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terça-feira, 29 de agosto de 2023

Sonia Regina Rocha Rodrigues (Homenagem à Sophia Leite Cruz)

Pura luz

Qual uma esteira de prata,
O luar cai sobre a areia,
e o mar, numa serenata,
faz trovas à lua cheia!
Sophia Leite Cruz


A poetisa santista Sophia Leite Cruz, que, ao final do século vinte, residia em Santos, sofrendo de mal de Parkinson há mais de dez anos, infartou. Sophia foi uma das pessoas mais alegres que conheci. Se alguma de nós entrasse esbaforida, a lutar com o guarda-chuva, em dia de vento, ouvia-se Sophia a rir:

O vento passa, curioso,
Por entre frondas e faias,
e levanta, malicioso,
a barra de tuas saias.


Posso imaginar Sophia, que sobreviveu ao ataque, acordando na UTI, ao lado de uma dessas desprestigiadas profissionais da saúde, de olhar desiludido e semblante amargurado, mecanicamente a trocar um frasco de soro, e murmurar um ‘obrigada, querida’ seguido de uma rima:

E que caminhes sempre firmemente
A cada passo, uma conquista a mais,
Tendo no peito muita paz somente,
Anjo de Amor, orgulho de teus pais.


E acrescentando:

- De teus pais e de nós, teus pacientes.

Pronto; lançado o encanto, a face da moça se transformaria, surpresa.

E quando o médico se aproximasse a perguntar pelo coração de poeta, ela responderia:

Em busca de beleza e pelo amor,
Corre o poeta a soltar-se no espaço.
Leva no verso a força e o resplendor,
Não mede esforço, despreza o cansaço.


E o médico, a provocá-la:

- Não cansa mesmo, avozinha? Depois de horas a escrever, não cansa, não?

E Sophia afirmaria:

E a pena corre firme no papel
e exprime com fervorosa emoção,
artista a debuxar com seu cinzel,
as fímbrias fundas de seu coração.


Ora, há muito que a pena de Sophia não corria firme em lugar algum, motivo pelo qual o banco lhe cancelara os cheques e ela se ajeitara ao teclado de um computador, digitando pacientemente, dedo a dedo, uma letra por vez, persistente.

Quando o médico hesitasse em revelar-lhe a verdade sobre sua saúde, ela, esperta, o interromperia:

Não dirijas tua vida
Buscando luz na mentira.
Vê que a verdade sofrida
Seja mesmo tua mira.


Coração forte, o de Sophia! Após longos anos de doença, ela erguia o rosto risonho e enfrentava o que fosse.

A enfermeira, mais animada, conversaria com ela sobre a cidade, tão bonita, berço de renomados poetas, e Sophia concordaria:

Os jardins de nossas praias,
Possuem lindos recantos.
Entre alfambras, flores, faias,
Fazem a graça de Santos!


Depois de tomar seus remédios e despedir-se das visitas, Sophia se prepararia para dormir, despedindo-se assim:

É tão gostoso adormecer assim,
pela madrugada misteriosa,
sorver no espaço o aroma do jasmim,
Apaixonado pela rubra rosa!


As amigas, para animá-la, riam e atiçavam:

- Sei não, não era bem assim que um certo ‘alguém’ ouviu estes versos, não! Como eram mesmo?

Sophia, alegre, relembrava os versos feitos ao antigo namorado:

É tão gostoso adormecer assim,
no limiar do sonho, um beijo teu,
em revoada como um querubim,
buscando rápido um carinho meu.


A enfermeira, admirada, lhe perguntaria, curiosa:

- Avozinha, como consegue declamar tão facilmente, assim tão à vontade com as palavras e as rimas?

A mesma pergunta eu já lhe fizera e obtivera como resposta:

- Eu penso em decassílabos...

Cartões de Natal, vindos de Sophia, só rimados:

Natal! E toda a celeste legião
Festeja o nascimento de Jesus.
Anjos e arcanjos sorridentes vão
em cada estrela colocar mais luz.


Assim era Sophia, imersa em poesia, sem deter-se nas contrariedades presentes na paisagem da vida, buscando a beleza, focando no Bem.

Anos mais tarde, ela se foi, e deixou-nos seu exemplo de vida. Seu enterro, ao que sei, foi concorrido, e seus amigos poetas foram cantando acompanhar o caixão.

Sophia, como os gregos do Parnaso, buscava a Excelência.

Tendo seus talentos reconhecidos pelos prêmios que recebeu, pelas entidades das quais participou, pelos leitores do seu jornal poético O Espaço, Sophia realizou seu desejo de publicar seu livro Um Grande Sonho.

Para muitos que a conheceram, ela personificou o sonho.

Bibliografia:
Um grande sonho – Sophia Leite Cruz - 1992
Em Verso e Prosa – AFCLAS – 1998
Antologia A lua e a Pena – APEBS - 1995
Antologia A lua e a Pena – APEBS - 1996


Fonte:
Enviado pela autora.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Giuseppe Bezzi (Mel)


Mel, a cadela de um amigo meu,
Depois de anos de amizade e amor,
Partiu pra sempre, voou para o céu
Enchendo o triste coração de dor.

Do José, o dono. Agora se perdeu
No espaço etéreo o tênue rumor
De suas unhas no piso e se rompeu
O sentimento de alegria e o clamor

Que, após a longa espera atrás da porta,
Ela fazia quando José voltava,
Feliz de vê-lo novamente em casa.

Ela está livre, agora ela tem asa,
Não fica alegre e não fica brava:
A doce amiga ora repousa, morta.
–––––––––––––––
(Poesia em Italiano)
MEL

Mel, la cagnetta di un amico mio,
Dopo tanti anni di amicizia e amore,
È partita per sempre, ha detto addio
A questo mondo, lacerando il cuore.

Di José, il suo padrone. Il calpestio
Delle sue unghie non fa più rumore
Sul pavimento; non più il turbinio
Festoso e il mugolar danno il sentore,

Dopo un lungo aspettar dietro alla porta
Quando José rientrava dentro casa,
Della felicità immensa e vera,

Dell`amicizia pura e sincera.
L`anima dal suo corpo è uscita, è evasa:
La dolce amica ora riposa, morta.

Fonte:
Poema em português e italiano enviado pelo poeta

sábado, 30 de março de 2019

Odenir Follador (Ponta Grossa, Princesa dos Campos Gerais)


Salve, salve, oh! Querida Ponta Grossa,
 Princesa encantada dos Campos Gerais!
Das verdes campinas és a alma nossa.
Brancas asas, o início... Esquecer jamais!

De seus prédios e casarões alvissareiros,
das ruas seminuas no entorno da praça.
Onde havia até transporte de passageiros;
a Estação Saudades e a Maria Fumaça!

Havia também outro meio de transporte:
quatro linhas de ônibus no Ponto Azul
que ligava todos os bairros dando suporte,
num irrequieto vai e vem, de Norte a Sul.

E muito próximos, com porte magistral:
a fonte da Praça Barão do Rio Branco,
o Coreto e a nossa imponente Catedral;
magia dourada de um momento franco.

Indústrias Wagner com chaminé altaneiro,
da Cia. Adriática e da cerveja Original!
Nas ruas: cavalos, carroças e carroceiro
movendo e agitando o centro comercial.

As muitas lojas, comerciais e industriais
foram demolidas, sequer preservadas!
Só lembranças...  Hoje não existem mais!
Pela moderna construção, foram trocadas.

Oh! Querida Princesa dos Campos Gerais;
que saudades... Recordação e Nostalgia!
Lembranças que não apagarão jamais,
da candura e doçura que tivemos um dia.

Fonte: O poeta

sexta-feira, 29 de março de 2019

José Feldman (Curitiba 326 anos)

Parque Barigui - Pintura de Jaqueline Braun Loewen
Poema para a Cidade de Curitiba, que completa 326 anos, hoje, 29 de março de 2019.

Curitiba, tu és saudade
de um tempo que se passou.
Como não amar esta cidade
onde minha jornada iniciou?

Lembro bem do Pilarzinho,
do Tanguá e do Tingui,
Bosque do Alemão no caminho
e claro também o Barigui.

No Largo da Ordem, a feira,
Big Pizza, Rua das Rosas,
também uma vida festeira,
sebos, barzinhos e muitas prosas.

Bairro de Santa Felicidade,
restaurantes... que delícia!
Enriquecem esta cidade
numa saudade vitalícia.

Mais um ano se completa,
trezentos e vinte e seis se passaram,
deixa no coração deste poeta
doces lembranças que nunca se apagaram.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Amilton Maciel Monteiro (O Grande Bardo)

Homenagem ao Imortal Joseense, Cassiano Ricardo


___________________

Cassiano Ricardo Leite nasceu em São José dos Campos/SP, em 26 de julho de 1895, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 14 de janeiro de 1974. foi poeta, jornalista e ensaísta,

Aos 16 anos publicava o primeiro livro de poesias “Dentro da noite”. Iniciou o curso de Direito em São Paulo, concluindo-o no Rio, em 1917. Foi um dos líderes do movimento pela Semana de Arte Moderna de 1922, participando ativamente dos grupos Verde Amarelo e Anta, ao lado de Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Cândido Mota Filho e outros.

No jornalismo, Cassiano trabalhou no Correio Paulistano como redator (de 1923 a 1930), e dirigiu A Manhã, do Rio de Janeiro (de 1940 a 1944). Em 1924, fundou a Novíssima, revista literária dedicada à causa dos modernistas e ao intercâmbio cultural pan-americano. Também foi o criador das revistas Planalto (1930) e Invenção (1962).

Em 1937 fundou, com Menotti del Picchia e Cândido Mota Filho, a Bandeira, movimento político que se contrapunha ao Integralismo. Dirigiu, àquele tempo, o jornal O Anhanguera, que defendia a ideologia da Bandeira, condensada na fórmula: “Por uma democracia social brasileira, contra as ideologias dissolventes e exóticas.”

Em 1937, foi eleito na Academia Brasileira de Letras, Cadeira 31.

Eleito em 1950, presidente do Clube da Poesia em São Paulo, foi várias vezes reeleito, tendo instituído, em sua gestão, um curso de Poética e iniciado a publicação da coleção “Novíssimos”, destinada a publicar e apresentar valores representativos daquela fase da poesia brasileira. Entre 1953 e 1954, foi chefe do Escritório Comercial do Brasil em Paris.

Poeta de caráter lírico-sentimental em seu primeiro livro, ligado ao Parnasianismo/Simbolismo, em “A Flauta de Pan” (1917) adota a posição nacionalista do movimento de 1922, revelando-se um modernista ortodoxo até o início da década de 1940. As obras “Vamos caçar papagaios” (1926), “Borrões de verde e amarelo” (1927) e “Martim Cererê” (1928) estão entre as mais representativas do Modernismo. Com “O sangue das horas” (1943), inicia uma nova e surpreendente fase, passando do imagismo cromático ao lirismo introspectivo-filosófico, que se acentua em “Um dia depois do outro” (1947), obra que a crítica em geral considera o marco divisório da sua carreira literária. Acompanhou de perto as experiências do Concretismo e do Praxismo, movimentos da poesia de vanguarda nas décadas de 1950 e 1960. A sua obra “Jeremias sem-chorar”, de 1964, é bem representativa desta posição de um poeta experimental que veio de bem longe em sua vivência estética e, nesse livro, está em pleno domínio das técnicas gráfico-visuais vanguardistas.

Se a sua obra poética é tida como de importância na literatura brasileira contemporânea, a de prosador é também relevante. Historiador e ensaísta, Cassiano publicou em 1940 um livro de grande repercussão, “Marcha para Oeste”, em que estuda o movimento das entradas e bandeiras.



Pertenceu ao Conselho Federal de Cultura e à Academia Paulista de Letras. Na Academia Brasileira de Letras, teve atuação expressiva. Relator da Comissão de Poesia em 1937, redigiu parecer concedendo a láurea ao livro “Viagem”, de Cecília Meireles. Vitorioso, esse livro foi o primeiro livro da corrente moderna consagrado na Academia. Ao lado de Manuel Bandeira, Alceu Amoroso Lima e Múcio Leão, Cassiano Ricardo levou adiante o processo de renovação da Instituição, para garantir o ingresso dos verdadeiros valores.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

José Feldman (Sonetilho de Adeus a Cléo)


SONETILHO DE ADEUS A CLÉO
(Maringá/PR – 8/2/2014 – 28/1/2017)

Impotente assim estou,
perante tal pesadelo,
já nem mesmo sei quem sou,
nem como posso detê-lo.

Este dia se extinguiu,
e esta noite será fria,
pois a sua alma partiu,
consigo a sua alegria.

A vida não tem sentido,
perde todo o colorido
nas lágrimas, a razão.

Faz do meu mundo deserto,
onde a saudade por certo
morará no coração.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Tiradentes em Trovas


ALMIRA GUARACY REBÊLO

Herói de sonhos ardentes,
de liberdade e de glória,
o nome de TIRADENTES
ficou gravado na História.
----
ARLINDO TADEU HAGEN

TIRADENTES, tua glória
com teu corpo não morreu
e, em torno de tua história,
nossa história se escreveu.
----
CAMPOS SALES

Seus carrascos inclementes
não suspeitaram, suponho,
que matando TIRADENTES,
davam mais vida ao seu sonho.
----
CAROLINA RAMOS

No rol dos inconfidentes,
fiel à sua verdade,
deu a vida TIRADENTES
por amor à Liberdade!
----
FLORESTAN JAPIASSÚ MAIA

Ainda forte na lembrança,
como a luz na escuridão,
TIRADENTES é a esperança
que ilumina o coração!
----
FRANCISCO ASSIS MENEZES

TIRADENTES, de alma pura,
morre, crendo na verdade::
"Nem mesmo a força segura
o ideal de liberdade!
----
GENY NAGEN ASSAD SABBAGH

Tendo ideal, confiança,
TIRADENTES em verdade
foi um mártir de esperança,
com sonhos de liberdade...
----
HELOÍSA ZANCONATO PINTO

TIRADENTES foi o laço
de uma corda, e teu fanal...
E o corpo, em cada pedaço,
tornou-se um nome imortal!
----
JOAMIR MEDEIROS

Vencendo a força ultrajante
e a vileza da traição,
foi TIRADENTES gigante
doando a vida à Nação!
----
MARCÍLIO NASCIMENTO FERNANDES

O sangue de TIRADENTES
não foi derramado em vão...
Fertilizou as sementes
da nossa libertação!
----
MARIA DA GRAÇA O. SIKORSKI

Pensaste sonhos valentes,
sonhaste dias de glória,
serás sempre, TIRADENTES,
o exemplo de nossa História.
----
MARIA LÚCIA DALOCE CASTANHO

Que o exemplo de TIRADENTES,
ao morrer por liberdade,
germine eternas sementes
de civismo... e lealdade!
----
MARIA REGINATO LABRUCIANO

Quando subiu ao patíbulo,
TIRADENTES teve a glória
de atravessar o vestíbulo
do augusto Templo da História.
----
MARLÊ BEATRIZ J. DE ARAÚJO

TIRADENTES, tua imagem
atesta a notoriedade
de Herói de extrema coragem,
de garra e brasilidade!
----
NEOLY DE OLIVEIRA VARGAS
Herói dos Inconfidentes,
não conheceste a vitória,
mas teu nome, TIRADENTES,
ficou gravado na história.
----
NEWTON MEYER AZEVEDO

Lampeja em cada soldado,
que o Brasil defende agora,
um brilho do gesto ousado
do TIRADENTES de outrora!
----
OSCAR VIEIRA SOARES

No patíbulo medonho,
- fronte erguida, peito aberto -
TIRADENTES vive o sonho
de ver seu povo liberto!
----
OSWALDO EVANDRO C. MARTINS

Prosseguindo a trajetória
que leva aos Inconfidentes,
abrem-se as portas da glória
para o mártir TIRADENTES.
----
REBECCA LAVRADOR S. CARVALHO

TIRADENTES - monumento
do herói que não vacilou
e até seu último alento
ao Brasil glorificou!
----
SANTOS TEODÓSIO

Que estejam sempre presentes
na memória nacional,
os feitos de TIRADENTES,
o grande herói imortal!
----
SÉRGIO BERNARDO

TIRADENTES guarda a imagem
de uma verdade cabal:
- Jamais se enforca a coragem
nem se esquarteja o ideal!
----
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA

TIRADENTES não duvida
que a sua morte, em verdade,
apaga a chama da vida
e acende a da liberdade!
----
THEREZINHA ZANONI FERREIRA

O sangue que TIRADENTES
derramou pela cidade,
foi irrigando as sementes
de justiça e liberdade.

Fonte:
I Concurso de Trovas do Clube Militar do Rio de Janeiro/RJ, 1996.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Clevane Pessoa (Despedida de Gabriel Garcia Marquez)

Gabriel Garcia Marquez, faleceu hoje, 17 de abril de 2014, na Cidade do México, aos 87 anos, de câncer nos pulmões, gânglios e fígado.
Clique sobre a imagem para ampliar

domingo, 26 de janeiro de 2014

Carolina Ramos (Crônica Poética à Cidade Amada: SANTOS – Terra da Liberdade e da Caridade)

 Vem, forasteiro! Desce comigo a Serra. Olha lá para baixo. Não...não é miragem! Há de fato, uma linda cidade escondida por detrás da neblina. A minha cidade! E com que orgulho digo que esta cidade, que é minha, é também encantamento, história e tradição!

Um dos mais importantes pedaços do nosso Brasil! Por que? A ti, que vens de fora, evito falar dos seus encantos. Hás de travar contato com eles, daqui a um nada!

Disse-te que a minha cidade é História. Sim, foi lá que muita coisa começou! Muita coisa de suma relevância para o destino da nacionalidade.  Para  o meu...e para o teu destino!

Minha terra natal tem sangue índio – Enguaguaçu era chamada, antes que lhe dessem o nome protetor de Todos os Santos. Por fim, sei que adivinhaste, chamaram-na simplesmente Santos – A Princesa do Mar! Desse mar que se amansa e que lhe beija os pés de areia, cobrindo-os de rendas, enciumado do abraço do sol e de seu carinho ardente!

Santos! Berço augusto de tanta gente ilustre! Não, não citarei nomes, cujo rol transcende os limites desta folha. Filhos insignes que carregam consigo a nobreza do berço!

Ninho de poesia, minha Santos gerou poetas da mais alta inspiração! Que menos não lhe permitiria o festival de mago encantamento que musa lhes oferecia.

Ah! As auroras rosadas desta linda Santos, prenúncio dos mais cálidos e luminosos dias! E os crepúsculos incomparáveis?! E as noites?! Veludosas noites refulgentes de jóias! Noites feitas para os idílios, para os sonhos! Noites feitas para o amor!

Santos! Terra excelsa dos Andradas! Que fidalgo lugar te reservam os anais da História! Basta lembrar que em teu seio germinou a semente da liberdade, cujo grito eclodiu à beira do Ipiranga e o eco estendeu aos quatro cantos do nosso imenso Brasil! Santos abolicionista, empenhada em quebrar algemas e a secar o pranto de uma raça valorosa e sofrida!

“Porta aberta para o mar...” Braços amplos, escancaradamente abertos a quantos adentrem seus limites, em busca de abrigo ou, simplesmente descontração, nas horas preguiçosas que o leito morno e amplo de suas praias lhes oferece. Lá no alto, a Senhora do Monte Serrat abençoa a paisagem, emoldurada de jardins floridos, e abençoa também a todos que desfrutam dessas benesses e as respeitam.

O porto de Santos? Turbulento, embora, é, nada mais, nada menos, que o primeiro e maior porto da América Latina! Onde  navios encostam seus cansaços, após a faina incessante de transportar sonhos que alimentam esperanças de um povo raçudo e laborioso, de alma sempre empenhada em vencer.

 Nosso brasão, afirma convicto: “Á Pátria ensinei Caridade e Liberdade”.

Pode haver mais nobre lema, para pautar a conduta dos filhos desta terra privilegiada e muito especial?!

Fecha os olhos, forasteiro... Fecha os olhos a tudo que te pareça de algum modo negativo. Perfeito mesmo, só Deus! E, entre Deus e os admiráveis encantos que nos legou, impossível evitar a ação de criaturas, por Ele mesmo criadas, nem sempre corretas, nem sempre santistas e não raro, nefastas. Esquece-as, por favor! É assim em qualquer canto da terra!

            Creio que basta, Se abusei das exclamações admirativas, perdoa-me, também.  Hás de convir, leitor amigo, que não poderia ser diferente. E não me chames de piegas, peço-te. O excesso de amor pode, sim, conduzir a pieguismos, mas, põe-te no meu lugar. Farias certamente o mesmo! Duvidas? Então vem comigo. Desçamos a Serra juntos. Terás certeza de que não exagero.

            Minha Santos  pode não ser a “ Cidade Maravilhosa”, contudo, que maravilhosa cidade é a minha Santos! 

            Vem!... Mas... pisa com respeito este chão santista! E, principalmente, pisa com muito ... muito Amor!

 Vem!...
 
(Santos -  468 anos)
 
Fonte:
Cronica enviada pela autora
Imagem = http://www.issoesantos.com.br

Eunice Tomé (Canais de Santos – Nossas referências)

 Praia José Menino - 1902
Pintura de Benedito Calixto.
Todas as cidades têm seus ícones. Entre os vários marcos que Santos possui, sem dúvida alguma, os canais são os mais referenciais. São como colunas vertebrais que sustentam a parte física de seu traçado, vindas de dentro para fora, do centro para a orla.

Engendrado o projeto pelo engenheiro sanitarista Saturnino de Brito, solução para o fluxo de águas servidas, seu criador nem imaginava que, por outro lado, suas funções seriam ampliadas como outros meios: de comunicação, de marco simbólico, de brincadeiras e de visual urbanístico.

Vale a pena trabalhar com essa idéia e pensar a obra com olhos poéticos e saudosistas. Quem foi criança em tempos idos, teve, principalmente os meninos, a oportunidade de pegar peixinhos no interior dos canais, pular de um lado para outro e de se perder na longitude de suas águas que avançavam para o mar em dias de maré cheia e de chuva. Esse é um dos registros memoráveis de uma geração inteira, que fugia aos olhos da mãe e, curtindo a liberdade, entrava naquele espaço de prazeres sem fim, inclusive viajando nos barquinhos de papel que chegavam até a barra e atingiam os oceanos.

Na fase juvenil, as beiras ou pontes do canal eram os pontos de encontro dos garotos, que sentavam nas grades para jogar conversa fora e trocar as suas experiências de descobertas de um mundo novo. Era como um santuário, onde eles confessavam que já eram homens adultos, com todos os hormônios a aflorar. Nem tudo era pureza, mas comparando com o momento atual, sem dúvida, eram sacanagens permitidas.

Como marco de comunicação, os santistas costumam dizer que moram no canal 1, 2, 3..., quando na verdade residem em ruas próximas, transversais ou paralelas aos canais. É uma forma de situar, como se dissessem o nome do bairro ou da região. Isso também acontece com os turistas que pouco conhecem o desenho do município, mas acabam por localizar-se pelos canais que cortam toda a avenida da praia.

A sua numeração define ainda, em seu entorno, alguns points marcantes e conhecidos de todos e acabam por ser referências de baladas, de esportes, lazer, ginástica, gastronomia e, bem recentemente, de passeios ciclísticos. Turmas e grupos de jovens também são denominados e conhecidos por esses marcos simbólicos, às vezes havendo até disputa entre eles.

Embora todos os sete canais (sem contar alguns menores que deságuam nos principais) tenham semelhanças em seu visual, cada qual conta com suas diferenças – um tipo de árvore que o ladeia (os jamboleiros do canal 3), uma altura maior mais, uma abertura mais ampla, maior ou menor quantidade de pontes para pedestres e veículos, que cruzam de um lado a outro, e outros tantos detalhes característicos. Todos com sua personalidade própria, completamente integrados ao aspecto urbano.

Os moradores mais velhos, aqueles que têm tempo de refletir sobre a vida e seus enigmas, param para olhar aquelas águas passadas e que, repetidamente, chegam ao mar, em fluxos e refluxos, levando não só dejetos, mas tantos sonhos, lembranças e alegrias. É como um ritual de passagem, onde pela canalização fossem ocorrendo fenômenos de purificação e renovação.

Tudo vai mudando, inclusive as gerações. Só os canais ficam como personagens oculares e guardiões da cidade, nesses cem anos de existência. Seus traçados, como vimos, são mais que marcos físicos. São como veias que singram o corpo e a alma dos santistas.

Fonte:
http://www.geocities.ws/maniadeler_1/cronicas.html

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Marina Bruna (1935 - 2013)

A Trova vem sofrendo uma sucessão de perdas em sua legião. Mal ainda estamos nos recuperando da morte de Rodolpho Abbud e Izo Goldman, uma nova surpresa, o falecimento de Marina Bruna,ontem, em São Paulo.

Mas, como todos que se foram, ela foi uma batalhadora pela nossa “Rosa”, e que neste momento de tristeza vertamos lágrimas, e que cada lágrima que vir a encharcar a terra seja uma trova de nossa irmã que partiu.

Façamos com que suas trovas sejam raios de luz, como os raios do sol que caem sobre a terra todas as manhãs. E que estes raios aqueçam sempre nossas almas, nossos corações.

Marina! Seja Luz!

(José Feldman)
==============
Download do e-book com biografia e trovas de Marina Bruna podem ser encontradas em:
http://issuu.com/wichaska/docs/tributo_a_marina_bruna
(Abaixo do livreto clique sobre Share, surgirão várias opções. Clique sobre download).
O livreto está em PDF e possui cerca de 7 megabytes.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Trovas (Dia do Professor)

A. A. DE ASSIS
Maringá/PR

-
Professor, amigo e mestre,
quanta luz você irradia,
desde a escolinha campestre
à mais douta academia!
======================

ALBA HELENA CORRÊA
Niterói/RJ

-
Honra e glória ao professor
com seu trabalho fecundo,
é, da pátria, o construtor,
em qualquer nação do mundo!
=====================

ALBERTINA MOREIRA PEDRO
Rio de Janeiro/RJ

-
Professor, tu és a tocha
que tira da escuridão
a mente que desabrocha
à procura da instrução!
===================

ALDA CORRÊA MENDES MOREIRA
Niterói/RJ
-
Agora que envelhecemos,
percebemos a jazida:
cada mestre que tivemos
pelos caminhos da vida!
-
Na agenda da minha vida
o nome Mestre é sagrado;
eu sempre lhe dou guarida,
pois o quero respeitado.
-
Professor, tua riqueza
não são as aulas que dás
mas é a tua nobreza
quando conosco tu estás.
======================

ALFREDO DE CASTRO
Pouso Alegre/MG


Por seu labor missionário,
Deus concedeu um troféu
ao professor do primário:
entrada livre no céu!
=========================

ALOÍSIO BEZERRA
Fortaleza/CE

-
Deus, que me fez trovador,
aos meus ais nunca foi mudo:
fez-me, também, professor.
Que sorte! Deus me deu tudo!

Se as ofensas tu perdoas,
se rejeitas as vaidades,
se ao mundo o bem apregoas,
és professor das verdades!
==========================

CÉLIA G. SANTANA
Sete Lagoas/MG

-
Professor é simplesmente
a mão amiga estendida
de gente ensinando a gente
a ser mais gente na vida!
======================

CIDINHA FRIGERI
Maringá/PR

-
A professora, oferenda,
por deuses santificada,
professor, guarda-a na tenda
para não ser imolada.
==========================

DARLY BARROS
São Paulo/SP

-
Foi meu guia e conselheiro,
e hoje eu venho agradecer
àquele mestre – o primeiro -,
que, um dia, ensinou-me a ler...
======================

DJALDA WINTER SANTOS
Rio de Janeiro/RJ

-
É mister que uma nação
fundamente a sociedade,
dando ao povo... educação
e ao professor... dignidade!
======================

DULCÍDIO DE BARROS MOREIRA SOBRINHO
Juiz de Fora/MG

-
Repartindo o amor profundo
na missão de tantos brilhos,
ser professora no mundo
é ser mãe de muitos filhos.
==========================

EDMAR JAPIASSÚ MAIA
Rio de Janeiro/RJ

-
Professor, pelo profundo
amor que o saber enverga,
abriste os olhos do mundo,
e, enfim, o mundo te enxerga!
-
Ser professor compreende
ser exemplo ao aprendiz,
que educação não se aprende
apenas com quadro e giz...
====================

ELIANA RUIZ JIMENEZ
Balneário Camboriú/SC

-
Todos têm um professor
na memória bem guardado,
que ensinava com amor,
mesmo mal remunerado.
================

ERNESTO TAVARES DE SOUZA
Pindamonhangaba/SP
-

Professor, eu te bendigo
por tanta benfeitoria;
és a semente de trigo
do pão da sabedoria.
-
Quando o povo, com certeza,
do saber perde a noção,
professor é vela acesa
nas trevas da escuridão!
==========================

FERNANDO LOPES DE ALMEIDA
Belo Horizonte/MG

-
A vela queima e ilumina
em holocausto de amor;
tal como faz quem ensina,
desperta botões de flor.
=====================

GIOVANELLI 
Nova Friburgo/RJ

-
Dedicação, é uma crença
que, regida com amor,
é o que faz a diferença
em todo bom professor...
======================

GLÓRIA TABET MARSON
São José dos Campos/SP

-
Quando há talento divino,
compromisso e bem querer,
o professor faz do ensino
a razão do seu viver!
=====================

JOÃO PAULO OUVERNEY
Pindamonhangaba/SP

-
Muitas palavras busquei
que rimassem com “amor”,
e a mais bonita que achei
foi uma só... “Professor”!
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Professores são abelhas
distribuindo, em seu afã,
os polens que são centelhas
das flores de um amanhã!
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MARIA MADALENA FERREIRA
Magé/RJ

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Levada pela saudade,
volto à infância e, com amor,
lembro os gestos de bondade
do meu velho professor!
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NEI GARCEZ
Curitiba/PR

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Todo dia é da criança,
e também do professor:
ela aprende com confiança,
e ele ensina com amor.
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OLIVALDO JUNIOR
Moji-Guaçu/SP

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Professor das criancinhas,
professor dos “cavalões”,
ambos viram “figurinhas”
num “albinho” de ilusões.
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Um menino, desde cedo,
“teve peito” de ensinar,
sem jamais ter tido medo
da missão de lecionar.
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PAULO DE TARSO
Fortaleza/CE

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Professor, o grande mestre
Desse nosso conhecer
Pro praciano ou campestre
Ele transmite saber!
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RELVA DO EGIPTO REZENDE SILVEIRA
Belo Horizonte/MG

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Luzeiro da humanidade,
o professor, em missão,
é pilar da sociedade,
promovendo a educação.
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Professor em sua trilha,
iluminando outro ser,
cultiva o dom da partilha
na partilha do saber.
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ROSA SILVA
Portugal

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Professor nos dá ensino
e nos tira da cegueira,
começa de pequenino
pra servir a vida inteira.
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SANTOS TEODÓSIO
Brumadinho/SC

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De imensurável valor
por seu trabalho fecundo,
o incansável professor
eleva o nível do mundo.
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SELMA PATTI SPINELLI
São Paulo/SP

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A Professora parece
um lavrador a colher
ouro puro em sua messe
no garimpo do Saber!
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SIMÃO ELANE MARQUES RANGEL
Rio de Janeiro/RJ

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Professor, por vocação,
tem prazer em ensinar;
repete sempre a lição,
não se cansa de explicar.
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SÔNIA DITZEL MARTELO
Ponta Grossa/PR

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Põe na voz o coração
e saúde o Professor
que cumpre sua missão
com carinho e muito amor !…
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TARCÍSIO FERNANDES
Brasília/DF

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Dentre as muitas profissões,
eu destaco o PROFESSOR
que fez, com suas lições,
alguém ser, hoje, um doutor.
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THEREZINHA ZANONI FERREIRA
Rio de Janeiro/RJ

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Dando apoio e segurança...
Apontando os erros meus...
Aos meus olhos de criança,
professor, eras um Deus!
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WAGNER MARQUES LOPES
Pedro Leopoldo/MG

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Ao levar o barco à frente,
embora o peso do remo,
o educador paciente
recebe o laurel supremo.

Fontes:
http://falandodetrova.com.br/XVencontropetropolis
http://poesiaemtrovas.blogspot.com.br/p/tema-deus-trovas-liricas-ou-filosoficas.html
E-mails recebidos de trovadores

Oldney Lopes (Homenagem ao Professor)

Se os livros alimentam o saber
O mestre proporciona-lhes sabor
Se são enigmas a resolver
O educador é o codificador.

Que seria do livro e do leitor
Sem orientador a despertar
Ideias e sentidos, corpo e cor,
Na relevante ação de mediar?

Se há na escola uma qualquer contenda
O docente é o reconciliador
Se há conflito que obstrua a senda
O mestre mostra-se apaziguador.

Que seria de uma escola sem docentes?
Salas vazias e paredes nuas
Prédio deserto, árido e silente
Portal do nada, a esmaecer nas ruas.

É que a jornada, sem apoio e guia
É trilha escura, sem norte e sem destino,
Pois falta o rumo da sabedoria,
Facho de luz, clarão para o ensino.

Sendo os alunos pássaros que tentam
Os seus primeiros voos do saber
É pelas mãos dos mestres que alimentam
A fome insaciável de aprender.

Se, entretanto, as agruras são gaiolas
Que encarceram o aluno em estupor,
A porta que liberta é a escola
E a chave que a destranca é o professor!

Jussára C Godinho (Homenagem aos Professores)

Educador por opção, por vocação
És  mola propulsora da descoberta do saber
Deixa em cada um pedacinhos do coração
Divide todos os dias grande parte do teu ser

Aprender e ensinar
Ensinar e aprender...
Mestre!
Ensina e aprende a amar
Aprende e ensina a viver
Descortina sombras
Ilumina mentes
Descobre caminhos
Mostra horizontes

Emociona e se emociona
Ajuda a crescer
Sofre, ri, lamenta, se alegra
Mas sempre se entrega
Ao prazer e a dor de ensinar
De aprender, de viver, de Amar!

Lilian (Ser Professor)

É despertar a magia do saber
é abrir caminhos de esperança
desvendar o mistério do cálculo
da fala e da escrita.
É criar o real desejo de ser.

É promover o saber universal
especializar políticos,
médicos, cientistas,
técnicos, administradores, artistas...
É participar profundamente do crescimento social...

É trabalhar em grande mutirão
lançando as primeiras bases
que transformarão ideias em projetos
executados em terra firme ou em imensidão.

É não se dar conta da amplitude
de um trabalho que é missão
mover o mundo através
do operário ou presidente
que um dia passou por sua mão.

Feliz Dia do Professor!

Fonte:
http://www.lilianpoesias.net/dia_do_professor.htm

Autor Desconhecido (Dia do Professor)

Não sei o que combina mais contigo,
Uma poesia, um livro, uma pintura,
Sinceramente fico pensando
No que deve dar alegria
A alguém que é objeto da alegria de tantos.

Na verdade, o professor de verdade,
É aquele que prefere dividir o que possui,
Do que ter somente para si.

O verdadeiro mestre, sente-se feliz
Quando percebe que o caminho que
Ele abriu tem sido trilhado por muitos.

O mestre tem a sua realização no aprendizado
Do pupilo, da passagem da experiência.
É por isso que meras palavras
Não podem recompensar
A alguém que optou por esta carreira
Que muitas vezes é dolorosa e cheia de espinhos.

Chamo-te somente mestre, abnegado coração
Que se sensibiliza com os olhos sedentos
Por uma vida menos escura, mas cheia de luz.
E essa luz, está em suas mãos,
Em seu coração, em seu olhar.

Que bom que existe um dia
Reservado só para você!
Obrigado por sua obstinação incontida,
Pois graças a ela, você nunca desiste.

Você é muito importante,
Espero que você seja sempre assim.