quinta-feira, 29 de novembro de 2012

1º Prêmio de Trovas Humorista Chico Anísio – 2012 – UBT/Maranguape (Nacional/Internacional e Estadual) Tema: Maranguape


ÂMBITO: NACIONAL/INTERNACIONAL

VENCEDORES (1º ao 5º lugares):

1º. Lugar:

 Encantando o visitante,
 com belezas tão divinas,
 Maranguape é a mais brilhante
 dessas musas nordestinas:
 Ederson Cardoso de Lima – 
Niterói/RJ.

2º. Lugar:

 Maranguape...o rio.. a serra...
 Quanta imagem na distância!
 Mundo evocado que encerra
 o mundo da minha infância!
 José Valdez de Castro Moura 
Pindamonhangaba/SP

3º. Lugar:

 Maranguape vai andando
 sempre com passo seguro.
 Com carinho, vai bordando
 os caminhos do futuro...
 Milton Souza 
Porto Alegre/RS

4º. Lugar:

 Maranguape... em teu reduto
 louva o amor que se concentre...
 Chico Anísio foi um fruto
 que acalentaste em teu ventre!
 Edmar Japiassú Maia 
Nova Friburgo/RJ

5º. Lugar:

 Maranguape entristeceu,
 pois já foi “cidade encanto”
 e assim que "Chico" morreu
 o riso tornou-se pranto.
 Ademar Macedo 
Natal/RN

MENÇÕES HONROSAS (6º ao 10º lugares):

6º. Lugar:

 Digo, insisto e justifico,
 pois é o que pensa a nação:
 Maranguape e o grande Chico
 pulsam num só coração.
 Antônio Augusto de Assis 
Maringá/PR

7º. Lugar:

 Bordada em sopé de serra,
 com flores em profusão,
 Maranguape é bela terra
 onde encanta a tradição.
 Eliana Ruiz Jimenez 
Itapema/SC

8º. Lugar:

 Do seu mais ilustre filho
 Maranguape honra a glória,
 inscrevendo-o com seu brilho
 para sempre em sua História!
 Renato Alves 
Rio de Janeiro/RJ

9º. Lugar:

 Maranguape, este seu filho
 trouxe o nordeste até nós,
 espalhou talento e brilho,
 do Ceará, fez-se a voz!
 Alba Helena Corrêa 
Niterói/RJ

10º. Lugar:

 Quem tem a beleza viva
 e os valores que ela tem?
 Maranguape, além de diva,
 é trovadora também:
 Ederson Cardoso de Lima 
Niterói/RJ.

MENÇÕES ESPECIAIS (11º ao 15º lugares)

11º. Lugar:

 Quis o imprevisto destino,
 que a Maranguape das flores,
 fosse em solo nordestino
 a terra dos trovadores.
 Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho 
Juiz de Fora/MG

12º. Lugar:

 Maranguape está saudosa,
 pois seu artista partiu;
 mas logo vai, orgulhosa,
 sorrir tal qual Chico riu.
 Carlos Alberto de Assis Cavalcanti 
Arcoverde/PE

13º. Lugar:

 Maranguape, é este o nome
 de uma cidade encantada
 onde artista de renome
 teve ali sua morada.
 Eduardo Bottallo 
São Paulo/SP

14º. Lugar:

 Eu vivo ganhando flores
 que de Maranguape vêm:
 são versos de trovadores
 que um doce perfume têm.
 Maria Ignez Pereira 
Moji Guaçu/SP

15º. Lugar:

 Disse em verso o repentista:
 Maranguape foi feliz...
 Deu berço e lar ao humorista
 mais famoso do País!
 Ademar Macedo 
Natal/RN

DESTAQUES (16º ao 20º lugares):

16º. Lugar:

 Num leque de sons e cores
 que lhe conferem beleza,
 Maranguape tem valores
 esculpidos na nobreza.
 Danilo Dos Santos Pereira 
Belo Horizonte/MG

17º. Lugar:

 Maranguape terra boa
 possuis o mais belo porte,
 por ti o poeta entoa
 toda poesia do norte.
 Eduardo Lazaro de Barros 
Bauru/SP

18º. Lugar:

 Maranguape o teu “luar”
 que “Catulo” enalteceu,
 multiplicou seu brilhar
 depois que o “Chico” nasceu.
 Wandira Fagundes Queiroz 
Curitiba/PR

19º. Lugar:

 Maranguape ensolarada,
 igualando pobre e rico
 é sempre muito lembrada:
 ali nasceu nosso Chico.
 Eduardo Bottallo 
São Paulo/SP

20º. Lugar:

 Com exuberante flora,
 junto ao Pico da Rajada,
 onde a natureza aflora,
 Maranguape faz morada.
 Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho 
Juiz de Fora/MG

ÂMBITO ESTADUAL

VENCEDORES (1º ao 5º lugares):

1º. Lugar:

 Maranguape que beleza
 é teu lindo céu de anil
 Deus te fez com a certeza
 de encantares o Brasil.
 João Osvaldo Soares (Vaval) 
Maranguape/CE

2º. Lugar:

 Tuas serras são serpentes
 deitadas na imensidão
 tens cristalinas vertentes
 Maranguape, meu rincão.
 Maria Ruth Bastos de Abreu Brandão 
Maranguape/CE

3º. Lugar:

 És Maranguape querida
 terra do riso e do amor;
 Por ti daremos a vida
 se um dia preciso for.
 Deusdedit Rocha 
Fortaleza/CE

4º. Lugar:

 Terra de gente importante
 que em Maranguape nasceu:
 do Chico, comediante;
 d’um Capistrano de Abreu.
 Haroldo Lyra 
Fortaleza/CE

5º. Lugar:

 Chora, Maranguape, chora
 o humorista excepcional:
 Chico Anísio foi-se embora;
 não mais terás outro igual!
 José Pereira de Albuquerque 
Fortaleza/CE

MENÇÕES HONROSAS (6º ao 10º lugares):

6º. Lugar:

 Maranguape, minha terra
 é meu prazer confessar
 que dentro do peito encerra
 do mundo o melhor lugar.
 José Aureilson Cordeiro Abreu 
Maranguape/CE

7º. Lugar:

 De Maranguape o sorriso
 não é o mesmo de outrora,
 desde que o Rei do improviso
 despediu-se e foi embora.
 José Pereira de Albuquerque 
Fortaleza/CE.

8º. Lugar:

 Maranguape não faz conta
 da natureza que a afeta,
 porém quando o sol tramonta
 mexe com todo poeta.
 Deusdedit Rocha 
Fortaleza/CE

9º. Lugar:

 Maranguape é altaneira
 em toda sua vertente
 e também hospitaleira
 por abrigar boa gente.
 Ana Maria Nascimento 
Aracoiaba/CE

10º. Lugar:

 Maranguape, Alto da Vila,
 Outra Banda vem depressa,
 no verde da clorofila,
 dorme a cidade em promessa.
 Sonia Nogueira 
Fortaleza/CE

MENÇÕES ESPECIAIS (11º ao 15º lugares):

11º. Lugar:

 Maranguape eu gostaria
 de manter no coração;
 Assim peço à Mãe Maria
 para lhe dar proteção.
 Ana Maria Nascimento 
Aracoiaba/CE

12º. Lugar:

 Maranguape a tua glória
 são teus filhos de valor;
 foi Capistrano, na História,
 e Chico Anísio, no Humor!
 Nemésio Prata Crisóstomo 
Fortaleza/CE

13º. Lugar:

 Maranguape envolto em sonhos
 desde o tempo de criança,
 vive momentos risonhos
 no progresso na bonança.
 Raimundo Rodrigues de Araújo 
Maranguape/CE

14º. Lugar:

 És vaidosa e altaneira
 és meu torrão, meu lugar
 Maranguape, companheira
 onde sempre vou morar.
 Luiz Carlos de Abreu Brandão 
Maranguape/CE

15º. Lugar:

 Maranguape boa terra
 de Chico, de Capistrano.
 Maranguape ao pé da serra
 bem pertinho do oceano.
 Raimundo Rodrigues de Araújo 
Maranguape/CE

DESTAQUES (16º ao 20º lugares):

16º. Lugar:

 Gosto de me divertir
 nas belas praias do Iguape,
 mas acho melhor curtir
 a serra de Maranguape.
 Haroldo Lyra 
Fortaleza/CE

17º. Lugar:

 Dentre as terras fascinantes
 Maranguape está no rol,
 pois até seus visitantes
 são de puríssimo escol.
 Deusdedit Rocha 
Fortaleza/CE

18º. Lugar:

 Maranguape inebriante
 atrativos naturais
 a serra nobilitante
 Cascatinha e cabedais.
 Maria Luciene da Silva 
Fortaleza/CE.

19º. Lugar:

 Para o carinho colher,
 por Maranguape eu passava,
 subia a serra a rever
 a noiva que ali morava.
 Haroldo Lyra 
Fortaleza/CE

20º. Lugar:

 Ilustres são os seus filhos.
 O clima bom e fecundo
 exportando sobre trilhos
 Maranguape para o mundo
 Artemiza Correia 
Ocara/CE

Fonte:
Moreira Lopes – UBT/Maranguape

23º Concurso de Contos Paulo Leminski (Resultado Final)


1º Lugar:
FATIMA APARECIDA DUARTE DE OLIVEIRA – São Paulo - SP
Conto: A VIAGEM

2º Lugar:
FLAVIA SOUZA DIAS – Rio de Janeiro - RJ
Conto: A VAN

3º Lugar:
JOSÉ IGNACIO COELHO MENDES NETO – São Paulo - SP
Conto: MILAGROS

Melhor Conto Toledano
LUIZA POSSAMAI KONS
Conto: A CAIXA VAZIA

Menções honrosas:

ARTUR MAIA – São Paulo - SP
Conto: NATAL, DE NOVO NATAL

ALYSSON MURITIBA – Curitiba - PR
Conto: SETE MENINOS

SANDRA LUCIA ABRANO – São Paulo - SP
Conto: A MORTE DE CADA UM

EVERSON BERTUCCI – São Paulo - SP
Conto: NOVA MESMA HISTÓRIA

RODRIGO DOMIT – Rio de Janeiro - RJ
Conto: ASPIRAÇÕES

RODRIGO PETRUZZI DA SILVA - Porto Alegre - RS
Conto: SOMOS TODOS PROSTITUTOS NESSE MUNDO DE ALUGUEL

DOUGLAS MORAES PEREIRA - São Paulo - SP
Conto: A TAVERNA

Fontes:
http://www.toledo.pr.gov.br/?q=portal/23o-concurso-de-contos-paulo-leminski/resultado-do-23o-concurso-de-contos-paulo-leminski 
Http://concursos-literarios.blogspot.com 

Soares de Passos (A Camões)


Ai do que a sorte assinalou no berço
Inspirado cantor, rei da harmonia!
Ai do que Deus às gerações envia
Dizendo – vai, padece, é teu fadário;
Como um astro brilhante o mundo o admira,
Mas não vê que essa chama abrasadora
Que o cerca d'esplendor, também devora
     Seu peito solitário.

Pairar nos céus em alteroso adejo,
Buscando amor, e vida, e luz, e glórias;
E ver passar, quais sombras ilusórias,
Essas imagens de fulgor divino:
Tais s o vossos destinos, ó poetas,
Almas de fogo, que um vil mundo encerra;
Tal foi, grande Camões, tal foi na terra
     Teu mísero destino.

A cruz levaste desde o berço à campa:
Esgotaste a amargura ate às fezes:
Parece que a fortuna em seus revezes
Te mediu pelo génio a desventura.
Combateste com ela como o cedro
Que provoca o rancor da tempestade,
Mas cuja inabalável majestade
     Lhe resiste segura.

Foste grande na dor como na lira!
Quem soube mais sofrer, quem sofreu tanto?
Um anjo viste de celeste encanto,
E aos pés caíste da visão querida...
Engano! foi um astro passageiro,
Foi uma flor de perfumado alento
Que ao longe te sorriu, mas que sedento
     Jamais colheste em vida.

Sob a couraça que cingiste ao peito
Do peito ansioso sufocaste a chama,
E foste ao longe procurar a fama,
Talvez, quem sabe? procurar a morte.
Mas, qual onda que o náufrago arremessa
Sobre inóspita praia sem guarida,
A morte crua te arrojou a vida,
     E as injúrias da sorte.

De praia em praia divagando incerto
Tuas desditas ensinaste ao mundo:
A terra, os homens, ‘té o mar profundo
Conspirados achavas em teu dano.
Ave canora em solidão gemendo,
Tiveste o génio por algoz ferino:
Teu alento imortal era divino,
     Perdeste em ser humano:

Índicos vales, solidões do Ganges,
E tu, ó gruta de Macau, sombria,
Vós lhe ouvistes as queixas, e a harmonia
Desses hinos que o tempo não consome.
Foi lá, nessa rocha solitária,
Que o vate desterrado e perseguido,
À pátria, ingrata, que lhe dera o olvido,
     Deu eterno renome.

«Cantemos!» disse, e triunfou da sorte.
«Cantemos!» disse, e recordando glórias,
Sobre o mesmo teatro das vitórias,
Bardo guerreiro, levantou seus hinos.
Os desastres da pátria, a sua queda,
Temendo já no meditar profundo,
Quis dar-lhe a voz do cisne moribundo
     Em seus cantos divinos.

E que sentidos cantos! d'Inês triste
Se ouve mais triste o derradeiro alento,
Ensinando o que pode o sentimento
Quando um seio que amou d'amores canta:
No brado heróico da guerreira tuba
O valor português soa tremendo,
E o fero Adamastor com gesto horrendo
     Inda hoje o mundo espanta!

Mas ai! a pátria não lhe ouvia o canto!
Da pátria e do cantor findava a sorte:
Aos dois juraram perdição e morte,
E os dois juntaram na mansão funérea...
Ingratos! ao que, alçando a voz do génio
Além dos astros nos erguera um sólio,
Decretaram por louro e capitólio
     O leito da miséria!

Ninguém o pranto lhe enxugou piedoso...
Valeu-lhe o seu escravo, o seu amigo:
«Dai esmola a Camões, dai-lhe um abrigo!»
Dizia o triste a mendigar confuso!
Homero, Ovídio, Tasso, estranhos cisnes,
Vós, que sorvestes do infortúnio a taça,
Vinde depor as c'roas da desgraça
     Aos pés do cisne luso!

Mas não tardava o derradeiro instante...
O raio ardente, que fulmina a rocha,
Também a flor que nela desabrocha,
Cresta, passando, coas etéreas lavas!
Que cena! enquanto ao longe a pátria exangue
Aos alfanges mouriscos dava o peito,
De mísero hospital num pobre leito,
     Camões, tu expiravas!

Oh! quem me dera desse leito à beira
Sondar teu grande espírito nessa hora,
Por saber, quando a mágoa nos devora,
Que dor pode conter um peito humano;
Palpar teu seio, e nesse estreito espaço
Sentir a imensidade do tormento,
Combatendo-te n’alma, como o vento,
     Nas ondas do Oceano!

O amor da pátria, a ingratidão dos homens,
Natércia, a glória, as ilusões passadas,
Entre as sombras da morte debuxadas,
Em teu pálido rosto já pendido;
E a pátria, oh! e a pátria que exaltaras
Nessas canções d'inspiração profunda,
Exalando contigo moribunda
     Seu último gemido!

Expirou! como o nauta destemido,
Vendo a procela que o navio alaga,
E ouvindo em roda no bramir da vaga
D'horrenda morte o funeral presságio,
Aos entes corre que adorou na vida,
Em seguro baixel os põe a nado,
E esquecido de si morre abraçado
     Aos restos do naufrágio:

Assim, da pátria que baixava à tumba,
Em cantos imortais salvando a pátria,
E entregando-a dos tempos à memória,
Como em gigante pedestal segura:
«Pátria querida, morreremos juntos!»
Murmurou em acento funerário,
E envolvido da pátria no sudário
     Baixou à sepultura.

Quebrando a lousa do feral jazigo,
Portugal ressurgiu, vingando a afronta,
E inda hoje ao mundo sua glória aponta
Dos cantos de Camões no eterno brado;
Mas do vate imortal as frias cinzas
Esquecidas deixou na sepultura,
E o estrangeiro que passa, em vão procura
     Seu túmulo ignorado.

Nenhuma pedra ou inscrição ligeira
Recorda o grã cantor... porém calemos!
Silêncio! do imortal não profanemos
Com tributos mortais a alta memória.
Camões, grande Camões; foste poeta!
Eu sei que tua sombra nos perdoa:
Que valem mausoléus antes a coroa
     De tua eterna glória?

Fonte:
Poesias de Soares de Passos. 1858 (1ª ed. em 1856). http://groups.google.com/group/digitalsource

Soares de Passos (1826-18/60)


António Augusto Soares de Passos (Porto, 27 de Novembro de 1826 – Porto, 8 de Fevereiro de 1860) foi um poeta, expoente máximo do Ultra-Romantismo em Portugal.

Nascido no seio da média burguesia comerciante portuense, viveu largas temporadas da infância com o pai ausente, fugido às perseguições que lhe moveram durante as guerras civis pelas suas ideias liberais, o que terá marcado o temperamento algo soturno do jovem António Augusto. Tendo aprendido francês e inglês durante a juventude, ingressou na Universidade de Coimbra, em 1849, para cursar Direito.

Em Coimbra conviveu com outros estudantes do Porto, como Alexandre Braga, Silva Ferraz e Aires de Gouveia, com quem fundou, em 1851, a revista Novo Trovador. Em 1854, já formado, regressou ao Porto e, depois de uma passagem pelo Tribunal da Relação do Porto, decide dedicar-se exclusivamente à literatura, colaborando activamente nos jornais de poesia O Bardo (1852-1854) e A Grinalda (1855-1869) e preparando a edição em volume das suas Poesias(eBook) (1856).

Para a sua celebridade contribuiu não apenas a sua imagem de misantropo e a frequência dos salões portuenses, como também o bom acolhimento dos críticos, nomeadamente de Alexandre Herculano que, em carta, considerou Soares de Passos como "o primeiro poeta lírico português deste século" (referindo-se ao século XIX).

Sua qualidade pode ser creditada ao fato de ter escrito com autenticidade, pois os sentimentos derramados em seu texto são os que realmente viveu, já que foi pessoa extremamente sofrida, por vezes dominada por uma doença que, reza a lenda, deixou-o preso por anos em seu quarto. Isso explica a proeza de ter trabalhado muito bem com clichês que nas mãos dos outros poetas são extremamente ridículos. Melhor exemplo disso é "O Noivado no Sepulcro".

Seus poemas são fruto de uma angústia da sensação da proximidade da morte precoce mesclada ao desgosto pela situação em que se encontrava seu país. O incrível é que sabe alternar esses aspectos soturnos a momentos de extrema confiança na mudança das condições sociais. Essas oposições dramáticas talvez sejam a causa da visão trágica com que o poeta enxerga o mundo. Quando parte para a religião, enfoca a tragédia de Deus castigando todos; quando enfoca a História, mostra uma sucessão de episódios lastimosos; quando olha o cotidiano, enxerga somente a desgraça.

Sendo um poeta muito divulgado no seu tempo, morreu precocemente aos trinta e quatro anos, vítima da tuberculose, deixando um livro único – Poesias – onde confluem todas as tendências do imaginário poético seu contemporâneo.

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soares_de_Passos

Teatro de Ontem e de Hoje (A Pedra do Reino)


Depois das incursões de Antunes Filho pelo universo da tragédia grega nos primeiros anos de 2000, um antigo projeto de seu Grupo Macunaíma/Centro de Pesquisa Teatral - CPT, ganha forma: colocar no palco o universo ficcional de Ariano Suassuna, escritor e dramaturgo paraibano.

Baseada nos livros de Suassuna Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta e História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, a montagem se organiza com base em conquistas estéticas e formais de outros espetáculos da companhia, lembrando particularmente a histórica encenação de Macunaíma, na gestualidade e na movimentação dos artistas. 

O protagonista, Dom Pedro Dinis Quaderna, "cruzamento de rei e de palhaço", encarcerado numa prisão na Paraíba, na década de 1930, narra suas peripécias e aventuras que o levaram a ser perseguido e condenado pelo Estado Novo. O pai e o padrinho mortos; a seita sebastianista, o messianismo e os episódios do massacre do Reino Encantado de Pedra Bonita, em São José do Belmonte, Pernambuco; a guerra entre famílias pelo poder na Paraíba; o coronelismo e a sujeição do povo local - tudo se desenrola no discurso de Quaderna, que, segundo um corregedor, passa "a vida toda se fazendo de bufão". Sobre a interpretação desafiadora e complexa de Lee Thalor, comenta Mariangela Alves de Lima: "A tarefa difícil de alternar o delírio criador e profético ao desencanto espiritual cabe, na encenação, ao ator incumbido de representar o narrador. Lee Thalor é um intérprete excepcional pelo fôlego digno de um cantador experiente, pela inteligência com que modula as tonalidades e intenções do texto, sobretudo, pela capacidade de revestir a personagem de maturidade atemporal".1

No plano da encenação, a ausência de cenário reserva a atores, figurinos, adereços e à música a composição da memória de Quaderna, cuja representação e reconstrução no palco são os méritos da montagem. A porção predominantemente discursiva do espetáculo espelha-se na procissão de personagens das lembranças que o "rasgo epopéico" do protagonista demanda. O elenco, graças ao trabalho meticuloso dos anos anteriores com a voz e o coro da tragédia grega, expõe seu engenho na execução ao vivo da trilha musical. Elementos da cultura, da história e da política brasileira ganham relevo em uma atmosfera que emula a precariedade e a pobreza - para superá-las - ao enfatizar o aspecto artesanal dos objetos de cena. 

Ainda segundo a crítica Mariangela Alves de Lima, com o caráter memorialístico da montagem, "Antunes Filho optou por um formato em que a personagem-autor da história se sobrepõe aos episódios que testemunha. Em parte, essa escolha é determinada pela empatia absoluta com a perspectiva existencial que resume a finalidade do inquérito de Quaderna. Chamado a prestar contas, preparando-se para o encontro com a 'Morte que me imortalizará', o herói bufão deve resumir, à guisa de defesa, o credo estético em que se alicerça a obra artística".2

O espetáculo recebe os prêmios BRAVO! e da Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA de melhor espetáculo de 2006.

Notas

1. LIMA, Mariangela Alves de. O herói Quaderna ajusta contas no palco. O Estado de S. Paulo, São Paulo, Caderno 2, 22 ago. 2006. 
2. Ibidem.

Fonte:

Walmir Cardoso (Lenda grega recontada: O Leão de Neméia)


Era uma vez um homem chamado Anfitrião, que vivia em Tebas, cidade da Grécia Antiga. Ele era casado com Alcmena, neta de Perseu. Tão linda era Alcmena, que Zeus, o poderoso deus dos deuses gregos, caiu de amores por ela. Alcmena, porém, era fiel ao marido. Mas, um belo dia, Anfitrião teve de viajar por alguns dias e não avisou à mulher quando ia voltar. Aproveitando-se disso, Zeus assumiu a forma física do esposo e passou a viver com Alcmena como se fossem casados. 

Algum tempo depois, ao tomar conhecimento de que Alcmena estava grávida, Zeus, imaginando que o bebê fosse seu filho, declarou que o próximo descendente de Perseu seria o soberano da Grécia. Porém, antes que Alcmena tivesse seu nenê, uma artimanha de Hera, a ciumenta esposa de Zeus, fez nascer antes outra criança que tinha o sangue de Perseu — Euristeu — que então tornou-se rei.

Logo em seguida Alcmena deu à luz não um, mas dois bebês: Hércules, filho de Zeus, e Íficles, filho de Anfitrião. Quando os bebês tinham oito meses de vida, a deusa Hera, morrendo de ciúmes de Alcmena e do filho que ela havia tido com seu amado, decidiu eliminar o pequeno Hércules mandando colocar em seu berço duas imensas serpentes. Felizmente, o bebê já tinha a força de um semi-deus e deu cabo dos dois bichos com as próprias mãozinhas! 

Anfitrião e Alcmena deram a Hércules e Íficles a melhor educação que se podia ter na época: eles aprenderam a dirigir carruagens, a usar o arco e flecha, a usar a lança e a tocar lira. Aos 18 anos, Hércules destacava-se entre todos os outros rapazes, por ser de longe o mais alto e o mais forte. Nunca errava uma flechada ou um golpe de lança e seu olhar resplandecia. Com o tempo, tornou-se um herói que todos chamavam quando precisavam de proteção ou de alguém que lhe garantisse o sucesso numa luta. Foi depois de uma dessas lutas vitoriosas que Hércules casou-se com Megara, uma das princesas do reino vencido, e com ela teve vários filhos. 

Do Monte Olimpo, a morada dos deuses gregos, Zeus observava a vida aventurosa do filho com ternura, o que deixava Hera cega de ódio. Por fim, ela decidiu destruir a reputação de Hércules para que Zeus o desprezasse. Hera fez com que o herói tivesse um ataque de loucura e matasse a mulher e os próprios filhos. Quando voltou a si e viu o que tinha feito, Hércules ficou desesperado e correu a consultar uma sacerdotisa para saber que castigo poderia purificá-lo de seu terrível crime.

A sacerdotisa disse-lhe que devia servir ao rei Euristeu por doze anos. A cada ano, Hércules deveria realizar um trabalho dificílimo. Quando os trabalhos estivessem completos, ele estaria livre de seu crime, tornaria-se imortal como o pai e poderia viver com este no Olimpo. O primeiro trabalho que Euristeu deu a Hércules foi trazer-lhe a pele do leão de Neméia, um monstro terrível, com fama de indestrutível, que vinha aterrorizando a região há um certo tempo. 

Hércules aceitou o encargo e partiu para Neméia, levando um arco, uma lança e uma clava que ele mesmo havia feito. Ao avistar a fera, o herói disparou uma flecha em sua direção. Mas a flecha nem sequer arranhou a pele do animal. Hércules decidiu então atacar o monstro com a clava, atraindo-o para uma caverna que tinha duas entradas. Tapou uma delas com pedras, entrou pela outra e, depois de uma luta feroz, conseguiu estrangular a fera, passando a usar sua pele como manto. A bravura do animal, porém, foi reconhecida por Zeus, que o transformou na constelação do Leão, que hoje brilha no céu do hemisfério Sul na entrada do outono.

Fonte:
Revista Nova Escola

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.742)



Uma Trova de Ademar  

Igualmente aos nossos pais, 
nos cabelos brancos temos 
as impressões digitais 
dos anos que já vivemos. 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Poesia, essa voz sagrada, 
vertida do coração, 
que da emoção foi clonada, 
para servir de oração. 
–Ayda Bochi Brum/RS– 

Uma Trova Potiguar  

Trago n'alma juventude,
vigor e tagarelice,
vivendo com plenitude
minha garrida velhice. 
–Pedro Grilo/RN– 

Uma Trova Premiada  

1995   -   Nova Friburgo/RJ 
Tema   -   POETA   -   1º Lugar 

Quando esta lua indiscreta, 
me traz lembranças sem fim 
eu choro o velho poeta 
que morreu dentro de mim. 
–Rita Mourão/SP– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Sonha sim, pobre, com festa!
Que a fantasia, afinal,
é tudo que ainda te resta
neste mundo desigual!
–Waldir Neves/RJ– 

U m a P o e s i a  

Não pode nunca morrer 
nesse nordeste da gente, 
nem o coco de zambê 
nem cantador de repente; 
e da cultura popular 
não vou deixar se apagar 
o fogo da lamparina, 
do fogão, nem da fogueira; 
pra iluminar a bandeira 
da cultura nordestina! 
–Ademar Macedo/RN– 

Soneto do Dia  

DOAÇÃO INFELIZ. 
–José Tavares de Lima/MG– 

Não me censures se não te procuro, 
nem tentes entender meu desamor... 
Mataram cedo o sentimento puro 
que havia no meu peito sonhador! 

Este meu jeito indiferente e duro 
somente esconde um natural temor, 
porque sofri demais; e, te asseguro: 
morre a ternura em quem sofreu de amor... 

Doei-me inteiro para alguém, um dia; 
acreditei nas juras que fazia, 
e em paga só colhi desilusão... 

Hoje, ferido por tão rude espinho, 
acostumei-me tanto a ser sozinho 
que até me sinto bem na solidão!

Concurso Literário “A Arte de contar e poetizar o pão" (Resultado Final)


A Secretaria de Estado da Educação (SEED) e o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Paraná (SIPCEP) divulgaram o resultado do concurso literário “A Arte de contar e poetizar o pão":

Poema

1º - O pão...Que delícia!
Maria Eduarda Gallo, 6º ano - Colégio Estadual Dom Pedro I – Pitanga
Professora: Maria Cândida Vitor

2º - Pão Nosso
Gabriel Saturno Bezerra, 6º ano - Colégio Estadual Elvira Balani dos Santos – Maringá
Professora: Rosangela Aparecida Silva Scaramal

3 - Pão: alimento que dá vida
Igor Santos Zanquetta, 6º ano - Colégio Estadual do Campo Terra Boa – Campina Grande do Sul
Professora: Zuleica Cardoso Araújo.

Conto

1º - Ingrediente mágico do ser humano
Rita Cecíllia Budke Link, 9º ano - Colégio Estadual Ieda Baggio Mayer – Cascavel
Professora: Daniele Bertollo

2º – A receita perdida
Lucas Ribeiro Mendes, 9º ano – Colégio Estadual Unidade Polo – Campo Mourão
Professora: Geni Engelmann Viletti

3º – O fermento da Vida
Guilherme Hemetério, 9º ano – Colégio Estadual Borell Du Vernay – Ponta Grossa
Professora: Taciane Szymezak Inácio.

Os alunos que ficaram em primeiro lugar receberam tablet; os do segundo uma máquina fotográfica e os do terceiro um mp3. A premiação acontecerá em local e data a serem divulgados.

Fonte:
Http://concursos-literarios.blogspot.com 

Jornais e Revistas do Brasil (Conferências Populares)


Período disponível: 1876 a 1876 
Local: Rio de Janeiro, RJ 
  
Lançado em janeiro de 1876 na capital do Império, Conferências Populares foi um periódico científico criado e editado pelas Conferências Populares da Glória. Iniciadas em 23 de novembro de 1873, sob a coordenação do senador e conselheiro imperial Manoel Francisco Correia, as “ Conferências Populares” eram realizadas por intelectuais e estudiosos em escolas públicas da freguesia carioca da Glória, com a finalidade de despertar o interesse público para temas e debates variados e difundir o campo das ciências no Brasil. Apesar da intenção principal ser a democratização do conhecimento, a iniciativa – que ficou conhecida também como “Tribuna da Glória”, por seus intensos debates e polêmicas – acabou formando um público seleto, composto pela família real, a aristocracia da corte, profissionais liberais e estudantes.

Dirigido pelo próprio Manoel Francisco Correia, o órgão de divulgação das palestras teve periodicidade mensal e formato pequeno, com mais de cem páginas por edição. Era impresso na Typographia Imperial e Constitucional de J. de Villeneuve & Cia., no nº 65 da rua do Ouvidor.

Do nº 1 ao nº 10, Conferências Populares publicou estudos sobre disciplinas e assuntos ao mais diversos: ciências naturais, ciências sociais e políticas, gestão pública e da cultura, educação, evolucionismo, instrução da mulher e papel feminino na sociedade, indústria, literatura (sobretudo história da poesia), teatro, história e historiografia brasileira, história medieval, história de Portugal, legislação (inclusive a que concerne à área científica), saúde pública, biologia, mineralogia, espiritualismo e materialidade, adaptação a mudanças climáticas, peculiaridades de províncias brasileiras, ensino moral, positivismo, bases para um sistema de tradução de línguas no Brasil, marinha mercante nacional, menores abandonados, sistemas penitenciários, sociedades de socorro mútuo e outros. Estima-se que o conteúdo destas edições tenha sido composto de palestras proferidas nas Conferências entre 1873 e 1876.

O periódico publicou estudos de Manoel Francisco Correia, João Manoel Pereira da Silva, A. C. de Miranda Azevedo, Affonso Celso Júnior, Tristão de Alencar Araripe, Joaquim José Teixeira, Nuno de Andrade, Antônio Felício dos Santos, João Pizarro Gabiso, Manoel Jesuíno Ferreira, José Martins da Cruz Jobim, José Liberato Barroso, José Thomaz da Porciúncula, Antônio Limoeiro, Misael Ferreira Penna, Luiz Corrêa de Azevedo, Francisco Ignacio de Carvalho Rezende, Hermann Luiz Gade, Bento Gonçalves Cruz, Joaquim Monteiro Caminhoá, Feliciano Pinheiro Bittencourt, Cunha Ferreira e Rodrigo Octávio.

Apesar de as Conferências Populares da Glória terem ocorrido entre 1873 e 1888, com breve retomada em 1891, a publicação científica, aparentemente, só circulou até a décima edição, datada de outubro de 1876. 

O Jornal do Commercio publicava semanalmente anúncios das palestras programadas pelas Conferências Populares da Glória e transcrevia resumos de cada uma. Algumas conferências foram publicadas na íntegra e separadamente pelos próprios autores.

Referencias
 1. Conferências Populares da Glória. Brasiliana – A divulgação científica no Brasil. Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em: http://www.museudavida.fiocruz.br/brasiliana/cgi/cgilua.exe/sys/start.ht... Acesso em 20 ago. 2012.
 2. FONSECA, Maria Rachel Fróes da. As 'Conferências Populares da Glória': a divulgação do saber científico. História, ciências, saude-Manguinhos vol.2 no.3, Rio de Janeiro, nov./feb. 1996. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59701996000400007&script=sci_a... Acesso em 20 ago. 2012.
 3. FONSECA, Maria Rachel Fróes da. Contato via e-mail, em 20 ago. 2012.

Fonte:
http://hemerotecadigital.bn.br/artigos/conferências-populares

José de Alencar (Ao Correr da Pena) Rio, 18 de março: Semana de Aniversários


A semana que passou foi a dos aniversários felizes.

Domingo festejaram-se os anos da nossa Princesa, que trocou a bela terra do Brasil pelo poético céu da Itália.

Quarta-feira teve lugar a solenidade do aniversário da nossa Imperatriz, que deixou as lindas ribeiras de Nápoles pela majestosa baía do Rio de Janeiro.

Assim, logo após da saudade, veio uma lembrança prazenteira. Se perdermos por algum tempo uma flor graciosa da nossa coroa imperial, ganhamos para sempre um anjo de bondade, um exemplo das belas virtudes.

E isto me faz lembrar do quanto somos devedores àquela boa terra de Itália, que nos confiou com tanto prazer a filha de seus reis, e acolheu com tanto amor a irmã do nosso monarca.

Sem falar dos artistas que daí nos têm vindo, e das belas noites de teatro que devemos à sua escola e aos seus gênios musicais, lembremo-nos que é lá, nessa terra clássica das artes e do belo, que muitos brasileiros se têm ilustrado e adquirido os conhecimentos que atualmente são aproveitados em bem do país.

Foi ainda no meio dessas ruínas seculares de tantas gerações que passaram, no solo onde viveu o povo rei, na terra em que nasceu Virgílio, que um poeta brasileiro foi beber as últimas inspirações do seu poema nacional, como que para imprimir-lhe esse cunho de grandeza e de sublimidade que o tempo tem deixado na história daquele povo.

Tudo isto  deve o Brasil à Itália; porém mais que lhe devesse o pagaria com o amor e a dedicação que consagra à sua Imperatriz, e da qual ainda quarta-feira deu uma prova bem solene.

Todo este  dia foi votado às graças. De manhã apareceu a lista daqueles cujos serviços a munificência  imperial, julgou dever remunerar. Logo depois vieram as graças daqueles que, não vendo seus nomes contemplados, motejavam dos outros e especialmente dos ministros. Á noite tiveram os dilettanti as graças do D. Pascoale, que é de crer fossem engraçadas.

Estive alheio inteiramente a tudo isto; mas uma coisa me deu que pensar seriamente. Acho o direito de agraciar uma das mais belas instituições da monarquia; compreendo que os homens possam ser crismados em barões, condes e marqueses; mas há uma coisa a que decididamente não me ajeito, e é como se poderá fazer um sujeito feio, desengraçado e sem elegância, um gentil-homem.

Está bem entendido que isto se refere a nenhum dos últimos agraciados, que são perfeitos cavalheiros, servidores antigos, e que todos mereciam o favor do monarca. É uma simples hipótese que por ora não tem aplicação, e que o espírito e bom-senso imperial repelem para não haver ocasião de se parodiar o dito de D. Pedro I a respeito do cavaleiro.

Um sujeito, contando-me ontem os festejos do dia quatorze, disse-me: “Houve graças, des-graças, e sem-graças. As graças os jornais publicaram; as des-graças sabem os que ficaram logrados; e as sem-graças foram as daqueles que esperavam uma coisa e tiveram outra”.

Até que ponto isto é exato não sei; apenas me lembro que já os nossos antigos diziam que não podia haver graça sem sal; razão esta porque naturalmente se inventaram os emolumentos, que algumas vezes são bem salgados.

Já é tempo de passar adiante e acabar por hoje com as graças, tanto mais quando já me saí mal por ter tido o arrojo de dizer que o país devia dar justiça de graça.

Como me escapou semelhante blasfêmia? Pois num tempo em que tudo se compra e se vende, em que até se trafica com o pensamento e com a consciência, é possível fazer-se coisa alguma gratuita?

Tudo tem um preço. A honra, a probidade, o dever, a reputação essas coisas sagradas que Deus confiou ao coração humano, têm a sua cotação. Porque a justiça sairá da regra geral, e deixará de receber a sua espórtula?

Já se vê que foi um absurdo em caí. Não há coisa mais razoável e mais sábia, como disse um correspondente do Jornal do Comércio, do que obrigar-se as partes a pagarem aos magistrados e oficiais de justiça, visto que estes empregados são instituídos para utilidade pública.

Ora, os ministros de estado, os presidentes de província, os militares, todos os funcionários públicos enfim são criados para utilidade pública; por conseguinte, em vez de ordenado, dêem-se-lhes custas. O ministro ganhará dois mil réis por cada nomeação, privilégio, ou graça que conceder; dez tostões por cada aviso ou portaria, etc..

Não vêem como simplifica-se de repente todo este mecanismo administrativo, que a França e a Prússia – nações ignorantes e atrasadas – tanto têm estudado, e tanto se esforçam para regularizar? Deixará de haver tesouro, repartição de fazenda e leis de orçamento, e sistema de impostos, e receita e despesa pública. Tudo isto é burla. Quem precisar do empregado que o pague; o governo o nomeia, o país o tolera, e nisto já fazem muito.

Quem diria que a ciência administrativa, tão desenvolvida na Europa, tinha de ser completamente aperfeiçoada por um gênio brasileiro que oculta modestamente o seu nome com receio de assombrar o mundo?

Que força de dialética, que lógica de aço! Os franceses têm as epices; logo nós devemos conservar as custas. Pobre genuense! Que eras tu à vista deste portento?

E eu animei-me a tocar na arca santa, no sagrado paládio, no regimento das custas? Uma obra elaborada pelas sumidades pretorianas pode ser discutida aí por qualquer moço que ainda não tem, e nem quer ter, o cHarlatanismo necessário para se fazer alguma coisa?

Fechem-se as câmaras; mandem-se os senadores e deputados passear à Europa em missão especial ou geral; acabe-se de uma vez com a imprensa e com a tribuna. Não percamos o tempo, que é precioso. O ministro fará as leis, e, tendo-as feito, não haverá que retrucar, magister dixit.

Santo regime! Quando te veremos em inteiro vigor, para felicidade do país, para sossego e a paz do governo? Então a marcha da administração se aperfeiçoará. Os ministros serão os únicos que terão o direito de saber alguma coisa; e, depois deles, só os que estiverem dispostos a defende-los cegamente, sem critério e sem consciência.

Os outros, aqueles que julgam do seu dever expor francamente  uma opinião contrária, mas que nada tem de ofensiva ao caráter do ministro, aqueles que entendem que a censura leal é a prova mais evidente da sinceridade de uma aliança de idéias e de princípios, estes serão classificados no rol dos ignorantes, porque não receberam de algum gênio engarrafado o placet da ciência e do estudo.

Assim, pois, o dito por não dito. O regimento das custas é uma obra perfeita, tão perfeita, que, sendo publicado a cinco deste mês, no dia oito, isto é, três dias depois, o presidente da relação se viu obrigado a oficiar três vezes ao ministro da justiça sobre a inteligência de algumas de suas disposições.

A razão disto não é a que muita gente supõe, não é o sentido dúbio e confuso das palavras empregadas. Qual! os homens são imperfeitos; e por isso não podem compreender toda a sabedoria daquele novo mandamento do monte Sinai, daquela lei das Doze Tábuas.

Querem ver outra perfeição do regimento de custas, que é  muito sublime para ser compreendida por inteligência como a nossa?

Diz o art.169 que o porteiro dos auditórios perceberá meio por cento sobre o valor dos objetos arrematados. Suponhamos que o mínimo das arrematações civis e comerciais feitas nesta corte seja dois mil contos, o que é um cálculo muito restrito. Temos uma percentagem de dez contos de réis, que por três porteiros dá só por si um ordenado três vezes superior ao que tem qualquer juiz municipal, qualquer deputado, qualquer juiz de direito ou oficial de secretaria.

Pode-se duvidar da sabedoria de semelhante disposição?

É possível ainda negar a conveniência, a necessidade das custas, que produzem tantas vantagens práticas?

Lede o Art. 61, e comparai-o com o Art. 167. O presidente da relação tem por cada sentença que transitar pela chancelaria o mesmo que seu porteiro, isto é 300 rs. Como é belo para a justiça e para o prestígio da magistratura este exemplo de igualdade, que manda que o chanceler e o seu porteiro – os dois elos quase extremos da hierarquia judiciária – se toquem e estendam a mão para receber seis ou oito moedas de cobre!

Que emblemas, que símbolos inventados pelos povos da antiguidade valem semelhante lição? Que invenção moderna pode substituir a harmonia e a uniformidade desta sublime instituição das custas, que alguns vindouros querem que se reforme?

A princípio, quando comecei a escrever sobre o regimento tinha a idéia de que se deviam acabar com as custas, os emolumentos, e dar-lhes o caráter de uma contribuição percebida, como qualquer imposto, pela repartição competente. Assim, sobre as causas se cobraria, em vez de dízimos de chancelaria, uma percentagem que se julgasse acertada, e que a parte pagaria no ato de levantar o dinheiro da execução; e com isto remunerasse o Estado os seus empregados de justiça.

Hoje já nem me lembro de tal coisa. Era uma extravagância, que me passou, apenas pude  apreciar as inúmeras belezas que formigam no regimento das causas.

E por hoje basta de tanta maçada; não achais, meu benévolo leitor? Deixemos em paz a justiça, que irá tranqüilamente fazendo seu negociozinho aos duzentos e trezentos réis, e vamos falar de outras coisas, tristes e alegres, por que esta é a ordem do mundo.

Já deveis saber que o Sr. Conselheiro Eusébio de Queirós foi acometido, na noite de segunda-feira, de uma moléstia grave, da qual felizmente já se acha melhor. S. Ex.ª tem sido visitado por seus numerosos amigos, que deram ainda mais uma prova de grande consideração que votam ao distinto estadista brasileiro.

Desejamos de coração o pronto restabelecimento de S. Ex.ª tanto mais quando também acabamos de curtir à beira de um leito de dor todos  os transes cruéis de sofrimento e de angústia.

São páginas negras do livro da nossa vida, que devemos voltar com paciência e resignação, para chegar às folhas brancas e douradas, às imagens risonhas de dias mais felizes e mais tranqüilos. A dor, disse Lamartine, remoça o homem, dá-lhe nova força, novo vigor. Tu fais l’homme, ô douleur! 

Parece que, depois de uma crise de sofrimento, a  alma se apura, adquire um tato finíssimo, capaz de sentir as mais delicadas impressões, uma sensibilidade esquisita para os menores prazeres.

A enfermidade tem um quer que seja das viagens.

É uma viagem um pouco perigosa, muito incômoda, e que, em lugar de ser feita em um vapor ou em um vagão, o é sobre um leito ou sobre uma enxerga. Às vezes naufraga-se, salta-se com explosão do vapor; mas, se chegamos ao porto, se saltamos em terra, tudo nos parece novo, tudo nos sorri, tudo é cor-de-rosa e perfumado. A água é uma bebida do céu, o pão é um manjar dos deuses, o dia é uma festa de reis, o sono é uma voluptuosidade do paraíso, sibaritismo do sultão.

Talvez seja por esta semelhança que se dá a coincidência de cair no mesmo tempo a quadra das moléstias e das viagens. Tudo parte, tudo vai mar em fora, ver novos climas, correr terras, para ter na volta o que contar.

Queixam-se por aí que tudo vai para a exposição. De Paris, menos os nossos produtos. Quem sabe? Talvez que a par da Estrela do Sul apareçam na exposição muitos outros produtos brasileiros, muitas raridades dignas de menção.

Os novos viajantes vão achar em Paris uma verdadeira epidemia bailante. Tem havido para mais de 500 bailes. A febre é geral: dança-se nos palácios, nas embaixadas, nos hotéis, nas casas, nos salões e nos prados, sobre a relva e sobre os tapetes.

Além da dança, a única coisa em que os franceses presentemente se ocupam é na conjugação do verbo fiar e seus compostos.

Assim, os homens fiam seu dinheiro por subscrição; as mulheres desfiam pano para os feridos da Criméia; o imperador confia nos seus generais e no seu exército; a gente timorata desconfia do feliz êxito da guerra; Bosquet enfia balas pelo corpo dos russos; Canrobert porfia no seu projeto de arrasar  Sebastopol.  

A guerra pode dizer-se que está reduzida a fios. Onde passou o fio da espada, aplicam-se fios de linho. Os homens incumbiram-se do primeiro; as mulheres do segundo. Que fases não tem tomado essa luta de gigantes?!

Antes de vos deixarmos, temos ainda um triste dever a cumprir. Celebrou-se a missa por alma do Deputado Aprígio, e, apesar de tantos amigos que o finado tinha nesta corte, aquele ato foi muito pouco concorrido.

Não é fácil explicar-se semelhante fato, pois que o aviso para a missa foi feito pela folha oficial, que a anunciou nas suas colunas como um holocausto do governo. É verdade que, não tendo os membros do gabinete feito um convite em seu nome, talvez entendessem os amigos do falecido que se tratava de uma solenidade muito particular, a que só deviam assistir as sumidades; e por isso guardaram a conveniente reserva, e não compareceram.

Não há remédio, pois, senão reunirem-se os amigos do Dr. Aprígio, e pagarem à sua memória o devido tributo de saudade e de estima, fazendo dizer uma missa solene, ou um ofício sem caráter político, sem reserva de pessoas; a este ato estamos certos que assistirá um numeroso concurso das pessoas mais distintas desta corte.

Acabamos por onde começamos, pelas graças. Temos algumas pequenas observações a fazer sobre os estilos oficiais em voga neste ponto.

Assim, nos parece mais regular desenglobar os despachos e cometer a cada ministério a referenda das graças concedidas por serviços feitos nas suas respectivas repartições, ou em objetos que lhe são anexos.

Conviria igualmente criar-se uma ordem destinada exclusivamente a premiar o merecimento literário, assim como existe uma para os serviços militares. Chame-se esta ordem a Estrela do Sul, à imitação do Cruzeiro, ou a Plêiade Imperial; demos-lhe enfim um nome que tenha alguma significação, e acabemos com o costume de premiar a inteligência com a mesma graça com que se remuneram serviços de uma ordem muito diversa.

Esta idéia, realizada com a sabedoria e a prudência que é de esperar, traria grandes vantagens, porque excitaria os estímulos, criaria, uma emulação salutar, e daria assim  incremento ao nosso progresso literário. Apreciamos todos os serviços feitos ao país, qualquer que seja a sua natureza; estimamos que todos sejam galardoados; mas desejamos que se dê ao talento, à inteligência, às ciências e às artes essa nobreza e essa distinção, que lhes cabe por todos os títulos.

E deixai-me dizer-vos uma coisa. Esta idéia me sorri ainda mais, porque o grão-mestre da ordem merecia sê-lo, ainda quando não tivesse uma coroa. Quanto aos dignitários, que seriam sete, no caso de adotar-se o título de Plêiade Imperial, deviam ser escolhidos de entre os que temos de mais distinto e de mais ilustre.               

Para dar à condecoração maior merecimento e para tirar-se dela grande utilidade, podia fazer-se com que formasse uma verdadeira ordem, trabalhando em sessões regulares como o Instituto de França, e sob a presidência de Sua Majestade como grão-mestre, ou do dignitário mais antigo. Quem sabe daqui a alguns anos que importância não teria semelhante instituição, e que glória não daria ela ao nosso país?

Agora é que me lembro! Estou a perder o meu tempo! Não há dúvida que esta minha idéia é bela, é digna de um monarca erudito, e de um povo que tanto se distingue pela sua aptidão literária; mas não foi lembrada por um homem que já tenha alguns cabelos brancos e uma dose de importância e de morgue; portanto  não presta decididamente.     

Dizem que aos vinte anos se pode pensar assim por si, nem ter uma boa idéia. Entendem que a inteligência vigorosa e ardente dos moços deve estar ao serviço dos velhos, os quais brilham como essas flores parasitas que sugam das árvores novas e robustas a seiva com que alimentam a sua vegetação raquítica.

De que servem esses lampejos brilhantes, essas centelhas de fogo, que passam às vezes pelas almas jovens e iluminam de repente um mundo de idéias, ou desenham um horizonte vasto e imenso? É preciso que estas faíscas do talento sofram o bafo frio e enregelado dos velhos? Por que esta chama da inteligência, em vez de expandir-se livremente, há de ser condenada a aquecer a alma gasta e consumida de um corpo vergado pelos anos?

Não foi deus que estabeleceu esta tutela despótica e sem limites que a idade quer exercer. Não: Deus mandou respeitar os velhos, como as mulheres, porque são fracos; Deus mandou consultar aos velhos, como aos livros, porque neles se encerra a história da experiência; porém Deus deu à mocidade a força, a esperança, a ambição, confiou dela o trabalho, a ação, o progresso, e apontou-lhe o futuro.

Ninguém venera mais a velhice do que eu; ninguém sabe melhor compreender o que há de respeitável numa grande inteligência que alimenta ainda um corpo gasto pelos anos; mas o que acho irrisório é que pense que toda a ruga é um poço de ciência, que todo o cabelo branco é um título de capacidade.

Felizmente o tempo dos desenganos aí vai chegando; o círculo de ferro já se quebrou; e o país já começa a aborrecer-se dessas patentes de capacidade e de ilustração dadas num salão de baile, ou numa antecâmara de ministro.

Fonte:
José de Alencar. Ao Correr da Pena. SP: Martins Fontes, 2004.

Resultado - 15º Prémio Literário Fernando Namora (Portugal)


O “extraordinário domínio da língua portuguesa”, com “elegância e mestria”, levaram o júri a distinguir com o Prémio Fernando Namora/Estoril Sol o romance Domínio Público, de Paulo Castilho, disse o presidente do júri, Vasco Graça Moura.

As obras finalistas foram 

Anatomia dos Mártires' (João Tordo), 

‘Cartas Vermelhas' (Ana Cristina Silva), 

‘A Noite das Mulheres Cantoras' (Lídia Jorge), 

‘Domínio Público (Paulo Castilho) e 

‘O Retorno' (Dulce Maria Cardoso). 

Recorde-se que o Júri do Prémio Literário Fernando Namora, instituído pela Estoril Sol, tem como presidente o escritor e ensaísta Vasco Graça Moura, mas inclui ainda os nomes de Guilherme D'Oliveira Martins (Centro Nacional de Cultura), José Manuel Mendes (Associação Portuguesa de Escritores), Manuel Frias Martins (Associação Portuguesa dos Críticos Literários), Maria Carlos Gil Loureiro (Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas), Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu (Estoril Sol) e, a título individual, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz.

Fonte:
Http://concursos-literarios.blogspot.com 

Prêmio Sesc-DF de Contos Machado de Assis (Resultado Final)


Adônis Dias Tarallo - Título Provisório

Ana Cristina de Souza Luiz de Melo - Primaveras

Antônio de Pádua Ribeiro dos Santos - A Importância Das Pernas

Berilo da Paz Carvalho e Silva Filho - Boneca de Milho

Débora Laís Ferraz dos Santos - O Filhote de terremoto

Guilherme Giugliani - Rumo ao Uruguai

Hudson Okada - Fantasmas

Kiara Domit Vieira - Fôlego

Lauro Roberto Elme - A Cacimba

Luis Cunha Pimentel - Irmandade

Lygia Roncel de Rodrigues Ferreira - João e Marias

Marta de Mattos Vieira Barcellos Costa - Contradança

Mirian da Silva Cavalcanti - Na Casca De Laranja

Regina Nadaes Marques - O Anjo de Jaqueta Coral

Turido Anderson Marangoni - O Conto

Fonte:
Http://concursos-literarios.blogspot.com

Prêmio Sesc-DF de Crônicas Rubem Braga (Resultado Final)


Athos Ronaldo Miralha da Cunha - Hipopotomonstrosesquipedaliofogia

Bruno Fernandes Zenobio De Lima - Uma Tarde

Carlos Alberto da Silva Júnior - Diferenças Iguais

Eloí Elisabete Bocheco - Aos Retalhos

Flávio Luís Sousa Silva - Luz de Cozinha

Gerson Augusto Gastaldi - Entre "Sua" E "Tua", Eis A Questão

João Paulo Lopes de Meira Hergesel - Era uma Vez

Karen Vaz Siqueira Alvares - Essa Tal Nova Opinião

Kássia Neves Monteiro - Um Dia Perdido

Lilian Da Silva Almeida - Menino de Sábado

Lygia Roncel de Rodrigues Ferreira - Para O Mar Não Fugir

Paola Cristina Ribeiro Marcellos - O Ritmo dos Meninos E Dos Pássaros

Regina Nadaes Marques - Chova ou faça Sol

Rodrigo Batista Balthazar - O Companheiro de Estudo

Thiago Pereira Majolo - Coração De Menino

Fonte:
Http://concursos-literarios.blogspot.com

Prêmio Sesc-DF de Contos Infantis Monteiro Lobato (Resultado Final)


Ana Carolina Da Silva Rocha - Mila

Ana Cristina de Souza Luiz de Melo - Dandi e a árvore palavreira

André Telucazu Kondo - Papel de Bala

Cinthia Nunan Baptista Kriemler - Aníbal, o peru que não morreu de Véspera

Cristina Maria Ramos Lobo - A Bruxa Onete

Éder Rodrigues da Silva - Ópera Dindinha

Elaíse Maria de Mello Barbosa - Princesa Valentina E o Dragãozinho

Geraldo Ramieire Oliveira Silva - O Astronauta Que Não Sabia Andar de Bicicleta

Gisele Maria Franchi - Tá no Papo

João Paulo Lopes de Meira Hergesel - Como Calar a Boca de um Dragão

Lauro Roberto Elme - A Pedra

Luis Cunha Pimentel - Pirilampo

Odemir Paim Peres Júnior - O Lampiro Que Não Lambeu Lâmpada

Roberta Garcia da Costa - Chico Miúdo, o Grande!

Sidiney De Souza Breguêdo - João Chapelão

Fonte:
 Http://concursos-literarios.blogspot.com

Prêmio Sesc-DF de Poesias Carlos Drummond de Andrade (Resultado Final)


Adelaide Ribeiro Jordão
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira
Alberto Pereira de Araújo Filho
Alexandre Pastre Gonçalves
Ana Flávia de Melo Mendes Carvalho
Ania Reis de Aragão
Antonio Heriberto Catalão Junior
Auiri Tiago Nogueira dos Santos
Bernardo Guadalupe dos Santos Lins Brandão
Biagio Pecorelli Filho
Bruna Marta Avelar Ferreira
Carlos Alberto de Assis Cavalcanti
Ceuline Maria Medeiros Santiago
Cristina Garcia Lopes
Daniel Retamoso Palma
Daniella Ribeiro de Sousa Longuinho
Danilo Augusto de Athayde Fraga
Éder Rodrigues da Silva
Fátima Soares Rodrigues
Guilherme Henrique Bonin Salomone
Juliana Klinko
Luiz Carlos Mariano da Rosa 
Luiz Renato Dantas de Almeida
Nédia Sales de Jesus
Nina Lorena Hollander Correia
Nina Ferreira Barreto
Odemir Paim Peres Júnior
Pedro Diniz de Araujo Franco
Reinaldo Ramos da Silva
Ricardo Carranza
Ricardo Mendonça Petracca
Roberta Andressa Villa Gonçalves
Rui Werneck de Capristrano
Simão Augusto Lopes Fernandes dos Santos
Viviane Maria Vilela de Vasconcelos

Fonte:
Http://concursos-literarios.blogspot.com