domingo, 26 de julho de 2015

Folclore da África (Ossain ou Ossanha)




         Marly Rondan Pinto
Ossanha

Ossanha. Orixá das Ervas…
Guarda as folhas na cabaça.
Muitos segredos preservas.
Pões sucos na minha taça…

Orixá das folhas, ervas:
Alecrim, Boldo e Cidrão.
Proteje nossas reservas.
Livra a Terra da agressão.

É o Orixá da cor verde.
Ossanha habita a floresta.
Quem não a conhece perde…
Da Natureza essa Festa!

Senhor - Senhora das folhas,
Comanda as ervas sagradas.
Tira com elixir as falhas…

Elixir que dá vigor.
Protege nossa saúde.
Ossanha cura esta dor!

Ossain, o senhor das folhas

Ossain recebera de Olodumaré o segredo das folhas.
Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor.
Outras, a sorte, as glórias, as honras, ou, ainda, a miséria, as doenças e os acidentes.
Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta.
Eles dependiam de Ossain para manter a saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e imperioso, irritado com esta desvantagem, usou de um ardil para tentar usurpar de Ossain a propriedade das folhas.
Falou do plano à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos.
Explicou-lhe que, em certos dias, Ossain pendurava, num galho de lroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas.
"Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias", disse-lhe Xangô.
Iansã aceitou a missão com muito gosto.
O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando as árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada.
A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.
Os orixás se apoderaram de todas.
Cada um tomou-se dono de algumas delas, mas Ossain permaneceu senhor do segredo de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação.
E, assim, continuou a reinar sobre as plantas, como senhor absoluto.
Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.
–––––––––-

Ossain é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do àse ( o poder ), imprescindível até mesmo aos próprios deuses.
O nome das plantas, a sua utilização e as palavras (ofo), cuja força desperta seus poderes, são os elementos mais secretos do ritual no culto aos deuses iorubás.
O símbolo de Ossain é uma haste de ferro, tendo, na extremidade superior, um pássaro em ferro forjado; esta mesma haste é cercada por seis outras dirigidas em leque para o alto.
Uma história de Ifá nos ensina como “o pássaro é a representação do poder de Ossain. É o seu mensageiro que vai a toda parte, volta e se empoleira sobre a cabeça de Ossain para lhe fazer o seu relato”. Esse simbolismo do pássaro é bem conhecido das feiticeiras, aquelas freqüentemente chamada Elýe, “proprietárias do pássaro-poder”.
A colheita das folhas deve ser feita com extremo cuidado, sempre em lugar selvagem, onde as plantas crescem livremente. Aquelas cultivadas nos jardins devem ser desprezadas porque Ossain vive na floresta, em companhia de Àrònì, um anãozinho, comparável ao saci-pererê, que tem uma única perna e, segundo se diz no Brasil, fuma permanentemente um cachimbo feito de casca de caracol enfiado num talo oco cheio de suas folhas favoritas. Por causa dessa união com Àrònì, Ossain é saudado com a seguinte frase: “Holá! Proprietário-de-uma-única-perna-que-come-o-proprietário-de-duas-pernas!” alusão às oferendas de galos e pombos que possuem duas patas, feitas a Ossain Àrònì, que possui apenas uma perna.
Os Olóòsanyìn, adeptos de Ossain, são também chamados Oníìsègùn, curandeiros, em virtude de suas atividades no domínio das plantas medicinais. Quando eles vão colher as plantas para seus trabalhos, devem faze-lo em estado de pureza, abstendo-se de relações sexuais na noite precedente, e indo à floresta, durante a madrugada, sem dirigir palavra a ninguém. Além disso, devem ter cuidado em deixar no chão uma oferenda em dinheiro, logo que cheguem ao local da colheita.
Ossain está estreitamente ligado a Orunmilá, o senhor das adivinhações. Estas relações, hoje cordiais e de franca colaboração, atravessaram no passado períodos de rivalidade. Algumas lendas refletem as lutas pela primazia e pelo prestígio entre os adivinhos babalaôs e os curandeiros onixegum. Como essas histórias são transmitidas através das gerações pelos babalaôs, não é de estranhar que tendam a glorificar mais Orunmilá, e em conseqüência eles mesmos, do que Ossain e os curandeiros.
Segundo uma lenda recolhida por Bernard Maupoil, “quando Orunmilá veio ao mundo, pediu um escravo para lavrar seu campo; compraram-lhe um no mercado; era Ossain. Na hora de começar seu trabalho, Ossain percebeu que ia cortar esta erva, pois é muito útil”. A segunda curava dores de cabeça. Recusou-se também a destruí-la. A terceira suprimia as cólicas.” Na verdade”, disse ele, não posso arrancar ervas tão necessárias.” Orunmilá, tomando conhecimento da conduta de seu escravo, demonstrou desejo de ver essas ervas, que ele se recusava a cortar e que tinha grande valor, pois contribuíam para manter o corpo em boa saúde. Decidiu, então, que Ossain ficaria perto dele para explicar-lhe as virtudes das plantas, das folhas e das ervas, mantendo-o sempre ao seu lado na hora das consultas”.
Uma outra história de Ifá nos diz que,se é Ossain que conhece o uso medicinal das plantas, é, entretanto, a Orunmilá que cabe o mérito de haver conferido nomes a essas mesmas plantas. Os poderes de cada planta de cada estão em estreita ligação com o seu nome e são despertados por palavras obrigatoriamente pronunciadas no momento de seu uso. Essas palavras são indicadas pelos adivinhos aos curandeiros, fato este que dá aos primeiros uma posição de supremacia sobre os segundos.
Essa superioridade é afirmada numa outra lenda, onde “Oferenda”, filho de Orunmilá, compete com “Remédio”, filho de Ossain. Graças a um artifício imaginado por Orunmilá, seu filho “Oferenda” é declarado vencedor de “Remédio” para mostrar que o poder dos babalaôs é superior ao dos curandeiros. Os babalaôs afirmam assim que, sem o poder liberador da palavra, as plantas não exerceriam a ação curativa que possuem em estado potencial.
Ossain é originário de Irão, atualmente na Nigéria, perto da fronteira com o ex-Daomé. Ele não fez parte dos dezesseis companheiros de Odùduà, quando de sua chegada a Ifé. O papel de curandeiro é assumido aí por Elésje.
Na África, os curandeiros, chamados Olóòsanyìn, não entram em transe de possessão. Eles adquirem a ciência do uso das plantas após uma longa aprendizagem.

Ossain no Novo Mundo
No Brasil, as pessoas dedicadas a Ossain usam colares de contas verdes e brancas. Sábado é o dia consagrado a ele e as oferendas que lhe são feitas compõem-se de bodes, galos e pombos. Seu iaôs, ao contrário daqueles de África, entram em transe, mas nem sempre possuem conhecimento profundo sobre as virtudes das plantas. Quando eles dançam, trazem nas mãos o mesmo símbolo de ferro forjado, cuja descrição já foi feita anteriormente. O ritmo dos cantos e das danças de Ossain é particularmente rápido, saltitante e ofegante. Saúda-se o deus das folhas e das ervas gritando-se: ” Ewé Ô! ” (“Oh! As folhas!”).

Arquétipo
O arquétipo de Ossain é o das pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções. Daquelas que não deixam suas simpatias e antipatias intervirem nas suas decisões ou influenciarem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. É o arquétipo dos indivíduos cuja extraordinária reserva de energia criadora e resistência passiva ajuda-os a atingir os objetivos que fixaram. Daqueles que não tem uma concepção estreita e um sentido convencional da moral e da justiça. Enfim, daquelas pessoas cujos julgamentos sobre os homens e as coisas são menos fundados sobre as noções de bem e de mal do que sobre as de eficiência.

Fonte:
Pierre Fatumbí Verger. Lendas Africanas dos Orixás.
Pierre Fatumbí Verger. Orixás.

Trova 270 - Dorothy Jansson Moretti (Sorocaba/SP)


Folclore Indígena Brasileiro : Tribo Umutina (Como Surgiram as Doenças)



Os índios Umutinas explicam o surgimento das doenças como uma solução para evitar a superpopulação das aldeias. Naqueles dias antigos, os velhos não morriam de coisa alguma, nem ficavam doentes, nem perdiam os dentes. Como tinham todos os dentes na boca e um apetite de leão, comiam o dia todo sem produzir nada, tirando o alimento até das crianças.
Certa feita, três homens decidiram encontrar uma solução para o problema (sem se darem conta de que um dia eles também seriam tratados como um problema). Foram, então, fazer uma visita à Lua, que entre os índios é homem e se chama Hári.
– Que solução você tem para que não acabe faltando comida para todos? – disse um dos três futuros velhos.
Hári, que era também um feiticeiro, coçou a cabeça e disse:
– Infelizmente não posso ajudar. Procurem Mini.
Mini era o Sol. Os três índios foram para a casa dele. Depois de muito caminhar, chegaram, afinal, ao seu destino.
– Bom dia, Mini. Dê-nos o veneno mais forte que tiver em seu herbanário.
O Sol ergueu as sobrancelhas.
– Veneno para quê?
– Queremos um veneno para acabar com os velhos da nossa aldeia.
– Vocês estão loucos?
– Não, não estamos. É preciso fazer isso ou nossa aldeia inteira morrerá de fome.
Então o Sol reconsiderou e trouxe da sua sala de moléstias uma flecha mágica. Junto com ela vinham várias doenças.
Os índios escutaram atentamente e pareceram satisfeitos.
– Mas, cuidado – alertou o Sol. – Só atirem a flecha depois de se esconderem atrás de uma árvore, pois ela costuma voltar para atingir o seu arremessador.
Como sempre acontece, o aviso fatal entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Tudo quanto eles pensavam era em dar um jeito nos velhos da tribo.
Os três índios andaram e andaram até chegarem, enfim, à aldeia.
– Vamos experimentar esta flecha de uma vez! – disse um dos três.
Após tomar do arco, o arqueiro fez pontaria em um velho que estava sentado embaixo de uma árvore desde o raiar do dia comendo mandioca e milho verde.
Antes de suspender o arco, o arqueiro escolheu uma doença.
Então a flecha não tardou a voar direto no velho. Ela varou o ventre dele e retornou na direção do arqueiro, que só não foi atingido porque lembrou, no último instante, do aviso do Sol.
Os três ficaram escondidos para ver o efeito da seta. Em menos de meio minuto, o velho começou a se sentir mal e acabou morrendo. E assim os três índios saíram escondidos pela aldeia, dando flechadas nos velhos.
Então, certo dia, outro índio resolveu pedir emprestada a flecha mágica para caçar animais.
Na pressa, os três índios esqueceram de avisar a ele sobre o vai e volta da flecha, e o caçador partiu alegremente, sem desconfiar do perigo.
No mesmo dia meteu-se na selva e procurou a melhor caça que pôde.
– Tem de ser um bicho daqueles! – disse a si mesmo, enquanto espreitava.
Não demorou muito e surgiu um veado enorme, maior do que um cavalo. O índio assestou a flecha e soltou a corda. A seta foi até o veado, cumpriu com o seu papel de abatê-lo e retornou até o arqueiro. Como este estava desavisado da volta, em vez de esconder-se atrás de uma árvore, ficou parado no mesmo lugar, recebendo a flechada da volta bem no meio do peito.

Fonte:
Franchini, Ademilson S. As 100 melhores lendas do folclore brasileiro. Porto Alegre/RS: L&PM, 2011.

Os Umutina viviam antigamente na margem direita do rio Paraguai, aproximadamente entre os rios Sepotuba e Bugres. Sua área de domínio, entretanto, estendia-se desde aquelas paragens até o rio Cuiabá. Com a chegada dos não-índios os Umutina deixaram a região do Sepotuba e migraram mais para o norte, passando a viver às margens do rio Bugres, por eles denominado Helatinó-pó-pare, afluente do alto Paraguai.Estão distribuídos em duas aldeias, uma de nome ‘Umutina’, onde vivia a maioria de sua população (420 indivíduos), e a outra, mais recente, é chamada de ‘Balotiponé’, onde moram as outras 25 pessoas, divididas em cinco famílias [dados de 2009]. As aldeias estão localizadas na Terra Indígena Umutina, em uma área de 28.120 hectares homologada em 1989, nos municípios de Barra do Bugres e Alto Paraguai, entre os rios Paraguai e Bugres, em Mato Grosso. A TI está situada em uma faixa de transição da Amazônia e do Cerrado, sendo que este último compreende a maior parte do território.
Eram chamados de Barbados por possuírem ralas barbas, que consideravam sinal de orgulho.
No início do século XX foram descritos como indígenas agressivos e violentos por impedirem pela força, a invasão de seu território tribal, invadido pelos homens brancos.
A pacificação definitiva deu-se em 1911, com o contato realizado pelo Coronel Rondon entre os rios Paraguai e Bugres, que determinou ao Governo do Estado que demarcasse aquelas terras como posse dos Umutina. Apesar disso, o grupo continuou a ser exterminado por parte dos extrativistas da região e também pelas as doenças como a gripe, o sarampo, a tuberculose e a bronco-pneumonia.
A atividade principal do povo Umutina era a agricultura e consistia principalmente do plantio de milho e da mandioca. A pesca era realizada com arco e flecha e as mulheres preparavam os peixes com mingau e pimenta. As caçadas e a coleta de mel, frutos, cogumelos, resinas e ervas medicinal complementavam subsistência do grupo. Hoje, dedicam-se a criação de gado, ao trabalho nas fazendas da região, a venda do pescado e aos projetos agrícolas da FUNAI.
Segundo Harald Schultz os relacionamentos entre os umutinas eram monógamos. Os pais decidiam o futuro esposo de suas filhas e o dia do casamento, quando era realizada uma cerimônia em que o casal pintava o corpo inteiramente de urucu.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Elisa Alderani (O Ipê Rosa)

XXV Concurso Nacional/Internacional de Trovas de Pindamonhangaba - 2015 (Trovas Premiadas)


 Tema Nacional – Ousadia
Categoria “Veteranos”
VENCEDORES
(por ordem alfabética de autores):
Neste mundo irreverente,
que tanto nos faz sofrer,
minha ousadia é ser gente,
que em gente é capaz de crer!
Carolina Ramos
Santos/SP
Que ousadia dos meus dedos
o seu corpo percorrer,
fingindo sondar segredos
já cansados de saber !…
Gilvan Carneiro da Silva
São Gonçalo/RJ
Num mundo de hipocrisia
padrões e mentes servis,
quanto é que custa a ousadia
de dizer: -eu sou feliz?!
Manoel Cavalcante de S. Castro
Pau dos Ferros/RN
Houve ousadia nos passos,
mas deles não me arrependo!
Sei que ao abrir meus espaços,
se mais ouso, mais aprendo…
Maria Helena de O. Costa
Ponta Grossa/PR
Com ousadia me olhaste,
ousada, eu correspondi.
Com loucura me abraçaste
e o resto eu juro, nem vi !
Rita Marciano Mourão
Ribeirão Preto/SP
 MENÇÕES HONROSAS
(por ordem alfabética de autores):
Ousadia foi pousar,
num momento passional,
os imãs do meu olhar
nos teus olhos de metal!
Arlindo Tadeu Hagen
Juiz de Fora/MG
Roubei seu beijo…e, ao beijá-la,
a ousadia nos fez bem:
quem rouba um beijo não fala;
quem é roubada…também!
Edmar Japiassú Maia
Nova Friburgo/RJ
Chega a idade!…E eu já sem graça,
na ousadia dos meus planos,
finjo que o tempo não passa
e escondo os meus desenganos!
Professor Garcia
Caicó/RN
Quando me impele a ousadia,
domo o tempo,estreito o espaço
e completo a travessia,
driblando o medo e o cansaço.
Relva do Egypto R. Silveira
Belo Horizonte/MG
Ousar não é ser valente
ao buscar glória e poder.
Ousadia é quando a gente
humaniza o nosso SER !
Rita M. Mourão
Ribeirão Preto/SP
MENÇÕES ESPECIAIS
(por ordem alfabética de autores):
Todo sonho no horizonte,
mesmo distante da gente,
tem na ousadia  uma ponte
entre o futuro e o presente !
Heder Rubens S. e Souza
Natal/RN
Beijo ousado…e ante o receio
de dois sonhos desiguais,
nós fomos louco passeio
entre o sempre…e o nunca mais.
Manoel Cavalcante de S. Castro
Pau dos Ferros/RN
Não temo o mar que me nega
ser mais branda a travessia.
Temo sim, a mente cega
que me bloqueia a ousadia.
Rita M. Mourão
Ribeirão Preto/SP
Resguardando um bom momento
e nas proporções devidas,
ousadia é o condimento
que dá gosto às nossas vidas.
Selma Patti Spinelli
São Paulo /SP
“ Não volto!”-Mas eu previa
que, no meu leito tristonho,
tu terias a ousadia
de sempre invadir meu sonho !
Wanda de Paula Mourthé
BeloHorizonte/MG
 Categoria “Novos Trovadores”
  VENCEDORES
(por ordem alfabética de autores)
Ousadia é para poucos,
que têm pela vida afã:
é destes, chamados loucos,
o domínio do amanhã.
Edweine Loureiro da Silva
Saitama/Japão
Preciso ter ousadia
e cumprir minha missão,
de esmagar a covardia
com cada aperto de mão.
Jaqueline Machado
Cachoeira do Sul/RS
Foi grande minha ousadia
querer mudar-te ,meu bem,
mas percebi certo dia
que ninguém muda ninguém!
Nair L. Rodrigues
Santos/SP
Regional
Tema: Covardia
VENCEDORES
(por ordem alfabética de autores):
Sufocando o que eu sentia,
temeroso eu nada fiz,
fui covarde e a covardia
me impediu de ser feliz.
Argemira Marcondes
Taubaté/SP
Culpa, eu sei que não me cabe,
por arroubos de ousadia;
seus beijos roubo e ela sabe:
não roubar é covardia.
Nélio Bessant
Pindamonhangaba/SP
A covardia se instala
em mim e tanto me implora
que eu, num triz, desfaço a mala
e outra vez…não vou embora…
Élbea Priscila de Sousa e Silva
Caçapava/SP
Fui covarde em alta escala
hoje sofro e não me iludo;
pois quando o remorso fala,
falta paz e falta tudo.
José Valdez de Castro Moura
Pindamonhangaba/SP
É nas trilhas dos proscritos,
dos covardes, nos enredos,
que sou preso dos conflitos,
sendo refém dos meus medos…
José Valdez de Castro Moura
Pindamonhangaba/SP
MENÇÕES HONROSAS
(por ordem alfabética de autores):
Quando a covardia o impede
de afrontar dificuldade,
você não vive e concede
um trono à infelicidade !
Angélica Vilela R. dos Santos
Taubaté/SP
Temendo a desilusão
fingi que não te queria,
hoje vivo em solidão
pela minha covardia.
Argemira Marcondes
Taubaté/SP
Eu jamais fugi do amor,
fugirei ou fugiria.
Meu coração tem valor
bem maior que a covardia.
Nélio Bessant
Pindamonhangaba/SP
Fui covarde em meus assombros,
castigou-me a penitência;
carrego um fardo nos ombros:
muita dor na consciência…
José Valdez de Castro Moura
Pindamonhangaba/SP
Somos náufragos num barco
(afastando a COVARDIA…)
afundando em mesmo charco,
os sonhos de cada dia!
Myrtes Mazza Masiero
São José dos Campos/SP
MENÇÕES ESPECIAIS
(por ordem alfabética de autores):
Com medo eu lhe disse não,
e assim meu amor partia
levando o meu coração
e eu fiquei, por covardia.
Argemira Marcondes
Taubaté/SP
Covarde é aquele que evita
se expor a um amor qualquer.
A covardia lhe dita
como e quando, o que ela quer.
Nélio Bessant
Pindamonhangaba/SP
Um leão de estirpe e linha,
nas batalhas honro a farda,
mas…meu coração-galinha
diante do amor…se acovarda…
Élbea Priscila de Sousa e Silva
Caçapava/SP
Sou poltrão, medroso, esquivo,
pois prezo por meu conforto:
antes covarde bem vivo,
do que ser herói…e morto !
Élbea Priscila de Sousa e Silva
Caçapava/SP
De que serve o desatino
do covarde já sem voz:
pode escolher seu destino
e não desata seus nós.
Mauro Luiz Silveira
Guaratinguetá/SP