segunda-feira, 21 de março de 2011

3ª Etapa do Projeto de Trovas Para Uma Vida Melhor (Resultado do Tema Fé)


RESULTADO DAS AVALIAÇÕES DO PRIMEIRO CONCURSO –
TEMA: FÉ

NACIONAL

GRUPO 1

1º LUGAR
O que ao mais simples conforta
- e o torna feliz, até –
é saber que o céu tem porta
...e uma das portas é a FÉ!
HÉRON PATRÍCIO – UBT/SP
POUSO ALEGRE- MG

2º LUGAR
Que sozinho ninguém é
eu garanto a todos vós,
pois se em Deus nós temos fé,
temos Deus dentro de nós!
HUMBERTO RODRIGUES NETO
SÃO PAULO – SP

3º LUGAR
Se a batalha é dura, enfrenta!
E a fé perdida renova;
é quando ruge a tormenta
que o bom marujo se prova!
PEDRO ORNELLAS
SÃO PAULO – SP

MENÇÃO HONROSA

1. Meu Deus! Perdoe a franqueza
Deste humilde São Tomé
Que crê, sem muita firmeza,
Mas pede um pouco de fé.
CYRO MASCARENHAS RODRIGUES
BRASÍLIA – DF

2. Quem com fé vive seus dias
e semeia paz e amor
colherá sempre alegrias
na seara do senhor.
LEONILDA YVONNETI SPINA
LONDRINA - PR

3. Quando a minha fé se esmera,
penso que tudo se alcança.
Por longa que seja a espera,
não perco nunca a esperança!
PROF. GARCIA
CAICÓ – RN

4. Fé, bela joia que enfeita
o escrínio de nossa crença!
Que, sendo forte e perfeita,
não há vendaval que a vença!
ANGELICA VILLELA SANTOS
TAUBATÉ – SP

5. Quem caminha destemido
com fé na vida que tem,
não faz, nem teme alarido
vive apenas para o Bem!
NILTON MANOEL
RIBEIRÃO PRETO – SP

MENÇÃO ESPECIAL

1. Porque a "Fé move a montanha",
não posso deixar de crer
que esta saudade (tamanha!)
vai um dia perecer.
MARINA GOMES DE SOUZA VALENTE
BRAGANÇA PAULISTA – SP

2. Fé, palavra pequenina,
que possui forças tamanhas.
Quem a tem, se determina
até a mover montanhas!
ADEMAR MACEDO
NATAL – RN

3. A Fé que eu trago comigo
me tornou agradecida,
pois, com ela, hoje, eu consigo,
aceitar a própria vida!
DELCY CANALLES
PORTO ALEGRE – RS

4. Bendito é aquele que crê
e com fé, sempre maior,
dobra os joelhos e vê
adiante um mundo melhor!!!
ERCY MARIA MARQUES DE FARIA
BAURU – SP

5. Nesta casa bem singela,
da fé não abrimos mão!
Só será bem-vindo nela
quem tem Deus no coração!
GENILTON VAILLANT DE SÁ
VITÓRIA – ES


NACIONAL
GRUPO 2

1º LUGAR
Junto ao mar a murmurar,
renovei a fé em Deus
e a canção surgiu do olhar
que brilhou nos olhos teus.
MIFORI
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP

2º LUGAR
Nunca me sinto sozinho,
estribado em minha fé,
se eu fraquejo no caminho,
meu Deus me mantém de pé.
RAYMUNDO DE SALLES BRASIL
SALVADOR – BAHIA

3º LUGAR
Se fé remove montanha,
a esperança é garantida.
E se Cristo te acompanha,
sempre há luz em tua vida
AYDA BOCHI BRUM
SANTIAGO – RS

MENÇÃO HONROSA

1. A fé que vive em nossa alma
é nosso perene abrigo,
é força que nos acalma
quando nem resta um amigo.
ANGELA TOGEIRO
BELO HORIZONTE - MG

2. A fé renova a esperança,
traz alento ao coração
daquele que não se cansa
de implorar a Deus:"Perdão!..."
ANGELA GUERRA
RIO DE JANEIRO – RJ

3. Eu sou como um peregrino
que vive em função da FÉ
na força do Pai (divino)
do Cristo de Nazaré.
TARCÍSIO JOSÉ FERNANDES LOPES
BRASILIA – DF

4. Meu norte, meu horizonte,
o guia que me orienta,
é o sinal da fé na fronte,
feito em cruz, com água benta..
DARLY O. BARROS
SÃO PAULO -SP

5. Olhei nos olhos da Santa,
depositei minha fé,
a minha crença era tanta
que chorei na Santa Sé.
LUIZ MORAES SANTOS.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP

MENÇÃO ESPECIAL

1. É bom deitar e dormir
podendo crer no amanhã
quando se enfrenta o porvir
fazendo a fé de guardiã.
MARIA CECILIA GRANER FESSEL
PIRACICABA – SP

2. A fé é sublime estrela
que brilha na escuridão.
Os olhos não podem vê-la
quem pode é o coração.
JOSÉ REINALDO DE MELO PAES
MACEIÓ – ALAGOAS

3. Implorei para Jesus
com olhar cheio de fé
que me desse uma luz,
encontrar um tal José.
SONIA NOGUEIRA
FORTALEZA – CEARÁ

4. Quero ser sábio, Senhor,
pra ser humilde, e com fé,
crer na Encarnação do Amor
na Virgem de Nazaré.
ADAMO PARQUARELLI
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP

5. De Deus promessa é segura,
se tiveres fé e esperança;
toda crença te assegura:
– depois da chuva a bonança.
BARÃO DE JAMBEIRO
JAMBEIRO – SP

NACIONAL
GRUPO 3 – DE ALUNOS

1º LUGAR
Tenho muita fé em Deus,
que ilumina os meus caminhos,
que cuida dos filhos seus
e também dos passarinhos.
JOÃO VICTOR C. BATISTA
Profª Teresa Benedita
E.E. “Cel. Eduardo José De Camargo”
PARAIBUNA – SP

2º LUGAR
Com fé, amor e esperança,
oramos e agradecemos;
sem nenhuma desconfiança,
com Jesus nós venceremos.
DANIELA BARRETO FIGUEIREDO – 8ª A
Profª Helô
E.E. “Cel. Eduardo José de Camargo”
PARAIBUNA – SP

3º LUGAR
A fé que anima e ajuda
a se ter vida melhor.
Pois, sem fé, Deus nos acuda!
Tudo o mais será pior!
VITOR DE OLIVEIRA BELISÁRIO – 12 ANOS – 7ª B
Profª Edna Maria
E.E. “Dr. Cerqueira César”
PARAIBUNA – SP

MENÇÃO HONROSA

1. Nada nos é impossível,
se temos fé em Jesus,
que nos tornará posssível
enxergar de novo a luz.
BRUNA DE SOUZA GOMES – 1º B
E.E. “Cel. Eduardo José de Camargo”
PARAIBUNA – SP

2. Na vida há que se ter fé
e ter Deus no coração,
com Jesus de Nazaré,
tendo amor e compaixão.
GRAZIELA ANTUNES SANT’ANA ALVARENGA
E.E. “Cel. Eduardo José de Camargo”
PARAIBUNA – SP

3. A palavra fé é vida!
Fé que nos pede atenção,
para ser muito querida,
amada de coração.
CLAUDIA SANTANA SOARES LOPES – 15 ANOS – 1ª A
Profª Edna Maria
E.E. “Dr. Cerqueira César”
PARAIBUNA – SP

4. Em meu Deus eu tenho fé.
Abençoa meu Senhor!
Com fé me mantenho em pé
para aumentar meu valor.
TIAGO FELIPE VITAL
Profª Edna Maria
E.E. “Dr. Cerqueira César”
PARAIBUNA – SP

5. Nossa alma é tão divina
e nos traz muita alegria.
Nossa fé tão pequenina
que a reforço todo dia.
ANA GRAZIELE SANTOS SOUSA
Profª Helô
E.E. “Cel. Eduardo José de Camargo”
PARAIBUNA – SP

MENÇÃO ESPECIAL

1. O meu Pai é o Senhor!
Restaura a fé e a alegria,
com paz e com louvor,
venceremos a nostalgia.
ROSÁRIA APARECIDA ALVES DA SILVA – 16 ANOS – 1ª B
Profª Edna Maria
E.E. “Dr. Cerqueira César”
PARAIBUNA – SP

2. Com a fé que todos temos,
sempre em Deus acreditando;
com amor,agir devemos,
a bondade praticando.
LARISSAH DE PAULA DIOGO
Profª Helô
E.E. “Cel. Eduardo José de Camargo”
PARAIBUNA – SP

3. Eu tenho fé em meu Deus.
Ele é o meu Salvador;
Ele ama os filhos seus
e alivia qualquer dor.
SAMUEL DE. O. SANTOS
Profª Teresa Benedita
E.E. “Cel. Eduardo José de Camargo”
PARAIBUNA – SP

4. Fé em Deus pode aumentar,
estudando a religião,
aprendendo sempre orar,
fazendo meditação.
RÚBIA MIRELA C. SILVA
E.E. “Cel. Eduardo José de Camargo”
PARAIBUNA – SP

5. Veja ao olhar para o céu
como ele está a brilhar!
Na prisão sem escarcéu,
presos têm fé de escapar.
LEDA F. DA SILVA
Prof. Vicente
E.E. “Cel. Eduardo José de Camargo”
PARAIBUNA – SP

GRUPO INTERNACIONAL

A) LINGUA PORTUGUESA

1º LUGAR
Eu quero viver a vida,
tendo a Fé por companheira.
Dia a dia renascida...
Percorrendo a vida inteira!
MARIA JOSÉ VIEGAS DA CONCEIÇÃO FRAQUEZA
ALGARVE - PORTUGAL

2º LUGAR
Ter fé em Deus nesta vida
é ter consolo na morte,
é ter asas na partida,
é ter na Terra o seu norte!
GISELA ALVES SINFRÓNIO
OLHÃO - PORTUGAL

3º LUGAR
Se for vivida sem FÉ
Jamais faz sentido a vida
Nosso antes e depois é
Cinza nas trevas perdida.
EUCLIDESCAVACO
CANADÁ

MENÇÃO HONROSA

1. Crer em Deus, sem duvidar,
seguir sempre a sua voz,
só a fé pode escutar
porque está dentro de nós.
ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO
PAREDE - PORTUGAL

2. Esta Fé que me alimenta
enche minh’alma de cor!
É bálsamo que fermenta
e se transforma em amor…
FERNANDO MÁXIMO
AVIS – PORTUGAL

3. Se a Fé a sentimos bem,
cá dentro do coração,
já não somos "Zé-ninguém":
temos Deus por Salvação!
JUDITE RAQUEL NEVES FERNANDES
GÓIS – PORTUGAL

4. Se com fé fores rezar
a Deus Pai Nosso Senhor,
para tua alma salvar
reza pois com mui fervor...
ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO
LISBOA – PORTUGAL

MENÇÃO ESPECIAL

1. De joelhos, com fervor,
com a fé duma oração,
crente no seu grande amor,
ao meu Deus peço perdão.
OLÍVIA ALVAREZ MIGUEZ BARROSO
PAREDE – PORTUGAL

2. A Fé é bendita jóia
que Deus tem para salvar;
como no mar uma bóia
que não deixa naufragar!
CLARISSE BARATA SANHCES
GÓIS – PORTUGAL

3. Sim..., é a fé que nos salva,
diz o povo e tem razão,
para salvar a minha alma
a Deus eu peço perdão...
ACIOLIMDA SPRANGER
LAGOS – PORTUGAL

4. Fé foi sempre companheira
em todos os maus momentos.
Não crer em Deus, é asneira,
Em fase de sofrimento.
JORGE A. G. VICENTE
F.R. SUISSE

5. Que tenho fé: eis a prova
do meu saber, sem ter arte;
para mandar minha trova
levar Paz a toda a parte!
ISAURA MARTINS
LAMEIRAS -TÁBUA - PORTUGAL

COMISSÃO JULGADORA
FRANCISCO GARCIA – RN
MYRTHES MAZZA MASIERO – SP
GISLAINE CANALES – SC
ALFREDO BARBIERI – SP
DELCY RODRIGUES CANALES – RS
JOEL H. BASRBIERI – SP
ANTONIO AUGUSTO DE ASSIS – PR
CLÁUDIO DE MORAIS – SP
LUCIA HELENA DE LEMOS SERTÃ - RJ
MARIA DA GRAÇA STINGLIN DE ARAÚJO - PR
ADAMO PASQUARELLI – S P
ARLINDO TADEU – MG
=======================
GRUPO INTERNACIONAL
B) LÍNGUA ESPANHOLA

1° LUGAR
Fe, es creer en lo increíble,
¡y con todo el corazón!
¡Haciendo ver lo imposible
fácil, hasta sin razón!
CARLOS IMAZ ALCAIDE –
FRANCIA

2° LUGAR
Cuando es grande nuestra fe,
tiene senda despejada
para avanzar con buen pié,
hacia la meta soñada.
HILDEBRANDO RODRÍGUEZ –
VENEZUELA

3° LUGAR
Porque eres mi compañera,
te adoro sin condición.
De suave rostro sincera,
¡dulce FE del corazón¡
MIGUEL ÁNGEL MUÑOZ CORTÉS –
ESPAÑA

MENCIÓN HONROSA

1. Si existe amor en la tierra
siempre habrá felicidad,
se acabará toda guerra
y habrá FE en la humanidad.
ALICIA MEDINA GALLEGOS –
MÉXICO

2. La fe es saber que posees
lo que a Dios ya le pediste
y si en verdad te lo crees
en tu vida está y existe...
ÁNGELA DESIRÉE PALACIOS –
VENEZUELA

3. Es la fe verde esperanza,
fiel y dulce compañía,
nos devuelve la confianza
y nos llena de armonía.
GISELA CUETO LACOMBA –
CUBA

4. Si tenemos fe y certeza
de alcanzar un ideal,
lograremos la destreza
para llegar al final.
HÉCTOR JOSÉ CORREDOR CUERVO –
COLOMBIA

5. La Fe mueve montañas
y me hacen un hombre nuevo,
la llevo aquí en mis entrañas
porque a Dios con Fe me aferro!
RICARDO DUCOING –
MÉXICO

MENCIÓN ESPECIAL

1. La Fe libera al cristiano
de la angustia del mañana,
así no camina en vano
desde hora más temprana...
DIOSELINA IVALDY DE SEDAS –
PANAMÁ

2. La fe de poder amarte
es la fe que por ti siento.
Sin fe jamas podre darte
la fe de mi pensamiento.
MANUEL SALVADOR LEYVA MARTINEZ –
MÉXICO

3. La FE escala las montañas.
Exlamando ¡Llegaré!
Pues dentro de las entrañas
sabe ella que me esforcé.
LIBIA BEATRIZ CARCIOFETTI –
ARGENTINA

4. El Libro que Dios nos diera ...
Esto dice :... " Es pues la Fe
substancia de lo que espera ,
¡demostración que no vé !
MIGUEL ANGEL ALMADA –
BRASIL

5. La fe que tengo en tu amor
logrará salvar en mí
el necesario valor
de seguir la lucha aquí.
RAMÓN ROJAS MOREL –
ARGENTINA

COMISIÓN JUZGADORA
Dolores Roche – Francia
Eunate Goikoetxea – España
Constanza Calderón – USA
Julio Sarre Iguíniz - México
==========================

Para Participar:

TEMAS –
VIRTUDES - Bons hábitos práticos que devem ser vividas em todas as circunstâncias, favoráveis ou adversas:
- FÉ - de 15/01 a 28/02/11 - resultado até 20/03/2011 (encerrado)
- ESPERANÇA - de 01/04 a 30/05/2011– resultado: 20/06/2011
- CARIDADE - de 01/07 a 30/08/2011 - resultado até 20/09/2011
- PRUDENCIA - de 01/10 a 30/11/2011 - resultado até 20/12/2011
- JUSTIÇA - de 01/07 a 30/08/2011 - resultado até 15/09/2011
- TEMPERANÇA - de 02/01 a 01/03/2012 - resultado até 30/04/2012

Apenas uma trova inédita por trovador (a), via Internet:

As trovas em língua portuguesa serão enviada a mifori14@yahoo.com.br

e as trovas em Língua espanhola serão enviadas a CoLibriRoseBeLLe@aol.com (a partir desta 3ª Etapa)

O tema deverá constar da trova: 4 versos setessílabos, rimando o 1º com o 3º e o 2º verso com o 4º tendo sentido completo.

Fonte:
Colaboração de Mifori

II Concurso de Trovas Antônio Roberto Fernandes – Academia Pedralva (Resultado Final)


Tema: Noel Rosa

TROVAS VENCEDORAS:

Elen de Novais Felix – Niterói-RJ
Wanda de Paula Mourthé – Belo Horizonte-MG
Licínio Antônio de Andrade – Juiz de Fora-MG
Dodora Galinari – Belo Horizonte-MG
Adilson Maia – Niterói-RJ
Dirce Montechiari – Nova Friburgo-RJ
Almerinda F. Liporage – Rio de Janeiro –RJ
Marina Bruna – São Paulo-SP
Hermoclydes S. Franco – Rio de Janeiro –RJ
Olimpio da Cruz Simões Coutinho – Belo Horizonte -MG

MENÇÃO HONROSA:
Wandira Fagundes Queiroz – Curitiba –PR
Almira Guaracy Rebelo – Belo Horizonte –MG
Therezinha Dieguez Brisola – São Paulo –SP
Ederson Cardoso de Lima – Niterói – RJ
Nei Garcez – Curitiba –PR
Ruth Farah Nacif Lutterback – Cantagalo –RJ
Renata Paccola – São Paulo –SP
Jupyra Vasconcelos – Belo Horizonte – MG
Nei Garcez – Curitiba –PR
Neide Rocha Portugal – Bandeirantes –PR

MENÇÃO ESPECIAL:

Lucia Helena de Lemos Sertã – Nova Friburgo –RJ
Jorge Roberto Vieira – Niterói –RJ
Francisco José Pessoa – Fortaleza –CE
Djalda Winter Santos – Rio de Janeiro –RJ
Adilson Maia – Niteró-RJ
Marcos Antônio de Andrade Medeiros – Natal-RN
Rodolpho Abbud – Nova Friburgo –RJ
Carolina Ramos – Santos –SP
Hegel Pontes – Juiz de Fora –MG
Amael Tavares da Silva – Juiz de Fora -MG

Comissão Julgadora
José Gurgel
Roberto Acruche
Vilmar Rangel
Herbson Freitas

Fonte:
Roberto Acruche

1º Premio Literário Professor Mário Carabajal de Poesias ALB/SC (Resultado Final)


ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL/SANTA CATARINA
Presidente: Prof. Dr. Miguel Simão Simão - Ph.I.

A Academia de Letras do Brasil para Santa Catarina em reunião no dia 26 de fevereiro de 2011 com os seguintes Membros:
Professor Escritor Miguel João Simão Presidente da ALB/SC,
Escritor José Honório Marques Presidente da ALB Seccional de Palhoça,
Escritor Célio Silva representante da ALB Secional de São José,
Escritor Tiago Nilson da Silva Presidente da ALB/Seccional de Governador Celso Ramos,
Escritora Janice Marés Volpato Representante da ALB Seccional de São José,
Escritora Neusita Luz de Azevedo Churkin Representante da ALB Seccional de Governador Celso Ramos,
Escritora Ilse Maria Paulino Gomes Representante da ALB Seccional de Canelinha, e
Escritora Maria do Carmo Tridapalli Facchinni Presidente da ALB Seccional de Nova Trento fizeram a seleção das Poesias enviadas para participação do Concurso, ficando assim classificados os 10 primeiros lugares:

1º LUGAR
POESIA - ABANDONO
AUTORA: MARIA APARECIDA S. COQUEMALA
CIDADE: ITARARÉ/ SP.

2º LUGAR
POESIA: GALO
AUTOR: YVIS EDUARDO RISSI TOMAZINI
CIDADE: SÃO VICENTE/SP

3º LUGAR
POESIA: PLENITUDE
AUTORA: ÉRIKA CONCEIÇÃO DE AZEVEDO
CIDADE: DIVINÓPOLIS/MG

4º LUGAR
POESIA: MEU ETERNO MENINO DE ASAS
AUTORA: DORA DUARTE
CIDADE; FLORIANÓPOLAIS/SC

5º LUGAR
POESIA: O VIAJEIRO
AUTOR: PEDRO EDUARDO FERREIRA
CIDADE: PETRÓPOLIS/RJ

6º LUGAR
POESIA: ÁGUAS
AUTOR: NELSON MAIA SCHOCAIR
CIDADE: RIO DE JANEIRO/RJ

7º LUGAR
POESIA: RIO DAS VELHAS, MENINO MOÇO
AUTOR: ERNANI HENRIQUE DE OLIVEIRA
CIDADE: BELO HORIZONTE/MG

8º LUGAR
POESIA: FRAGMENTOS
AUTORA: AMELIA MARCIONILA RAPOSO DA LUZ
CIDADE: PIRAPETINGA/MG

9º LUGAR
POESIA: IGUAIS NA DIFERENÇA
AUTOR: WESLEY GABRIEL GOMES COUTO
CIDADE: CONGONHAS/MG

10 º LUGAR
POESIA: O VOO DA GARÇA
AUTOR: EUCLIDES CELITO RIQUETTI
CIDADE: OURO/SC

Após a classificação ficou decidido que a entrega dos Prêmios será no dia 23 de julho em Sessão Solene da ALB/SC na cidade de Governador Celso Ramos /SC no IIº ENCONTRO ESTADUAL DE ESCRITORES DA ALB/SC, onde estarão presentes representantes de diversos Municípios que representam a Instituição . Além da entrega dos Prêmios do Concurso de Poesias, serão empossados novos Membros da ALB/SC e homenageados outros Escritores com o Título “AMIGO DA CULTURA LITERÁRIA”

Governador Celso Ramos/SC, 26 de fevereiro de 2011.
Professor Miguel João Simão
Presidente da ALB/SC

domingo, 20 de março de 2011

Cidade de Santos (SP) em Trovas - Livro II

Sempre que sinto saudade
de minha mãe tão querida,
logo me vem a vontade
de em seu colo ter guarida.
ÁLVARO HILINSKI

Para ser um trovador,
Tens que ter alma bem pura,
Falar de amor ou de dor,
Só fala quem tem ternura.
ANA MARIA GUERRIZE GOUVEIA

Se a tua zanga é mordaz,
com razão ou sem nenhuma,
imita o mar que desfaz
sua ira em branca espuma!
CYNIRA ANTUNES DE MOURA

Ao despertar, uma prece
eu rezo a Deus com louvor
pelo que nos aquece
na sua chama de amor!
EDNA GALLO

Extasiada, a lua cheia,
ante a beleza do mar,
transformou os grãos de areia
em pedaços de luar.
ILZE DE ARRUDA CAMARGO

Quanto mais oo tempo passa,
Agradeço ao Criador
Tudo o que me dá de graça,
fé, discernimento e amor.
LALITA

Veleiro, que ao vento avanças,
a demandar outras plagas,
tu vais cheio de esperanças
sobre a esperança das vagas!
LAVÍNIO GOMES DE ALMEIDA

O sol surge no horizonte
despertando a natureza
e a luz que vem dessa fonte,
cobre a manhã de beleza!
LEONOR SILVEIRA CARVALHO

A trova quando trovada
bem profunda e com amor,
sabemos que foi tirada
de um coração trovador.
LÍLIA STEIN GOULART DE SOUZA

No doce encanto do amor
reside a felicidade
fica o mundo multicor,
quando se ama a verdade.
LOURDES LAGO FELÍCIO

Meus louros ao trovador,
que na emoção do seu estro,
rima os versos com primor,
qual talentoso maestro!
MARIA LUCY FIGUEIREDO

É um velho amante do mar
meu coração sonhador,
tentando se resgatar
dos seus naufrágios de amor.
MARIA NELSI SALES DIAS

Se as abelhas caprichosas
vivessem os sonhos meus,
Desprezariam as rosas
pelo mel dos lábios teus!
MOACYR FIGUEIREDO

Que esperança tenho ainda
de um dia te reencontrar,
pois há uma saudade infinda
que ficou no teu lugar!
NAIR LOPES RODRIGUES

Neste belo e claro dia
de sol forte e céu azul,
vem chegando frente fria
no vento que vem do sul.
NEIVA PAVESI

Sonho sereno, tão puro,
dorme a criança feliz.
Seu lindo sorriso, eu juro,
acorda e tudo bendiz!
NELQUIS MÜLLER

Os pontos de luz que dançam
no azul do céu tão bonito,
são anjos de Deus que alcançam
as estrelas do infinito!
ODETE CHEIDA HILINSKI

Ilusão, muito contente,
tu deixas meu coração
e eu quero pedir, somente,
que não me abandones, não!
SEBASTIÃO PEREIRA

Brilha tanto a Estrela e doura
o presépio de Jesus,
que as palhas da manjedoura
parecem feixes de luz!
SILVINA ANTUNES LEAL

Segue em frente, sem temer
de uma injustiça o fragor,
luta por um renascer
pede ajuda ao Criador.
SOPHIA LEITE CRUZ
-------------
Cidade de Santos (SP) em Trovas - Livro I
http://singrandohorizontes.blogspot.com/2010/12/cidade-de-santos-sp-em-trovas.html

Fontes:
Boletim A Rosa - UBT Santos - Deze 2010 - n.268 - enviado por Carolina Ramos.
XIV Jogos Florais de Santos - 2005

Paulo Roberto do Carmo (Poesias Avulsas) – Livro I


ANTES DO TEMPO


.

Expulsa a palavra
que não venha da boca
que te cobre de afagos.

O que é contra mim
e me arrasta para ti
será que é só este desejo
a borbulhar de culpas
e que clama em vão
por amar e perder-se,
com a aflição dos condenados
que caem e se levantam
porque ainda há um desejo
que treme, não se cala
e nos mata antes do tempo...
cansado o espírito
de tantas dores
cravadas no coração?

A vida não dá mais...
e tão breve é a paixão.
Tempo, tempo, não há mais tempo!

COISAS POUCAS

Só hás de começar
por coisas poucas:
buscar primeiro dentro de ti
o medo que te faz fugir
e desafiá-lo.
Depois matar a soberba
com os frutos envenenados
de uma árvore morta –
e que tuas palavras se calem
diante da arte de viver.

Só hás de começar
por coisas poucas:
de como não se dobrar
entre o silêncio de Deus
e o sofrimento dos outros.
Compreender depois
que ser ignorado
dói como um golpe
que nos jogasse
no fosso dos humilhados
e que o mundo que nos devora
é feito por nós, apesar de tudo.

SEM PALAVRA

Um homem sem palavra
em qualquer lugar se esconde,
não tem sol próprio nem sombra
ou casa onde cair morto.

Um homem sem palavra
não sabe onde vai chegar
nem tem como voltar atrás
sem braços, joga pedra no futuro.

Um homem sem palavra
caminha longe para encontrar
o que sempre esteve ao seu lado
e quando acha, expulsa e não desfruta.

Um homem sem palavra
começa a morrer quando se resigna
e é feliz – não se deixa surpreender
pelos acasos da manhã, nem pela dúvida.

Um homem sem palavra
culpa sempre o outro e se aliena de si,
do irrevelado, o outro escondido por não vir,
do sem um olho, o sem braços, do alegre por não cantar.

Um homem sem palavra
deixa impressões digitais
no silêncio emudecido dos falsos desejos
só para não despertar a libido que vem do sonhos.

NO DESESPERO, NA DOR

No desespero, na dor,
não me venham com palavras,
verdades, teorias –
o que eu preciso é de ajuda,
este animal de quatro braços
e um coração reto e simples
que dá asas a quem abraça
para voar abraçado a quem ajuda.

No desespero, na dor,
não me venham com hermenêuticas,
o que preciso é de água
para respirar como o peixe
que achou onde nadar.
O que eu preciso é de ajuda e de água.

INFIDELIDADE

Porque o amor acaba,
não serás fiel a uma promessa.

Porque a paixão morre,
não serás fiel a um impulso.

Porque a esperança ilude,
não serás fiel a uma espera.

Porque o sonho engana,
não serás fiel a um fantasma.

Porque o nome nomeia,
não serás fiel ao que te chama.

Porque o rio corre,
não serás fiel às nascentes.

Porque o inesperado não chega,
não serás fiel ao esperado.

Porque uma luta se perde,
não serás fiel às derrotas.

Porque o desejo se frustra,
não será fiel à razão.

Porque o amor acaba,
não serás fiel a uma promessa.
----

Paulo Roberto do Carmo (1941)


Paulo Roberto do Carmo nasceu em Porto Alegre, em 1941. É poeta, professor e tradutor. Tem participado de diversas antologias coletivas no Brasil e em Portugal.

Recebeu o Prêmio Nacional de Poesia Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional, em 2000. Finalista do Prêmio Açorianos, cidade de Porto Alegre.

Diz o poeta: "Escrevo porque não posso esconder o sol dentro da alma, nem a palavra calada. Escrevo porque entre o homem que colhe e o que semeia, há um homem que sonha o peixe, o pão, o vinho, os alimentos coletivos da alegria, da liberdade, da justiça, a arte de tornar-se humano mudando não apenas a aldeia, mas a mim mesmo. Essa obsessão de libertar a alegria que se aprisiona dentro das palavras, é para aprender a exumar-me de minhas cotidianas mortes."

Livros publicados

> Crisbal, o Guerreiro (IEL/RS, 1966);
> Estação de Força (IEL/RS/ Movimento, 1987);
> Breviário da Insolência (Massao Ohno/SP, 1990);
> Livro de Preceitos (Nejarin/ES, 1993);
> Trajetória Poética (IEL/Movimento, 1994);
> Livro das Manhãs (Parlenda/RS, 1997);
> A Revolição das Aprendências, com Vilmar Figueiredo de Souza (Unisinos RS, 2000);
> Arte de Revidar (Unidade Editorial/PMPA/, 2000);
> Crisbal, o Guerreiro (versão 2002, IEL/Corag/RS);
> 50 POEMAS Escolhidos pelo Autor (Edições Galo Branco,RJ, 2006).
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Fonte:

Epopéias da Índia Antiga (O Mahabharata) I – Origens


A epopéia intitulada Mahâbhârata contém a história de uma raça descendente do rei Bharata, filho de Dushyanta e Sakuntala.

A palavra sânscrita maha significa "grande" e bharata eqüivale a "descendentes de Bharata". Daí tomou a Índia o nome de Bharata, donde Mahabharata significar literalmente: Grande Índia ou História dos Grandes Descendentes de Bharata.

O cenário dessa epopéia é o antigo reino dos Kurus, de curta extensão e o tema é a luta de duas famílias parentes e rivais: a dos Kuranas e a dos Pândavás, que disputavam o domínio da índia.

O Mahâbhârata é a epopéia mais popular na Índia e goza de análoga autoridade como a que envolveu os poemas homéricos na antiga Grécia.

Com o tempo, acrescentaram-se muitos versos à primitiva composição, até formar um volumoso livro de uns cem mil dísticos, com narrações, lendas, mitos, trechos históricos e ensinamentos filosóficos que envol\l,em acessoriamente o tema principal.

Para melhor compreender-se o argumento que mais adiante esboçaremos, convém frisar que os árias não foram os primeiros povoadores do território hoje conhecido como pelo nome geográfico de índia, mas sim invasores, cujas tribos numerosas, chegando periodicamente a pouco e pouco, estenderam seu domínio até governar a população aborígene com incontestável poder.

Dois ramos de uma só família, os já citados Kuravas e Pândavas se desavieram por ambicionar e hegemonia da índia e a sucessão ao trono de Hastinapura. .

A guerra entre as duas famílias é o tema principal da epopéia que se desenvolve, de acordo com o que sucintamente vimos expor.

Fonte:
Vivekananda, Swami. Epopéias da Índia Antiga.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 158 a 160)

A partir de 21 de março, a trova do dia de Ademar estará na imagem
Mensagens Poéticas n. 160 (20 de março)

Uma Trova Nacional
Aquela rede que um dia
foi nosso ninho perfeito,
hoje balança vazia
na varanda do meu peito.
– FRANCISCO JOSÉ PESSOA/CE –

Uma Trova Potiguar
Nosso casebre, é de palha
de pau-a-pique a parede.
O amor que aqui se agasalha,
dorme comigo na rede!
– PROF. GARCIA/RN –

Uma Trova Premiada

2000 > Barra do Piraí/RJ
Tema > VARANDA > Menção Honrosa

Nossa casa avarandada,
de sonhos e luzes cheia,
hoje é varanda fechada
onde a saudade passeia!
– EDUARDO A. TOLEDO/MG –

Uma Trova de Ademar
Quer saber por onde anda
a saudade adormecida?
Procure lá na varanda,
naquela rede estendida...
– ADEMAR MACEDO/RN –

...E Suas Trovas Ficaram
A saudade às vezes fala,
e até grita - quem diria? -
quando a rede, a sós, se embala
numa varanda vazia.
– MIGUEL RUSSOWSKY/SC –

Simplesmente Poesia

– Diniz Vitorino/PB –
POETA-PINTOR.

Como músico compus hinos singelos
sobre o palco das belas alvoradas,
pintei príncipes dourados e fiz fadas
passeando em varandas de castelos,
terminei, fui olhar os quadros belos,
fitei todos os perfis esculturais,
as imagens ficaram tão reais
que eu mandei uma andar e ela andou,
sou o músico e poeta que pintou
o mais belo dos quadros naturais.

Estrofe do Dia

Sem direito a coberta cama ou rede,
lava o rosto com gotas de neblina,
quando não ta dormindo numa esquina
ta deitado num canto de parede;
passa a noite de sono, fome e sede,
muitas vezes na rua anda despido
pela falta de um resto de tecido
que o lojista negou, mas tem guardado;
ajudar o menor abandonado
é dever que precisa ser cumprido.
– JOÃO PARAIBANO/PB –

Soneto do Dia

– Francisco Macedo/RN –
UM BULE, UMA SAUDADE!

Ontem eu retornei ao meu passado,
e fui, pela saudade que sentia.
Pude rever com certa nostalgia,
um bule de café mal adoçado.

Esperava o meu pai do seu roçado,
mas, meu pai, com certeza, não viria,
pela janela aberta inda se via
os seus rastros, no chão, por ele amado.

Eu mesmo o vi partir no amanhecer,
naquela rede velha de um sofrer,
por homens que sorriam, sem maldade.

Na rede, no seu último caminho,
velho bule encardido, ali sozinho,
amargando o café desta saudade.

Mensagens Poéticas n. 159 (19 de março)

Uma Trova Nacional
- O senhor é sedentário?
E a resposta não demora:
- Não doutor, pelo contrário,
bebo água toda hora!”
– PEDRO ORNELLAS/SP –

Uma Trova Potiguar
Uma miserável mosca,
teve trágico destino...
Morreu prensada na rosca
do parafuso suíno.
– DJALMA MOTA/RN –

Uma Trova Premiada

2009 > Bandeirantes/PR
Tema > CHILIQUE > Venc.

Teve um chilique tão forte
que logo tomou vacina
e se mandou para o norte
temendo a gripe sulina...
– RENATA PACCOLA/SP –

Uma Trova de Ademar
Na “Quinta”, eu andei de banda,
nas “Mensagens”, me dei mal:
matei nossa amiga “Vanda”,
mas hoje a torno imortal!...
– ADEMAR MACEDO/RN –
ESSA BRINCADEIRA É QUE EU COLOQUEI UMA TROVA DE VANDA FAGUNDES NO LOCAL DOS QUE “JÁ PARTIRAM”…E ELA ESTÁ CADA VEZ MAIS VIVA E LINDA!!! (Ademar Macedo)

...E Suas Trovas Ficaram
Com um corpo de violino,
com escrúpulos precários,
Dadá, a mulher do Lino,
se tornou extra de vários!
– LAURO SILVA /SP –

Simplesmente Poesia


GLOSA:
Você querendo ser cão,
no inferno é bom demais!

MOTE:
Todo mundo tem função,
mulher? É só o que tem.
Lá se vive muito bem
você querendo ser cão.
“Transar”, lá é devoção,
cada um que transa mais,
os direitos são iguais,
todo cão tem seu emprego,
toda noite tem chamego...
No inferno é bom demais!
– AUGUSTO MACEDO/RN –

Estrofe do Dia

Eu tenho dito e insisto
que casar não é negócio,
pois o desquite e divórcio
é o que mais eu tenho visto,
eu acho que Jesus Cristo
achou melhor o madeiro
do que ser prisioneiro
dos braços de outra cruz;
vou viver como Jesus,
vida boa é de solteiro!
– ZÉ FERREIRA/CE –

Soneto do Dia

Sérgio Augusto Severo/RN –
SONETO EM TOM DE DESCULPAS.
(Para: Landa)

Eu venho aqui pedir o teu Perdão
e te rogar que tenhas paciência,
Amor, eu culpo a minha sonolência,
aos tais efeitos da medicação.

Ao acordar, remédio já na mão,
“Captopryl” eu tenho que engolir,
mal o entorno, vem logo a seguir,
um elemento a mais dessa “poção”.

... E tomo então as “Neo-Nefedipinas”
que me servem (Tu bem imaginas),
como reguladoras da pressão...

Peço perdão, oh Flor do meu Serrado,
quando estiver, em breve, ao teu lado,
controlarei meu sono, Coração!

Mensagens Poéticas n. 158 (18 de março)

Uma Trova Nacional
Que importa ao dono da cova
laje limpa, vela e flor!
É na vida que se prova
em atenções, o amor!
- ELIANA PALMA/PR-

Uma Trova Potiguar
Realiza meu ideal,
aceita minha inclusão,
não no campo social,
mas, neste teu coração!
- FRANCISCO MACEDO/RN -

Uma Trova Premiada

2004 > ATRN-Natal/RN
Tema > TEATRO > 8º Lugar.

Divino é aquele momento
em que a um artista idolatro,
pela expressão e o talento
na ribalta de um teatro!
- EDMAR JAPIASSÚ MAIA/RJ-

Uma Trova de Ademar
Eu tenho a doce impressão
que Deus usando o poder,
pôs luzes de compaixão
na aurora do meu viver.
- ADEMAR MACEDO/RN -

...E Suas Trovas Ficaram
Flerte, romance de olhares
dizendo, em forma elegante,
mil anseios de luares
traduzidos num instante.
- MIGUEL RUSSOWSKY/SC -

Simplesmente Poesia

CHUVA.

MOTE: (Ademar Macedo/RN)
Desde os tempos de Noé
O mundo pôs-se a saber
Que a manga só cai do pé
Porque não sabe descer.

GLOSA: (Gilson Faustino Maia/RJ)

Desde os tempos de Noé
que, de medo, morre o mundo.
Talvez por falta de fé,
esse pavor é profundo.

Hoje existe a previsão,
o mundo pôs-se a saber,
com grande antecipação,
o dia em que vai chover.

Como filhos de Javé,
devemos acreditar
que a manga só cai do pé
quando Ele determinar.

Veja: o vapor ao subir
faz a chuva acontecer,
liquefaz-se pra cair,
porque não sabe descer.

Estrofe do Dia
Dê uma volta no carro da amizade
puxe oitenta quilômetros de amor,
se desvie da estrada do rancor
dê banguela descendo a humildade
e acenda os faróis da caridade,
ilumine a estrada de um irmão,
baixe o vidro da porta e dê com a mão;
esse gesto é tão simples mais conforta:
amizade é a chave que abre a porta
do castelo onde mora o coração.
- ANTONIO FRANCISCO/RN -

Soneto do Dia

– J. G. de Araújo Jorge/AC –
ADORMECER...

Muitas vezes, no silêncio, enquanto a noite desce
e pousa sobre a terra o seu manto dourado
de estrelas, no meu quarto, a sós, abandonado,
não tenho pelo mundo o mínimo interesse...

Mas, não sei bem dizer... dentro em meu peito cresce
um sonho, e, de repente, eu sinto, consolado
que alguém vem para mim, que alguém vem ao meu lado,
e me diz bem baixinho alguma estranha prece...

Então, tomo da pena, e espero calmamente...
Uma noite, porém, me lembro, adormeci
sentindo esse esplendor de um céu que está contente,

e não pus no papel mais que um nome sequer...
E só quando acordei, na folha branca, eu vi
que apenas tinha escrito um nome me mulher...

Fonte:
Ademar Macedo

sábado, 19 de março de 2011

José Geraldo Martinez (No Imaginário... )


Pai e mãe, o algodão floriu,
abriram-se as flores do cafezal...
Em meu imaginário, meus queridos,
vejo a ponte sobre o rio,
a névoa fresca do madrigal...

Nem parece que partiram e tanto tempo já passou...
Enxergo na parede ainda o seu chapéu,
quando chegando da lavoura, o pendurou...

Será que aí na eternidade o milharal emboneca?
Em meu imaginário mostra as espigas em cacho...
Será que aí corre do mesmo jeitinho,
serpenteando em meu pensamento, o riacho?

Perdê-los, foi perder um pedaço de mim!
E, essa parte rebelde, ainda caminha por lá...
Ah! Meu Deus, já gritei tantas vezes para
que volte o menino à sombra do jacarandá...

Não me escuta, nem me olha ...
Ainda que eu chore de solidão!
Ah, mãe...cuide dele por aí,
nos campos da minha imaginação...

Se não encontrá-lo,
deve estar correndo pelo cafezal!
Já espiou no pomar?
Não estaria brincando com Feroz, no quintal?

Ele gostava do cãozinho...
Do cavalo velho, bretão!
Sei, lá, mãe...
Não estaria procurando
vagalumes pela escuridão?

Talvez em sua cama?
Gostava do seu travesseiro...
Era mal acostumado, não se lembra?
Dormia fácil sentindo o seu cheiro...

Desde que partiram, rebelou-se!
Tornou-se triste e sem graça...
Mostra no azul dos olhos um rio profundo,
de água que nunca passa...

Não está com papai no curral?
Gostava de andar por lá...
Não dava sossego ao velho,
enquanto não lhe desse uma vaquinha para ordenhar!

Sei lá, mãe,
cansei de procurar, cansei de gritar!
No meu imaginário está sentado
nos ombros de papai que o leva
numa estrada de areia branca...
Não dá para saber se ele é o menino
ou se papai é a criança...

Será que aí na eternidade o vento é fresco?
Igual àquele que fazia dançar os alecrins...
Levantando os rodamoninhos
que seriam fantasmas
pelas estradas de terra sem fim...

Dizia o papai,
nas suas longas histórias contadas...
Imagino hoje, uma forma de evitar
que o menino se aventure por qualquer estrada!

O que acontece, pai e mãe?
Dá um nó na garganta, uma dor aqui no peito!
As suas receitas caseiras eu não encontro,
os remédios de hoje não dão jeito!

Então, o jeito é chorar!
O pior, depois de crescido!
Aquele que ficou lá, achava que pai e mãe
não morriam...
Não voltam os dias, idos!

Deixa ele quieto!
Amanhã estará tudo bem e talvez retorne, quem sabe?
São pensamentos que não se aquietam,
no imaginário de um homem que sente saudade!

" Saudade, é a lágrima escorrida de um tempo velhinho, no alpendre de uma época"
( Martinez)

Fonte:
Colaboração de Ialmar Pio Schneider

José Geraldo Martinez (Lendas da Infância)

Ilustração de
Antonio Elielson Souza da Rocha (PA)
Um dia me contaram uma lenda .

Existem nas matas, a Caipora, meio gente e meio bicho, com os pés ao contrário. Adora fumar. Só permite que alguém entre mata à dentro se, antes, colocar fumo ou cigarro no pé de qualquer árvore .

Aquilo de certa forma me causou expectativa, mesmo porque, papai havia me convidado para pescar e justamente num córrego margeado por pequena mata.

Chegado o dia , preparei toda tralha de pesca: anzóis, iscas , varinhas, picuá , lanches e guloseimas...

Não podia me esquecer do cigarro da Caipora .

Fui correndo comprar .

Para me garantir, comprei logo cinco maços de cigarros e um pedaço de fumo .

Seguimos pela manhã que se abria quente , ensolarada e de poucas nuvens .

Conosco levamos um amigo , "Girico", este apelido lhe foi dado por seu tamanho . Era franzino , miúdo , a ponto de mostrar as costelas todas . "Girico" é o nome dado ao jegue tão usado e querido pelos nortistas !

Ele era pequeno porém, forte .Garoto astuto e destemido, criado a vida toda no mato, nas fazendas da região, até que seu pai acometido de séria doença teve que abandonar a vida no campo e voltar para cidade.

Chegamos finalmente . Logo de cara, Girico fisgou um piau, peixe típico da região e com ele fazia festa, como se desafiando a mim e meu pai. Engraçado que seguidamente , Girico fisgava algum peixe , enquanto a gente já desanimava de molhar as minhocas . E a cada fisgada, a mesma festa. Lembrei-me finalmente da Caipora , depois de escutar um assobio vindo da mata .

Nem perguntei ao meu pai o que seria. Fui logo correndo ao pé de uma velha figueira e lá colocando todos os maços de cigarro, inclusive o pedaço de fumo .Vai se a tal Caipora era do tempo do meu avô ?

Passamos o dia alí pescando, brincando e nos banhando nas águas do rio Baguaçu , no oeste paulista .

A noite chegava e já nos preparávamos para dormir, depois de um farto lanche servido pelo meu pai.

Girico comia feito louco ! O que tinha de magrinho, tinha de guloso. Comeu quatro pães com presunto e queijo tomou uma guaraná de dois litros inteiras, três bananas nanicas ! Arrumamos as camas improvisadas com velhos cobertores, dormimos .

A noite foi de certa forma longa, não parava de pensar na tal Caipora. Tremia de medo à qualquer barulho na mata. Girico, aparentemente, dormia que chegava a roncar. O dia amanheceu, voltamos à pescaria. Curiosamente fui olhar os cigarros colocados para Caipora . Para minha surpresa, estava só o pedaço de fumo! Os cigarros em maço desapareceram. Voltei correndo contar para meu pai me que deu pouca atenção, ironicamente brincou dizendo que aquela Caipora deveria ser urbana, acostumada à cidade .

Criança, ainda, perguntei :

- E na cidade pai, onde a Caipora moraria ?
- Nos jardins das casas, em meio às folhagens .

Fiquei pensando, preocupado. Será que no jardim da minha casa existe alguma Caipora ?

Quis continuar o assunto, mas papai logo me interrompeu com os dedos nos lábios .
- Psiuu ! Tem peixe mordendo a isca !

O dia passou, voltamos para casa felizes. Com alguns pequenos peixes, menos Girico que estava com um farto bornal de piaus grandes. Não dormi pensando no jardim da minha casa. Lembrei-me de algumas vezes que escutara assobiar e achava que podia ser alguma pessoa passando pela rua.

No dia seguinte, fui correndo comprar cigarros. Claro! dos mais baratos, afinal minha mesada era pequena e não podia consumí-la em cigarros para Caipora. Gostava de sorvetes , cinemas , enfim... guloseimas muitas. Aprendi a lição e coloquei apenas um maço de cigarros no meio dos antúrios da mamãe .

Nosso jardim era farto de plantas e arbustos e muito verde, com samambaias, pinheiros e uma enorme laranjeira. Era do tipo lima, que papai não deixou cortar dado a doçura da fruta e os anos que estava ali. No outro dia bem cedo, mal tomei o café, fui olhar se o cigarro estava entre os antúrios . Viva ! Não estava ! Havia mesmo no jardim ,uma Caipora . Sai correndo contar aos amigos , feliz da vida.

Os dias se passaram . A cada amanhecer era um maço de cigarros, depois doces , frutas , assim por diante ...

Até que um dia, contando para mamãe, ela indignada, resolveu comigo ficar escondida para vermos a tal Caipora .

Ficamos no quarto, com a janela levemente aberta, que mal cabiam meus olhos, metade da minha face. Pouco respirava e o coração acelerado à medida que as horas iam passando. De repente ,um barulho... Parei de respirar, mas a minha curiosidade era maior. Permaneci de olhos na fresta da janela. Qual foi minha surpresa ! Girico comia tranquilamente as frutas e doces todos , guardava os cigarros e saia.

Assim deve ter sido à beira do rio . Ele seria a Caipora urbana que meu pai falava .

Muita decepção! O engraçado era que quando chegava em nosso jardim, pressentindo alguma coisa, assobiava como a Caipora colocando-me rapidamente embaixo das cobertas .

Passados os dias, na casa de uma tia, ela me contava sobre a lenda de um tal "boto cor de rosa", que encantava as mulheres com seu canto!

Dias depois, minha prima desapareceu e voltou grávida .

Saí correndo pela rua esparramando a notícia, gritando :

-Tem um boto no jardim da minha tia, minha prima está grávida !
Quem será ? quem será ?

Esta foi a última surra que tomei naquele ano. Afinal, chegavam as festas natalinas e me preparava para receber papai-noel.

Fonte:
http://www.josegeraldomartinez.hpg.ig.com.br/

José Geraldo Martinez (1958)



Músico, arranjador, produtor fonográfico, escritor, poeta, cronista, compositor com mais de cento e cinquenta obras gravadas e editadas

Ninguém melhor que a nossa mãe para fazer a nossa biografia !

Então lá vai :

Chegava a primavera . Os flamboyans floridos enfeitavam as praças de nossa cidade . Araçatuba: "Terra dos Araçás , "Capital do Boi Gordo ". 14/09/58. Nascia ele , José Geraldo, das mãos habilidosas de Dr. Creso Machado Pinto.
Alegria só no lar, pais professores : José Martins Rodrigues e Mercilia Rodrigues .
Louro , olhos azuis, a alegria de ser gente manifestava-se no choro forte da criança nascida.
Cresceu conhecendo cada pedacinho da terra.
Cada pedacinho de chão .
Trocava gatos por pombos .
Pescava no "Machadinho".
Nadava no ribeirão .
Ouvia as histórias contadas , cantadas ,
Se deixassem as madrugadas.
Artes ? quantas !
Mas cresceu ...
Homem feito .
Faculdade fez .
Filhos dele e de outros,
porque também adotou.
Casado e descasado .
Amar, isto ele amou !
Teve muito a receber .
Mas também muito doou .
Se canta a melodia
De seu grande coração
É porque lá , algum dia
Alguém lhe estendeu a mão
Bem feito ,
Sem jeito ,
Alegre ,
Bonachão
Traça riscos ,
Arabescos
Com toda ternura .
É filho da terra .
É cheiro do chão .
Amor e candura
Tamanha leveza
Do seu coração
Mercilia Rodrigues
--
Fonte:

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 155 a 157)


Mensagens Poeticas n. 155

Uma Trova Nacional
Velho – carrego esperanças,
adubando a vida em flor:
quem não cultiva as lembranças
mata as raízes do amor.
(GABRIEL BICALHO/MG)

Uma Trova Potiguar
Não é só da meninice
que belos sonhos nos vêm;
a paisagem da velhice
tem seus encantos também.
(JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN)

Uma Trova Premiada

2008 > Niterói/RJ
Tema > VARANDA > Menção Especial

A lua pede licença,
mas é disfarce: ela manda;
e estendendo a esteira imensa.
prateia a minha varanda.
(DOROTHY JANSSON MORETTI/SP)

Uma Trova de Ademar
Destinos são soberanos.
Homens, mulheres, meninos...
quem somos nós, os humanos,
para fabricar destinos?...
(ADEMAR MACEDO)

...E Suas Trovas Ficaram
Saudade!... Raio de lua,
suprindo o Sol que brilhou...
Tábua solta, que flutua,
depois que o amor naufragou!
(WALDIR NEVES/RJ)

Simplesmente Poesia

– Suely Nobre Felipe/RN –
FORA DE TOM.

Por vezes,
Encontro minha vida espalhada
Entre dunas de papéis rabiscados.
Ao avesso de outros momentos
Vejo velhos e novos amigos
Embaralhados entre traços e lamentos.
Novos amores engavetados
Sutilmente despercebidos
Esperando o tempo de serem vividos.
Vejo o mesmo amor exposto à mesa
Enfeitando a sala
Levemente adormecido
Ligeiramente arrefecido
Esmagado pela hora
Que por vezes tarda
Por vezes falha.
Essa hora que impede os sonhos
Que atormenta o descanso
Afugenta os desejos
Confundindo dias e noites.

Estrofe do Dia
O homem mata e desmata,
com armas e moto serras.
Vai enfraquecendo as terras,
com o fogo que mata a mata.
Riacho, rio e cascata,
poluído até a foz.
Meu Deus! Que será de nós?
Com toda essa malvadeza.
É assim que a natureza
dá o troco ao seu algoz!
(DAMIÃO METAMORFOSE/RN)

Soneto do Dia

– Rachel Rabelo/PE –
FLOR DO VIVER.
(à minha Tia Socorro Rabelo)

No sorriso a beleza de uma flor,
é pureza exalando bem querer
fonte doce minando paz, amor,
e a verdade que brota do teu ser!

Tem perfume da vida, sedutor!
lindas pétalas com cor do saber,
no olhar, brilho profundo afasta a dor,
é jardim reflorindo luz, viver!

Cada dia nos dá mais alegrias,
é um conjunto repleto de poesias
que ritima momentos,é emoção!

Tem nos atos leveza, caridade;
nas palavras conselhos, humildade,
e a justiça consola o coração!


Mensagens Poeticas n. 156


Uma Trova Nacional
Amigo é aquele artesão
que, sem receios, lapida
com o cinzel do perdão
as pedras brutas... da vida!
(SÉRGIO FERREIRA DA SILVA/SP)

Uma Trova Potiguar
Infância, planta florida,
juventude, flor da idade,
velhice, folha caída
da árvore da mocidade.
(ORILO DANTAS/RN)

Uma Trova Premiada

1987 > Porto Alegre/RS
Tema > REGRESSO > Venc.

Meus dias, antes tristonhos,
mudaram, hoje, confesso,
pois com pedaços de sonhos,
arquitetei teu regresso!
(DELCY CANALLES/RS)

Uma Trova de Ademar
Perdido, pois, nas rotinas
dos ecos do meu clamor,
eu ouvi entre as ruínas
os gritos da minha dor...
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram
Em nossas quatro paredes
conflitos não tem valia:
nós compramos duas redes
e uma está sempre vazia.
(MARISOL/RJ)

Simplesmente Poesia

– José Alberto Costa/AL –
POEMA.

Um elefante branquinho,
feito das armas de outro,
vive indefeso, quieto,
sobre a mesa do meu quarto
onde costumo escrever.

Em sua sólida mudez
conhece todo meu drama:
- chora comigo nas noites
de vigílias forçadas
quando rostos ressuscitam
pelas campas da memória
trazendo horror ao vazio
que há no quarto e em mim...

Estrofe do Dia
Meus versos não são profundos,
são bem rasos... Na medida
de cada gota que emana
da minha alma escondida...
Mas te conto o meu segredo:
falo de mim, sem ter medo...
Assim, sou feliz na vida!
(MARA MELINNI/RN)

Soneto do Dia

– Rosa Maria Silva/PORTUGAL –
INSPIRAÇÃO

Quadras soltas, sementes de grafismo,
canção do mar, maré de sensações,
porta da fé, regaço de orações
que voam num infinito lirismo.

Quadras em par, viveiro de heroísmo,
doce fulgor, cantinho de ilusões,
vozes da alma, glória de Camões,
hinos solenes de patriotismo.

Os versos são um fado de carinho
somente a dor é tão traiçoeira
nas horas medonhas do pergaminho.

Há quem ame, por gosto, a poesia
e quem seu fado canta a vida inteira
guarda no coração doce magia.

Mensagens Poeticas n. 157


Uma Trova Nacional
ELE que tudo conduz
na sábia e eterna medida
à estrela do céu dá luz
e à estrela-do-mar dá vida!
(JOÃO B. XAVIER OLIVEIRA/SP)

Uma Trova Potiguar
Não há maior bem no mundo
que o homem possa almejar:
- manter-se ativo e fecundo,
ter saúde e trabalhar.
(GONZAGA DA SILVA/RN)

Uma Trova Premiada
O meu reino é uma casinha
do jeito que eu sempre quis:
dentro dela sou rainha,
e muito mais: - sou feliz!
(ERCY Mª MARQUES DE FARIA/SP)

Uma Trova de Ademar
Pondo minha mente à prova
quando a inspiração me furta,
encontro alento na trova
que é a poesia mais curta.
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

2009 > ATRN-Natal/RN
Tema > VIOLÊNCIA > 7º Lugar

Deus! Na sua onipotência,
faça o homem ser capaz
de abominar a violência
e plantar o amor e a paz!
(VANDA FAGUNDES QUEIROZ/PR)

Simplesmente Poesia

– Maria Emilia Xavier/RJ –
RESGATE...

Inquilina que sou
desse mundo cruel,
não tenho o que desejo
e o que tenho nem sempre
é aquilo que almejo.
Sempre arrebanhada
pelos apelos do corpo,
sem sentimento algum,
sacio vontades,
nunca meus desejos.
Sonho com a liberdade,
que pague o meu resgate
e acabe de vez com isso...
de após saciada, só viver solidão.

Estrofe do Dia
Patativa quando bota
a caneta no papel,
pinta as cores do vergel
pinta os peixinhos na grota,
pinta as pernas da gaivota,
pinta as asas do condor,
e o ninho do beija-flor
nas três juntas da maniva;
os versos de patativa
são obras do criador.
(MANOEL XUDU/PB)

Soneto do Dia

– Carmo Vasconcelos/PORTUGAL –
HOJE.

Por hoje decidi ficar comigo,
a mente nua, isenta de sensores,
tal um amplo celeiro, ausente o trigo,
ou coração liberto, sem temores.

Por hoje só pretendo a liberdade,
dispersa a luz total do pensamento,
ao ponto de expulsar qualquer saudade
e sombra de paixão ou desalento.

Por hoje vou dar rédea solta à estúrdia,
unir-me à multidão alucinada,
misturar minha voz co’as da balbúrdia!

Beber, amar, cegando a culpa e o juiz.
da fascinante noite, irmã, e aluada,
ser astro sem memória… Ser feliz!

Fonte:
Ademar Macedo
15, 16 e 17 de Março

Caldeirão de Poesias


Daladier Carlos
SUPER LUA-CHEIA

Ó iluminada e atrevida Lua,
Quando nos arrepia os pelos e
Balança terna ou ferozmente
Corações sofridos ou valentes!
És o corifeu do amor, eterno amor,
Força que corre entre apogeu e perigeu.

Tens, decerto, o brilho feminino,
O olhar sereno da amada que espera,
À semelhança dos amantes nas sacadas,
Quando os sonhos se perpetram sem amarras
E o enlevo tépido de corações encantados
São a valsa na pista em louco rodopio.

Jamais terias relação com a morte,
Se te invocam, corações e mentes,
À desejada e necessária sorte.
És um astro em torno da terra,
Satélite bendito, beleza e recato
Do muito que juraram aos teus pés.

Em algum lugar do passado,
Damas e cavalheiros suspiraram,
Nas madrugadas vadias de beijos e abraços,
Antes que a manhã, sorrateira, despontasse
Para despertar os deveres dos ofícios,
Até que novamente ela surgisse!

Neusa Maria Travi Madsen
POESIA I

Desenho as palavras,
na intimidade de meu canto.
Que encanto !
Bordo as letras em telas coloridas,
confecciono flores com meus sonhos,
enfeito com minha saudade,
arremato tudo com minha esperança.
Ornamento cada verso
com minha ternura,
e com enorme carinho.
Igual a folhas caídas,
solto-as ao vento,
no infinito...
Algumas maiores,
outras menores,
algumas coloridas,
outras desbotadas...
As verdes, cheias de esperança;
as amarelas, repletas de saudade;
as cor de rosa, cheias de sonhos;
as azuis, repletas de amor;
as vermelhas, com muita paixão;
as incolores, com dor, revolta,
silêncio e desilusão...
Todas contém um pouco de mim...
Todas ficarão como marcas.
Marcas do que fui,
marcas do que sou.E do que serei ?
O amanhã será quando a primavera chegar...
É na beleza do colorido das letras
e no perfume das flores,
que acalento meus sonhos,
para continuar a desenhar palavras,
e compor versos,
que se transformam em poesia...

Neusa Maria Travi Madsen
POESIA II

P alavra que sai da alma,
O rnamentada com encanto e ternura.
E xpressa amor, saudade, paixão e amargura,
S ilêncios, emoções, calma e sonhos especais...
I nspira beleza em forma de versos.
A rte de tornar os sentimentos imortais !

Adozinda Aguiar
A ALMA DO POETA

Livre pássaro é a alma do poeta
que viaja incansável pelo tempo
e nos templos da vida se completa.
Pelas várzeas,prados,montes
e enseadas
regenera seu traço
vai à solta
pelas manhãs de sol,
rubro porvir
cálidas tardes
frias madrugadas.
Nada a contém:
a vida . a morte
a mão que fere
a que é ferida,
tem importância igual
em seus tratados.
Alma indomável
em sacrossanta fúria
Tormento doce,com que escraviza
o sonho de quem trouxe a esta vida
o dom apaixonante da POESIA !

Adilson Cordeiro
P O E T A

Você Poeta,
Renova a nova
Nos versos e prosa
Cantando dor e amor!
Poeta é um carinhoso
Vigia, é guia dadivoso
Para o solo dos amantes
Com seus gritos incessantes!
Mas Poeta também não tem paz
É coisa de outro mundo, capaz
Noite vira dia, claro, penumbra
Muda o rio, o mar, o cais, refaz!
Poeta ainda é gozador:
Folha seca vira flor
Profissional, amador
Dólar fica sem valor!
Poeta, um infeliz
É inquieto na raiz
Quer mudar o matiz
´Inda pergunta o que eu fiz?
Poetinha, seu safado
Fale sério, pegue o arado
Vá trabalhar ligeiro, oriundo
Deixa de ser vagabundo!
Este poeta está só caçoando
Eu vivo sorrindo e cantando
Na chuva, no vento e no céu
Faço banquete de pastel!
Mas, Poeta, cachorrinho
De mansinho, se você um dia morrer
O mundo vai desacontecer
Porque ele não é mundo sem você!!!

Lustato Tenterrara
"COMO FAZER UM POEMA DE AMOR VERDADEIRO"

Para fazer um poema de amor
é necessário que o cristão, ateu ou judeu
mostre o que tem dentro do seu coração.

É necessário que dentro desse peito, dilacerado
haja uma dor de amor.

Uma dor que de lá, nunca sairá. Nunca!

Mas para fazer um Poema de Amor Verdadeiro
há que esta dor, no peito dilacerado,
a cada dia, dilacere o peito um pouco mais.

Não assim um pouco, como um ou dois anos, não!
Um Poema de Amor Verdadeiro nasce quando
do peito dilacerado, sangre, e nunca estanque.

Há de ser uma dor vivida a cada hora, de cada dia,
por um tempo sem fim.

É necessário que o Eu-Lírico do poeta
arranque poemas de cada flor, beija-flor,
de um taturana ou de uma pedra ou marca no chão.

Que faça poemas para canetas perdidas;
um cachorro que alguém -- de perto -- pra longe o levou;
Até algum poema para um alguém -- de perto -- que
pra longe levou um Note-Book repleto de poemas,
apenas para quebrá-lo ao chão, ou jogá-lo no rio.

É necessário que uma criança chorando
desperte no poeta uma dor de amor;

É necessário que do peito do poeta,
a cada minuto, sinta a falta daquele amor jurado verdadeiro;

É necessário que o tempo do poeta pare
no versejar de um canário, ou no borbulhar
da água de uma cachoeira, onde, um dia, fez amor;

E para que o poema seja - de fato - um
Poema de Amor Verdadeiro
é primordial que o poeta sofra a maior das dores de amor
que é aquela dor que apenas ele percebe.
A dor de saber estar perdendo a outra sua metade;
e perdendo-a para sempre; para o nunca mais;
e que essa perda seja sentida por todos os minutos e segundos;
por todas as horas do dia;
e por todos os dias do ano;
e por todos os anos, daquele dia em diante.

Depois, para que saia o poema do verdadeiro amor
há que esses anos sejam muitos,
quem sabe uma ou duas décadas,
que muitos poemas tenha feito para flores, fadas, musas,
até que um dia, sem que perceba,
encontre -- numa nuvem por sobre o luar, e no nascer do dia, --
aquele poema de amor que se encontrava perdido:
aquele Poema de Amor Verdadeiro.

Depois de o ter escrito, o seu Poema de Amor Verdadeiro,
para o poeta não haverá mais dúvidas:
A cada segundo do dia
descobre -- para qualquer lugar que olhe, -- uma poesia.

Rozelia Scheifler Rasia
PALAVRAS DE POETA PARA POETA

Para o poeta, todos os sons são rimas de amor,
todas as palavras são pontes que interligam emoções!
A poesia é o universo do poeta.
A palavra do poeta nasce do sentimento, da emoção,
da ânsia de viver, de amar e de ser amado!
O amor do poeta é ilimitado, incondicional.
O poeta não se prende à convenções,
à expectativas, ao tempo ou ao espaço!
O poeta ama a espera, o encontro, o reencontro, a despedida,
ama a estrela, a lua, o sol, o mar, o céu.
ama a lembrança da infância, o presente, o futuro!
O poeta ama o amor!
Para o poeta, cada olhar, cada beijo,
cada toque são sinfonias da vida!
O poeta leva o infinito no olhar.
O coração, a alma, o corpo, o ser do poeta
O poeta inventa e traduz símbolos e códigos da sensibilidade e da paixão.
O dizer do poeta nasce da palavra do outro,
do olhar do outro, do desejo do outro.
O poeta é um mundo de "eus' e "tus".
A palavra do poeta é o espelho da sentimentalidade.
O poeta sabe ir e voltar de labirintos que outros jamais sonham existir.
Para o poeta, o simples e o complexo são peças do mesmo quebra-cabeça.
O dicionário do poeta tem mais palavras,
A palavra do poeta tem mais significado.
A saudade do poeta é mais intensa.
A noite do poeta é mais escura ou mais estrelada.
A solidão do poeta é maior.
A paixão do poeta é mais vibrante.
Para o poeta, inferno e paraíso são olhos-amantes.
O poeta vê além do horizonte.
O poeta sente o pulso do mundo,
beija a boca da ilusão.
O poeta escreve no invisível e
lê a mão do destino.
O poeta desenha a silhueta do amor nas linhas do tempo.
Para o poeta, o efêmero e o eterno, a vida e a morte,
são mais que antíteses.
O poeta diz, desdiz, contradiz.
Análise e síntese são fragmentos da alma do poeta.
Poeta e poesia são faces da mesma paixão.
Sou poeta, vejo o mundo com os olhos da poesia!
Deus fez a natureza em poesia.

Carlos Lúcio GontiJo
ALDEIA CAPITAL

Meço infinitos entre concreto
Num secreto desejo de abolição
Como rio que sonha cachoeira
Meus olhos voam na poeira das ruas
Senzalas nuas da injustiça social
Crucificando braços, erguendo escuridão
Paisagens e laços da construção capital

Roldão Aires
CABELOS LOIROS

Olhos azuis, claros.
Cabelos de um loiro,
brilhante.
Eras a luz que brilhava
pelos salões, radiante.
Beleza de raro encanto
a todos a atenção prendes.
Tens um jeito tão doce,
és um sonho constante
de todos que a ti,
se rendem.
Lembra que existe alguém,
que sei, não pensares muito,
alguém, que só a ti quer,
e nunca nada te disse, porém,
jamais te esqueceu.
Quando por acaso puderes,
procura poder lembrar
desse alguém, que sou eu.

Daladier da Silva Carlos
FALA, POESIA!

Poesia! Traga para fora
A voz que me sufoca
Ou antes, me impele
A correr o mundo,
Ampliando os sonhos,
Recortando as letras,
Esmiuçando o espírito,
O subterrâneo da palavra,
Pensando, talvez, encontrá-la
No fim do túnel, se não for
Algures, a estrada conhecida,
Aquela onde pisei as dores,
Finquei rancores atrevidos
Nas tormentosas horas de escárnio,
Quando os desejos travaram, juntos,
A encarniçada luta para fazer a mim
Viver o que pudesse, quem sabe aquilo
Que, enfim, sobrasse da batalha,
A louca campanha de conhecer além,
Rasgar, se possível, o teto do mundo,
Na desesperada tentativa de ver adiante
O que se esconde, ou se guarda para sempre
Como um cruel segredo da frágil existência!

Rogério Miranda
O AMOR DO POETA PELA PAZ

Poeta sua realidade é uma fantasia
e sua imaginação é real e vive
no mundo encantado dos versos,
suas lagrimas brilham
quando sua poesia encanta
o reino do amor...

Poetas têm os pensamentos
alem de onde ele pode chegar
e quando a presença do poeta
se encontra perdido
nascem poemas de paz...

O poeta escuta a canção das vozes dos anjos
e dança com a lenda das flores
que foi eleita a musa do poeta apaixonado
por sonetos perdidos no horizonte
da inspiração...

O poeta é discípulo da liberdade
de expressão, seu compromisso
é com a verdade da igualdade,
sua crença á fé, suas orações
são universal de onde nasce
o amor pela paz...

Fonte:
Poetas del Mundo

Epopéias da Índia Antiga (O Râmâyana) Parte II – O Argumento


II
O Argumento

Na província de Oudh, hoje unida administrativamente à de Agra, subsiste ainda, embora ruínas, a antiquíssima cidade de Ayodhya, outrora um dos mais poderosos centros religiosos da índia e lugar de peregrinação.

Há muitos séculos, reinava em Ayodhya um rei chamado Dasaratha que, de nenhuma de suas três esposas, havia obtido sucessão; por isso, como bons hinduistas, foram em peregrinação a vários santuários e jejuaram em fervorosa súplica para que Deus lhes concedesse sucessão.

Finalmente seus rogos foram ouvidos e obtiveram resposta em quatro filhos, dos quais o maior foi Rama.

Como convinha à sua estirpe, os quatro irmãos receberam completa educação em todos os ramos do saber. Para evitar futuras contendas, era costume na antiga índia associar o rei o seu filho maior ao governo do país, sob o título de Yuvaraja, que significa: "o rei jovem"

Em outra cidade havia um rei chamado Janaka, o qual tinha unia afilhada maravilhosamente formosa, cujo nome era Sita e que fora encontrada recém-nascida em um campo, como se tivesse surgido do seio da terra.

Em sânscrito antigo, a palavra "Sita" significa "sulco feito pelo arado", e na mitologia Índiana vemos personagens que só têm pai ou mãe ou nascem sem pai nem mãe, do fogo do sacrifício, de um campo, como se caíssem das nuvens etc.

Todas essas classes de nascimentos são freqüentes na mitologia Índiana.

Sita, como filha da Terra, era pura e imaculada. O rei Janaka criou-a e desejou encontrar-lhe digno esposo, quando a mesma atingiu a idade núbil. Na antiga índia costumavam as princesas reais escolherem marido. A esse costume deva-se o nome de Swayamvara; segundo esse costume, o pai da princesa convidava a todos os príncipes das redondezas para se apresentarem à corte, onde a princesa, ricamente vestida, grinalda nas mãos e precedida por um arauto que ia enumerando as prendas, passava diante deles e colocava a grinalda no pescoço daquele que a donzela havia escolhido para esposo.

Muitos eram os príncipes que suspiravam pela mão de Sita, a qual havia exigido, como prova de merecimento, que o candidato quebrasse com suas mãos um enorme arco chamado Haradhana.

Todos os príncipes fracassaram na tentativa, apesar dos seus esforços, menos Rama, que com elegância e facilidade apanhou o forte arco e com suas mãos quebrou-o pelo meio.

Por isso Sita elegeu a Rama por marido e as bodas foram celebradas com grande esplendor.

Rama levou sua esposa à corte de seu pai Dasaratha, o qual julgou oportuno o momento para nomear juvaraja o seu filho maior e confiar-lhe o governo do país.

Para esse fim Dasaratha preparou as cerimonias da proclamação e o povo acolheu entusiasticamente a notícia, quando uma donzela de Kalkeyi, a mais jovem das três esposas de Dasaratha, lembrou à sua senhora que, havia muito tempo, o rei seu esposo havia prometido duas coisas, em reconhecimento ao muito que a ele Ihe fizera, dizendo-lhe:

- Pede duas coisas que eu possa dar-te e eu lhas darei.

A rainha Kaikeyi, na ocasião, nada pediu a seu marido e até já havia esquecido a promessa; porém a maliciosa donzela começou a aguilhoar a alma da rainha, fazendo-lhe ver a injustiça de colocar a Rama no trono, quando fazendo ao rei cumprir sua promessa, seu próprio filho poderia ocupar o trono; foi assim que a rainha Kaikeyi ficou louca de ciúmes.

A astuta donzela incitou então sua ama para que exigisse logo do rei a concessão das duas coisas prometidas, sendo uma delas a ocupação do trono pelo seu filho Bharata e a outra que fosse a condenação de Rama a catorze anos de desterro nos bosques.

Embora Rama fosse a alma e a vida para o rei Dasaratha, este, como rei, viu-se obrigado a não faltar à sua palavra, quando a rainha Kaikeyi exigiu dele o cumprimento de sua promessa; por isso não sabia o que fazer.

Rama, porém, dissipou a dúvida, oferecendo-se voluntariamente a renunciar ao trono e sair desterrado, a fim de que ninguém pudesse acusar sua mãe de falsidade.

Por isso, seguiu para o desterro, acompanhado de sua amorosa esposa Sita e de seu irmão predileto Lakshmana, que, de modo algum, quis separar-se dele. Os árias não sabiam quem eram os habitantes dos bosques e, por isso, naquele tempo os chamavam "monos" e aos mais robustos e corpulentos chamavam "demônios".

Rama, Sita e Lakshmana foram cumprir seu desterro em um daqueles bosques, habitados por monos e demônios, como talvez denominavam os árias as tribos selvagens.

Quando Sita manifestou o desejo de acompanhar seu marido no desterro, Rama lhe disse:

-Como podes tu, unia princesa, enfrentar as torturas que me aguardam em um bosque cheio de perigos traiçoeiros?

Sita, porém, respondeu:

- Onde Rama for, Sita irá também. Como podes falar-me de origens reais ou de altas linhagens? Irei contigo!

Rama foi acompanhado de Sita e do jovem Lakshmana, irmão menor de Rama. Internaram-se no bosque, até que alcançaram as margens do rio Godavari, onde construíram uma choças e passaram a sustentar-se de frutos silvestres.

Havia já passado algum tempo que ali estavam, quando, um belo dia, surgiu uma gigantesca demonia, irmã do gigante rei Lanka (Ceilão).

Vagando pelos bosques, encontrou-se com Rama e, ao vê-lo tão varonilmente formoso, apaixonou-se loucamente por ele. Rama, porém, além de casado, era um varão castíssimo e não quis corresponder ao amor da intrusa. Esta, para vingar-se, procurou seu irmão, a quem descreveu com ênfase a dominadora beleza de Sita, esposa de Rama, dizendo-lhe que dela se apoderasse.

Rama superava em poder todos os mortais e não havia gigante nem demônio, nem mortal algum que fosse capaz de vencê-lo. Por isso o rei gigante de Lanka buscou na astucia aquilo que considerou impossível conseguir pela força.

Dês-se modo, às artes de outro gigante, que era mago, o qual transformou-o em formoso cervo de Pêlo dourado. Assim metamorfoseado, este foi ao bosque onde Rama vivia e começou a saltar ao redor da cabana, até que, fascinada pela extraordinária beleza do animal, Sita pediu a Rama que o capturasse para ela. Indo à caça do animal, Rama deixou Sita sob os cuidados do seu irmão – Lakhsmana; este, porém, acendeu um círculo de fogo ao redor da cabana e disse à irmã:

- Pressinto que te vai acontecer algo de mau; Portanto, peço-te que não transponhas o círculo mágico, do contrário, cairás no infortúnio.

Entretanto, Rama havia ferido o cervo com uma flecha, tendo o animal morrido e se transformado em figura de homem. No mesmo instante, ouviu-se na cabana a voz de Rama que gritava:

- Ó Lakhsmana, vem socorrer-me.

Sita exclamou:

- Corre a ajudá-lo, ó Lakhsmana.

Lakhsmana replicou.

- Esta voz não é de Rama!

Entretanto, Sita de tal modo insistiu que Lakhsmana saiu a procurar Rama. Assim que ele se distanciou, apresentou-se junto ao círculo mágico, em frente à porta da cabana o rei gigante, disfarçado em monge mendicante, pedindo esmola.

Sita respondeu-lhe:

- Aguarda um pouco, pois logo meu marido voltará e te dará muita esmola.

O falso mendigo replicou:

- Não posso esperar, bondosa senhora, pois estou esfomeado. Dá-me o que tiveres.

Sita lançou mão de algumas frutas para atirá-las ao mendigo, mas este persuadiu-a a entregá-las pessoalmente, pois nada havia a temer de um santo varão.

Logo que Sita transpôs o círculo mágico para dar as frutas ao mendigo, este assumiu imediatamente sua fôrma gigantesca e arrebatou-a, colocando-a num carro encantado, que partiu velozmente com sua cobiçada presa.

A infeliz, desfeita em pranto, não teve quem a protegesse naquela solidão; lembrou-se porém, de assinalar o caminho percorrido com os adornos que trazia nos braços.

O rei gigante, raptor de Sita, chamava-se Râvana e levou-a a Lanka, seu reino, hoje denominado Ilha de Ceilão.

Chegado à corte, Râvana propôs a Sita que consentisse em ser sua esposa e rainha do país, ela, porém, que era a castidade personificada, não quis nem sequer ouvir as palavras de Râvana, que, para castigá-la, obrigou-a a permanecer dia e noite sob uma árvore, até que mudasse de atitude.

Quando Rama e Lakhsmana voltaram à cabana, não teve limites o desconsolo de ambos, quando notaram o desaparecimento de Sita, pois não podiam imaginar o que havia acontecido a ela. Saíram, pois, em busca da moça e explorando o bosque inteiro dela não acharam vestígios.

Já estavam cansados, quando encontraram um grupo de monos, chefiados por Hanumân, o "mono divino", o melhor dos monos o qual, solicitamente, pôs-se a serviço de Rama. Inteirado do caso, disse-lhe que haviam visto atravessar os ares um carro em que ia sentado um demônio, ao lado de uma formosíssima mulher, toda em prantos, a qual ao voar o carro sobre eles, havia atirado um bracelete para chamar-lhes a atenção.

Quando lhe apresentaram o bracelete, Lakshmana não o reconheceu, porque na antiga Índia, a esposa do irmão mais velho era tão reverenciada pelos seus cunhados, que Lakhsmana nunca se havia atrevido a pousar o olhar nos braços de Sita, Rama, porém, reconheceu imediatamente o bracelete de sua esposa. Os monos então, disseram a Rama quem era e onde vivia aquele rei gigante. Isto feito, todos partiram para persegui-Io.

O rei dos monos chamava-se Bâli, porém, o trono lhe havia sido usurpado por seu irmão menor Sugriva. Houve luta, e Rama ajudou Bâli a recobrar a coroa. Este, agradecido, prometeu auxiliar Rama a libertar Sita. Entretanto, percorreram todo país sem encontrá-la.

Finalmente, o mono divino saltou das costas da Índia às do Ceilão, procurando Sita pela ilha inteira, sem lograr encontrá-la. Râvana havia vencido os deuses, os homens, o mundo inteiro e raptara todas as mulheres formosas. Por isso Hanumân refletiu e disse:

- Sita não pode estar com as concubinas no palácio. Teria preferido a morte à desonra.
Por essa razão, prosseguiu em suas pesquisas, encontrando, finalmente, Sita sob a árvore onde Râvana a aprisionara.

Estava pálida e delgada como a lua nova ao horizonte. Hanumân assumiu então a transpor o figura de um pequeno mono e, escondido na ramagem da árvore viu como a irmã gigante de Ravana vinha atemorizar Sita para forçá-la a submeter-se; a casta esposa, porém, nem queria ouvir falar do rei gigante.

Quando a irmão de Râvana partiu, Hanumân aproximou-se de Sita mostrando-lhe o bracelete que Rama lhe havia dado para atestar sua identidade, relatando-lhe como seu marido o havia incumbido de procurá-la; que seu marido, logo que soubesse onde ela estava, viria com um poderoso exército para vencer o gigante e libertá-la. Acrescentou, entretanto, que, se ela quisesse, poderia tomá-la nos braços e com um salto atravessar o oceano e devolvê-la a Rama; porém, como Sita era a castidade em pessoa, recusou aquela insinuação, porque deliberadamente não admitia ao seu lado outro homem senão seu marido. Assim, permaneceu onde estava e deu a Hanumân uma jóia desprendida de seus cabelos, para que a entregasse a Rama. O mono divino despediu-se dela e voltou para seu país.

Inteirado do que havia sucedido a Sita, segundo o relato de Hanumân, Rama reuniu um exército de monos, chegando ao ponto mais meridional da ilha, onde construíram uma ponte chamada Setu-Bandha, entre a índia e o Ceilão. Atualmente, com a maré baixa é possível passar a pé enxuto de um ponto a outro. Para construir a ponte, os monos arrancaram radicalmente várias colinas, assentaram-nas no mar e cobriram-nas com pedras e troncos de árvores. Um esquilo revolvia-se na areia para encher com ela o corpo e depois, ao passar no trecho da ponte em construção, sacudia-se todo para espalhar a areia, contribuindo assim com muitos grãos para o levantamento da obra colossal, dirigida e projetada por Rama.

Os monos riam e zombavam do esquilo ao vê-lo espadanar-se na areia e sacudi-la depois na ponte, pois seu trabalho era insignificante, comparado ao deles que carregavam colinas inteiras, enormes bosques e grandes cargas de areia.

Rama, porém, disse-lhes:

- Bem-aventurado é este esquilo, porque faz seu trabalho com toda a habilidade de que é capaz e, portanto, é tão grande como o maior de vós.

Em seguida, acariciou suavemente as costas do esquilo e é por isso que se vê até hoje nas costas desse animal a marca longitudinal dos dedos de Rama.

Terminada a ponte, o exército de monos, sob o comando de Rama e Lakshmana, invadiu a ilha do Ceilão. Durante alguns meses guerrearam encarniçadamente contra as hostes de Râvana que, finalmente, foi vencido e morto. Os vencedores se apoderam de todos os seus palácios, que eram de ouro maciço. Rama cedeu-os a Vibhishana, irmão menor de Râvana e levou-o ao trono, como recompensa dos valiosos serviços que havia prestado durante a guerra.

Rama e Sita resolveram sair de Ceilão com seu séquito e regressar à índia; o povo porém, quis que Sita demonstrasse haver permanecido pura, enquanto esteve em poder de Râvana.

Rama, respondeu-lhes:

- Que prova ou testemunho quereis, se minha esposa é a castidade personificada?
- Não importa! Queremos a prova.

Assim, acenderam uma fogueira sacrificial, cujas chamas não queimariam a Sita, se houvesse permanecido pura e ali a arrojaram.

Rama ficou angustiado, temendo pela vida de Sita, porém, no mesmo instante, surgiu o deus do fogo, trazendo em sua cabeça um trono, no qual a jovem estava assentada.

Todos ficaram satisfeitos pelo feliz resultado da prova.

Regressando ao bosque, Rama recebeu a visita de seu irmão Bharata, que o notificou da morte do velho rei Dasaratha, dizendo-lhe que não se atrevera a ocupar um trono ao qual não tinha direito e, portanto, como sinal de respeito, nele havia colocado os sapatos de Rama.

Este, então, voltou à capital e com o beneplácito do povo foi aclamado rei de Ayodhya, tendo prestado os juramentos de estilo que, nos tempos antigos faziam os reis em benefício do seu povo, pois o rei era escravo do povo e devia inclinar-se ante a opinião pública.

Depois que Rama passou alguns anos na feliz companhia de Sita, alguns começaram a espalhar a notícia de que a rainha havia sido outrora raptada por um demônio, que a levou além do oceano. O povo não se conformou com a prova do fogo e exigiu outra mais convincente, sob pena de ser a rainha desterrada.

Para satisfazer os pedidos do povo, Rama desterrou sua esposa, que foi viver no mesmo bosque em que estava a ermida do sábio e poeta Valmiki. Este encontrando a infeliz Sita chorosa e abatida, ficou sabendo o que havia ocorrido e abrigou-a em sua ermida, onde a rainha, pouco tempo depois, deu à luz dois gêmeos.

Com o passar do tempo, o rei Rama teve de celebrar um solene sacrifício, segundo os costumes reais; porém, como na Índia não permitem os Shastras que um homem casado celebre uma cerimonia religiosa, sem a companhia da esposa, de sua sahadharmini ou correligionária e Sita estava no desterro, o povo pediu a Rama que se casasse novamente. Ele, porém, pela primeira vez em sua vida, opôs-se à vontade do povo e disse: Isto não pode ser. Sita é minha vida!

Em vista disso, para que a cerimonia fosse realizada, o rei mandou construir uma áurea estátua de Sita e ordenou que se ornamentasse um palco no lugar do sacrifício, para intensificar o sentimento religioso, por meio de uma representação dramática.

Por esse tempo, os gêmeos de Sita, chamados Lava e Kusha, eram dois garbosos mancebos que Valmiki havia educado na vida de bramacharin (Noviço que faz voto de castidade, pobreza e obediência nos mosteiros hindus), sem revelar-lhes sua origem.

Durante aquele longo período, Valmiki havia composto a epopéia da vida de Rama, acompanhada de música apropriada para ser cantada em rapsódias. Sabedor do festival que ia realizar-se em Ayodhya, dirigiu-se à cidade com os desconhecidos filhos de Rama e Sita, os quais, sob a discrição de seu mestre, cantaram no palco a vida de Rama, com tão surpreendente habilidade que fascinaram os espectadores, presididos pelo rei, seus irmãos e os magnatas da corte.

Quando os cantores chegaram à passagem em que o poema descreveu o desterro de Sita, Rama ficou profundamente comovido. Valmiki, porém, disse-lhe:

Não te aflijas porque verás tua esposa.

Sita, então, surgiu no cenário, enchendo de alegria o coração de seu fiel e amoroso Rama.

O povo, porém, exigiu em altas vozes:

A prova! A prova!

Tão profundamente abalada ficou Sita por aquele reiterado receio do povo, a respeito de sua reputação, que implorou aos deuses um incontestável testemunho de sua inocência.

Naquele momento, a terra abriu-se e Sita desapareceu em sem seio, exclamando:

Eis a prova!

Ante tão trágico desfecho, o povo arrependeu-se. Rama estava inconsolável, curtindo imensa dor, quando, poucos dias depois, chegou um mensageiro dos deuses para dizer-lhes que estava terminada sua missão na terra e deveria voltar ao céu.

Aquela mensagem levou Rama ao reconhecimento do seu verdadeiro ser. Então, atirando-se às águas do rio Savayu (atualmente Gogra) que banhava a Capital, reuniu-se com sua amada Sita no outro mundo.

Fonte:
Vivekananda, Swami. Epopéias da Índia Antiga.