terça-feira, 11 de outubro de 2016

Lendas da Índia (A Busca das Plantas Medicinais)

No cerco de Lanka, o chão ficou coalhado de mortos e de feridos. Lakshman foi gravemente atingido e Rama entrou em desespero com o estado que se encontrava o irmão.

Nesse momento Hanuman atravessou o mar, dessa feita voando em direção ao norte, até o Himalaia, em busca da montanha da vida, coberta de plantas medicinais capazes de curar todo tipo de ferimento e ainda devolver a vida aos mortos.

Vindas da lua, as plantas brilhavam com luz própria. Lá de cima, Hanuman viu a montanha faiscando. Mas as plantas se esconderam debaixo da terra e as luzes se apagaram, quando sentiram que alguém se aproximava.

Como não havia tempo para desenraizá-las, Hanuman arrancou a montanha inteira, com as ervas, árvores, os minérios, rios, animais e,  levantando-a com as mãos acima da cabeça, retornou a Lanka. O voo rápido aqueceu as ervas que começaram a exalar vapores. Enquanto pairava no ar, à procura de um lugar apropriado para depositar a montanha, o cheiro das plantas se espalhou por todo o campo de batalha e isso foi o bastante para que os mortos recuperassem a vida e os feridos se curassem. Todos se salvaram, romperam o cerco e conquistaram Lanka.

Vencida a guerra contra o Demônio de Dez Cabeças, Sita foi liberada e voltou para a companhia de Rama, de Lakshman, agora completamente curado, de Hanuman, Sugriva, Jambavat e do vitorioso exercito de macacos e ursos.

Fonte:

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Concurso Estadual de Trovas em Homenagem ao Cinquentenário do MTG (Trovas Premiadas)



Veteranos – Tema: Gaúcho


VENCEDORAS:


Gaúcho é o meu coração
que, galopando na estrada,
pelos campos da afeição,
busca a prenda tão amada.
Delcy Canalles
(Porto Alegre)

O gaúcho tem mostrado
ao Brasil, glamour e glória,
deixando o nome gravado
entre as páginas da história.
Luiz Damo
(Caxias do Sul)
 
Eu sou um gaúcho guapo,
trago no meu coração,
o antigo sonho farrapo,
muito amor à tradição!
Delcy Canalles
(Porto Alegre)

Gaúcho, Deus te proteja
em todas tuas andanças,
pois a paz sempre viceja
pra quem semeia bonanças.
Lúcia Barcelos
(Porto Alegre)

O gaúcho e o chimarrão
convivem no mesmo espaço,
passando de mão em mão,
cada gole é um grande abraço!
Gislaine Canales
(Porto Alegre)
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MENÇÕES ESPECIAIS


Gaúcho, nasci no pago,
e isso muito me envaidece:
nascer aqui é um afago
que Deus faz em quem merece...
Milton Souza
(Porto Alegre)

Sou da estirpe farroupilha
e sei desde pequerrucho
que na luta e na guerrilha
moldou-se o homem gaúcho.
Luiz M. Stabile
(Uruguaiana)

Sereno...altivo...montado
em seu cavalo, é demais!
- Ser gaúcho, nobre estado
de espírito, nada mais!
Flávio Stefani
(Porto Alegre)

Quando o gaúcho se expande
no fole de uma “cordeona”,
feito o mapa do Rio Grande,
do meu peito ele se adona!
Flávio Stefani
(Porto Alegre)

Gaúcho é sempre capaz
de enfrentar a tempestade.
Nem a guerra, um mal sagaz,
corrói sua honestidade!
Jaqueline Machado
(Cachoeira do Sul)


MENÇÕES HONROSAS


Bom cavalo é o maior luxo
para um gaúcho de lei...
Ele é o trono onde um gaúcho,
montado, se sente um rei...
Milton Souza
(Porto Alegre)

Um pingo bom é um regalo
que o gaúcho bate palma...
Um gaúcho sem cavalo
é quase um corpo sem alma...
Milton Souza
(Porto Alegre)

O gaúcho, em sua essência,
laça a vida, espalha afagos.
São Pedro guia a existência
nas andanças nestes pagos.
Luiz Damo
(Caxias do Sul)

O churrasco e o chimarrão,
na verdade, são um luxo,
na “Mesa da tradição”
do nobre povo gaúcho!
Flávio Stefani
(Porto Alegre)

O gaúcho é um homem forte,
mas de coração mui brando;
e não tem medo da morte,
por isso vive lutando.
Ialmar Pio Schneider
(Porto Alegre)


Novos Trovadores  – Tema: Pampa


1o. lugar:
Neste pampa de refregas,
como fogo, a liberdade
queimou cercas e macegas,
e brotou fraternidade.
Ary de Oliveira Cardoso
(Porto Alegre)

2o. lugar:
Entre as coxilhas , os pampas
para os olhos são colírios;
e o gaúcho lá se acampa,
com músicas e delírios.
Ruth Hellmann
(Erechim)

3o. lugar:
Pampa, oásis encantado,
onde sopra o minuano,
no calor ou no gelado,
sempre anima o veterano.
Ruth Hellmann
(Erechim)

Fonte: Calendula Literária n. 459 – setembro de 2016.

Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG)

     
      O MTG é um organismo social de natureza nativista, cívica, cultural, literária, artística e folclórica, conforme descreve simbolicamente o Brasão de Armas do MTG, com as sete ( 7 ) folhas do broto, que nasce do tronco do passado.

         Os objetivos do MTG são de duas ordens:
           1º - congregar os Centros de Tradições Gaúchas e entidades afins para constituir uma associação que permite padronização de procedimentos e realização de atividades com abrangência estadual ou nacional das quais participam todos os filiados com interesse no tema;

           2º - preservar o núcleo da formação gaúcha e a ideologia consubstanciada nos estudos da história, da tradição e do folclore, além do que constam nos documentos fundamentais, como as teses aprovadas em congressos e a Carta de Princípios que define os objetivos do tradicionalismo gaúcho desde o ano de 1961.

         A história do Movimento Tradicionalista Gaúcho pode ser contada a partir de vários momentos. Alguns reconhecem como ponto de partida a fundação do Grêmio Gaúcho, por Cezimbra Jacques, em 1889. Outros, a ronda gaúcha, no Colégio Julio de Castilhos, de 1947. Ainda há quem defenda como marco inicial a fundação do 35 CTG, em abril de 1948 ou a realização do 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em 1954, ou, ainda, a constituição do Conselho Coordenador, em 1959. Seja qual for o ponto de partida, o importante é que, em 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado em Tramandaí, foi decidido organizar a associação de entidades tradicionalistas constituídas, dando-lhe o nome de Movimento Tradicionalista Gaúcho, o MTG.

         Assim é que, desde 28 de outubro de 1966, a Instituição se tornou conhecida como MTG.

Muitas pessoas contribuíram para que o MTG se tornasse uma organização reconhecida e respeitada. Nas atividades diárias, nos congressos e convenções, nos eventos de âmbito estadual, nos debates sobre a história, música, folclore, cavalgadas, fandangos, jovens, família, valores, princípios, crenças e tudo o mais que fascina os tradicionalistas,.

           No ano de 2016, comemora cinco décadas de uma entidade que está entre as maiores da sociedade brasileira. São quase 1700 entidades juridicamente constituídas e quase um milhão de associados. Um fabuloso exército de pessoas que acreditam nas mesmas coisas e se dedicam aos mesmos fazeres culturais.

         O MTG é um orgulho do Rio Grande do Sul, não só pela estrutura que possui no Estado, mas pela dimensão mundial que tomou. No Brasil há oito federações e uma Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha. No exterior há mais de 20 núcleos em que a cultura, a história e os costumes do Rio Grande são vivenciados diariamente. A Confederação Internacional da Tradição Gaúcha reúne Brasil, Argentina e Uruguai na mesma ideia de preservação da cultura gauchesca.
Fonte: http://www.mtg.org.br/

Lendas da Índia (O Voo de Haruman / O Incêndio de Lanka)

O Voo de Hanuman

Com um salto descomunal, Hanuman lançou-se sobre o mar. Sabendo que o macaco era filho do vento, o oceano pediu a Mainaka, a montanha submersa, que se erguesse bem alto e se oferecesse como um lugar de repouso para Hanuman.

- Agradeço, mas não posso interromper o voo – disse ele, apoiado no ar e tocando a montanha com a ponta do dedo.

Quando os deuses viram o filho do vento varando o espaço, resolveram testar sua força e mandaram Surasa, a mãe das serpentes, devorá-lo. No momento em que ela abriu a boca, o macaco duplicou deu corpo. A serpente abriu a boca ainda mais e ele ficou cem vezes maior. Por fim, quando ela escancarou a bocarra, Hanuman diminuiu de tamanho, entrou lá dentro e tornou a sair.

- Experimentei sua esperteza e sua força – disse Surasa – e foi para isso que os deuses me mandaram. Você será capaz de cumprir a tarefa.

Hanuman continuou o voo.

Uma figura demoníaca, que vivia no meio do oceano, ao ver na água os reflexos das criaturas que voavam, agarrava-lhes as sombras e elas, assim presas, serviram de comida àquela boca voraz. Quando a diaba pegou a sombra do macaco voador, ele se tornou bem pequeno, entrou no corpo dela, espremeu-lhe o coração e sai pela orelha. A diaba caiu no fundo do mar e foi devorada pelos peixes.

Chegando à cidade de Lanka, Hanuman esperou anoitecer, pousando num rochedo. Depois, tomando a forma de um gatinho, transpôs as muralhas da cidade. Lankini, a guardiã, percebendo sua chegada perguntou:

- Você aí, aonde vai? Não sabe que todo ladrão intruso é minha comida?

Hanuman lhe deu um soco tão forte que ela vomitou sangue. Mas recuperando-se, levantou e disse que a profecia tinha se cumprido:

- Quando você receber o soco de um macaco, fique sabendo que está tudo acabado com a raça dos demônios – avisavam as palavras proféticas.

Depois de atingir com um salto o palácio de Ravana, de se meter entre os demônios-vigias, de procurar nos jardins e nos pátios, o macaco acabou descobrindo Sita, magra, pálida e abatida, num pequeno bosque atrás do palácio. Escondido no alto de uma árvore, Hanuman observou a chegada de Ravana, que tentava agradar a moça, sem sucesso. Sita lhe dizia:

- Escute aqui, Dez Cabeças, pode uma flor de lótus florir com a luz de um vaga-lume? Não temes a setas de Rama? Bandido, você me raptou quando estava só. Não se envergonha disso?

Furioso, Ravana ordenou que as bruxas a atormentassem. Mas uma delas resolveu ficar do lado da moça, pedindo-lhe que a salvasse e às suas companheiras, por causa de um sonho profético que tivera. No sonho, aparecia um macaco que incendiava a cidade e matava os demônios e as bruxas, enquanto Ravana, nu, montado num asno, estava com todas suas dez cabeças raspadas e seus vinte braços cortados. Sita prometeu livrá-las da morte.

E foi então que a prisioneira descobriu Hanuman no esconderijo. Apresentando-se como criado e mensageiro de Rama, o macaco lhe entregou o anel conforme o desejo de seu senhor.

- Posso levá-la comigo agora mas não tenho ordens de Rama para fazê-lo. Espere mais uns dias e ele próprio virá com uma tropa de macacos para libertá-la – explicou Hanuman.

- Mas os maçamos são pequenos e os demônios poderosos guerreiros – respondeu-lhe Sita.

Ouvindo isso, Hanuman ficou de um tamanho colossal, mostrando todo seu poder. Despedindo-se de Sita, partiu exibindo aquela forma imensa e derrubando tudo que encontrava pela frente.

O Incêndio de Lanka

Os demônios, alarmados, avisaram Ravana que um macaco gigantesco causava a maior destruição por onde passava. Exércitos foram enviados para combatê-lo e Hanuman derrotou todos, matando um dos filhos de Ravana. Um outro filho foi incumbido da mesma missão e depois de muita luta acorrentaram o macaco e levaram-no à presença do Demônio de Dez Cabeças, que perguntou:

- Quem é você, de onde veio e o que quer?

- Sou Hanuman, mensageiro de Rama e vim até aqui para descobrir onde está Sita.

Depois de conversar com seus guerreiros sobre o que fazer com o prisioneiro, Ravana decidiu:

- Deixem-no ir embora, mas mutilem-no primeiro. Um macaco é muito apegado à sua cauda. Amarrem nela trapos molhados de óleo e ponham fogo. Quando o macaco sem rabo retornar à casa, trará seu mestre de volta com ele e então veremos que poder tem esse mestre tão elogiado – falou o demônio.

Em toda cidade não sobrou um trapo sequer, nem uma única gota de óleo, porque Hanuman fez crescer a cauda até que ela ficasse enorme. Quando o fogo foi ateado, o vento soprou forte e o macaco não sentiu o calor. Desprendeu-se das correntes, saltou de palácio em palácio, de casa em casa, até incendiar toda a cidade.

Do alto de uma colina contemplou Lanka, destruída pelo fogo. Esfriou a cauda numa fonte e saltou até o bosque onde se achava Sita. Esta lhe deu uma joia, que usava nos cabelos, para que entregasse a Rama. Hanuman voou até a praia e lá estavam os ursos e macacos, à espera de notícias.

Sabendo que Sita fora encontrada, todos voltaram para o reino. Lá chegando, prepararam o grande exercito de animais, que acompanharia Rama no resgate de sua esposa Sita, e partiram para a guerra contra Ravana e seus demônios.

Fontes: