quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Rogério Miranda (Poesias Avulsas)


RITUAL SIMBOLICO

Memórias ancestrais, 
que vivem no coração 
da terra, 
de um existência 
multidimensional, 
onde sonhos, 
conhecem um mundo
mágico e sagrado
de uma viajem
pelo tempo...

No ritual simbólico
das arvores, 
todos vestidos 
de lua, dançam a sua volta
abraçando-te 
nesta comunhão
com a natureza...

Quando bebemos 
da fonte natural, 
da sabedoria, 
reencontramos
a origem de nossa 
existência, 
reconstruímos
nossa identidade. 
Para sonharmos
com a realidade
do sagrado, 
desejo de 
nossas almas...

quando tomamos
banho de estrelas, 
conhecemos,
o mistério da felicidade
se unindo com a realidade
da liberdade, 
que o alimento do amor.…

TEMPLO DA SABEDORIA

Fazemos de nossas vidas, 
o que pensamos,
 esquecemos do amor, 
para usufruir
da ilusão de um mundo, 
onde a competição
nos afasta 
dos momentos sagrados
 da paz de dentro de nós...

Procuramos, 
no vazio da humanidade
algo que não encontramos, 
nos tornamos 
escravos do desamor 
e da impunidade, 
deixando esquecida uma vida
que tem o poder sagrado da fé..

Vivemos sob o domínio do medo,
temos ações que nos fazem
parar no tempo, 
esquecemos de evoluir, 
pela falta de amor, 
mas aquele AMOR
que nasce de uma 
força de dentro de  nós...

Podemos viver 
como ensinou
o Mestre dos Mestres, 
mas muitas vezes
tomamos decisões egoístas
 que além de magoar, 
nos fere
com o entusiasmo
do impulso...

Somos o templo 
da sabedoria, 
temos o mundo
para caminhar, 
mas teimamos
em ficar presos
em nossos sonhos, 
esquecendo de agradecer 
a Deus, 
pelo milagre do amanhecer…

POETAS DO MUNDO

Somos cavaleiros da paz,
andarilhos do amor, 
em busca do cálice sagrado
da eternidade de nossa alma, 
vivemos em harmonia com 
ciclo da natureza, 
voltaremos de onde saímos, 
para renascer nos braços da vida... 

Somos parte do futuro, 
que no quebra cabeça do
passado, faz da vida 
uma poesia do presente, 
rimando cada dia com
a força da paz ...

O poder de nossas poesias, 
se espalham pelo mundo
semeando a paz, 
para despertar
a esperança dos sonhos, 
que circulam pelo
destino a procura 
de uma pousada...

Temos a missão, 
de cultuar a paz, 
espalhando o amor
em cada palavra,
nossa espada, é a caneta
e nosso escudo
um papel em branco...

Cavaleiros da paz,
andarilhos do amor,
vamos avançar, 
distribuindo esperanças, 
nossas poesias tem, 
que estar no meio da humanidade, 
colhendo emoções.

Temos o poder dos poemas
para ensinar, louvar a Deus 
nossa intuição vem da alma, 
e o mundo esta precisando
do amor de nossa poesia…

A LAGRIMA DO POETA 

A lagrima do poeta, 
lamenta a saudade do silencio
que esqueceu no tempo, 
um poema para o amor 
que foi uma pagina em branco.

Quando uma lagrima escorre,
o poeta molha a ponta de sua 
caneta para escrever um 
poema que vai ser uma 
oração sagrada para alma.

Quando o poeta não encontra
tempo para chorar,ele guarda 
as lágrimas, deixando ela 
pingar nos versos
que relembra uma paixão 
que enganou o amor.

O sonho do poeta 
é ver a humanidade
regando as flores 
com suas lagrimas.
e colher as pétalas,
para fazer um tapete 
para quando Jesus voltar.

O mundo é um sonho
para o poeta , e as lagrimas 
o sentimento de sua poesia
que deixa em cada verso
o encontro da paz com o amor.

A musa do poeta, brilha 
na face de Nossa Senhora,
quando de seu olhar brotam
o sagrado amor,fazendo de suas
lagrimas a esperança de
seus filhos.

Quando o amor se despede,
a lagrima é a lembrança,
que encontra na alma o conforto
de uma poesia.

Essas gotas que foram abençoadas
pelos anjos, se tornou 
a primeira do poeta, 
que a sós com Deus 
libera suas emoções 
em um poema.

Sem lagrimas,
a vida sentiria falta
da emoção e não conheceria
o poema que a alma 
escreveu para Mãe de Deus.

MANIFESTO

O mundo esta precisando
de conhecer a força da poesia,
e a paz que ela carrega
em seus versos dando esperança
 para o conforto da alma.

Poetas do mundo, 
vamos nos unir,
e transforma o mundo
em prosa e versos,
espalhando a paz
de Deus, que criou 
o primeiro poema.

A humanidade precisa 
precisa alimentar 
a alma, 
pois ela esta carregando 
peso da ilusão, 
por não ter a poesia
em sua vida.

A criação de Deus, 
nasceu de um sonho,
e com ela a primeira 
poesia, que esta escrito
nas estrelas.

A paz não se impõe
com lutas e sim com amor, 
ela não precisa de exercito,
pois a paz esta no coração
da humanidade.

O mundo precisa da poesia
para despertar o amor, 
ela tem que ser decretada 
pelos governantes. E devolver
para a humanidade, o planeta
que Deus deixou 
para seus filhos.

A poesia tem o poder 
da conquista, 
sem usar a força, 
ela traz consigo o sonho
do amor.

Viver na paz , 
de uma poesia,
para amanhecer 
entre flores e colibris,
é a vida do poeta 
que sonha em mudar 
o mundo em seus versos.

O coração da poesia,
vive em todos os poetas,
que tem o sonhos de unir
os poetas do mundo, 
e um só coração 
entregar a poesia da paz
para Deus.

PLANTANDO PÉROLAS NAS NUVENS

O dia amanhece no brilho
das nuvens,
que se deslumbra com 
o despertar da vida,
onde colibris ouvem
no bater das asas 
o canto da sabia,
e onde borboletas dançam
em harmonia com flores
que perfumam o céu,
encantando as estrelas
que deixa com os anjos 
a missão de realizar
o sonho de Deus...

No mundo dos sonhos 
onde o poeta acorda 
plantando pérolas nas nuvens
a fantasia da vida encontra 
em um pedaço de papel,
a colheita de pingos
de cristais que descem das nuvens
onde perolas se misturam 
com pétalas, 
para espalharem amor 
em cada verso... 

Quando o sonho viaja 
pelo mundo encantado 
de uma canção,
a alma encontra um anjo
que revela o segredo 
da beleza que cerca
o castelo celestial,
cercado de nuvens
que deixaram um 
buquê de perolas
para o sonho que viveu
um amor e descobriu 
na paz o carinho
dos anjos que se encontram
ao lado de Deus…

Fontes:
http://www.teiadosamigos.com.br/Nossos_Poetas/rogerio.html
www.ligia.tomarchio.nom.br/ligia_amigos_rogeriomiranda.htm
http://www.poetasdelmundo.com/detalle-poetas.php?id=943

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A. A.de Assis (Revista Virtual de Trovas Trovia - fevereiro de 2013)




Só Deus tem uma resposta
mas ninguém sabe qual é.
A nossa vida é uma aposta
que se joga com a Fé.
Ademar Macedo

– Bom dia, Felicidade...
com tanta pressa aonde vais?
– Vou plantar uma saudade
onde o amor não volta mais!...
Augusto Rubião

Amo a virtude maciça
de certas almas, o dom
de quem sofrendo injustiça
tem coragem de ser bom.
Francisco Capibaribe

Minha viola de pinho,
vê o que traz teu tocador:
cabeça tonta de vinho,
coração tonto de amor.
Francisco de Matos

Pode o homem ser vassalo,
desde porém que a mulher
não pense nunca em trocá-lo
por outro escravo qualquer...
Jorge de Pádua

Só te peço amor sincero,
e o céu será todo nosso.
Se sou tua – que mais quero?
Se sou mulher – que mais posso?
Magdalena Léa





Namorou de forma incauta
a madame do soçaite...
E agora culpa o internauta
por um vírus no seu... site!
Edmar Japiassú Maia – RJ 

O meu vizinho se poupa,
já que o cansaço é normal...
Quando fala: "Tira a roupa!",
tira a roupa do varal...
Elisabeth Souza Cruz – RJ

Diz o cinquentão vaidoso:
– “Eu sou madeira de lei!”
E a mulher, em tom jocoso:
– “Então deu cupim…que eu sei!”
Marta Paes de Barros – SP

Tal calor e tanta graça
em minha amada encontrei,
que, de maria-fumaça,
um trem-bala eu me tornei.
Osvaldo Reis – PR

Gongórico tão fecundo
no trajar e na caneta
que o seu filho veio ao mundo
de gravata borboleta!
Roza de Oliveira – PR

Zerou no vestibular!!!
Com vergonha, ela tremeu.
Disse ao pai pra disfarçar:
– Sabe a última?... Sou eu!
Therezinha Brisolla – SP


Amigo é bênção que a gente
acolhe no coração
como o mais belo presente
que Deus e a vida nos dão!
A. A. de Assis - PR

Ante a doida correria
de um povo que vai e vem,
nas cidades de hoje em dia
ninguém conhece ninguém.
Agostinho Rodrigues – RJ

Eu quero ser o seu vinho,
o cálice que inebria;
ser seu parceiro no ninho,
ser madrugada, seu dia!
A. M. A. Sardenberg – RJ

Sem fazer-me de rogada,
só persiste uma verdade:
a trova em mim fez pousada,
trazendo a felicidade.
Andréa Motta – PR

O amor, para muita gente,
é diversão perigosa.
Quem não sabe ser prudente
transforma em espinho a rosa.
Arlene Lima – PR

Em noites frias, sem lua,
quando meus versos componho,
eu cubro a verdade nua
com meu casaco de sonho.
Antonio Juraci Siqueira – PA

Seguindo a rota da lua,
as nuvens não me detêm.
Com tantos riscos na rua,
na lua vou viver bem.
Ari Santos de Campos – SC

Por ter nas mãos quando querem
nossa alma, alheia aos perigos,
os “amigos”, quando ferem,
ferem mais do que inimigos!
Carolina Ramos – SP

Se eu for a todos dizer
o que está no coração,
num livro não vai caber
toda a minha gratidão.
Cidinha Frigeri – PR

Mais criatividade. Mais fraternidade. Menos competição.
Trinômio sugerido para a comunidade da Trova em 2013.

Ainda bem que tenho os meios
de não ficar tão sozinha:
desenho e bordo, abro e-mails,
faço versos na cozinha...
Clevane Pessoa – MG

Entre o sonho e a realidade,
vendo o meu filho eu pensei:
eis a mais bela verdade
de tudo quanto sonhei!
Conceição de Assis – MG

Meu perdão foi um tributo
a uma lágrima suspensa:
– um detalhe diminuto,
mas que fez a diferença…
Darly  O. Barros – SP

Contra os males da existência,
a  trova  é  o  melhor  remédio:
supre  o  vazio  da  ausência,
poetiza   o   próprio   tédio!
Delcy  Canalles – RS

Lua, que vagas serena
na amplidão do azul celeste,
traz consolo à minha pena,
leva a dor que me trouxeste!
Diamantino Ferreira – RJ

Duas raízes na vinha
juntas não iam vingar.
Se uma era erva daninha,
outra era flor luminar.
Dinair Leite – PR

Com altivez, disse um dia:
– “Ir procurar-te? Jamais!”
Mas a saudade vadia
não respeita o “nunca mais”...
Domitilla B. Beltrame – SP

Dispenso festas, mantenho
com elas pouca amizade,
pois quem tem o amor que eu tenho
só pensa em privacidade.
Élbea Priscila – SP 

Minhas rotas saltimbancas
oscilam nesta escalada:
há nuvens amenas, brancas,
outras balançam-me a escada.
Eliana Jimenez – SC

Sempre que a lágrima desce
e insiste em molhar-me a face,
eu uso o lenço da prece...
e é como se eu não chorasse...
Ercy Marques de Faria – SP

Deus, garimpeiro maior,
vai, no seu mister profundo,
salvando o bom e o melhor
que há nos garimpos do mundo.
Flávio Stefani – RS

Há uma sombra em meu caminho
que me segue...e, mesmo assim...
nem quer me deixar sozinho
nem diz o que quer de mim!
Francisco Garcia – RN

Ser  papai é um dom divino,
ser avô faz tanto bem;
quem me dera ser menino
para ter avô também.
Francisco Pessoa – CE

No mar azul, taciturno,
dos teus olhos ao luar,
ponho o veleiro noturno
do meu sonho a te buscar.
Gabriel Bicalho – MG

Quero dizer-te um segredo
 que não confio a ninguém:
 "eu te amo", e estou com medo!
 E peço aos anjos amém.
Gledis Tissot – SC

Um mundo melhor... queria,
para deixar aos meus netos,
onde imperasse a alegria
numa transfusão de afetos!
Gislaine Canales – SC

Inspiração, sonho, rima,
fantasia e alma de esteta,
eis toda a matéria-prima
com que se faz um poeta!
Héron Patrício – SP

Que jornadas gloriosas
fiz ao longo dos caminhos.
Enchi meus braços de rosas
e nem notei os espinhos.
Janske Schlenker – PR

Tendo por espelho o mar
e o espaço embelezando,
a lua, com seu brilhar,
o ar vai romantizando.
Jessé Nascimento – RJ

Querer ser poeta, não!
Quem é não é por querer.
Escrever do coração
não precisa saber ler.
João Batista X. Oliveira – SP

Veteranos ou iniciantes, campeões ou simples “gostantes”, 
nós que formamos a comunidade da trova somos todos iguais.

Não me indagues por que te amo.
Não saberia dizer.
Eu te amo só porque te amo.
Que outra razão pode haver?
João Costa – RJ

Cigana, linda boneca,
tu sondas meu coração,
na estranha biblioteca
da palma da minha mão...
Josafá S. da Silva – RJ

Uma chave carregamos, 
porta de um mundo melhor; 
entretanto não largamos 
a muleta de um pior.
José Feldman – PR

Elaborei belos planos,
mas esta vida é tão curta,
e os sonhos de muitos anos
o mundo agora me furta!
José Lucas de Barros – RN

Ao me afastar de teus braços
tive perdas, mas, enfim...
sou dono dos próprios passos;
voltei outra vez pra mim.
José Ouverney – SP

Enquanto a chuva, lá fora,
escorre pela vidraça,
choro meu pranto que, embora
passando a chuva, não passa.
Laérson Quaresma – SP

Sonatas intercaladas
antes, durante e depois...
E em nossa pele, trocadas,
as digitais de nós dois!
Lucília Decarli – PR

Casaste... triste eu sofria,
pois vestiste, bem contente,
a camisola macia
que eu te dera de presente!
Luiz Carlos Abritta – MG

A vida é palco, onde há canto
de maldade, espanto e dor...
Não há cortina, entretanto,
que feche um palco de amor!
Mara Mellini – RN

Quem deixa a vida pacata,
pra se prender a tormentos,
tem nó, que nunca desata, 
no cordão dos sentimentos. 
Marcos Medeiros – RN

Nas noites de sofrimento,
quer físico, quer moral,
na fé procurei o alento
e encontrei novo alto-astral.
Maria Ignez Pereira – SP

Iluminando o meu ser,
o teu sorriso comprova
que a cada alvo amanhecer
o meu amor se renova.
Mª Luiza Walendowsky – SC

Aquele que um Deus aceita 
e encontra a paz nos seus ritos,  
nem sente que a vida é feita 
de um turbilhão de conflitos.
Maria Nascimento – RJ

A trova é a poesia do século 21: moderna, enxuta,
difícil de fazer mas fácil de entender e de memorizar.

Ponho os olhos no infinito
e me recordo da infância:
do passado escuto um grito
no silêncio da distância...
Mª Thereza Cavalheiro – SP

Tenho uma coisa a dizer
a você que não me entende:
ninguém tem nada a vender,
porém todo mundo vende!
Mário Zamataro – PR

Nas asas da liberdade
firmei meu corpo a voar,
pois ser livre é ter vontade
de não parar de sonhar!
Messody Benoliel – RJ

Eu trago, junto do peito,
silente, a lembrar, constante,
o teu retrato, que estreito
feito uma joia galante.
Maurício Friedrich – PR

A vida é feita de escolhas:
os acertos festejamos...
O duro é virar as folhas
nas tantas vezes que erramos...
Milton Souza – RS

Quando o amor fica em ruína,
sem chão, paredes... ou teto,
o alicerce nos ensina
que só o carinho é concreto.
Olga Agulhon – PR

Toda noite quero vê-las,
mas não vejo (que saudade!).
Cada noite sem estrelas
não é noite de verdade.
Olivaldo Júnior – SP

Trovador que espalha o sonho
que lhe mora n’alma inquieta
confessa ao mundo, risonho,
a bênção que é ser poeta!
Renato Alves – RJ

Ó Lua que estás sozinha
namorando o imenso mar,
tua sorte é igual à minha:
amas quem não vai te amar!
Thalma Tavares – SP

Em vigília a noite passo
e a ansiedade me aniquila.
Ela chega, eu me refaço...
e finjo dormir tranquila.
Thereza Costa Val – MG

Arrumei minha bagagem
com sonhos e fantasia,
e agora, no fim da viagem,
abro a mala... está vazia.
Vanda Fagundes Queiroz – PR

Ao passar por mim, nem para...
Sou a sombra de ninguém!
Que espaço enorme separa
meu amor do seu desdém!
Wanda Mourthé – MG

Fonte:
A. A. de Assis

Kátia Canton (A Abelha Chocolateira)


(Fábula com idéia de João Roberto Monteiro da Silva, 7 anos)

Era uma vez uma abelha que não sabia fazer mel. 

- Mas você é uma operária! - gritava a rainha - Tem que aprender.

Na colméia havia umas 50 mil abelhas e Anita era a única com esse problema. Ela se esforçava muito, muito mesmo. Mas nada de mel...

Todos os dias, bem cedinho, saía atrás das flores de laranjeira, que ficavam nas árvores espalhadas pelo pomar. Com sua língua comprida, ela lambia as flores e levava seu néctar na boca. O corpinho miúdo ficava cheio de pólen, que ela carregava e largava, de flor em flor, de árvore em árvore.

Anita fazia tudo direitinho. Chegava à colméia carregada de néctar para produzir o mais gostoso e esperado mel e nada! Mas um dia ela chegou em casa e de sua língua saiu algo muito escuro. 

- Que mel mais espesso e marrom... - gritaram suas colegas operárias.

- Iac, que nojo! - esbravejaram os zangões. 

Todo mundo sabe que os zangões se zangam à toa, mas aquela história estava ficando feia demais. Em vez de mel, Anita estava produzindo algo doce, mas muito estranho.

- Ela deve ser expulsa da colméia! - gritavam os zangões. 

- É horrorosa, um desgosto para a raça! - diziam outros ainda.

Todas as abelhas começaram a zumbir e a zombar da pobre Anita. A única que ficou ao lado dela foi Beatriz, uma abelha mais velha e sábia.

Um belo dia, um menino viu aquele mel escuro e grosso sobre as plantas próximas da colméia, que Anita tinha rejeitado de vergonha. Passou o dedo, experimentou e, surpreso, disse: 

- Que delícia. Esse é o mais saboroso chocolate que eu já provei na vida!

- Chocolate? Alguém disse chocolate? - indagou a rainha, que sabia que o chocolate vinha de uma fruta, o cacau, e não de uma abelha. 

Era mesmo um tipo de chocolate diferente, original, animal, feito pela abelha Anita, ora essa, por que não...

Nesse momento, Anita, que ouvia tudo, esboçou um tímido sorriso. Beatriz, que também estava ali, deu-lhe uma piscadela, indicando que tinha tido uma idéia brilhante.

No dia seguinte, lá se foram Anita e Beatriz iniciar uma parceria incrível: fundaram uma fábrica de pão de mel, juntando o talento das duas para produzir uma deliciosa combinação de mel com chocolate.

Moral da história: as diferenças e riquezas pessoais, que existem em cada um de nós, são singulares e devem ser respeitadas. 

Fonte:
Revista Nova Escola: Contos