embalava
uma linda cantiga cantava!

Hoje é teu dia, Dia das Mães.
Nesta tua longa caminhada
me ensinou os bons caminhos
não me deixou me afastar do teu ninho
por isso sou muito abençoada!!!
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LENIR MOURA
Rio de Janeiro

TRIBUTO À MINHA MÃE


E um dia Deus a chamou.
e você foi indo,
sem pressa, bem devagar.
foi obedecendo àquele chamado calmamente.
Você sabia que a dor seria grande demais,
e então sem querer nos fazer sofrer,
fez assim:
preferiu nos acostumar com a idéia
de não mais ter você,
e aos poucos,
foi se afastando.
Foi nos ensinando a sentir
que não a tínhamos mais,
mesmo estando ao nosso lado.
E com isso,
a dor não doeu tanto,
e mais uma vez,
mesmo na hora final,
poupou-nos um sofrimento maior.
Dignidade na vida, altivez na morte!
atitude digna de você,
que sempre foi mãe,
em toda sua magnitude.
Descansa minha mãe
e ilumina com a sua luz,
o pedaço de céu que a você foi reservado.
Encanta com o seu amor
e embala com a sua canção de paz
a missão que, com certeza,
Deus lhe destinou:
a de ser no céu
mais uma estrela a brilhar.
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MARIA DA FONSECA
Lisboa/ Portugal

A MINHA MÃE


Ao observar-me no espelho
Vejo os teus traços, Mãezinha,
Ouço ainda o teu conselho,
Tua alma junto à minha.

Da minha face, o oval
Lembra-me teu rosto lindo,
Teu sorriso maternal
Os teus olhos colorindo.

Enquanto os meus são castanhos,
Os teus eram ‘sverdeados,
Mas meu cabelo que apanho
Teve cachos ondeados.

De ti herdei as feições
Que recordo tão saudosa.
Sei que viveste aflições
E mas poupaste, ansiosa.

Ao teu coração bondoso
Presto singela homenagem.
“Doou-me amor precioso
E deu-me sempre coragem”.
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DÁRIA FARION
Pinhais/PR

SER MÃE


É extasiar-se:
– Meu Deus! A mim confiaste,
a maravilha de Tua criação.

É abrigar-se:
– Debaixo da Graça Divina,
em seus eflúvios haurir
alento, coragem e fé.

É expor-se:
– Na sua Luz se energizar
e por caminhos iluminados
seus filhos conduzir.

Ser mãe é amar,
tanto, tanto. Vida própria não ter,
de tristeza e alegria sorrir,
de alegria e tristeza chorar.

Ser mãe,
é orar pedindo,
é orar agradecendo,
é orar abençoando.

Feliz é o filho que tem
uma mãe orando.
Benditos os filhos que ensinam a amar.
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HILDA PERSIANI
Curitiba/PR

MINHA MÃE


Não existe palavra mais doce
Desde que se aprende a falar,
Pronunciá-la é como se fosse
O mais saboroso manjar.

Mãe, sempre pronta a me aconselhar,
Seus exemplos que sempre admirei,
Foi o espelho onde me espelhei
E na vida me ajudaram a caminhar.

Tentei escrever uma poesia
Para homenageá-la no seu dia,
Mas não consegui terminar,

Ao relembrar seu olhar de santa,
Um nó me aperta a garganta
E eu só consigo chorar …
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ADEMAR MACEDO
Santana do Matos/RN, 1951 – 2013, Natal/RN

MÃE… MULHER!


Ser mãe é negar a dor,
a dor maior que ela sente.
Ser filho é ter muito amor
para amá-la eternamente…
– Minha mãe foi meu tesouro,
meu escudo e meu troféu;
hoje, uma medalha de ouro
entre as mães que estão no céu!
Minha mãe, minha rainha,
só para o bem me conduz.
Pra ser mãe igual a minha,
só mesmo a mãe de Jesus!
Tal qual Mãe celestial,
mamãe também não tem preço!
Toda mãe é sempre igual…
muda apenas de endereço.
Toda mãe é protetora
e guarda em si, um mister;
no papel de genitora,
é simplesmente…Mulher!
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MARTINS FONTES
Santos/SP, 1884 – 1937

MINHA MÃE


Beijo-te a mão que sobre mim se espalma
Para me abençoar e proteger.
Teu puro amor o coração me acalma;
Provo a doçura do teu bem-querer.

Porque a mão te beijei, a minha palma
Olho, analiso, linha a linha, a ver
Se em mim descubro um traço de tua alma,
Se existe em mim a graça do teu ser.

E o M, gravado sobre a mão aberta,
Pela sua clareza me desperta
Um grato enlevo que jamais senti:

Quer dizer Mãe este M tão perfeito,
E, com certeza, em minha mão foi feito
Para, quando eu for bom, pensar em ti.